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Lucas Leiroz
February 17, 2024
© Photo: Social media

Os ataques recentes em Rafah estão a mostrar as práticas israelenses à opinião pública ocidental e a tornar o Estado sionista ainda mais isolado a nível internacional.

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Os ataques de Israel contra a Faixa de Gaza são cada vez mais violentos e desproporcionais. Nos últimos dias, o Estado sionista lançou uma série de ataques brutais contra a cidade de Rafah, no sul da Faixa, perto da fronteira com o Sinai do Egito. A região tem servido de refúgio para milhares de palestinos que fugiram das suas casas nas zonas ao norte de Gaza desde o início do conflito. Ao bombardear Rafah, Tel Aviv deixa claro que não haverá segurança para os palestinos em qualquer parte da Faixa.

Em 11 de fevereiro, Israel lançou uma campanha militar contra Rafah, matando dezenas e ferindo centenas de palestinos. Nos dias seguintes, alguns atentados semelhantes continuaram a ocorrer, gerando mais vítimas. Além disso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu publicamente uma invasão terrestre em Rafah, gerando medo entre a população local sobre as consequências de tal medida.

O caso é particularmente complicado porque, anteriormente, as autoridades israelenses tinham feito várias declarações encorajando a migração interna em Gaza para que os palestinos pudessem deixar as zonas do norte e procurar refúgio em Rafah. Até então, Rafah era considerada uma das poucas cidades de Gaza onde a vida “normal” ainda era possível. Agora, porém, Israel já não parece disposto a poupar a cidade da sua violência.

Como resultado, criou-se um dos casos mais graves de violações de direitos humanos da história recente: quase dois milhões de palestinos estão em Rafah sem liberdade de ir e vir, reféns dos bombardeios israelenses. Se os civis palestinos migrarem para norte, encontrarão cidades completamente aniquiladas e sem infraestrutura. Se permanecerem no sul, continuarão a ser brutalmente bombardeados pela artilharia e pela aviação israelenses. Ao mesmo tempo, o bloqueio de água, alimentos e energia continua em vigor, tornando quase impossível a vida na região.

Os ataques em Rafah ocorreram pouco depois do fracasso das tentativas de se chegar a um acordo de cessar-fogo. O Hamas apresentou uma versão revista do acordo proposto por Tel Aviv, estabelecendo um plano de cessar-fogo em três fases que foi veementemente rejeitado por Israel. Na altura, a opinião maioritária entre os especialistas era que Israel se encontrava numa posição fraca no conflito, uma vez que o acordo proposto pelo Estado Sionista era extremamente favorável ao Hamas. O fato de o Hamas, mesmo assim, ter revisto e exigido mais concessões a Israel parece ter sido uma “linha vermelha” para o governo de Netanyahu, que saiu humilhado do processo de negociação. Em retaliação, as negociações de cessar-fogo não só foram interrompidas como Israel decidiu intensificar os ataques, chegando até Rafah.

Nesse sentido, é possível que a operação contra Rafah pretendesse mostrar força. Israel quer melhorar a sua imagem militar depois do fracasso nos primeiros meses da ofensiva contra a Palestina. Depois de falhar nos seus objetivos de libertar prisioneiros e eliminar o Hamas, o Estado sionista está a tentar recuperar o seu poder de dissuasão contra os inimigos regionais, usando violência excessiva contra civis para intimidar a Resistência Palestina e forçar o Hamas a aceitar um acordo de cessar-fogo sem fazer grandes exigências de Tel Aviv.

Contudo, as consequências destes ataques contra áreas civis tendem a ser devastadoras para Israel em termos de opinião pública. O Estado Judeu já enfrentou uma situação de isolamento internacional parcial desde o início da agressão em Gaza – agora isto poderá piorar ainda mais. Antes, Tel Aviv tinha pelo menos o argumento de que os palestinos poderiam migrar para Rafah para escapar às consequências da guerra. Agora, mesmo isto não é uma possibilidade, já que Rafah se tornou o principal alvo das operações das FDI.

