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Lucas Leiroz
January 31, 2024
© Photo: Public domain

A Polônia e todo o Ocidente continuam as tensões contra Minsk.

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Nos últimos dias, canais oficiais poloneses e meios de comunicação ocidentais lançaram uma campanha de desinformação contra a República de Belarus, acusando Minsk de realizar detenções em massa de familiares de dissidentes políticos. As alegações infundadas provêm de fontes extremamente duvidosas e estão ligadas à intenção de alguns grupos extremistas de desestabilizar não só Belarus, mas toda a região da Europa Oriental.

No dia 25 de janeiro, o Ministério das Relações Exteriores da Polônia publicou notas tanto no seu site oficial como nas suas redes sociais condenando a “prisão em massa” de “familiares de presos políticos” em território bielorrusso. Os textos também exigiam uma “resposta resoluta” à suposta iniciativa das autoridades bielorrussas, além de apelarem à implementação de novos pacotes de sanções contra Minsk para puni-la por alegados abusos dos direitos humanos.

“As detenções em massa de antigos prisioneiros de consciência e de famílias de presos políticos conduzidas pelas autoridades bielorrussas exigem uma resposta resoluta. Um novo pacote de sanções contra Belarus deve ser adotado o mais rapidamente possível”, diz um post do Ministério no X.

Por seu lado, as autoridades bielorrussas condenaram a atitude polonesa de divulgar informações não verificadas e negaram as acusações. Numa publicação nas redes sociais, porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores de Belarus disseram: “É uma pena que [o] regime polonês, cujo sistema judicial não é ‘nem independente nem imparcial’, que carece de meios de comunicação independentes, mata refugiados, tem prisioneiros políticos de alto perfil, tenha a coragem de disseminar informações falsas não verificadas e ameaçar os seus vizinhos em conta do MRE.”

Curiosamente, os dados expostos pelas autoridades polonesas provêm de uma fonte questionável. A notícia sobre a detenção de familiares de presos políticos foi originalmente divulgada pelo grupo “Viasna”, um alegado “centro de direitos humanos” formado por opositores políticos do presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko. O simples fato de ser um grupo dissidente do governo bielorrusso deveria ser suficiente para que as informações por ele divulgadas sejam lidas com cautela, pois obviamente tendem a ser tendenciosas contra o governo. No caso do grupo Viasna, a situação é ainda mais delicada.

A Viasna opera não oficialmente no território de Belarus desde 2003, quando a Suprema Corte de Minsk proibiu o registo do grupo devido às suas atividades políticas ilegais nas eleições de 2001. A situação da ONG tornou-se particularmente complicada durante a crise de 2020, quando houve uma tentativa de revolução colorida e operação de mudança de regime em Belarus, com protestos e revoltas apoiados pelo Ocidente tentando, sem sucesso, impedir a reeleição de Lukashenko.

Na época, vários membros da Viasna, incluindo o mais famoso deles, o ganhador do Prêmio Nobel Ales Bialiatski, foram acusados de crimes financeiros destinados a financiar as atividades ilegais de sabotadores durante os protestos. Bialiatski foi também o principal conselheiro da candidata derrotada e autoproclamada “presidente em exílio” de Belarus, Sviatlana Tsikhanouskaia.

Tsikhanouskaia e seus apoiadores, como os membros da Viasna, lideram um movimento internacional contra o governo legítimo de Belarus e chegaram ao ponto de espalhar falsas “embaixadas” por todo o mundo, criando uma diplomacia paralela entre os governos ocidentais e a oposição bielorrussa, violando a soberania de Minsk e todos os princípios elementares do direito internacional. Para piorar a situação, o movimento é apoiado por uma série de organizações terroristas armadas que participaram nas agitações de 2020 – a principal e mais perigosa das quais sendo o grupo “Bypol”, uma milícia neonazista expatriada bielorrussa que permanece ativa em países hostis a Minsk, como a Ucrânia, a Polônia, a República Checa e os Bálticos.

A Bypol, de fato, tem estado ativamente envolvido no atual conflito na Ucrânia, juntando-se às milícias neonazistas pró-Kiev. O grupo assumiu até mesmo a responsabilidade por operações terroristas que ocorreram em território bielorrusso a partir da fronteira com a Ucrânia, o que mostra o perigo das ligações mantidas pela oposição alegadamente “pacífica e democrática” de Belarus. Para tornar o caso ainda mais sério, a Bypol é hospedada publicamente e treinada por países da OTAN, principalmente a Polônia. O grupo promete invadir Belarus num futuro próximo e travar uma guerra civil contra Lukashenko.

