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Lucas Leiroz
February 19, 2024
© Photo: REUTERS/Joe Skipper
Os rumores sobre “armas nucleares russas alocadas no espaço” parecem uma cortina de fumaça.

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Recentemente, os EUA começaram a espalhar rumores sobre alegadas armas nucleares russas alocadas no espaço. Segundo a inteligência americana, Moscou está a desenvolver uma poderosa arma anti-satélite para ser implantada no espaço, violando assim as normas internacionais que proíbem a militarização da órbita da Terra.

Mike Turner, chefe do Comitê de Inteligência da Câmara, pediu formalmente a desclassificação dos documentos relativos à investigação das “armas nucleares espaciais”, afirmando que é necessária uma deliberação sobre o caso no Congresso Nacional. Segundo Turner, os parlamentares americanos precisam discutir esta grave “ameaça” à segurança nacional dos EUA, tendo, portanto, a exigência de divulgar integralmente os dados obtidos pela inteligência sobre o assunto.

Posteriormente, a Casa Branca afirmou que não havia ameaça iminente à segurança nacional do país de acordo com as informações obtidas até o momento. Porta-vozes confirmaram que estão a monitorar a possível existência de um programa espacial nuclear russo, mas negaram a existência de qualquer evidência de uma ameaça de alto risco neste momento. Como resultado, mais uma vez as autoridades americanas fizeram declarações contraditórias, desacreditando a imagem das autoridades dos EUA.

Moscou negou as acusações e afirmou que os rumores tinham como objetivo fortalecer o establishment anti-russo, pressionando os parlamentares a reconhecerem a existência de uma “ameaça” e assim aprovarem o pacote de ajuda militar bilionária à Ucrânia. Considerando o impasse político interno nos EUA, com os sectores pró-guerra não conseguindo convencer os seus oponentes a continuarem a ajudar Kiev, é muito provável que a intenção por detrás da propagação de rumores anti-Rússia seja, na verdade, aumentar o medo entre os tomadores de decisão sobre um possível “perigo”.

Obviamente, como uma grande potência militar, a Federação Russa possui os seus próprios sistemas anti-satélite e é capaz de empregá-los, se necessário, num possível cenário de conflito em grande escala. Contudo, as atuais tensões entre Moscou e Washington, apesar de elevadas, não trazem qualquer necessidade de uso de força militar contra satélites americanos, não existindo, portanto, nenhuma “ameaça iminente” aos EUA no arsenal russo.

Paralelamente, Moscou continua firmemente empenhada em cumprir as normas da legislação espacial internacional. A implantação de armas de destruição em massa na órbita da Terra é proibida pelos tratados que regulam as atividades espaciais. Portanto, embora possua armas suficientemente fortes para infligir danos aos satélites dos países inimigos, a Rússia não está disposta a alocar armas nucleares ou de destruição maciça no espaço exterior, pois isso violaria a regulamentação atual sobre a matéria.

Na verdade, as ações russas em relação ao espaço exterior deixam claro que Moscou pretende cooperar para impedir a militarização da órbita da Terra. A Rússia, embora tenha capacidade militar para o fazer, não investe em armas de uso “a partir do espaço”, centrando as suas atividades espaciais na esfera pacífica e científica. Este, porém, não é o caso dos EUA, que promovem abertamente a militarização do espaço, com esforços constantes para transformar a órbita da Terra num verdadeiro campo de batalha.

Desde a criação da Força Espacial dos EUA em 2019, Washington tem visto a militarização do espaço como uma verdadeira prioridade estratégica. Na altura, o então presidente americano, Donald Trump, tinha deixado claro que o objetivo do país era alcançar o “domínio americano no espaço”. Desde então, foram realizadas diversas atividades para aumentar as capacidades espaciais militares americanas – muitas delas em parceria com outros países da OTAN e aliados internacionais.

