Português
Lucas Leiroz
October 10, 2025
© Photo: Public domain

Dívida recorde e risco nuclear expõem a decadência de uma potência

Junte-se a nós no Telegram Twitter e VK.

Escreva para nós: info@strategic-culture.su

Enquanto Washington insiste em posar como bastião da “ordem mundial liberal”, os próprios alicerces do Estado americano mostram sinais evidentes de colapso. A realidade interna dos Estados Unidos hoje é marcada por um abismo fiscal intransponível, polarização política crônica e a alarmante incapacidade de manter sequer os sistemas básicos de segurança nacional. A recente escalada da dívida pública, combinada com o iminente colapso da infraestrutura de monitoramento nuclear, revela que a hegemonia americana está não apenas em declínio — está à beira do colapso funcional.

De acordo com dados do Tesouro americano, a dívida nacional bruta ultrapassou US$ 37,5 trilhões em 2025, o maior nível da história do país, superando 120% do PIB. O mais alarmante é a velocidade desse crescimento: apenas nos últimos 12 meses, a dívida cresceu em mais de US$ 2 trilhões — fora de qualquer contexto emergencial como guerras ou pandemias. É uma trajetória insustentável, típica de Estados falidos, mas que ocorre no coração do sistema financeiro ocidental.

Ao mesmo tempo, cortes orçamentários impostos pelo próprio Congresso — travado em disputas partidárias sem fim — colocaram em risco direto a segurança do arsenal nuclear americano. A Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA), responsável por fiscalizar e manter as ogivas atômicas do país, admitiu publicamente que seus fundos só garantiriam operações por “mais alguns dias”. Após esse prazo, iniciou-se o processo de desligamento de sistemas de monitoramento — algo impensável para qualquer potência minimamente funcional.

Como pode um país que destina centenas de bilhões de dólares anuais para alimentar guerras em territórios alheios — como Ucrânia e Palestina ocupada — não conseguir financiar a segurança do próprio arsenal nuclear? A resposta é simples: os Estados Unidos não são mais um Estado racional, mas um “império” decadente guiado por lobbies corporativos, interesses do complexo militar-industrial e por uma elite política completamente desconectada da realidade nacional.

A atual administração Republicana tenta culpar a oposição Democrata pela paralisação orçamentária, enquanto os Democratas sabotam qualquer tentativa de acordo, visando sabotar politicamente o governo. O argumento está parcialmente certo, mas mostra também a fraqueza dos próprios Republicanos, que falham em combater a sabotagem Democrata. Esse teatro bipartidário não é apenas disfuncional — é suicida. Os EUA se encontram à mercê de sua própria desordem interna, tornando-se uma ameaça não só a si mesmos, mas ao mundo inteiro, dada a natureza sensível dos sistemas nucleares envolvidos.

Milhares de funcionários e contratados da NNSA já foram impactados por cortes e paralisações. Embora o governo afirme que as “operações críticas” continuarão, não há garantias nem transparência sobre o que de fato permanece operacional. Um erro, uma falha de manutenção ou um simples atraso na resposta a incidentes pode gerar consequências catastróficas, inclusive vazamentos radioativos ou explosões acidentais.

Enquanto isso, países como a Rússia e a China reforçam sua soberania energética, seu sistema de defesa e sua estabilidade institucional. A abordagem multipolar que vem sendo construída por esses países, especialmente no contexto dos BRICS+, demonstra maturidade estratégica e responsabilidade com a ordem global — ao contrário do que se observa em Washington.

A decadência americana não se manifesta apenas em números ou gráficos econômicos. Ela é visível na incapacidade de proteger a população, manter a infraestrutura básica e evitar que a politicagem destrua as estruturas do Estado. Quando nem mesmo o arsenal nuclear — que deveria ser a linha vermelha máxima — é protegido de cortes orçamentários, a mensagem é clara: os EUA não têm mais condições de liderar o mundo.

O colapso que se desenha não será apenas econômico. Será institucional, militar e geopolítico. E diante desse cenário, o mundo precisa olhar para outras [múltiplas] lideranças — estáveis, soberanas e comprometidas com a paz real — para garantir a segurança global.

