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Hugo Dionísio
January 14, 2025
© Photo: Public domain

Escreva para nós: info@strategic-culture.su

As reacções de estupefacção, repúdio e algum desconforto que se propagaram pela imprensa mainstream, a propósito das declarações de Donald Trump, quanto à tomada da Groenlândia à força, do canal do Panamá e mesmo do Canadá, enfermam, na sua maioria, da mais desavergonhada hipocrisia, enormes doses de ilusão e inaceitável ignorância, especialmente por parte daqueles que fazem da sua vida dizer aos outros o que pensar, pressupondo-se que, para tal, estivessem em posse de um nível de informação acima da média.

Face ao que tem constituído, desde a sua fundação, o comportamento dos Estados Unidos da América, dos seus presidentes, órgãos de soberania e daquelas que actuam como os seus principais tentáculos, dentro e além-fronteiras, falo das corporações multinacionais, afinal, em que destoa o comportamento de Donald Trump? É nova esta postura por parte de um presidente dos EUA?

Voltámos ao tempo do “politicamente incorrecto”, da falta de polidez e educação, máscaras utilizadas para criar a ideia de que a elite norte-americana tem em atenção as pretensões alheias, cumpre o direito internacional e respeita a soberania das outras nações? Temos de assistir, outra vez, à reedição do desfile moralista que caracterizou o primeiro mandato, mesmo que acabassem todos, não apenas a fazer o que ele disse, mas, mais importante ainda, a não desfazer o que foi feito?

Donald Trump, como se verá mais tarde, apenas dá voz e corpo ao poder que julga e, de algum modo sabe, ter na mão, fazendo-o da forma mais directa, pragmática e brutal que é seu jeito. Que foi jeito de muitos ao longo da história dos EUA. Inclusive de Biden. Trump faz tudo por apresentar-se como o “real deal”, ao invés do “politicamente correcto” que caracteriza a, igualmente bárbara, atitude liberal e neoliberal. Sob Trump todos podemos aceder ao privilégio de vermos o império em toda a sua brutalidade e visceralidade, sem máscaras comportamentais, sem filtros emocionais.

O que antes estava vedado senão a uma elite de comando ou aos teimosos que insistem em assumir uma postura crítica em relação a qualquer facto, ideia ou informação que lhes surja, passa agora a desvelar-se a todo o povo. Nesse sentido, a atitude de Trump é mais democratizadora, ou seja, mais mobilizadora da acção democrática, no sentido em que activa, exorta e suscita a acção de resposta a um grupo social muito mais vasto, antes adormecido pela polidez, inocuidade e falsidade da atitude política situacionista.

Será a proposta de Trump assim tão diferente de outras anexações que os EUA foram fazendo ao longo da sua curta, mas intensa história? Seriam os EUA a superpotência que hoje são se, em meados do século XIX, não tivessem anexado o Texas, tornando-o no 28.º Estado? Ou a Califórnia? Estados cuja partição deu ainda origem a Arizona, Colorado, Nevada, Novo México e Utah?

E quem foi o senhor responsável por tal anexação? Um Republicano? Nem por isso. O responsável foi o democrata James K. Polk, eleito como 11.º presidente dos EUA, tendo como objectivo a anexação do Texas, Califórnia e Oregon. É claro que se tratava do Partido democrata recém-criado, intrinsecamente liberal e pré-guerra civil. Mas o processo não difere substancialmente do intervencionismo norte americano, às mãos de democratas e republicanos, nos últimos 80 anos. Para tal bastou enviar uns colonos para esses locais, financiar a sua revolta e aplicar o chamado “Corolário Polk”, segundo o qual os EUA incorporariam os territórios cujos “povos” quisessem – mui “democraticamente” – a eles juntar-se. Os “povos”, portanto ).