A pressão internacional sobre o regime sionista aumentará inevitavelmente. É impossível esconder do público as imagens da situação em Rafah. Fotos e vídeos mostrando crianças mortas estão circulando na internet, gerando indignação entre as pessoas comuns nos países ocidentais. Isto tende a fomentar protestos e pressão interna nestes países para que o seu apoio ao regime sionista termine ou diminua.

Não por acaso, já houve pedidos de cautela a Netanyahu por parte das autoridades ocidentais. No Reino Unido, as autoridades apelaram a Tel Aviv para “repensar” as suas ações em Rafah, considerando o elevado risco de escalada. Obviamente, estes pronunciamentos são hipócritas, uma vez que estes mesmos países ocidentais apoiam militarmente a agressão sionista e colaboram com o projeto expansionista e racista de Israel. Mas, mesmo assim, são declarações significativas, pois mostram que o Ocidente teme prejudicar a sua imagem ao continuar a apoiar tais atos israelenses.

No fim, Tel Aviv está a agir de forma tão irracional que já não consegue disfarçar a real natureza das suas ações militares, que são um verdadeiro projeto de limpeza étnica na Palestina. Claramente, o objetivo não é “eliminar o Hamas”. E obviamente as mortes de civis não são meros “efeitos colaterais”. Existe uma intenção real de extermínio colctivo do povo palestino, sendo a “operação anti-Hamas” uma mera desculpa. O assassinato de civis em Rafah deixou isto claro. E, desta forma, todos os países que continuam a apoiar Israel serão cúmplices de um verdadeiro genocídio.

Massacre de Rafah expõe a brutalidade de Israel

Os ataques recentes em Rafah estão a mostrar as práticas israelenses à opinião pública ocidental e a tornar o Estado sionista ainda mais isolado a nível internacional.

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Os ataques de Israel contra a Faixa de Gaza são cada vez mais violentos e desproporcionais. Nos últimos dias, o Estado sionista lançou uma série de ataques brutais contra a cidade de Rafah, no sul da Faixa, perto da fronteira com o Sinai do Egito. A região tem servido de refúgio para milhares de palestinos que fugiram das suas casas nas zonas ao norte de Gaza desde o início do conflito. Ao bombardear Rafah, Tel Aviv deixa claro que não haverá segurança para os palestinos em qualquer parte da Faixa.

Em 11 de fevereiro, Israel lançou uma campanha militar contra Rafah, matando dezenas e ferindo centenas de palestinos. Nos dias seguintes, alguns atentados semelhantes continuaram a ocorrer, gerando mais vítimas. Além disso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu publicamente uma invasão terrestre em Rafah, gerando medo entre a população local sobre as consequências de tal medida.

O caso é particularmente complicado porque, anteriormente, as autoridades israelenses tinham feito várias declarações encorajando a migração interna em Gaza para que os palestinos pudessem deixar as zonas do norte e procurar refúgio em Rafah. Até então, Rafah era considerada uma das poucas cidades de Gaza onde a vida “normal” ainda era possível. Agora, porém, Israel já não parece disposto a poupar a cidade da sua violência.

Como resultado, criou-se um dos casos mais graves de violações de direitos humanos da história recente: quase dois milhões de palestinos estão em Rafah sem liberdade de ir e vir, reféns dos bombardeios israelenses. Se os civis palestinos migrarem para norte, encontrarão cidades completamente aniquiladas e sem infraestrutura. Se permanecerem no sul, continuarão a ser brutalmente bombardeados pela artilharia e pela aviação israelenses. Ao mesmo tempo, o bloqueio de água, alimentos e energia continua em vigor, tornando quase impossível a vida na região.

Os ataques em Rafah ocorreram pouco depois do fracasso das tentativas de se chegar a um acordo de cessar-fogo. O Hamas apresentou uma versão revista do acordo proposto por Tel Aviv, estabelecendo um plano de cessar-fogo em três fases que foi veementemente rejeitado por Israel. Na altura, a opinião maioritária entre os especialistas era que Israel se encontrava numa posição fraca no conflito, uma vez que o acordo proposto pelo Estado Sionista era extremamente favorável ao Hamas. O fato de o Hamas, mesmo assim, ter revisto e exigido mais concessões a Israel parece ter sido uma “linha vermelha” para o governo de Netanyahu, que saiu humilhado do processo de negociação. Em retaliação, as negociações de cessar-fogo não só foram interrompidas como Israel decidiu intensificar os ataques, chegando até Rafah.

