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Bruna Frascolla
July 2, 2025
© Photo: Public domain

Um jornalista de ciências se distingue dos demais por duas coisas: ele tem um conhecimento do assunto superior ao dos colegas e cultiva boas fontes.

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Escreva para nós: info@strategic-culture.su

Em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas fez a operação Dilúvio de Al-Aqsa, eu era uma colunista de opinião num jornal brasileiro de direita. No mesmo dia, vi que o assunto que não sairia da pauta tão cedo. Todas as pessoas politizadas estavam tomando uma posição pró Israel ou pró Palestina, e não havia nenhum indício de paz no curto prazo. Entendi que estava numa enrascada: eu teria que opinar sobre um assunto complexo que eu nunca havia estudado antes.

Para a minha sorte, eu era também uma doutora em filosofia e tinha formação acadêmica suficiente para navegar por referências acadêmicas. Não foi difícil descobrir que a maior autoridade historiográfica no assunto se chamava Ilan Pappé, e que seu magnum opus era A limpeza étnica da Palestina, de 2006, felizmente editado no Brasil. Li o livro, me inteirei das polêmicas historiográficas e tomei o meu lado com facilidade.

Isso foi uma escolha minha, pois em geral prefiro história a ciência social. Descobri também que o maior especialista em Gaza é o cientista social Norman Finkelstein. Não li o seu livro sobre o assunto, mas a simples informação de que Norman Finkelstein é a autoridade sociológica no assunto “Gaza” é valiosa. Fiquei atenta às suas entrevistas e aprendi coisas importantes, como o fato de que Gaza tinha uma densidade populacional superior à de Tóquio. Impossível bombardear um lugar desse e depois culpar o Hamas usar por escudos humanos…

A maioria dos jornalistas e colunistas não tem tanta formação em humanas. Isso não deveria ser um problema; afinal, jornalista é uma coisa e pesquisador acadêmico é outra. Jornalistas dão notícias sobre os mais variados assuntos sem serem virologistas, nem economistas, nem cientistas políticos, nem historiadores. É claro que os jornalistas podem se especializar na cobertura de um determinado tipo de assunto, mas um jornalista de ciências não é sequer um médico, quanto menos um cientista. Um jornalista de ciências se distingue dos demais por duas coisas: ele tem um conhecimento do assunto superior ao dos colegas e cultiva boas fontes.

Aí é que está: para se saber sobre Gaza, ou sobre a guerra entre Israel e Palestina, ou sobre qualquer tipo de assunto complexo que não depende de apuração factual, o normal é o jornalista consultar o “especialista”. Por muito tempo, o especialista foi o professor universitário; quando muito, o profissional experiente, como o médico que ia à TV responder a questões sobre saúde.

Tanto a pandemia quanto o massacre em Gaza evidenciam a ascensão do “especialista” avulso, que não tem relação com nenhuma instituição sólida. A mídia unge influencers que, quando muito, têm relação com alguma ONG. A pandemia foi um show de horrores. Aqui no Brasil, a Doutora Luana, que no final das contas era mais cantora do que médica, continua até hoje a ser tratada como “especialista”. A Pfizer tinha um plantel de influencers que eram ouvidos na condição de especialistas, e o principal deles (Átila Iamarino) tinha doutorado pela USP. No entanto, o professor da USP que foi o orientador dele (Paolo Zanotto) se opunha às inovadoras “vacinas” feitas em meses. Quando o Prof. Zanotto ganhou os holofotes por se aproximar do governo, foi tratado como uma besta fera pela mídia e (o que é pior) enfrentou perseguição institucional. O quadro geral da pandemia mostra que, mesmo quando há credenciais acadêmicas, a legitimação do “especialista” se dá pela imprensa. As universidades se anularam.