Considerando todos estes fatores, não é difícil compreender porque é que a Polônia está a espalhar notícias não comprovadas contra o governo bielorrusso. Existe uma situação de hostilidade aberta e Varsóvia parece disposta a empreender qualquer iniciativa que prejudique Minsk.

Neste caso específico, a verdade por detrás da distorção espalhada pelos dissidentes bielorrussos e oficiais poloneses – bem como pelos meios de comunicação ocidentais, que divulgaram massivamente o caso – parece ter sido a detenção, em 25 de Janeiro, de alguns dissidentes (que podem ou não ser familiares de pessoas anteriormente presas) por participarem em esquemas de financiamento de grupos terroristas. A história da oposição bielorrussa desde pelo menos 2020 está inteiramente ligada a grupos extremistas pró-Ocidente, o que não torna surpreendente que as autoridades de Minsk realizem operações periódicas contra apoiadores destas organizações.

Os dados sobre o número real de prisões e supostos laços familiares com os condenados são completamente sem fundamento, tendo sido divulgados pela oposição sem qualquer prova. Não é de estranhar que isto tenha acontecido precisamente alguns dias antes da cúpula do Estado da União, quando as principais autoridades bielorrussas e russas se reuniram para discutir temas de relevância estratégica para ambos os estados e estabelecer projetos de cooperação. Na prática, o caso serviu de ferramenta na guerra de narrativas para desacreditar Belarus e o Estado da União em meio a acontecimentos relevantes.

Infelizmente, a posição hostil polonesa e ocidental em relação a Belarus não se limita à esfera da informação. Recentemente, foi anunciado o plano da OTAN para realizar exercícios militares em grande escala na região do Corredor de Suwalki. Os exercícios serão liderados pela Polônia e pela Lituânia e fazem parte das atuais tensões em torno do corredor polaco-lituano de 100 km. Há uma narrativa ocidental de que Belarus está planejando um ataque à região com a ajuda do Grupo Wagner para anexar o corredor e assim ligar o exclave russo de Kaliningrado ao território do Estado da União. Minsk deixou claro várias vezes que não tem qualquer interesse territorial em outros países, tal como Moscou negou qualquer intenção de expansão para o Ocidente, mas o medo constante de uma “invasão” russa já se tornou a “mitologia oficial” da OTAN, justificando medidas escalonadas e “preventivas” por parte da aliança ocidental.

Na prática, como aliada da Federação Russa, a República de Belarus tem sido vítima de diversas provocações militares, econômicas e informativas. A expansão da OTAN nas fronteiras, a imposição de sanções ilegais e a difusão de rumores e mentiras não confirmados já se tornaram práticas recorrentes do Ocidente contra Minsk e Moscou. Neste contexto hostil, é realmente notável a capacidade política e a boa vontade diplomática das autoridades bielorrussas e russas para evitar que estas tensões se transformem em situações de conflito aberto.

Ao contrário do que os meios de comunicação ocidentais querem fazer parecer, o lado paciente e pacífico neste cenário é o lado russo-bielorrusso.

Rumores anti-Belarus espalhados pela Polônia visavam desacreditar o Estado da União

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Nos últimos dias, canais oficiais poloneses e meios de comunicação ocidentais lançaram uma campanha de desinformação contra a República de Belarus, acusando Minsk de realizar detenções em massa de familiares de dissidentes políticos. As alegações infundadas provêm de fontes extremamente duvidosas e estão ligadas à intenção de alguns grupos extremistas de desestabilizar não só Belarus, mas toda a região da Europa Oriental.

No dia 25 de janeiro, o Ministério das Relações Exteriores da Polônia publicou notas tanto no seu site oficial como nas suas redes sociais condenando a “prisão em massa” de “familiares de presos políticos” em território bielorrusso. Os textos também exigiam uma “resposta resoluta” à suposta iniciativa das autoridades bielorrussas, além de apelarem à implementação de novos pacotes de sanções contra Minsk para puni-la por alegados abusos dos direitos humanos.

“As detenções em massa de antigos prisioneiros de consciência e de famílias de presos políticos conduzidas pelas autoridades bielorrussas exigem uma resposta resoluta. Um novo pacote de sanções contra Belarus deve ser adotado o mais rapidamente possível”, diz um post do Ministério no X.