Importa ainda referir que a doutrina do “Destino Manifesto” era defendida essencialmente pelo próprio partido democrata, fundado em 1828. Foi com base nesta doutrina que se justificou a guerra contra o México que acabou com a conquista dos territórios atrás referidos. Ao contrário, os Whigs, estavam contra o intervencionismo externo, principalmente no que tinha a ver com os colonizadores europeus. E não será a atitude de Trump um corolário da aplicação, sem máscaras, da Doutrina Monroe? A doutrina, segundo a qual, a América Latina foi classificada como “o pátio das traseiras” dos EUA?

Convenhamos que o expansionismo norte-americano não se ficou por aqui, chegando a Porto Rico, território no qual os EUA praticaram todo o tipo de barbaridades para impedir a autodeterminação daquele povo, o qual apoiava esmagadoramente o Partido Nacionalista de Porto Rico (War against all Puerto Ricans, revolution and terror in America’s colony, de Nelson A. Denis), mantendo-se até hoje aquele território como uma colónia. Os povos indígenas terão centenas, senão milhares, de histórias iguais à de Trump. Trump é, na realidade, um presidente realmente americano.

Já na actualidade, nada mudou, a não ser a capacidade propagandística, beneficiando amplamente dos conhecimentos científicos na área da comunicação e propaganda. Os exemplos de anexação são profusos, sendo a Síria apenas mais um exemplo. Foi com Obama que chegaram as tropas norte-americanas à Síria, nomeadamente a partir de 22 de Setembro de 2014, supostamente para combater o ISIS, embora se saiba que, no essencial, as tropas enviadas por Obama estiveram no local a formar, treinar e mobilizar, o que designaram como “Exercito Livre da Síria” e os seus “rebeldes moderados”). Em 2019, foi Trump quem desmobilizou as tropas na Síria, tendo deixado algumas para trás, segundo ele para “ficar com o Petróleo”.

Interessante, ou apenas mais um exemplo do porquê de toda esta atitude face a Trump ser de uma hipocrisia monumental, é que Joe Biden, após cumprir um mandato inteiro, não apenas não desocupou o território sírio ilegalmente ocupado, como ainda teve papel fundamental, no apoio à Turquia, para destruir esta nação, criando condições para uma permanência mais prolongada e enraizada pelos EUA. Tão pouco acabou com o roubo descarado do petróleo.

Portanto, a verdade aqui é muito simples: Trump, como Bush pai, como Bush filho, foram apenas as caras feias a quem os democratas – defensores do destino manifesto dos EUA, do globalismo e do intervencionismo – acusaram de praticar os actos que, mais tarde, os próprios democratas não apenas consolidaram, como aprofundaram. Com a excepção do Afeganistão, de onde Biden retirou, o normal são os democratas, os seus discípulos e procuradores na europa, austrália, Japão Coreia do Sul e Nova Zelândia, atirarem as culpas do intervencionismo aos republicanos, mas os democratas, tal como os republicanos, não apenas não desfazem, como continuam e aprofundam tais políticas.

O exemplo do Afeganistão está para Biden como a retirada do Iraque está para Trump. Se Trump não retirou totalmente, tal, devendo-se, uma vez mais, ao petróleo. Biden, mesmo depois de o parlamento Iraquiano ter votado a saída das tropas americanas, continuou a resistir à retirada das mesmas.

As frentes internacionais abertas por Trump, nenhuma foi encerrada por Biden. A guerra tecnológica contra a Huawei, foi intensificada e alargada por Biden a outras empresas e tecnologias, e idem para a guerra comercial. Ao contrário de Trump, que no seu primeiro mandato conseguiu dialogar com Vladimir Putin, Biden recusou-se a qualquer contacto e, à boa maneira democrata, aprofundou os fossos relacionais com um país tão importante como a Federação Russa, criando uma crise de segurança internacional que há muito tempo não se vivia.

Foi também sob a “liderança” do Partido Democrata que a NATO destruiu a Jugoslávia, foi com Biden que ocorreu o primeiro genocídio televisionado e online da história humana, em Gaza. Aliás, se existe figura proeminente e presente no intervencionismo norte-americano nos últimos 30 a 40 anos, essa figura é Joe Biden, braço direito de Bill e Hillary Clinton ou Barack Obama.