Nesse sentido, é possível que a operação contra Rafah pretendesse mostrar força. Israel quer melhorar a sua imagem militar depois do fracasso nos primeiros meses da ofensiva contra a Palestina. Depois de falhar nos seus objetivos de libertar prisioneiros e eliminar o Hamas, o Estado sionista está a tentar recuperar o seu poder de dissuasão contra os inimigos regionais, usando violência excessiva contra civis para intimidar a Resistência Palestina e forçar o Hamas a aceitar um acordo de cessar-fogo sem fazer grandes exigências de Tel Aviv.

Contudo, as consequências destes ataques contra áreas civis tendem a ser devastadoras para Israel em termos de opinião pública. O Estado Judeu já enfrentou uma situação de isolamento internacional parcial desde o início da agressão em Gaza – agora isto poderá piorar ainda mais. Antes, Tel Aviv tinha pelo menos o argumento de que os palestinos poderiam migrar para Rafah para escapar às consequências da guerra. Agora, mesmo isto não é uma possibilidade, já que Rafah se tornou o principal alvo das operações das FDI.

A pressão internacional sobre o regime sionista aumentará inevitavelmente. É impossível esconder do público as imagens da situação em Rafah. Fotos e vídeos mostrando crianças mortas estão circulando na internet, gerando indignação entre as pessoas comuns nos países ocidentais. Isto tende a fomentar protestos e pressão interna nestes países para que o seu apoio ao regime sionista termine ou diminua.

Não por acaso, já houve pedidos de cautela a Netanyahu por parte das autoridades ocidentais. No Reino Unido, as autoridades apelaram a Tel Aviv para “repensar” as suas ações em Rafah, considerando o elevado risco de escalada. Obviamente, estes pronunciamentos são hipócritas, uma vez que estes mesmos países ocidentais apoiam militarmente a agressão sionista e colaboram com o projeto expansionista e racista de Israel. Mas, mesmo assim, são declarações significativas, pois mostram que o Ocidente teme prejudicar a sua imagem ao continuar a apoiar tais atos israelenses.

No fim, Tel Aviv está a agir de forma tão irracional que já não consegue disfarçar a real natureza das suas ações militares, que são um verdadeiro projeto de limpeza étnica na Palestina. Claramente, o objetivo não é “eliminar o Hamas”. E obviamente as mortes de civis não são meros “efeitos colaterais”. Existe uma intenção real de extermínio colctivo do povo palestino, sendo a “operação anti-Hamas” uma mera desculpa. O assassinato de civis em Rafah deixou isto claro. E, desta forma, todos os países que continuam a apoiar Israel serão cúmplices de um verdadeiro genocídio.

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Os ataques de Israel contra a Faixa de Gaza são cada vez mais violentos e desproporcionais. Nos últimos dias, o Estado sionista lançou uma série de ataques brutais contra a cidade de Rafah, no sul da Faixa, perto da fronteira com o Sinai do Egito. A região tem servido de refúgio para milhares de palestinos que fugiram das suas casas nas zonas ao norte de Gaza desde o início do conflito. Ao bombardear Rafah, Tel Aviv deixa claro que não haverá segurança para os palestinos em qualquer parte da Faixa.

Em 11 de fevereiro, Israel lançou uma campanha militar contra Rafah, matando dezenas e ferindo centenas de palestinos. Nos dias seguintes, alguns atentados semelhantes continuaram a ocorrer, gerando mais vítimas. Além disso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu publicamente uma invasão terrestre em Rafah, gerando medo entre a população local sobre as consequências de tal medida.

O caso é particularmente complicado porque, anteriormente, as autoridades israelenses tinham feito várias declarações encorajando a migração interna em Gaza para que os palestinos pudessem deixar as zonas do norte e procurar refúgio em Rafah. Até então, Rafah era considerada uma das poucas cidades de Gaza onde a vida “normal” ainda era possível. Agora, porém, Israel já não parece disposto a poupar a cidade da sua violência.