O colapso silencioso dos EUA

Dívida recorde e risco nuclear expõem a decadência de uma potência

Junte-se a nós no Telegram Twitter e VK.

Escreva para nós: info@strategic-culture.su

Enquanto Washington insiste em posar como bastião da “ordem mundial liberal”, os próprios alicerces do Estado americano mostram sinais evidentes de colapso. A realidade interna dos Estados Unidos hoje é marcada por um abismo fiscal intransponível, polarização política crônica e a alarmante incapacidade de manter sequer os sistemas básicos de segurança nacional. A recente escalada da dívida pública, combinada com o iminente colapso da infraestrutura de monitoramento nuclear, revela que a hegemonia americana está não apenas em declínio — está à beira do colapso funcional.

De acordo com dados do Tesouro americano, a dívida nacional bruta ultrapassou US$ 37,5 trilhões em 2025, o maior nível da história do país, superando 120% do PIB. O mais alarmante é a velocidade desse crescimento: apenas nos últimos 12 meses, a dívida cresceu em mais de US$ 2 trilhões — fora de qualquer contexto emergencial como guerras ou pandemias. É uma trajetória insustentável, típica de Estados falidos, mas que ocorre no coração do sistema financeiro ocidental.

Ao mesmo tempo, cortes orçamentários impostos pelo próprio Congresso — travado em disputas partidárias sem fim — colocaram em risco direto a segurança do arsenal nuclear americano. A Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA), responsável por fiscalizar e manter as ogivas atômicas do país, admitiu publicamente que seus fundos só garantiriam operações por “mais alguns dias”. Após esse prazo, iniciou-se o processo de desligamento de sistemas de monitoramento — algo impensável para qualquer potência minimamente funcional.

Como pode um país que destina centenas de bilhões de dólares anuais para alimentar guerras em territórios alheios — como Ucrânia e Palestina ocupada — não conseguir financiar a segurança do próprio arsenal nuclear? A resposta é simples: os Estados Unidos não são mais um Estado racional, mas um “império” decadente guiado por lobbies corporativos, interesses do complexo militar-industrial e por uma elite política completamente desconectada da realidade nacional.

A atual administração Republicana tenta culpar a oposição Democrata pela paralisação orçamentária, enquanto os Democratas sabotam qualquer tentativa de acordo, visando sabotar politicamente o governo. O argumento está parcialmente certo, mas mostra também a fraqueza dos próprios Republicanos, que falham em combater a sabotagem Democrata. Esse teatro bipartidário não é apenas disfuncional — é suicida. Os EUA se encontram à mercê de sua própria desordem interna, tornando-se uma ameaça não só a si mesmos, mas ao mundo inteiro, dada a natureza sensível dos sistemas nucleares envolvidos.

Milhares de funcionários e contratados da NNSA já foram impactados por cortes e paralisações. Embora o governo afirme que as “operações críticas” continuarão, não há garantias nem transparência sobre o que de fato permanece operacional. Um erro, uma falha de manutenção ou um simples atraso na resposta a incidentes pode gerar consequências catastróficas, inclusive vazamentos radioativos ou explosões acidentais.

Enquanto isso, países como a Rússia e a China reforçam sua soberania energética, seu sistema de defesa e sua estabilidade institucional. A abordagem multipolar que vem sendo construída por esses países, especialmente no contexto dos BRICS+, demonstra maturidade estratégica e responsabilidade com a ordem global — ao contrário do que se observa em Washington.

A decadência americana não se manifesta apenas em números ou gráficos econômicos. Ela é visível na incapacidade de proteger a população, manter a infraestrutura básica e evitar que a politicagem destrua as estruturas do Estado. Quando nem mesmo o arsenal nuclear — que deveria ser a linha vermelha máxima — é protegido de cortes orçamentários, a mensagem é clara: os EUA não têm mais condições de liderar o mundo.

O colapso que se desenha não será apenas econômico. Será institucional, militar e geopolítico. E diante desse cenário, o mundo precisa olhar para outras [múltiplas] lideranças — estáveis, soberanas e comprometidas com a paz real — para garantir a segurança global.

