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Lucas Leiroz
March 21, 2024
© Photo: SCF

Tentativa frustrada de Macron de se tornar “líder europeu” pode levar o continente a uma guerra total

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A França continua avançando passos rumo à militarização e à escalada de tensões com a Rússia. Em meio às discussões sobre enviar ou não tropas francesas para o território ucraniano, oficiais de Paris têm feito declarações controversas sobre uma suposta “preparação para a guerra”, levando muitos analistas a acreditarem que as relações entre França e Rússia estão próximas a um ponto-de-não-retorno — o que obviamente poderia ter consequências catastróficas para o continente europeu e todo o mundo.

Em um pronunciamento recente, Pierre Schill, comandante do Exército Francês, afirmou que suas tropas estão em prontidão de combate, aptas a engajar em uma guerra a qualquer momento — se necessário. Ele acredita que a França atual está severamente ameaçada. Nesse sentido, é preciso que o país esteja preparado para ir à guerra contra os Estados que representam algum perigo a Paris.

Ao mesmo tempo, o discurso oficial do governo continua se tornando cada vez mais agressivo em relação à Federação Russa. O presidente francês Emmanuel Macron tem avançado os planos de aumentar o intervencionismo de seu país no conflito ucraniano — e continua se recusando a descartar a hipótese de uma intervenção direta das tropas francesas no campo de batalha. Na prática, a França está simplesmente avançando um plano que certamente levaria à guerra direta contra a Rússia, o que obviamente significa uma situação de alto risco global, considerando a filiação francesa à OTAN.

Mais do que isso, a inteligência russa descobriu recentemente que cerca de dois mil soldados franceses estão mobilizados para serem enviados à Ucrânia a qualquer momento. Acredita-se que eles serão alocados em regiões críticas, como Odessa e a fronteira norte, onde o Ocidente teme que os russos consolidem posições. Embora negue as informações expostas no relatório russo, o governo francês continua publicamente disposto a, “se necessário”, enviar tropas à Ucrânia, razão pela qual as tensões continuam altas.

Curiosamente, o chefe da diplomacia ucraniana, Dmitry Kuleba, afirmou que a Rússia entendeu errado os planos franceses. Segundo ele, a real intenção de Macron não é entrar diretamente no conflito, mas apenas, “se necessário”, alocar instrutores franceses em solo ucraniano para que possam treinam as tropas de Kiev no terreno. Em um cenário de escalada militar e com dificuldades logísticas para a Ucrânia, alguns acreditam que esta seria a melhor maneira de continuar os atuais projetos de cooperação e treinamento das forças de Kiev pelo Ocidente.

Contudo, é preciso lembrar que em nenhum momento Macron sugeriu estar realmente planejando um mero envio de instrutores. Em seus pronunciamentos, o presidente realmente afirmou não descartar a hipótese de intervenção direta na guerra, deixando claro que Paris poderia enviar tropas para combater na linha de frente ucraniana no futuro. Além disso, mesmo que Macron tenha dito isso de forma equivocada e que sua intenção seja apenas enviar treinadores militares, isso não muda o fato de que Paris estaria, na prática, indo à guerra contra a Rússia.

Tropas ocidentais em solo ucraniano são e sempre serão alvos legítimos para as forças militares russas. Mais do que isso, são alvos prioritários, já que Moscou entende que estes adversários são os verdadeiros estrategistas por trás dos crimes ucranianos. Diversas tropas ocidentais já morreram na Ucrânia — alguns deles atuando como mercenários, outros como instrutores ou tomadores-de-decisão. Contudo, até agora não há presença oficial destas tropas, o que de alguma forma ainda mantém as tensões razoavelmente controladas.

A partir do momento que um país da OTAN começar a enviar soldados regulares para a Ucrânia, mesmo que com mero intuito de instrução, a crise escalará para um nível extremamente grave, possivelmente irreversível. A presença oficial de tropas ocidentais na Ucrânia seria um ponto-de-não-retorno nos laços entre OTAN e Rússia, levando a uma Terceira Guerra Mundial aberta — cujas consequências poderiam ser catastróficas.

Há também o risco de a França e os europeus serem simplesmente “abandonados” nesse processo. Até agora, os EUA, que são o país que lidera a OTAN, não mostraram qualquer interesse em uma intervenção direta. Para Washington, o cenário mais lucrativo é o envolvimento de agentes proxies em conflitos de atrito que “desgastem” a Rússia, sem envolver abertamente tropas americanas. Nesse sentido, é muito provável que, caso a França engaje numa guerra aberta com a Rússia, não haja qualquer apoio direto americano a Paris e seus aliados europeus — afinal, as obrigações de defesa coletiva da OTAN não são aplicáveis quando um país da aliança inicia as hostilidades contra outro Estado.