Voltemos à cobertura de Gaza. Israel existe desde 1948 e foi fundado pelos grupos paramilitares que deram origem ao seu exército (as FDI). Sua historiografia existe desde a década de 1980, quando os historiadores começaram a publicar trabalhos baseados nos arquivos recém-abertos pelas IDF. A pesquisa histórica tomou o lugar do mito da independência forjado pelos paramilitares. Segundo o mito, Israel, como Davi, enfrentou o Golias da Liga Árabe. A causa da guerra de independência foi o antissemitismo dos árabes, que poderiam cometer um segundo Holocausto se Israel não se defendesse. A abertura dos arquivos, porém, mostrou que a história era bem diferente. Hoje, até mesmo os historiadores sionistas de Israel (liderados por Benny Morris) irão dizer que houve uma expulsão de 700 mil civis palestinos de suas casas e que a Liga Árabe estava longe de ser um Golias.

Esse conhecimento acadêmico plenamente consolidado não chega à mídia mainstream. Na internet e na TV, ouve-se a cantilena de que há um antiquíssimo conflito entre árabes e judeus, de modo que a barafunda no Oriente Médio é simples normalidade. Ongueiros da Stand With Us com credenciais acadêmicas são ouvidos como especialistas, mas especialistas com credenciais acadêmicas superiores às do ongueiro não passam perto das TVs.

Diz-se que as universidades estão tomadas pela esquerda, e é verdade. Isso só torna a coisa ainda mais intrigante, pois se a esquerda, Ocidente afora, ficou majoritariamente favorável à histeria da covid, o mesmo não se pode dizer da causa sionista. O esquerdismo da academia não foi capaz de fazer a mídia ungir um “especialista” em Oriente Médio que fosse pró Palestina. Ao contrário: Ocidente afora, organizações e lobistas sionistas fazem o possível para reprimir estudantes e coagir professores. As mesmas fundações transnacionais que financiam o wokismo na academia e ajudam muito a deformar a universidade também estão preocupadas em combater o “antissemitismo”. (Este texto não é o lugar apropriado para desenvolver o assunto, mas, para situar a questão, menciono apenas que a Fundação Ford desde a década de 1960 interfere na pesquisa universitária brasileira e mexeu até no processo seletivo dos alunos, com lobby pela criação de cotas raciais.)

Assim, o que a cobertura (ou, antes, acobertamento) do massacre em Gaza mostra é que agentes internacionais (ONGs como a Stand With Us e empresas como a Pfizer), por meio de sua profusão de influencers, tomaram o lugar da universidade como porta-vozes do conhecimento. Primeiro, destruíram-nas por dentro; depois, tomaram o seu lugar. Isso é um risco para a soberania nacional, pois esses agentes transnacionais têm o poder de dizer à sociedade, e até ao governo, qual é a verdade estabelecida. É preciso reconstruir a universidade, bem como centros de pesquisa verdadeiramente nacionais.

Recuperar a institucionalidade do conhecimento é uma questão de segurança nacional

Um jornalista de ciências se distingue dos demais por duas coisas: ele tem um conhecimento do assunto superior ao dos colegas e cultiva boas fontes.

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Em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas fez a operação Dilúvio de Al-Aqsa, eu era uma colunista de opinião num jornal brasileiro de direita. No mesmo dia, vi que o assunto que não sairia da pauta tão cedo. Todas as pessoas politizadas estavam tomando uma posição pró Israel ou pró Palestina, e não havia nenhum indício de paz no curto prazo. Entendi que estava numa enrascada: eu teria que opinar sobre um assunto complexo que eu nunca havia estudado antes.

Para a minha sorte, eu era também uma doutora em filosofia e tinha formação acadêmica suficiente para navegar por referências acadêmicas. Não foi difícil descobrir que a maior autoridade historiográfica no assunto se chamava Ilan Pappé, e que seu magnum opus era A limpeza étnica da Palestina, de 2006, felizmente editado no Brasil. Li o livro, me inteirei das polêmicas historiográficas e tomei o meu lado com facilidade.