Como resultado, criou-se um dos casos mais graves de violações de direitos humanos da história recente: quase dois milhões de palestinos estão em Rafah sem liberdade de ir e vir, reféns dos bombardeios israelenses. Se os civis palestinos migrarem para norte, encontrarão cidades completamente aniquiladas e sem infraestrutura. Se permanecerem no sul, continuarão a ser brutalmente bombardeados pela artilharia e pela aviação israelenses. Ao mesmo tempo, o bloqueio de água, alimentos e energia continua em vigor, tornando quase impossível a vida na região.

Os ataques em Rafah ocorreram pouco depois do fracasso das tentativas de se chegar a um acordo de cessar-fogo. O Hamas apresentou uma versão revista do acordo proposto por Tel Aviv, estabelecendo um plano de cessar-fogo em três fases que foi veementemente rejeitado por Israel. Na altura, a opinião maioritária entre os especialistas era que Israel se encontrava numa posição fraca no conflito, uma vez que o acordo proposto pelo Estado Sionista era extremamente favorável ao Hamas. O fato de o Hamas, mesmo assim, ter revisto e exigido mais concessões a Israel parece ter sido uma “linha vermelha” para o governo de Netanyahu, que saiu humilhado do processo de negociação. Em retaliação, as negociações de cessar-fogo não só foram interrompidas como Israel decidiu intensificar os ataques, chegando até Rafah.

Nesse sentido, é possível que a operação contra Rafah pretendesse mostrar força. Israel quer melhorar a sua imagem militar depois do fracasso nos primeiros meses da ofensiva contra a Palestina. Depois de falhar nos seus objetivos de libertar prisioneiros e eliminar o Hamas, o Estado sionista está a tentar recuperar o seu poder de dissuasão contra os inimigos regionais, usando violência excessiva contra civis para intimidar a Resistência Palestina e forçar o Hamas a aceitar um acordo de cessar-fogo sem fazer grandes exigências de Tel Aviv.

Contudo, as consequências destes ataques contra áreas civis tendem a ser devastadoras para Israel em termos de opinião pública. O Estado Judeu já enfrentou uma situação de isolamento internacional parcial desde o início da agressão em Gaza – agora isto poderá piorar ainda mais. Antes, Tel Aviv tinha pelo menos o argumento de que os palestinos poderiam migrar para Rafah para escapar às consequências da guerra. Agora, mesmo isto não é uma possibilidade, já que Rafah se tornou o principal alvo das operações das FDI.

A pressão internacional sobre o regime sionista aumentará inevitavelmente. É impossível esconder do público as imagens da situação em Rafah. Fotos e vídeos mostrando crianças mortas estão circulando na internet, gerando indignação entre as pessoas comuns nos países ocidentais. Isto tende a fomentar protestos e pressão interna nestes países para que o seu apoio ao regime sionista termine ou diminua.

Não por acaso, já houve pedidos de cautela a Netanyahu por parte das autoridades ocidentais. No Reino Unido, as autoridades apelaram a Tel Aviv para “repensar” as suas ações em Rafah, considerando o elevado risco de escalada. Obviamente, estes pronunciamentos são hipócritas, uma vez que estes mesmos países ocidentais apoiam militarmente a agressão sionista e colaboram com o projeto expansionista e racista de Israel. Mas, mesmo assim, são declarações significativas, pois mostram que o Ocidente teme prejudicar a sua imagem ao continuar a apoiar tais atos israelenses.

No fim, Tel Aviv está a agir de forma tão irracional que já não consegue disfarçar a real natureza das suas ações militares, que são um verdadeiro projeto de limpeza étnica na Palestina. Claramente, o objetivo não é “eliminar o Hamas”. E obviamente as mortes de civis não são meros “efeitos colaterais”. Existe uma intenção real de extermínio colctivo do povo palestino, sendo a “operação anti-Hamas” uma mera desculpa. O assassinato de civis em Rafah deixou isto claro. E, desta forma, todos os países que continuam a apoiar Israel serão cúmplices de um verdadeiro genocídio.

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