Por seu lado, as autoridades bielorrussas condenaram a atitude polonesa de divulgar informações não verificadas e negaram as acusações. Numa publicação nas redes sociais, porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores de Belarus disseram: “É uma pena que [o] regime polonês, cujo sistema judicial não é ‘nem independente nem imparcial’, que carece de meios de comunicação independentes, mata refugiados, tem prisioneiros políticos de alto perfil, tenha a coragem de disseminar informações falsas não verificadas e ameaçar os seus vizinhos em conta do MRE.”

Curiosamente, os dados expostos pelas autoridades polonesas provêm de uma fonte questionável. A notícia sobre a detenção de familiares de presos políticos foi originalmente divulgada pelo grupo “Viasna”, um alegado “centro de direitos humanos” formado por opositores políticos do presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko. O simples fato de ser um grupo dissidente do governo bielorrusso deveria ser suficiente para que as informações por ele divulgadas sejam lidas com cautela, pois obviamente tendem a ser tendenciosas contra o governo. No caso do grupo Viasna, a situação é ainda mais delicada.

A Viasna opera não oficialmente no território de Belarus desde 2003, quando a Suprema Corte de Minsk proibiu o registo do grupo devido às suas atividades políticas ilegais nas eleições de 2001. A situação da ONG tornou-se particularmente complicada durante a crise de 2020, quando houve uma tentativa de revolução colorida e operação de mudança de regime em Belarus, com protestos e revoltas apoiados pelo Ocidente tentando, sem sucesso, impedir a reeleição de Lukashenko.

Na época, vários membros da Viasna, incluindo o mais famoso deles, o ganhador do Prêmio Nobel Ales Bialiatski, foram acusados de crimes financeiros destinados a financiar as atividades ilegais de sabotadores durante os protestos. Bialiatski foi também o principal conselheiro da candidata derrotada e autoproclamada “presidente em exílio” de Belarus, Sviatlana Tsikhanouskaia.

Tsikhanouskaia e seus apoiadores, como os membros da Viasna, lideram um movimento internacional contra o governo legítimo de Belarus e chegaram ao ponto de espalhar falsas “embaixadas” por todo o mundo, criando uma diplomacia paralela entre os governos ocidentais e a oposição bielorrussa, violando a soberania de Minsk e todos os princípios elementares do direito internacional. Para piorar a situação, o movimento é apoiado por uma série de organizações terroristas armadas que participaram nas agitações de 2020 – a principal e mais perigosa das quais sendo o grupo “Bypol”, uma milícia neonazista expatriada bielorrussa que permanece ativa em países hostis a Minsk, como a Ucrânia, a Polônia, a República Checa e os Bálticos.

A Bypol, de fato, tem estado ativamente envolvido no atual conflito na Ucrânia, juntando-se às milícias neonazistas pró-Kiev. O grupo assumiu até mesmo a responsabilidade por operações terroristas que ocorreram em território bielorrusso a partir da fronteira com a Ucrânia, o que mostra o perigo das ligações mantidas pela oposição alegadamente “pacífica e democrática” de Belarus. Para tornar o caso ainda mais sério, a Bypol é hospedada publicamente e treinada por países da OTAN, principalmente a Polônia. O grupo promete invadir Belarus num futuro próximo e travar uma guerra civil contra Lukashenko.

Considerando todos estes fatores, não é difícil compreender porque é que a Polônia está a espalhar notícias não comprovadas contra o governo bielorrusso. Existe uma situação de hostilidade aberta e Varsóvia parece disposta a empreender qualquer iniciativa que prejudique Minsk.

Neste caso específico, a verdade por detrás da distorção espalhada pelos dissidentes bielorrussos e oficiais poloneses – bem como pelos meios de comunicação ocidentais, que divulgaram massivamente o caso – parece ter sido a detenção, em 25 de Janeiro, de alguns dissidentes (que podem ou não ser familiares de pessoas anteriormente presas) por participarem em esquemas de financiamento de grupos terroristas. A história da oposição bielorrussa desde pelo menos 2020 está inteiramente ligada a grupos extremistas pró-Ocidente, o que não torna surpreendente que as autoridades de Minsk realizem operações periódicas contra apoiadores destas organizações.