Isso foi uma escolha minha, pois em geral prefiro história a ciência social. Descobri também que o maior especialista em Gaza é o cientista social Norman Finkelstein. Não li o seu livro sobre o assunto, mas a simples informação de que Norman Finkelstein é a autoridade sociológica no assunto “Gaza” é valiosa. Fiquei atenta às suas entrevistas e aprendi coisas importantes, como o fato de que Gaza tinha uma densidade populacional superior à de Tóquio. Impossível bombardear um lugar desse e depois culpar o Hamas usar por escudos humanos…

A maioria dos jornalistas e colunistas não tem tanta formação em humanas. Isso não deveria ser um problema; afinal, jornalista é uma coisa e pesquisador acadêmico é outra. Jornalistas dão notícias sobre os mais variados assuntos sem serem virologistas, nem economistas, nem cientistas políticos, nem historiadores. É claro que os jornalistas podem se especializar na cobertura de um determinado tipo de assunto, mas um jornalista de ciências não é sequer um médico, quanto menos um cientista. Um jornalista de ciências se distingue dos demais por duas coisas: ele tem um conhecimento do assunto superior ao dos colegas e cultiva boas fontes.

Aí é que está: para se saber sobre Gaza, ou sobre a guerra entre Israel e Palestina, ou sobre qualquer tipo de assunto complexo que não depende de apuração factual, o normal é o jornalista consultar o “especialista”. Por muito tempo, o especialista foi o professor universitário; quando muito, o profissional experiente, como o médico que ia à TV responder a questões sobre saúde.

Tanto a pandemia quanto o massacre em Gaza evidenciam a ascensão do “especialista” avulso, que não tem relação com nenhuma instituição sólida. A mídia unge influencers que, quando muito, têm relação com alguma ONG. A pandemia foi um show de horrores. Aqui no Brasil, a Doutora Luana, que no final das contas era mais cantora do que médica, continua até hoje a ser tratada como “especialista”. A Pfizer tinha um plantel de influencers que eram ouvidos na condição de especialistas, e o principal deles (Átila Iamarino) tinha doutorado pela USP. No entanto, o professor da USP que foi o orientador dele (Paolo Zanotto) se opunha às inovadoras “vacinas” feitas em meses. Quando o Prof. Zanotto ganhou os holofotes por se aproximar do governo, foi tratado como uma besta fera pela mídia e (o que é pior) enfrentou perseguição institucional. O quadro geral da pandemia mostra que, mesmo quando há credenciais acadêmicas, a legitimação do “especialista” se dá pela imprensa. As universidades se anularam.

Voltemos à cobertura de Gaza. Israel existe desde 1948 e foi fundado pelos grupos paramilitares que deram origem ao seu exército (as FDI). Sua historiografia existe desde a década de 1980, quando os historiadores começaram a publicar trabalhos baseados nos arquivos recém-abertos pelas IDF. A pesquisa histórica tomou o lugar do mito da independência forjado pelos paramilitares. Segundo o mito, Israel, como Davi, enfrentou o Golias da Liga Árabe. A causa da guerra de independência foi o antissemitismo dos árabes, que poderiam cometer um segundo Holocausto se Israel não se defendesse. A abertura dos arquivos, porém, mostrou que a história era bem diferente. Hoje, até mesmo os historiadores sionistas de Israel (liderados por Benny Morris) irão dizer que houve uma expulsão de 700 mil civis palestinos de suas casas e que a Liga Árabe estava longe de ser um Golias.

Esse conhecimento acadêmico plenamente consolidado não chega à mídia mainstream. Na internet e na TV, ouve-se a cantilena de que há um antiquíssimo conflito entre árabes e judeus, de modo que a barafunda no Oriente Médio é simples normalidade. Ongueiros da Stand With Us com credenciais acadêmicas são ouvidos como especialistas, mas especialistas com credenciais acadêmicas superiores às do ongueiro não passam perto das TVs.

