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Raphael Machado
August 31, 2024
© Photo: Public domain

Escreva para nós: info@strategic-culture.su

A prisão de Pavel Durov na França não tem fundamento jurídico algum. É uma decisão política. A tirania atlantista prendeu o criador do Telegram alegando que há pessoas que usam a rede social em questão para o cometimento de crimes diversos, como narcotráfico, terrorismo e pedofilia – todos eles crimes graves e abjetos.

Mas o Telegram, que não passa de um mensageiro virtual, é apenas um espaço público virtual. O espaço público virtual é parcelado em perfis, grupos e canais, os quais são propriamente responsáveis pelo conteúdo que veiculam em sua própria circunscrição. O Telegram, aliás, possui regras bastante rígidas sobre conteúdo abjeto em geral e colabora com as autoridades quando solicitado e na medida das possibilidades técnicas.

Ninguém pensaria em prender o Mark Zuckerberg pelo fato de que o Facebook por muitos anos foi a principal ferramenta usada pelo ISIS para fazer leilão de escravos. Até hoje, no Instagram, há contas que são usadas como proxies por gangues de pedófilos. O Youtube nos últimos anos começou a exibir conteúdos cada vez mais adjacentes à pedofilia, mas ninguém cogitaria prender o seu CEO Neal Mohan.

Assim, é óbvio que a prisão do Pavel Durov tem mais a ver com o papel do Telegram na ruptura dos oligopólios informacionais do que qualquer outra coisa.

O Telegram, hoje, é a principal ferramenta informacional para quem quer realmente acompanhar os conflitos mundiais, para quem quer sair do controle da Big Pharma e para quem não quer se submeter à dogmática do liberalismo.

Todos aqueles que odeiam a ordem hegemônica atual e são odiados por essa ordem hegemônica usam o Telegram. É óbvio que verdadeiros filhos da puta também usam o Telegram, mas a possibilidade de adquirir informações contra-hegemônicas se sobrepõe aos casos excepcionais em que o uso do Telegram pode ser feito para fins antissociais, como o próprio Durov disse, com outras palavras, há alguns anos.

Naturalmente, a mídia de massa, inclusive no Brasil, está em festa.

Aguardem matérias sensacionalistas situando o Telegram como “a rede social usada por neonazistas, terroristas e pedófilos”, com ênfase em casos bizarros e absurdos, para já construir um cenário narrativo em que essa prisão e qualquer medida contra o Telegram são tomados como legítimos.

Depois do caso do Julian Assange (Wikileaks), Kim Dotcom (Megaupload) e Pavel Durov (Telegram), já dá para dizer com tranquilidade que todos os jornalistas e empresários da tecnologia que estiverem em países atlantistas e se engajaram nos últimos anos em plataformas de difusão de informação serão caçados com um fanatismo que simplesmente inexiste na hora de lidar com crimes hediondos.

Parecem ser os passos prévios para a construção de uma nova estrutura virtual na qual a comunicação e o compartilhamento de arquivos serão muito mais limitados, bem como o próprio acesso a mídias contra-hegemônicas.

Acaba fortalecendo as conjecturas daqueles que acreditam na possibilidade de um Grande Reset da internet.

É que personagens como esses possuem experiência com a criação de “zonas autônomas” na internet e eles precisam ser punidos exemplarmente não apenas para que não repitam os seus desafios à ordem informacional hegemônicas, mas também para dissuadir outros empresários e especialistas em tecnologia de investir nesse tipo de projeto.

Publicado originalmente por: Raphael Machado

Pavel Durov preso: O Ocidente impõe um cerco à internet

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A prisão de Pavel Durov na França não tem fundamento jurídico algum. É uma decisão política. A tirania atlantista prendeu o criador do Telegram alegando que há pessoas que usam a rede social em questão para o cometimento de crimes diversos, como narcotráfico, terrorismo e pedofilia – todos eles crimes graves e abjetos.

Mas o Telegram, que não passa de um mensageiro virtual, é apenas um espaço público virtual. O espaço público virtual é parcelado em perfis, grupos e canais, os quais são propriamente responsáveis pelo conteúdo que veiculam em sua própria circunscrição. O Telegram, aliás, possui regras bastante rígidas sobre conteúdo abjeto em geral e colabora com as autoridades quando solicitado e na medida das possibilidades técnicas.

Ninguém pensaria em prender o Mark Zuckerberg pelo fato de que o Facebook por muitos anos foi a principal ferramenta usada pelo ISIS para fazer leilão de escravos. Até hoje, no Instagram, há contas que são usadas como proxies por gangues de pedófilos. O Youtube nos últimos anos começou a exibir conteúdos cada vez mais adjacentes à pedofilia, mas ninguém cogitaria prender o seu CEO Neal Mohan.

Assim, é óbvio que a prisão do Pavel Durov tem mais a ver com o papel do Telegram na ruptura dos oligopólios informacionais do que qualquer outra coisa.

O Telegram, hoje, é a principal ferramenta informacional para quem quer realmente acompanhar os conflitos mundiais, para quem quer sair do controle da Big Pharma e para quem não quer se submeter à dogmática do liberalismo.