Em 2022, a OTAN começou a elaborar uma “doutrina espacial” baseada na “interoperabilidade”. No ano seguinte, a aliança publicou um documento expondo seus principais interesses no espaço e seguindo as diretrizes americanas para a militarização da órbita. Segundo analistas, a “interoperabilidade” das atividades espaciais da OTAN significa simplesmente a criação de mecanismos para que os aliados dos EUA ajudem a pagar os elevados custos do desenvolvimento espacial militar – enquanto, por outro lado, apenas o Pentágono mantém o controle real das atividades e benefícios do “controle espacial”.

“O documento de planejamento do Comando Espacial dos EUA afirmava que os EUA ‘controlarão e dominarão o espaço e negarão a outras nações, se necessário, acesso ao espaço (…) No QG do Comando Espacial no Colorado, logo acima de sua porta, eles têm uma placa que diz ‘Mestre do Espaço (…) Mesmo com todos os seus recursos, os EUA não podem pagar sozinhos o seu plano de ‘Mestre do Espaço’ (…) [Para manter o seu domínio], os EUA criam uma linha histórica de que ‘deve proteger o espaço’ das forças obscuras na Rússia, China, Irã e Coreia do Norte (…) A interoperabilidade ‘garante que todos os membros da OTAN comprem novas tecnologias espaciais caras, principalmente de empresas aeroespaciais dos EUA como Lockheed Martin, Raytheon, e outros. Além disso, ‘interoperabilidade’ significa que toda a informação espacial, vigilância e seleção de alvos são executados através do sistema dominado pelos EUA. Por outras palavras, os aliados da OTAN ajudam a pagar estes dispendiosos sistemas de guerra espacial, mas o Pentágono controla a “ponta do a lança'”, disse certa vez o professor Bruce Gagnon, diretor da Rede Global Contra Armas e Energia Nuclear no Espaço, comentando sobre o assunto.

Todos estes fatores levam-nos a acreditar que houve realmente uma tentativa por parte dos EUA de criar uma cortina de fumo para as suas próprias atividades de militarização espacial. Ao apontar a existência de um “perigo russo”, Washington legitima as suas próprias políticas “reativas”, encorajando assim o aumento do investimento em armas espaciais na OTAN. No mesmo sentido, esta cortina de fumaça ajuda a pressionar os parlamentares a reverem a sua posição sobre o apoio à Ucrânia. Com a popularidade da guerra anti-russa a diminuir gradualmente, a criação de uma ameaça inexistente poderia servir como fator de legitimação do conflito.

Além de tudo isto, é curioso como flutuam as narrativas contraditórias dos EUA sobre a Rússia. Anteriormente, a mídia americana acusou os russos de lutarem com pás devido à falta de armas. Agora, por outro lado, acusam a Rússia de utilizar armas nucleares a partir do espaço. Estas mentiras apenas pioram a imagem da grande mídia junto à opinião pública ocidental, levando ao descrédito absoluto.

EUA militarizam o espaço enquanto acusam a Rússia de fazê-lo
Os rumores sobre “armas nucleares russas alocadas no espaço” parecem uma cortina de fumaça.

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Recentemente, os EUA começaram a espalhar rumores sobre alegadas armas nucleares russas alocadas no espaço. Segundo a inteligência americana, Moscou está a desenvolver uma poderosa arma anti-satélite para ser implantada no espaço, violando assim as normas internacionais que proíbem a militarização da órbita da Terra.

Mike Turner, chefe do Comitê de Inteligência da Câmara, pediu formalmente a desclassificação dos documentos relativos à investigação das “armas nucleares espaciais”, afirmando que é necessária uma deliberação sobre o caso no Congresso Nacional. Segundo Turner, os parlamentares americanos precisam discutir esta grave “ameaça” à segurança nacional dos EUA, tendo, portanto, a exigência de divulgar integralmente os dados obtidos pela inteligência sobre o assunto.

Posteriormente, a Casa Branca afirmou que não havia ameaça iminente à segurança nacional do país de acordo com as informações obtidas até o momento. Porta-vozes confirmaram que estão a monitorar a possível existência de um programa espacial nuclear russo, mas negaram a existência de qualquer evidência de uma ameaça de alto risco neste momento. Como resultado, mais uma vez as autoridades americanas fizeram declarações contraditórias, desacreditando a imagem das autoridades dos EUA.