Diz-se que as universidades estão tomadas pela esquerda, e é verdade. Isso só torna a coisa ainda mais intrigante, pois se a esquerda, Ocidente afora, ficou majoritariamente favorável à histeria da covid, o mesmo não se pode dizer da causa sionista. O esquerdismo da academia não foi capaz de fazer a mídia ungir um “especialista” em Oriente Médio que fosse pró Palestina. Ao contrário: Ocidente afora, organizações e lobistas sionistas fazem o possível para reprimir estudantes e coagir professores. As mesmas fundações transnacionais que financiam o wokismo na academia e ajudam muito a deformar a universidade também estão preocupadas em combater o “antissemitismo”. (Este texto não é o lugar apropriado para desenvolver o assunto, mas, para situar a questão, menciono apenas que a Fundação Ford desde a década de 1960 interfere na pesquisa universitária brasileira e mexeu até no processo seletivo dos alunos, com lobby pela criação de cotas raciais.)

Assim, o que a cobertura (ou, antes, acobertamento) do massacre em Gaza mostra é que agentes internacionais (ONGs como a Stand With Us e empresas como a Pfizer), por meio de sua profusão de influencers, tomaram o lugar da universidade como porta-vozes do conhecimento. Primeiro, destruíram-nas por dentro; depois, tomaram o seu lugar. Isso é um risco para a soberania nacional, pois esses agentes transnacionais têm o poder de dizer à sociedade, e até ao governo, qual é a verdade estabelecida. É preciso reconstruir a universidade, bem como centros de pesquisa verdadeiramente nacionais.

Um jornalista de ciências se distingue dos demais por duas coisas: ele tem um conhecimento do assunto superior ao dos colegas e cultiva boas fontes.

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Escreva para nós: info@strategic-culture.su

Em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas fez a operação Dilúvio de Al-Aqsa, eu era uma colunista de opinião num jornal brasileiro de direita. No mesmo dia, vi que o assunto que não sairia da pauta tão cedo. Todas as pessoas politizadas estavam tomando uma posição pró Israel ou pró Palestina, e não havia nenhum indício de paz no curto prazo. Entendi que estava numa enrascada: eu teria que opinar sobre um assunto complexo que eu nunca havia estudado antes.

Para a minha sorte, eu era também uma doutora em filosofia e tinha formação acadêmica suficiente para navegar por referências acadêmicas. Não foi difícil descobrir que a maior autoridade historiográfica no assunto se chamava Ilan Pappé, e que seu magnum opus era A limpeza étnica da Palestina, de 2006, felizmente editado no Brasil. Li o livro, me inteirei das polêmicas historiográficas e tomei o meu lado com facilidade.

Isso foi uma escolha minha, pois em geral prefiro história a ciência social. Descobri também que o maior especialista em Gaza é o cientista social Norman Finkelstein. Não li o seu livro sobre o assunto, mas a simples informação de que Norman Finkelstein é a autoridade sociológica no assunto “Gaza” é valiosa. Fiquei atenta às suas entrevistas e aprendi coisas importantes, como o fato de que Gaza tinha uma densidade populacional superior à de Tóquio. Impossível bombardear um lugar desse e depois culpar o Hamas usar por escudos humanos…

A maioria dos jornalistas e colunistas não tem tanta formação em humanas. Isso não deveria ser um problema; afinal, jornalista é uma coisa e pesquisador acadêmico é outra. Jornalistas dão notícias sobre os mais variados assuntos sem serem virologistas, nem economistas, nem cientistas políticos, nem historiadores. É claro que os jornalistas podem se especializar na cobertura de um determinado tipo de assunto, mas um jornalista de ciências não é sequer um médico, quanto menos um cientista. Um jornalista de ciências se distingue dos demais por duas coisas: ele tem um conhecimento do assunto superior ao dos colegas e cultiva boas fontes.

Aí é que está: para se saber sobre Gaza, ou sobre a guerra entre Israel e Palestina, ou sobre qualquer tipo de assunto complexo que não depende de apuração factual, o normal é o jornalista consultar o “especialista”. Por muito tempo, o especialista foi o professor universitário; quando muito, o profissional experiente, como o médico que ia à TV responder a questões sobre saúde.