Todos se recordam da forma como Joe Biden disse, ao lado de um embasbacado e hierarquicamente subordinado Chanceler Scholz, que destruiria o gasoduto NordStream se a Rússia “invadisse” a Ucrânia. O gasoduto, propriedade conjunta da Federação Russa e de países da OTAN, foi assim destruído, o que, nos termos do direito internacional constitui um acto de guerra contra uma infra-estrutura civil, para mais, propriedade soberana de países “aliados”. Esta ameaça, mais tarde concretizada, nada difere, na essência, na brutalidade e no desrespeito pela soberania alheia, da pretensão que Trump assumiu relativamente à Groenlândia, a despeito da Dinamarca.

Talvez os “moderados”, epiteto usado para designar os fanáticos pelo situacionismo e demais fanboys do globalismo neoliberal liderado pelos EUA, gostem daquelas narrativas encomendadas para esconder a verdade, como aquela que foram um grupo de ucranianos bêbados que num dos mares mais bem guardados do universo, não apenas fizeram uma festa de arromba como rebentaram uma instalação energética protegida pelo direito internacional.  Mas esta narrativa paradoxal, delirante e mentirosa apenas confirma tudo o que aqui tenho dito. Trump e dos Democratas apenas diferem na dose de honestidade com que assumem os seus interesses reais. O primeiro diz ao que vai, à moda do faroeste, os segundos são mentirosos e ilusionistas compulsivos, especialistas em apontar para um lado e virar para o outro, beneficiando do uso científico das disciplinas do ilusionismo e contorcionismo.

Tal como Trump, cuja atitude demonstra a pouca conta em que tem os actuais dirigentes europeus, não os considerando dignos sequer de recurso a um discurso eufemístico ou mistificador que justificasse a agressão, Biden não foi diferente. Tão pouco respeitou Scholz como chefe de estado de um dos países – ainda – mais importantes do mundo. Confirmando o que constatamos sobre o caracter de tais figuras, Sсholz nem se defendeu ou defendeu o seu país. Nem para tentar uma qualquer manobra de diversão. Uma piada, graçola ou qualquer coisa. Como se a proximidade ao chefe o congelasse de medo.

Talvez, os supostos “moderados”, a maioria dos comentadores que povoam as cada vez mais irrelevantes TV’s mainstreans ocidentais e os eleitos para cargos políticos que se limitam a seguir as directrizes emanadas dos directórios de poder dos EUA/G7 e OTAN, dêem muito valor a uma atitude cínica e hipócrita, tão em voga nos corredores do poder no ocidente e que consiste em pensar-se uma coisa e dizer-se outra; em querer-se muito algo e mostrar-se que nem se quer assim tanto. Mas quem está no terreno, no dia a dia da realidade, da luta pela sobrevivência e da luta pela transformação do mundo, talvez beneficie com a susceptibilidade de um número crescente de pessoas, olharem para as TV’s e, ao invés de assistirem a um qualquer show politicamente estilizado do Copperfield, terem acesso, para variar, à verdadeira cara do império, aos seus tiques, feitios e caprichos.

Não sei se trágico, se caricato, mas o espaço público no ocidente, o espaço da “pós-verdade” tornou-se num amplo e continuado teatro em que figuras desfilam continuada e sucessivamente, fazendo parecer que se faz o contrário do que se pratica, fazendo acreditar que se defende, o contrário do que se objectiva, fazendo por esconder os reais responsáveis por aquilo que todos vemos e revemos acontecer. Nestes palcos da ilusão, em que se transformaram os órgãos de comunicação social, mistificar tornou-se sinónimo de informar e o ilusionismo tornou-se na própria comunicação.

Em tal palco, como é óbvio, figuras como Trump, Putin, Xi Jinping, Maduro, Claudia Sheinbaum, Lukashenko, Fico ou Orban, sejam quais forem os seus campos político-ideológicos, são figuras profundamente odiadas. O que pensam dizem e o que dizem, em regra, coincide com o que defendem. Cometem ainda o pecado mortal de pretenderem exercer o poder que lhes foi constitucionalmente acometido, não admitindo ingerências que não estejam de acordo com a sua vontade e com as responsabilidades a eles atribuídas. Este caracter soberano (consigo próprios e com os outros) e altivo, granjeia-lhes epítetos de “ditadores”, os quais, convenhamos, muitas vezes têm como fonte um folhetim de seu nome “CIA World Factbook”.