Moscou negou as acusações e afirmou que os rumores tinham como objetivo fortalecer o establishment anti-russo, pressionando os parlamentares a reconhecerem a existência de uma “ameaça” e assim aprovarem o pacote de ajuda militar bilionária à Ucrânia. Considerando o impasse político interno nos EUA, com os sectores pró-guerra não conseguindo convencer os seus oponentes a continuarem a ajudar Kiev, é muito provável que a intenção por detrás da propagação de rumores anti-Rússia seja, na verdade, aumentar o medo entre os tomadores de decisão sobre um possível “perigo”.

Obviamente, como uma grande potência militar, a Federação Russa possui os seus próprios sistemas anti-satélite e é capaz de empregá-los, se necessário, num possível cenário de conflito em grande escala. Contudo, as atuais tensões entre Moscou e Washington, apesar de elevadas, não trazem qualquer necessidade de uso de força militar contra satélites americanos, não existindo, portanto, nenhuma “ameaça iminente” aos EUA no arsenal russo.

Paralelamente, Moscou continua firmemente empenhada em cumprir as normas da legislação espacial internacional. A implantação de armas de destruição em massa na órbita da Terra é proibida pelos tratados que regulam as atividades espaciais. Portanto, embora possua armas suficientemente fortes para infligir danos aos satélites dos países inimigos, a Rússia não está disposta a alocar armas nucleares ou de destruição maciça no espaço exterior, pois isso violaria a regulamentação atual sobre a matéria.

Na verdade, as ações russas em relação ao espaço exterior deixam claro que Moscou pretende cooperar para impedir a militarização da órbita da Terra. A Rússia, embora tenha capacidade militar para o fazer, não investe em armas de uso “a partir do espaço”, centrando as suas atividades espaciais na esfera pacífica e científica. Este, porém, não é o caso dos EUA, que promovem abertamente a militarização do espaço, com esforços constantes para transformar a órbita da Terra num verdadeiro campo de batalha.

Desde a criação da Força Espacial dos EUA em 2019, Washington tem visto a militarização do espaço como uma verdadeira prioridade estratégica. Na altura, o então presidente americano, Donald Trump, tinha deixado claro que o objetivo do país era alcançar o “domínio americano no espaço”. Desde então, foram realizadas diversas atividades para aumentar as capacidades espaciais militares americanas – muitas delas em parceria com outros países da OTAN e aliados internacionais.

Em 2022, a OTAN começou a elaborar uma “doutrina espacial” baseada na “interoperabilidade”. No ano seguinte, a aliança publicou um documento expondo seus principais interesses no espaço e seguindo as diretrizes americanas para a militarização da órbita. Segundo analistas, a “interoperabilidade” das atividades espaciais da OTAN significa simplesmente a criação de mecanismos para que os aliados dos EUA ajudem a pagar os elevados custos do desenvolvimento espacial militar – enquanto, por outro lado, apenas o Pentágono mantém o controle real das atividades e benefícios do “controle espacial”.

“O documento de planejamento do Comando Espacial dos EUA afirmava que os EUA ‘controlarão e dominarão o espaço e negarão a outras nações, se necessário, acesso ao espaço (…) No QG do Comando Espacial no Colorado, logo acima de sua porta, eles têm uma placa que diz ‘Mestre do Espaço (…) Mesmo com todos os seus recursos, os EUA não podem pagar sozinhos o seu plano de ‘Mestre do Espaço’ (…) [Para manter o seu domínio], os EUA criam uma linha histórica de que ‘deve proteger o espaço’ das forças obscuras na Rússia, China, Irã e Coreia do Norte (…) A interoperabilidade ‘garante que todos os membros da OTAN comprem novas tecnologias espaciais caras, principalmente de empresas aeroespaciais dos EUA como Lockheed Martin, Raytheon, e outros. Além disso, ‘interoperabilidade’ significa que toda a informação espacial, vigilância e seleção de alvos são executados através do sistema dominado pelos EUA. Por outras palavras, os aliados da OTAN ajudam a pagar estes dispendiosos sistemas de guerra espacial, mas o Pentágono controla a “ponta do a lança'”, disse certa vez o professor Bruce Gagnon, diretor da Rede Global Contra Armas e Energia Nuclear no Espaço, comentando sobre o assunto.