Os dados sobre o número real de prisões e supostos laços familiares com os condenados são completamente sem fundamento, tendo sido divulgados pela oposição sem qualquer prova. Não é de estranhar que isto tenha acontecido precisamente alguns dias antes da cúpula do Estado da União, quando as principais autoridades bielorrussas e russas se reuniram para discutir temas de relevância estratégica para ambos os estados e estabelecer projetos de cooperação. Na prática, o caso serviu de ferramenta na guerra de narrativas para desacreditar Belarus e o Estado da União em meio a acontecimentos relevantes.

Infelizmente, a posição hostil polonesa e ocidental em relação a Belarus não se limita à esfera da informação. Recentemente, foi anunciado o plano da OTAN para realizar exercícios militares em grande escala na região do Corredor de Suwalki. Os exercícios serão liderados pela Polônia e pela Lituânia e fazem parte das atuais tensões em torno do corredor polaco-lituano de 100 km. Há uma narrativa ocidental de que Belarus está planejando um ataque à região com a ajuda do Grupo Wagner para anexar o corredor e assim ligar o exclave russo de Kaliningrado ao território do Estado da União. Minsk deixou claro várias vezes que não tem qualquer interesse territorial em outros países, tal como Moscou negou qualquer intenção de expansão para o Ocidente, mas o medo constante de uma “invasão” russa já se tornou a “mitologia oficial” da OTAN, justificando medidas escalonadas e “preventivas” por parte da aliança ocidental.

Na prática, como aliada da Federação Russa, a República de Belarus tem sido vítima de diversas provocações militares, econômicas e informativas. A expansão da OTAN nas fronteiras, a imposição de sanções ilegais e a difusão de rumores e mentiras não confirmados já se tornaram práticas recorrentes do Ocidente contra Minsk e Moscou. Neste contexto hostil, é realmente notável a capacidade política e a boa vontade diplomática das autoridades bielorrussas e russas para evitar que estas tensões se transformem em situações de conflito aberto.

Ao contrário do que os meios de comunicação ocidentais querem fazer parecer, o lado paciente e pacífico neste cenário é o lado russo-bielorrusso.

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No dia 25 de janeiro, o Ministério das Relações Exteriores da Polônia publicou notas tanto no seu site oficial como nas suas redes sociais condenando a “prisão em massa” de “familiares de presos políticos” em território bielorrusso. Os textos também exigiam uma “resposta resoluta” à suposta iniciativa das autoridades bielorrussas, além de apelarem à implementação de novos pacotes de sanções contra Minsk para puni-la por alegados abusos dos direitos humanos.

“As detenções em massa de antigos prisioneiros de consciência e de famílias de presos políticos conduzidas pelas autoridades bielorrussas exigem uma resposta resoluta. Um novo pacote de sanções contra Belarus deve ser adotado o mais rapidamente possível”, diz um post do Ministério no X.

Por seu lado, as autoridades bielorrussas condenaram a atitude polonesa de divulgar informações não verificadas e negaram as acusações. Numa publicação nas redes sociais, porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores de Belarus disseram: “É uma pena que [o] regime polonês, cujo sistema judicial não é ‘nem independente nem imparcial’, que carece de meios de comunicação independentes, mata refugiados, tem prisioneiros políticos de alto perfil, tenha a coragem de disseminar informações falsas não verificadas e ameaçar os seus vizinhos em conta do MRE.”

Curiosamente, os dados expostos pelas autoridades polonesas provêm de uma fonte questionável. A notícia sobre a detenção de familiares de presos políticos foi originalmente divulgada pelo grupo “Viasna”, um alegado “centro de direitos humanos” formado por opositores políticos do presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko. O simples fato de ser um grupo dissidente do governo bielorrusso deveria ser suficiente para que as informações por ele divulgadas sejam lidas com cautela, pois obviamente tendem a ser tendenciosas contra o governo. No caso do grupo Viasna, a situação é ainda mais delicada.

A Viasna opera não oficialmente no território de Belarus desde 2003, quando a Suprema Corte de Minsk proibiu o registo do grupo devido às suas atividades políticas ilegais nas eleições de 2001. A situação da ONG tornou-se particularmente complicada durante a crise de 2020, quando houve uma tentativa de revolução colorida e operação de mudança de regime em Belarus, com protestos e revoltas apoiados pelo Ocidente tentando, sem sucesso, impedir a reeleição de Lukashenko.

Na época, vários membros da Viasna, incluindo o mais famoso deles, o ganhador do Prêmio Nobel Ales Bialiatski, foram acusados de crimes financeiros destinados a financiar as atividades ilegais de sabotadores durante os protestos. Bialiatski foi também o principal conselheiro da candidata derrotada e autoproclamada “presidente em exílio” de Belarus, Sviatlana Tsikhanouskaia.