Tendo a certeza que 70% da população mundial não se importaria nada de viver numa “ditadura” como a Bielorussa em que qualquer ser humano é “obrigado” a não passar fome, não dormir na rua, não ficar no desemprego, não ficar à espera de operações médicas anos a fio, não sucumbir ao analfabetismo e à iliteracia e a não viver o drama do crime violento, tais classificações nada mais me merecem do que um sorriso irónico, quando se considera “democracia” atribuir o poder a meia dúzia de oligarcas e condenar vastas maiorias à miséria, e “ditadura” conferir condições dignas de vida, não à maioria, mas a toda a população, impedindo os oligarcas de mandarem e desmandarem à sua vontade, sob pena de exclusão. Assim, sem misticismos, nem ilusões. Tal como quando condenam, perseguem e calam todos os que tentam subverter, em nome de interesses estrangeiros, tais nações.

O que devemos questionar é para que necessitamos de um poder que diz estar contra a tortura, mas mantém Guantanamo a funcionar e, como essa instalação, milhares de prisões secretas em todo o mundo. Ou, um poder que, nos últimos 80 anos, transferiu cerca de 20% da riqueza produzida anualmente, dos 50% mais pobres, os trabalhadores, para os 10% mais ricos, os oligarcas, passando esses 10% a dominar mais de 30% do output dos EUA e os 50% mais pobres a quedar-se por uns meros 6 ou 7%. Tudo isto enquanto se fazem belos discursos sobre democracia – para os 10% mais ricos certamente – e direitos humanos, sempre que estes não colidam com interesses mais importantes, como os monetários.

Muito gostarão, tais gentes, de ouvir Biden, numa mesma conferência de imprensa, dizer que vai enviar armas para Israel e, logo de seguida, dizer que está preocupado com a situação humanitária em Gaza e pedir a Netanyahu que seja mais brando com as bombas que, ele próprio, lhe autorizou o envio. Também gostarão bastante de ver Blinken dizer que tem de “ajudar” a Ucrânia com mais armas e depois acusar a Federação Russa de deitar prédios ucranianos abaixo, para eliminar os soldados que para lá a OTAN envia. Ou assistir a Zelensky dizer que luta pela democracia enquanto eliminou toda a oposição à esquerda e ao centro.

A polidez e o cinismo que fazem confundir com “cultura democrática” e “respeito institucional” têm por base os mesmos princípios – ou falta deles – que os levam a proibir órgãos de comunicação social, em nome da defesa da “liberdade de expressão”, e perseguir indivíduos em redes sociais, escutando chamadas telefónicas, vídeos e analisando mensagens privadas, em nome da defesa da liberdade de opinião. É em nome desta polidez que se calam os biliões de dólares anuais que o orçamento norte americano consagra para a comunicação social, para que produza informação que “contrarie a influência maligna” de Rússia, China ou Irão (https://www.hudson.org/foreign-policy/countering-malign-prc-influence-europe-peter-rough). Mesmo que, para se produzirem tais mensagens, se tenha de inventar, mentir e manipular factos. Como é que alguém são e minimamente preocupado com o seu povo admite que um país estrangeiro use fundos sem fim para eliminar a relação entre a Europa e a China, ou a Europa e a Rússia, como se fossem nossos patriarcas ou tutores e os povos europeus estivessem sujeitos a um processo de inabilitação civil, incapazes de exercer os seus direitos e assumir os seus deveres.