Tanto a pandemia quanto o massacre em Gaza evidenciam a ascensão do “especialista” avulso, que não tem relação com nenhuma instituição sólida. A mídia unge influencers que, quando muito, têm relação com alguma ONG. A pandemia foi um show de horrores. Aqui no Brasil, a Doutora Luana, que no final das contas era mais cantora do que médica, continua até hoje a ser tratada como “especialista”. A Pfizer tinha um plantel de influencers que eram ouvidos na condição de especialistas, e o principal deles (Átila Iamarino) tinha doutorado pela USP. No entanto, o professor da USP que foi o orientador dele (Paolo Zanotto) se opunha às inovadoras “vacinas” feitas em meses. Quando o Prof. Zanotto ganhou os holofotes por se aproximar do governo, foi tratado como uma besta fera pela mídia e (o que é pior) enfrentou perseguição institucional. O quadro geral da pandemia mostra que, mesmo quando há credenciais acadêmicas, a legitimação do “especialista” se dá pela imprensa. As universidades se anularam.

Voltemos à cobertura de Gaza. Israel existe desde 1948 e foi fundado pelos grupos paramilitares que deram origem ao seu exército (as FDI). Sua historiografia existe desde a década de 1980, quando os historiadores começaram a publicar trabalhos baseados nos arquivos recém-abertos pelas IDF. A pesquisa histórica tomou o lugar do mito da independência forjado pelos paramilitares. Segundo o mito, Israel, como Davi, enfrentou o Golias da Liga Árabe. A causa da guerra de independência foi o antissemitismo dos árabes, que poderiam cometer um segundo Holocausto se Israel não se defendesse. A abertura dos arquivos, porém, mostrou que a história era bem diferente. Hoje, até mesmo os historiadores sionistas de Israel (liderados por Benny Morris) irão dizer que houve uma expulsão de 700 mil civis palestinos de suas casas e que a Liga Árabe estava longe de ser um Golias.

Esse conhecimento acadêmico plenamente consolidado não chega à mídia mainstream. Na internet e na TV, ouve-se a cantilena de que há um antiquíssimo conflito entre árabes e judeus, de modo que a barafunda no Oriente Médio é simples normalidade. Ongueiros da Stand With Us com credenciais acadêmicas são ouvidos como especialistas, mas especialistas com credenciais acadêmicas superiores às do ongueiro não passam perto das TVs.

Diz-se que as universidades estão tomadas pela esquerda, e é verdade. Isso só torna a coisa ainda mais intrigante, pois se a esquerda, Ocidente afora, ficou majoritariamente favorável à histeria da covid, o mesmo não se pode dizer da causa sionista. O esquerdismo da academia não foi capaz de fazer a mídia ungir um “especialista” em Oriente Médio que fosse pró Palestina. Ao contrário: Ocidente afora, organizações e lobistas sionistas fazem o possível para reprimir estudantes e coagir professores. As mesmas fundações transnacionais que financiam o wokismo na academia e ajudam muito a deformar a universidade também estão preocupadas em combater o “antissemitismo”. (Este texto não é o lugar apropriado para desenvolver o assunto, mas, para situar a questão, menciono apenas que a Fundação Ford desde a década de 1960 interfere na pesquisa universitária brasileira e mexeu até no processo seletivo dos alunos, com lobby pela criação de cotas raciais.)

Assim, o que a cobertura (ou, antes, acobertamento) do massacre em Gaza mostra é que agentes internacionais (ONGs como a Stand With Us e empresas como a Pfizer), por meio de sua profusão de influencers, tomaram o lugar da universidade como porta-vozes do conhecimento. Primeiro, destruíram-nas por dentro; depois, tomaram o seu lugar. Isso é um risco para a soberania nacional, pois esses agentes transnacionais têm o poder de dizer à sociedade, e até ao governo, qual é a verdade estabelecida. É preciso reconstruir a universidade, bem como centros de pesquisa verdadeiramente nacionais.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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