Tsikhanouskaia e seus apoiadores, como os membros da Viasna, lideram um movimento internacional contra o governo legítimo de Belarus e chegaram ao ponto de espalhar falsas “embaixadas” por todo o mundo, criando uma diplomacia paralela entre os governos ocidentais e a oposição bielorrussa, violando a soberania de Minsk e todos os princípios elementares do direito internacional. Para piorar a situação, o movimento é apoiado por uma série de organizações terroristas armadas que participaram nas agitações de 2020 – a principal e mais perigosa das quais sendo o grupo “Bypol”, uma milícia neonazista expatriada bielorrussa que permanece ativa em países hostis a Minsk, como a Ucrânia, a Polônia, a República Checa e os Bálticos.

A Bypol, de fato, tem estado ativamente envolvido no atual conflito na Ucrânia, juntando-se às milícias neonazistas pró-Kiev. O grupo assumiu até mesmo a responsabilidade por operações terroristas que ocorreram em território bielorrusso a partir da fronteira com a Ucrânia, o que mostra o perigo das ligações mantidas pela oposição alegadamente “pacífica e democrática” de Belarus. Para tornar o caso ainda mais sério, a Bypol é hospedada publicamente e treinada por países da OTAN, principalmente a Polônia. O grupo promete invadir Belarus num futuro próximo e travar uma guerra civil contra Lukashenko.

Considerando todos estes fatores, não é difícil compreender porque é que a Polônia está a espalhar notícias não comprovadas contra o governo bielorrusso. Existe uma situação de hostilidade aberta e Varsóvia parece disposta a empreender qualquer iniciativa que prejudique Minsk.

Neste caso específico, a verdade por detrás da distorção espalhada pelos dissidentes bielorrussos e oficiais poloneses – bem como pelos meios de comunicação ocidentais, que divulgaram massivamente o caso – parece ter sido a detenção, em 25 de Janeiro, de alguns dissidentes (que podem ou não ser familiares de pessoas anteriormente presas) por participarem em esquemas de financiamento de grupos terroristas. A história da oposição bielorrussa desde pelo menos 2020 está inteiramente ligada a grupos extremistas pró-Ocidente, o que não torna surpreendente que as autoridades de Minsk realizem operações periódicas contra apoiadores destas organizações.

Os dados sobre o número real de prisões e supostos laços familiares com os condenados são completamente sem fundamento, tendo sido divulgados pela oposição sem qualquer prova. Não é de estranhar que isto tenha acontecido precisamente alguns dias antes da cúpula do Estado da União, quando as principais autoridades bielorrussas e russas se reuniram para discutir temas de relevância estratégica para ambos os estados e estabelecer projetos de cooperação. Na prática, o caso serviu de ferramenta na guerra de narrativas para desacreditar Belarus e o Estado da União em meio a acontecimentos relevantes.

Infelizmente, a posição hostil polonesa e ocidental em relação a Belarus não se limita à esfera da informação. Recentemente, foi anunciado o plano da OTAN para realizar exercícios militares em grande escala na região do Corredor de Suwalki. Os exercícios serão liderados pela Polônia e pela Lituânia e fazem parte das atuais tensões em torno do corredor polaco-lituano de 100 km. Há uma narrativa ocidental de que Belarus está planejando um ataque à região com a ajuda do Grupo Wagner para anexar o corredor e assim ligar o exclave russo de Kaliningrado ao território do Estado da União. Minsk deixou claro várias vezes que não tem qualquer interesse territorial em outros países, tal como Moscou negou qualquer intenção de expansão para o Ocidente, mas o medo constante de uma “invasão” russa já se tornou a “mitologia oficial” da OTAN, justificando medidas escalonadas e “preventivas” por parte da aliança ocidental.

Na prática, como aliada da Federação Russa, a República de Belarus tem sido vítima de diversas provocações militares, econômicas e informativas. A expansão da OTAN nas fronteiras, a imposição de sanções ilegais e a difusão de rumores e mentiras não confirmados já se tornaram práticas recorrentes do Ocidente contra Minsk e Moscou. Neste contexto hostil, é realmente notável a capacidade política e a boa vontade diplomática das autoridades bielorrussas e russas para evitar que estas tensões se transformem em situações de conflito aberto.

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The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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