Ao assistirmos à intromissão de Elon Musk na política europeia, usando do seu “X” para propagar as suas ideias, todos os que se mostram chocados deveriam pensar duas vezes e perceber que a utilização do “X” por Musk não difere da utilização do Facebook, Google ou comunicação social mainstream (concentrada segundo os auspícios de Clinton) pela casa branca e pela CIA. O desrespeito que Musk demonstra pela soberania dos estados membros europeus não difere do desrespeito a que se deram os representantes políticos desses estados consigo próprios e com os povos que dizem defender, quando prescindiram de governar e deixaram tudo nas mãos de Washington e da mandatária Úrsula von der Leyen. No fundo, Elon Musk está apenas a utilizar um poder que sabe existir, assim, sem máscaras também.

Trump, Elon Musk ou J.D Vance (ainda vão aparecer tipos a dizer que os apoio) desconcertam esta gente porque denunciam, sem subterfúgios, sem falsas modéstias, sem hipocrisias, o estado de submissão e subordinação em que se encontram os políticos europeus face à Casa Branca, face ao império corporativo que agora chefiam. Sabendo-o, usam com toda a frontalidade tal poder, rebaixando os destinatários das suas ordens ao nível do que são: meros funcionários corporativos à procura de trepar na carreira e corruptos (moral ou financeiramente) procuradores, tão fáceis de manipular. Se existe capacidade que todos líderes afirmativos têm é a de saberem onde se encontram os gatilhos que manipulam cada ser, cada personalidade. Como ninguém, sabem puxá-los e premi-los para obterem o que pretendem.

Perante tal comportamento, gentes como António Costa, Úrsula von der Leyen, Kaja Kallas, Montenegro, Starmer, Scholz, Macron ou Meloni (que agora promovem como uma nova Mussolini 2.0 em versão woke), ficam totalmente desarmados. Já não existe faz de conta. Das duas uma, ou seguem o líder ou são triturados. A outra opção é lutar, assumir uma alternativa. Trump obriga-os a assumir um comportamento e a deixar o pântano da indecisão, do salamaleque, do cinismo seguidista. Nenhum trepador gosta de ser desmascarado desta forma. Nem para o bem, nem para o mal.

Como têm provado as administrações democratas, as atitudes brutais que os republicanos assumem, são sempre mais tarde confirmadas e aprofundadas pelos democratas. Tal como fazem os partidos “social-democratas e socialistas” (agora todos “liberais”) na europa, relativamente aos partidos assumidamente neoliberais, conservadores e reaccionários. Os segundos abrem o caminho, que mais tarde os primeiros consolidam, dizendo que não o estão a fazer. No final, todos sabemos que ficámos mais pobres. E assim se cria a aparência de movimento que mantêm tudo na mesma.

Esta não é mais do que a história do “polícia bom – polícia mau”. O papel dos Trumps e Bush é o de levar mais longe o destino manifesto, que é como quem diz, o alargamento do império, para que venham então os Clintons e Obamas como salvadores, e, por entre belas palavras de unidade, liberdade e democracia, normalizar a barbaridade que pretendiam e da qual retiraram vantagem. Falando em progresso, todos constatamos que vivemos numa sociedade mais violenta, mais empobrecida, mais atrasada, menos democrática.

Afinal, de que precisa o mundo senão da verdade? Seja ela brutal e opressiva, seja ela inaceitável ou desconfortável. Mas que seja a verdade e, nesse caso, Trump é muito mais fiel à verdade que Biden. Trump dá-nos a verdadeira face dos EUA, aquela que não é mascarada e obscurecida, ou abonecada, pelos discursos gobelianos do Partido democrata. Até quando mente e conspira Trump nos diz a verdade, porque o faz com tanta presunção, imbecilidade e arrogância, que se torna fácil desacreditar e desmontar o discurso.

Com a verdade é possível lutar. Odeiam Trump porque nos mostra quem é o inimigo, dando nome e corpo ao monstro que se esconde por detrás do globalismo liderado pelos EUA. Tudo o que o Partido Democrata e seus seguidores e esforçam tanto por esconder ao povo… Deixou de ser secreto!