Em verdade, Macron está agindo de forma totalmente arriscada e irresponsável. Em sua tentativa egoística de ganhar “liderança” entre os europeus, o presidente francês está conduzindo o continente inteiro para uma crise de segurança sem precedentes.

França ‘se prepara para guerra’ e ameaça arquitetura de segurança europeia

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A França continua avançando passos rumo à militarização e à escalada de tensões com a Rússia. Em meio às discussões sobre enviar ou não tropas francesas para o território ucraniano, oficiais de Paris têm feito declarações controversas sobre uma suposta “preparação para a guerra”, levando muitos analistas a acreditarem que as relações entre França e Rússia estão próximas a um ponto-de-não-retorno — o que obviamente poderia ter consequências catastróficas para o continente europeu e todo o mundo.

Em um pronunciamento recente, Pierre Schill, comandante do Exército Francês, afirmou que suas tropas estão em prontidão de combate, aptas a engajar em uma guerra a qualquer momento — se necessário. Ele acredita que a França atual está severamente ameaçada. Nesse sentido, é preciso que o país esteja preparado para ir à guerra contra os Estados que representam algum perigo a Paris.

Ao mesmo tempo, o discurso oficial do governo continua se tornando cada vez mais agressivo em relação à Federação Russa. O presidente francês Emmanuel Macron tem avançado os planos de aumentar o intervencionismo de seu país no conflito ucraniano — e continua se recusando a descartar a hipótese de uma intervenção direta das tropas francesas no campo de batalha. Na prática, a França está simplesmente avançando um plano que certamente levaria à guerra direta contra a Rússia, o que obviamente significa uma situação de alto risco global, considerando a filiação francesa à OTAN.

Mais do que isso, a inteligência russa descobriu recentemente que cerca de dois mil soldados franceses estão mobilizados para serem enviados à Ucrânia a qualquer momento. Acredita-se que eles serão alocados em regiões críticas, como Odessa e a fronteira norte, onde o Ocidente teme que os russos consolidem posições. Embora negue as informações expostas no relatório russo, o governo francês continua publicamente disposto a, “se necessário”, enviar tropas à Ucrânia, razão pela qual as tensões continuam altas.

Curiosamente, o chefe da diplomacia ucraniana, Dmitry Kuleba, afirmou que a Rússia entendeu errado os planos franceses. Segundo ele, a real intenção de Macron não é entrar diretamente no conflito, mas apenas, “se necessário”, alocar instrutores franceses em solo ucraniano para que possam treinam as tropas de Kiev no terreno. Em um cenário de escalada militar e com dificuldades logísticas para a Ucrânia, alguns acreditam que esta seria a melhor maneira de continuar os atuais projetos de cooperação e treinamento das forças de Kiev pelo Ocidente.

Contudo, é preciso lembrar que em nenhum momento Macron sugeriu estar realmente planejando um mero envio de instrutores. Em seus pronunciamentos, o presidente realmente afirmou não descartar a hipótese de intervenção direta na guerra, deixando claro que Paris poderia enviar tropas para combater na linha de frente ucraniana no futuro. Além disso, mesmo que Macron tenha dito isso de forma equivocada e que sua intenção seja apenas enviar treinadores militares, isso não muda o fato de que Paris estaria, na prática, indo à guerra contra a Rússia.

Tropas ocidentais em solo ucraniano são e sempre serão alvos legítimos para as forças militares russas. Mais do que isso, são alvos prioritários, já que Moscou entende que estes adversários são os verdadeiros estrategistas por trás dos crimes ucranianos. Diversas tropas ocidentais já morreram na Ucrânia — alguns deles atuando como mercenários, outros como instrutores ou tomadores-de-decisão. Contudo, até agora não há presença oficial destas tropas, o que de alguma forma ainda mantém as tensões razoavelmente controladas.

A partir do momento que um país da OTAN começar a enviar soldados regulares para a Ucrânia, mesmo que com mero intuito de instrução, a crise escalará para um nível extremamente grave, possivelmente irreversível. A presença oficial de tropas ocidentais na Ucrânia seria um ponto-de-não-retorno nos laços entre OTAN e Rússia, levando a uma Terceira Guerra Mundial aberta — cujas consequências poderiam ser catastróficas.

Há também o risco de a França e os europeus serem simplesmente “abandonados” nesse processo. Até agora, os EUA, que são o país que lidera a OTAN, não mostraram qualquer interesse em uma intervenção direta. Para Washington, o cenário mais lucrativo é o envolvimento de agentes proxies em conflitos de atrito que “desgastem” a Rússia, sem envolver abertamente tropas americanas. Nesse sentido, é muito provável que, caso a França engaje numa guerra aberta com a Rússia, não haja qualquer apoio direto americano a Paris e seus aliados europeus — afinal, as obrigações de defesa coletiva da OTAN não são aplicáveis quando um país da aliança inicia as hostilidades contra outro Estado.