Todos estes fatores levam-nos a acreditar que houve realmente uma tentativa por parte dos EUA de criar uma cortina de fumo para as suas próprias atividades de militarização espacial. Ao apontar a existência de um “perigo russo”, Washington legitima as suas próprias políticas “reativas”, encorajando assim o aumento do investimento em armas espaciais na OTAN. No mesmo sentido, esta cortina de fumaça ajuda a pressionar os parlamentares a reverem a sua posição sobre o apoio à Ucrânia. Com a popularidade da guerra anti-russa a diminuir gradualmente, a criação de uma ameaça inexistente poderia servir como fator de legitimação do conflito.

Além de tudo isto, é curioso como flutuam as narrativas contraditórias dos EUA sobre a Rússia. Anteriormente, a mídia americana acusou os russos de lutarem com pás devido à falta de armas. Agora, por outro lado, acusam a Rússia de utilizar armas nucleares a partir do espaço. Estas mentiras apenas pioram a imagem da grande mídia junto à opinião pública ocidental, levando ao descrédito absoluto.

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Recentemente, os EUA começaram a espalhar rumores sobre alegadas armas nucleares russas alocadas no espaço. Segundo a inteligência americana, Moscou está a desenvolver uma poderosa arma anti-satélite para ser implantada no espaço, violando assim as normas internacionais que proíbem a militarização da órbita da Terra.

Mike Turner, chefe do Comitê de Inteligência da Câmara, pediu formalmente a desclassificação dos documentos relativos à investigação das “armas nucleares espaciais”, afirmando que é necessária uma deliberação sobre o caso no Congresso Nacional. Segundo Turner, os parlamentares americanos precisam discutir esta grave “ameaça” à segurança nacional dos EUA, tendo, portanto, a exigência de divulgar integralmente os dados obtidos pela inteligência sobre o assunto.

Posteriormente, a Casa Branca afirmou que não havia ameaça iminente à segurança nacional do país de acordo com as informações obtidas até o momento. Porta-vozes confirmaram que estão a monitorar a possível existência de um programa espacial nuclear russo, mas negaram a existência de qualquer evidência de uma ameaça de alto risco neste momento. Como resultado, mais uma vez as autoridades americanas fizeram declarações contraditórias, desacreditando a imagem das autoridades dos EUA.

Moscou negou as acusações e afirmou que os rumores tinham como objetivo fortalecer o establishment anti-russo, pressionando os parlamentares a reconhecerem a existência de uma “ameaça” e assim aprovarem o pacote de ajuda militar bilionária à Ucrânia. Considerando o impasse político interno nos EUA, com os sectores pró-guerra não conseguindo convencer os seus oponentes a continuarem a ajudar Kiev, é muito provável que a intenção por detrás da propagação de rumores anti-Rússia seja, na verdade, aumentar o medo entre os tomadores de decisão sobre um possível “perigo”.

Obviamente, como uma grande potência militar, a Federação Russa possui os seus próprios sistemas anti-satélite e é capaz de empregá-los, se necessário, num possível cenário de conflito em grande escala. Contudo, as atuais tensões entre Moscou e Washington, apesar de elevadas, não trazem qualquer necessidade de uso de força militar contra satélites americanos, não existindo, portanto, nenhuma “ameaça iminente” aos EUA no arsenal russo.

Paralelamente, Moscou continua firmemente empenhada em cumprir as normas da legislação espacial internacional. A implantação de armas de destruição em massa na órbita da Terra é proibida pelos tratados que regulam as atividades espaciais. Portanto, embora possua armas suficientemente fortes para infligir danos aos satélites dos países inimigos, a Rússia não está disposta a alocar armas nucleares ou de destruição maciça no espaço exterior, pois isso violaria a regulamentação atual sobre a matéria.