Trump mostra a face imperial que era suposto permanecer escondida

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As reacções de estupefacção, repúdio e algum desconforto que se propagaram pela imprensa mainstream, a propósito das declarações de Donald Trump, quanto à tomada da Groenlândia à força, do canal do Panamá e mesmo do Canadá, enfermam, na sua maioria, da mais desavergonhada hipocrisia, enormes doses de ilusão e inaceitável ignorância, especialmente por parte daqueles que fazem da sua vida dizer aos outros o que pensar, pressupondo-se que, para tal, estivessem em posse de um nível de informação acima da média.

Face ao que tem constituído, desde a sua fundação, o comportamento dos Estados Unidos da América, dos seus presidentes, órgãos de soberania e daquelas que actuam como os seus principais tentáculos, dentro e além-fronteiras, falo das corporações multinacionais, afinal, em que destoa o comportamento de Donald Trump? É nova esta postura por parte de um presidente dos EUA?

Voltámos ao tempo do “politicamente incorrecto”, da falta de polidez e educação, máscaras utilizadas para criar a ideia de que a elite norte-americana tem em atenção as pretensões alheias, cumpre o direito internacional e respeita a soberania das outras nações? Temos de assistir, outra vez, à reedição do desfile moralista que caracterizou o primeiro mandato, mesmo que acabassem todos, não apenas a fazer o que ele disse, mas, mais importante ainda, a não desfazer o que foi feito?

Donald Trump, como se verá mais tarde, apenas dá voz e corpo ao poder que julga e, de algum modo sabe, ter na mão, fazendo-o da forma mais directa, pragmática e brutal que é seu jeito. Que foi jeito de muitos ao longo da história dos EUA. Inclusive de Biden. Trump faz tudo por apresentar-se como o “real deal”, ao invés do “politicamente correcto” que caracteriza a, igualmente bárbara, atitude liberal e neoliberal. Sob Trump todos podemos aceder ao privilégio de vermos o império em toda a sua brutalidade e visceralidade, sem máscaras comportamentais, sem filtros emocionais.

O que antes estava vedado senão a uma elite de comando ou aos teimosos que insistem em assumir uma postura crítica em relação a qualquer facto, ideia ou informação que lhes surja, passa agora a desvelar-se a todo o povo. Nesse sentido, a atitude de Trump é mais democratizadora, ou seja, mais mobilizadora da acção democrática, no sentido em que activa, exorta e suscita a acção de resposta a um grupo social muito mais vasto, antes adormecido pela polidez, inocuidade e falsidade da atitude política situacionista.

Será a proposta de Trump assim tão diferente de outras anexações que os EUA foram fazendo ao longo da sua curta, mas intensa história? Seriam os EUA a superpotência que hoje são se, em meados do século XIX, não tivessem anexado o Texas, tornando-o no 28.º Estado? Ou a Califórnia? Estados cuja partição deu ainda origem a Arizona, Colorado, Nevada, Novo México e Utah?

E quem foi o senhor responsável por tal anexação? Um Republicano? Nem por isso. O responsável foi o democrata James K. Polk, eleito como 11.º presidente dos EUA, tendo como objectivo a anexação do Texas, Califórnia e Oregon. É claro que se tratava do Partido democrata recém-criado, intrinsecamente liberal e pré-guerra civil. Mas o processo não difere substancialmente do intervencionismo norte americano, às mãos de democratas e republicanos, nos últimos 80 anos. Para tal bastou enviar uns colonos para esses locais, financiar a sua revolta e aplicar o chamado “Corolário Polk”, segundo o qual os EUA incorporariam os territórios cujos “povos” quisessem – mui “democraticamente” – a eles juntar-se. Os “povos”, portanto ).

Importa ainda referir que a doutrina do “Destino Manifesto” era defendida essencialmente pelo próprio partido democrata, fundado em 1828. Foi com base nesta doutrina que se justificou a guerra contra o México que acabou com a conquista dos territórios atrás referidos. Ao contrário, os Whigs, estavam contra o intervencionismo externo, principalmente no que tinha a ver com os colonizadores europeus. E não será a atitude de Trump um corolário da aplicação, sem máscaras, da Doutrina Monroe? A doutrina, segundo a qual, a América Latina foi classificada como “o pátio das traseiras” dos EUA?