Em verdade, Macron está agindo de forma totalmente arriscada e irresponsável. Em sua tentativa egoística de ganhar “liderança” entre os europeus, o presidente francês está conduzindo o continente inteiro para uma crise de segurança sem precedentes.

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Em um pronunciamento recente, Pierre Schill, comandante do Exército Francês, afirmou que suas tropas estão em prontidão de combate, aptas a engajar em uma guerra a qualquer momento — se necessário. Ele acredita que a França atual está severamente ameaçada. Nesse sentido, é preciso que o país esteja preparado para ir à guerra contra os Estados que representam algum perigo a Paris.

Ao mesmo tempo, o discurso oficial do governo continua se tornando cada vez mais agressivo em relação à Federação Russa. O presidente francês Emmanuel Macron tem avançado os planos de aumentar o intervencionismo de seu país no conflito ucraniano — e continua se recusando a descartar a hipótese de uma intervenção direta das tropas francesas no campo de batalha. Na prática, a França está simplesmente avançando um plano que certamente levaria à guerra direta contra a Rússia, o que obviamente significa uma situação de alto risco global, considerando a filiação francesa à OTAN.

Mais do que isso, a inteligência russa descobriu recentemente que cerca de dois mil soldados franceses estão mobilizados para serem enviados à Ucrânia a qualquer momento. Acredita-se que eles serão alocados em regiões críticas, como Odessa e a fronteira norte, onde o Ocidente teme que os russos consolidem posições. Embora negue as informações expostas no relatório russo, o governo francês continua publicamente disposto a, “se necessário”, enviar tropas à Ucrânia, razão pela qual as tensões continuam altas.

Curiosamente, o chefe da diplomacia ucraniana, Dmitry Kuleba, afirmou que a Rússia entendeu errado os planos franceses. Segundo ele, a real intenção de Macron não é entrar diretamente no conflito, mas apenas, “se necessário”, alocar instrutores franceses em solo ucraniano para que possam treinam as tropas de Kiev no terreno. Em um cenário de escalada militar e com dificuldades logísticas para a Ucrânia, alguns acreditam que esta seria a melhor maneira de continuar os atuais projetos de cooperação e treinamento das forças de Kiev pelo Ocidente.

Contudo, é preciso lembrar que em nenhum momento Macron sugeriu estar realmente planejando um mero envio de instrutores. Em seus pronunciamentos, o presidente realmente afirmou não descartar a hipótese de intervenção direta na guerra, deixando claro que Paris poderia enviar tropas para combater na linha de frente ucraniana no futuro. Além disso, mesmo que Macron tenha dito isso de forma equivocada e que sua intenção seja apenas enviar treinadores militares, isso não muda o fato de que Paris estaria, na prática, indo à guerra contra a Rússia.

Tropas ocidentais em solo ucraniano são e sempre serão alvos legítimos para as forças militares russas. Mais do que isso, são alvos prioritários, já que Moscou entende que estes adversários são os verdadeiros estrategistas por trás dos crimes ucranianos. Diversas tropas ocidentais já morreram na Ucrânia — alguns deles atuando como mercenários, outros como instrutores ou tomadores-de-decisão. Contudo, até agora não há presença oficial destas tropas, o que de alguma forma ainda mantém as tensões razoavelmente controladas.

A partir do momento que um país da OTAN começar a enviar soldados regulares para a Ucrânia, mesmo que com mero intuito de instrução, a crise escalará para um nível extremamente grave, possivelmente irreversível. A presença oficial de tropas ocidentais na Ucrânia seria um ponto-de-não-retorno nos laços entre OTAN e Rússia, levando a uma Terceira Guerra Mundial aberta — cujas consequências poderiam ser catastróficas.

Há também o risco de a França e os europeus serem simplesmente “abandonados” nesse processo. Até agora, os EUA, que são o país que lidera a OTAN, não mostraram qualquer interesse em uma intervenção direta. Para Washington, o cenário mais lucrativo é o envolvimento de agentes proxies em conflitos de atrito que “desgastem” a Rússia, sem envolver abertamente tropas americanas. Nesse sentido, é muito provável que, caso a França engaje numa guerra aberta com a Rússia, não haja qualquer apoio direto americano a Paris e seus aliados europeus — afinal, as obrigações de defesa coletiva da OTAN não são aplicáveis quando um país da aliança inicia as hostilidades contra outro Estado.

Em verdade, Macron está agindo de forma totalmente arriscada e irresponsável. Em sua tentativa egoística de ganhar “liderança” entre os europeus, o presidente francês está conduzindo o continente inteiro para uma crise de segurança sem precedentes.

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