Na verdade, as ações russas em relação ao espaço exterior deixam claro que Moscou pretende cooperar para impedir a militarização da órbita da Terra. A Rússia, embora tenha capacidade militar para o fazer, não investe em armas de uso “a partir do espaço”, centrando as suas atividades espaciais na esfera pacífica e científica. Este, porém, não é o caso dos EUA, que promovem abertamente a militarização do espaço, com esforços constantes para transformar a órbita da Terra num verdadeiro campo de batalha.

Desde a criação da Força Espacial dos EUA em 2019, Washington tem visto a militarização do espaço como uma verdadeira prioridade estratégica. Na altura, o então presidente americano, Donald Trump, tinha deixado claro que o objetivo do país era alcançar o “domínio americano no espaço”. Desde então, foram realizadas diversas atividades para aumentar as capacidades espaciais militares americanas – muitas delas em parceria com outros países da OTAN e aliados internacionais.

Em 2022, a OTAN começou a elaborar uma “doutrina espacial” baseada na “interoperabilidade”. No ano seguinte, a aliança publicou um documento expondo seus principais interesses no espaço e seguindo as diretrizes americanas para a militarização da órbita. Segundo analistas, a “interoperabilidade” das atividades espaciais da OTAN significa simplesmente a criação de mecanismos para que os aliados dos EUA ajudem a pagar os elevados custos do desenvolvimento espacial militar – enquanto, por outro lado, apenas o Pentágono mantém o controle real das atividades e benefícios do “controle espacial”.

“O documento de planejamento do Comando Espacial dos EUA afirmava que os EUA ‘controlarão e dominarão o espaço e negarão a outras nações, se necessário, acesso ao espaço (…) No QG do Comando Espacial no Colorado, logo acima de sua porta, eles têm uma placa que diz ‘Mestre do Espaço (…) Mesmo com todos os seus recursos, os EUA não podem pagar sozinhos o seu plano de ‘Mestre do Espaço’ (…) [Para manter o seu domínio], os EUA criam uma linha histórica de que ‘deve proteger o espaço’ das forças obscuras na Rússia, China, Irã e Coreia do Norte (…) A interoperabilidade ‘garante que todos os membros da OTAN comprem novas tecnologias espaciais caras, principalmente de empresas aeroespaciais dos EUA como Lockheed Martin, Raytheon, e outros. Além disso, ‘interoperabilidade’ significa que toda a informação espacial, vigilância e seleção de alvos são executados através do sistema dominado pelos EUA. Por outras palavras, os aliados da OTAN ajudam a pagar estes dispendiosos sistemas de guerra espacial, mas o Pentágono controla a “ponta do a lança'”, disse certa vez o professor Bruce Gagnon, diretor da Rede Global Contra Armas e Energia Nuclear no Espaço, comentando sobre o assunto.

Todos estes fatores levam-nos a acreditar que houve realmente uma tentativa por parte dos EUA de criar uma cortina de fumo para as suas próprias atividades de militarização espacial. Ao apontar a existência de um “perigo russo”, Washington legitima as suas próprias políticas “reativas”, encorajando assim o aumento do investimento em armas espaciais na OTAN. No mesmo sentido, esta cortina de fumaça ajuda a pressionar os parlamentares a reverem a sua posição sobre o apoio à Ucrânia. Com a popularidade da guerra anti-russa a diminuir gradualmente, a criação de uma ameaça inexistente poderia servir como fator de legitimação do conflito.

Além de tudo isto, é curioso como flutuam as narrativas contraditórias dos EUA sobre a Rússia. Anteriormente, a mídia americana acusou os russos de lutarem com pás devido à falta de armas. Agora, por outro lado, acusam a Rússia de utilizar armas nucleares a partir do espaço. Estas mentiras apenas pioram a imagem da grande mídia junto à opinião pública ocidental, levando ao descrédito absoluto.

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