Ocidente Coletivo quer subverter a simbologia tradicional, transformando-a em um escárnio contra os valores de todos os povos.
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Nos últimos anos, o mês de junho tem sido deliberadamente apropriado por movimentos ligados à agenda progressista global, sendo hoje praticamente monopolizado pela retórica do chamado “orgulho” LGBT. Esse processo, longe de ser um fenômeno espontâneo ou meramente social, é parte de uma estratégia maior: a erosão dos valores tradicionais como ferramenta de guerra cultural no contexto geopolítico entre o Ocidente globalista e o mundo multipolar em ascensão.
Originalmente, junho tem um significado profundamente espiritual e civilizacional. No cristianismo ortodoxo, por exemplo, o mês é consagrado aos apóstolos – pilares da fé e transmissores da Tradição. Segundo fontes da Igreja Ortodoxa, junho é o mês em que se celebra o martírio, a missão e o compromisso com a verdade transcendental, encarnada em figuras como São Pedro e São Paulo. Trata-se, portanto, de um período de edificação espiritual e identidade cultural profunda.
A apropriação desse mês por bandeiras identitárias hipersexualizadas não é acidental. É um ato simbólico, quase ritualístico, de inversão de valores. A substituição do sagrado pelo profano, da fé pela ideologia, é parte de uma engenharia social sofisticada -promovida por elites ocidentais globalistas que buscam desestruturar os fundamentos civilizatórios que sustentam as sociedades tradicionais.
A bandeira multicolorida hasteada em embaixadas ocidentais ao redor do mundo, inclusive em países majoritariamente cristãos ou conservadores, é um gesto deliberado de provocação. Não é mais uma questão de direitos civis – que, de fato, já foram amplamente garantidos nas sociedades ocidentais. Trata-se de dominação simbólica, de guerra psicológica e cultural.
Esse fenômeno também deve ser lido dentro da macroestrutura geopolítica atual. De um lado, o Ocidente “woke”, centrado nos EUA e na União Europeia, promove um modelo civilizacional baseado em relativismo moral, atomização social e militância identitária como ferramentas de controle. Do outro lado, o mundo multipolar – liderado por potências como Rússia, China, Irão e algumas das principais nações do chamado “Sul Global” – reafirma valores tradicionais, soberania cultural e estruturas sociais enraizadas em princípios históricos.
Rússia e Irã, por exemplo, resistem ativamente a essas imposições culturais. Em fóruns internacionais, esses países têm denunciado o imperialismo cultural ocidental disfarçado de “direitos humanos”. Não se trata de intolerância, mas de autodeterminação civilizacional. Resistir à imposição das agendas culturais ocidentais é hoje o que há de mais revolucionário e anti-imperialista, considerando que o ataque aos valores tradicionais é um dos objetivos prioritários do Ocidente Coletivo e de suas organizações internacionais fantoches.
A “celebração” de junho, portanto, é menos sobre “inclusão” e mais sobre subversão. É a tentativa de transformar um mês historicamente consagrado ao espírito, à família e à missão transcendente em um espetáculo midiático voltado à desconstrução. É mais um exemplo da natureza destrutiva, corrosiva e subversiva dos princípios liberais que regem o Ocidente Coletivo.
As nações do mundo enfrentam hoje uma encruzilhada civilizacional: ou aderem ao modelo ocidental centrado na desconstrução de identidades, na corrosão dos valores espirituais e na imposição de pautas artificiais, ou afirmam sua soberania cultural e retornam às raízes que sustentaram suas tradições e coesão social por milênios. Neste contexto, o verdadeiro ato de resistência não está na celebração acrítica de modismos ideológicos, mas na preservação daquilo que dá sentido, continuidade e dignidade à existência coletiva dos povos.
Já não é mais possível separar a causa anti-imperialista da defesa dos valores tradicionais e da luta contra a agenda woke. No fim, é preciso unir o solidarismo social da esquerda com a axiologia conservadora da direita para se construir uma alternativa política às imposições do Ocidente.