Convenhamos que o expansionismo norte-americano não se ficou por aqui, chegando a Porto Rico, território no qual os EUA praticaram todo o tipo de barbaridades para impedir a autodeterminação daquele povo, o qual apoiava esmagadoramente o Partido Nacionalista de Porto Rico (War against all Puerto Ricans, revolution and terror in America’s colony, de Nelson A. Denis), mantendo-se até hoje aquele território como uma colónia. Os povos indígenas terão centenas, senão milhares, de histórias iguais à de Trump. Trump é, na realidade, um presidente realmente americano.

Já na actualidade, nada mudou, a não ser a capacidade propagandística, beneficiando amplamente dos conhecimentos científicos na área da comunicação e propaganda. Os exemplos de anexação são profusos, sendo a Síria apenas mais um exemplo. Foi com Obama que chegaram as tropas norte-americanas à Síria, nomeadamente a partir de 22 de Setembro de 2014, supostamente para combater o ISIS, embora se saiba que, no essencial, as tropas enviadas por Obama estiveram no local a formar, treinar e mobilizar, o que designaram como “Exercito Livre da Síria” e os seus “rebeldes moderados”). Em 2019, foi Trump quem desmobilizou as tropas na Síria, tendo deixado algumas para trás, segundo ele para “ficar com o Petróleo”.

Interessante, ou apenas mais um exemplo do porquê de toda esta atitude face a Trump ser de uma hipocrisia monumental, é que Joe Biden, após cumprir um mandato inteiro, não apenas não desocupou o território sírio ilegalmente ocupado, como ainda teve papel fundamental, no apoio à Turquia, para destruir esta nação, criando condições para uma permanência mais prolongada e enraizada pelos EUA. Tão pouco acabou com o roubo descarado do petróleo.

Portanto, a verdade aqui é muito simples: Trump, como Bush pai, como Bush filho, foram apenas as caras feias a quem os democratas – defensores do destino manifesto dos EUA, do globalismo e do intervencionismo – acusaram de praticar os actos que, mais tarde, os próprios democratas não apenas consolidaram, como aprofundaram. Com a excepção do Afeganistão, de onde Biden retirou, o normal são os democratas, os seus discípulos e procuradores na europa, austrália, Japão Coreia do Sul e Nova Zelândia, atirarem as culpas do intervencionismo aos republicanos, mas os democratas, tal como os republicanos, não apenas não desfazem, como continuam e aprofundam tais políticas.

O exemplo do Afeganistão está para Biden como a retirada do Iraque está para Trump. Se Trump não retirou totalmente, tal, devendo-se, uma vez mais, ao petróleo. Biden, mesmo depois de o parlamento Iraquiano ter votado a saída das tropas americanas, continuou a resistir à retirada das mesmas.

As frentes internacionais abertas por Trump, nenhuma foi encerrada por Biden. A guerra tecnológica contra a Huawei, foi intensificada e alargada por Biden a outras empresas e tecnologias, e idem para a guerra comercial. Ao contrário de Trump, que no seu primeiro mandato conseguiu dialogar com Vladimir Putin, Biden recusou-se a qualquer contacto e, à boa maneira democrata, aprofundou os fossos relacionais com um país tão importante como a Federação Russa, criando uma crise de segurança internacional que há muito tempo não se vivia.

Foi também sob a “liderança” do Partido Democrata que a NATO destruiu a Jugoslávia, foi com Biden que ocorreu o primeiro genocídio televisionado e online da história humana, em Gaza. Aliás, se existe figura proeminente e presente no intervencionismo norte-americano nos últimos 30 a 40 anos, essa figura é Joe Biden, braço direito de Bill e Hillary Clinton ou Barack Obama.