Todos aqueles que odeiam a ordem hegemônica atual e são odiados por essa ordem hegemônica usam o Telegram. É óbvio que verdadeiros filhos da puta também usam o Telegram, mas a possibilidade de adquirir informações contra-hegemônicas se sobrepõe aos casos excepcionais em que o uso do Telegram pode ser feito para fins antissociais, como o próprio Durov disse, com outras palavras, há alguns anos.

Naturalmente, a mídia de massa, inclusive no Brasil, está em festa.

Aguardem matérias sensacionalistas situando o Telegram como “a rede social usada por neonazistas, terroristas e pedófilos”, com ênfase em casos bizarros e absurdos, para já construir um cenário narrativo em que essa prisão e qualquer medida contra o Telegram são tomados como legítimos.

Depois do caso do Julian Assange (Wikileaks), Kim Dotcom (Megaupload) e Pavel Durov (Telegram), já dá para dizer com tranquilidade que todos os jornalistas e empresários da tecnologia que estiverem em países atlantistas e se engajaram nos últimos anos em plataformas de difusão de informação serão caçados com um fanatismo que simplesmente inexiste na hora de lidar com crimes hediondos.

Parecem ser os passos prévios para a construção de uma nova estrutura virtual na qual a comunicação e o compartilhamento de arquivos serão muito mais limitados, bem como o próprio acesso a mídias contra-hegemônicas.

Acaba fortalecendo as conjecturas daqueles que acreditam na possibilidade de um Grande Reset da internet.

É que personagens como esses possuem experiência com a criação de “zonas autônomas” na internet e eles precisam ser punidos exemplarmente não apenas para que não repitam os seus desafios à ordem informacional hegemônicas, mas também para dissuadir outros empresários e especialistas em tecnologia de investir nesse tipo de projeto.

Publicado originalmente por: Raphael Machado

Escreva para nós: info@strategic-culture.su

A prisão de Pavel Durov na França não tem fundamento jurídico algum. É uma decisão política. A tirania atlantista prendeu o criador do Telegram alegando que há pessoas que usam a rede social em questão para o cometimento de crimes diversos, como narcotráfico, terrorismo e pedofilia – todos eles crimes graves e abjetos.

Mas o Telegram, que não passa de um mensageiro virtual, é apenas um espaço público virtual. O espaço público virtual é parcelado em perfis, grupos e canais, os quais são propriamente responsáveis pelo conteúdo que veiculam em sua própria circunscrição. O Telegram, aliás, possui regras bastante rígidas sobre conteúdo abjeto em geral e colabora com as autoridades quando solicitado e na medida das possibilidades técnicas.

Ninguém pensaria em prender o Mark Zuckerberg pelo fato de que o Facebook por muitos anos foi a principal ferramenta usada pelo ISIS para fazer leilão de escravos. Até hoje, no Instagram, há contas que são usadas como proxies por gangues de pedófilos. O Youtube nos últimos anos começou a exibir conteúdos cada vez mais adjacentes à pedofilia, mas ninguém cogitaria prender o seu CEO Neal Mohan.

Assim, é óbvio que a prisão do Pavel Durov tem mais a ver com o papel do Telegram na ruptura dos oligopólios informacionais do que qualquer outra coisa.

O Telegram, hoje, é a principal ferramenta informacional para quem quer realmente acompanhar os conflitos mundiais, para quem quer sair do controle da Big Pharma e para quem não quer se submeter à dogmática do liberalismo.

Todos aqueles que odeiam a ordem hegemônica atual e são odiados por essa ordem hegemônica usam o Telegram. É óbvio que verdadeiros filhos da puta também usam o Telegram, mas a possibilidade de adquirir informações contra-hegemônicas se sobrepõe aos casos excepcionais em que o uso do Telegram pode ser feito para fins antissociais, como o próprio Durov disse, com outras palavras, há alguns anos.

Naturalmente, a mídia de massa, inclusive no Brasil, está em festa.

Aguardem matérias sensacionalistas situando o Telegram como “a rede social usada por neonazistas, terroristas e pedófilos”, com ênfase em casos bizarros e absurdos, para já construir um cenário narrativo em que essa prisão e qualquer medida contra o Telegram são tomados como legítimos.

Depois do caso do Julian Assange (Wikileaks), Kim Dotcom (Megaupload) e Pavel Durov (Telegram), já dá para dizer com tranquilidade que todos os jornalistas e empresários da tecnologia que estiverem em países atlantistas e se engajaram nos últimos anos em plataformas de difusão de informação serão caçados com um fanatismo que simplesmente inexiste na hora de lidar com crimes hediondos.

Parecem ser os passos prévios para a construção de uma nova estrutura virtual na qual a comunicação e o compartilhamento de arquivos serão muito mais limitados, bem como o próprio acesso a mídias contra-hegemônicas.

Acaba fortalecendo as conjecturas daqueles que acreditam na possibilidade de um Grande Reset da internet.

É que personagens como esses possuem experiência com a criação de “zonas autônomas” na internet e eles precisam ser punidos exemplarmente não apenas para que não repitam os seus desafios à ordem informacional hegemônicas, mas também para dissuadir outros empresários e especialistas em tecnologia de investir nesse tipo de projeto.

Publicado originalmente por: Raphael Machado

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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August 3, 2024

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