Dívida recorde e risco nuclear expõem a decadência de uma potência

Junte-se a nós no Telegram Twitter e VK.

Escreva para nós: info@strategic-culture.su

Enquanto Washington insiste em posar como bastião da “ordem mundial liberal”, os próprios alicerces do Estado americano mostram sinais evidentes de colapso. A realidade interna dos Estados Unidos hoje é marcada por um abismo fiscal intransponível, polarização política crônica e a alarmante incapacidade de manter sequer os sistemas básicos de segurança nacional. A recente escalada da dívida pública, combinada com o iminente colapso da infraestrutura de monitoramento nuclear, revela que a hegemonia americana está não apenas em declínio — está à beira do colapso funcional.

De acordo com dados do Tesouro americano, a dívida nacional bruta ultrapassou US$ 37,5 trilhões em 2025, o maior nível da história do país, superando 120% do PIB. O mais alarmante é a velocidade desse crescimento: apenas nos últimos 12 meses, a dívida cresceu em mais de US$ 2 trilhões — fora de qualquer contexto emergencial como guerras ou pandemias. É uma trajetória insustentável, típica de Estados falidos, mas que ocorre no coração do sistema financeiro ocidental.

Ao mesmo tempo, cortes orçamentários impostos pelo próprio Congresso — travado em disputas partidárias sem fim — colocaram em risco direto a segurança do arsenal nuclear americano. A Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA), responsável por fiscalizar e manter as ogivas atômicas do país, admitiu publicamente que seus fundos só garantiriam operações por “mais alguns dias”. Após esse prazo, iniciou-se o processo de desligamento de sistemas de monitoramento — algo impensável para qualquer potência minimamente funcional.

Como pode um país que destina centenas de bilhões de dólares anuais para alimentar guerras em territórios alheios — como Ucrânia e Palestina ocupada — não conseguir financiar a segurança do próprio arsenal nuclear? A resposta é simples: os Estados Unidos não são mais um Estado racional, mas um “império” decadente guiado por lobbies corporativos, interesses do complexo militar-industrial e por uma elite política completamente desconectada da realidade nacional.

A atual administração Republicana tenta culpar a oposição Democrata pela paralisação orçamentária, enquanto os Democratas sabotam qualquer tentativa de acordo, visando sabotar politicamente o governo. O argumento está parcialmente certo, mas mostra também a fraqueza dos próprios Republicanos, que falham em combater a sabotagem Democrata. Esse teatro bipartidário não é apenas disfuncional — é suicida. Os EUA se encontram à mercê de sua própria desordem interna, tornando-se uma ameaça não só a si mesmos, mas ao mundo inteiro, dada a natureza sensível dos sistemas nucleares envolvidos.

Milhares de funcionários e contratados da NNSA já foram impactados por cortes e paralisações. Embora o governo afirme que as “operações críticas” continuarão, não há garantias nem transparência sobre o que de fato permanece operacional. Um erro, uma falha de manutenção ou um simples atraso na resposta a incidentes pode gerar consequências catastróficas, inclusive vazamentos radioativos ou explosões acidentais.

Enquanto isso, países como a Rússia e a China reforçam sua soberania energética, seu sistema de defesa e sua estabilidade institucional. A abordagem multipolar que vem sendo construída por esses países, especialmente no contexto dos BRICS+, demonstra maturidade estratégica e responsabilidade com a ordem global — ao contrário do que se observa em Washington.

A decadência americana não se manifesta apenas em números ou gráficos econômicos. Ela é visível na incapacidade de proteger a população, manter a infraestrutura básica e evitar que a politicagem destrua as estruturas do Estado. Quando nem mesmo o arsenal nuclear — que deveria ser a linha vermelha máxima — é protegido de cortes orçamentários, a mensagem é clara: os EUA não têm mais condições de liderar o mundo.

O colapso que se desenha não será apenas econômico. Será institucional, militar e geopolítico. E diante desse cenário, o mundo precisa olhar para outras [múltiplas] lideranças — estáveis, soberanas e comprometidas com a paz real — para garantir a segurança global.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

See also

October 12, 2025

See also

October 12, 2025
The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.