Todos se recordam da forma como Joe Biden disse, ao lado de um embasbacado e hierarquicamente subordinado Chanceler Scholz, que destruiria o gasoduto NordStream se a Rússia “invadisse” a Ucrânia. O gasoduto, propriedade conjunta da Federação Russa e de países da OTAN, foi assim destruído, o que, nos termos do direito internacional constitui um acto de guerra contra uma infra-estrutura civil, para mais, propriedade soberana de países “aliados”. Esta ameaça, mais tarde concretizada, nada difere, na essência, na brutalidade e no desrespeito pela soberania alheia, da pretensão que Trump assumiu relativamente à Groenlândia, a despeito da Dinamarca.

Talvez os “moderados”, epiteto usado para designar os fanáticos pelo situacionismo e demais fanboys do globalismo neoliberal liderado pelos EUA, gostem daquelas narrativas encomendadas para esconder a verdade, como aquela que foram um grupo de ucranianos bêbados que num dos mares mais bem guardados do universo, não apenas fizeram uma festa de arromba como rebentaram uma instalação energética protegida pelo direito internacional.  Mas esta narrativa paradoxal, delirante e mentirosa apenas confirma tudo o que aqui tenho dito. Trump e dos Democratas apenas diferem na dose de honestidade com que assumem os seus interesses reais. O primeiro diz ao que vai, à moda do faroeste, os segundos são mentirosos e ilusionistas compulsivos, especialistas em apontar para um lado e virar para o outro, beneficiando do uso científico das disciplinas do ilusionismo e contorcionismo.

Tal como Trump, cuja atitude demonstra a pouca conta em que tem os actuais dirigentes europeus, não os considerando dignos sequer de recurso a um discurso eufemístico ou mistificador que justificasse a agressão, Biden não foi diferente. Tão pouco respeitou Scholz como chefe de estado de um dos países – ainda – mais importantes do mundo. Confirmando o que constatamos sobre o caracter de tais figuras, Sсholz nem se defendeu ou defendeu o seu país. Nem para tentar uma qualquer manobra de diversão. Uma piada, graçola ou qualquer coisa. Como se a proximidade ao chefe o congelasse de medo.

Talvez, os supostos “moderados”, a maioria dos comentadores que povoam as cada vez mais irrelevantes TV’s mainstreans ocidentais e os eleitos para cargos políticos que se limitam a seguir as directrizes emanadas dos directórios de poder dos EUA/G7 e OTAN, dêem muito valor a uma atitude cínica e hipócrita, tão em voga nos corredores do poder no ocidente e que consiste em pensar-se uma coisa e dizer-se outra; em querer-se muito algo e mostrar-se que nem se quer assim tanto. Mas quem está no terreno, no dia a dia da realidade, da luta pela sobrevivência e da luta pela transformação do mundo, talvez beneficie com a susceptibilidade de um número crescente de pessoas, olharem para as TV’s e, ao invés de assistirem a um qualquer show politicamente estilizado do Copperfield, terem acesso, para variar, à verdadeira cara do império, aos seus tiques, feitios e caprichos.

Não sei se trágico, se caricato, mas o espaço público no ocidente, o espaço da “pós-verdade” tornou-se num amplo e continuado teatro em que figuras desfilam continuada e sucessivamente, fazendo parecer que se faz o contrário do que se pratica, fazendo acreditar que se defende, o contrário do que se objectiva, fazendo por esconder os reais responsáveis por aquilo que todos vemos e revemos acontecer. Nestes palcos da ilusão, em que se transformaram os órgãos de comunicação social, mistificar tornou-se sinónimo de informar e o ilusionismo tornou-se na própria comunicação.

Em tal palco, como é óbvio, figuras como Trump, Putin, Xi Jinping, Maduro, Claudia Sheinbaum, Lukashenko, Fico ou Orban, sejam quais forem os seus campos político-ideológicos, são figuras profundamente odiadas. O que pensam dizem e o que dizem, em regra, coincide com o que defendem. Cometem ainda o pecado mortal de pretenderem exercer o poder que lhes foi constitucionalmente acometido, não admitindo ingerências que não estejam de acordo com a sua vontade e com as responsabilidades a eles atribuídas. Este caracter soberano (consigo próprios e com os outros) e altivo, granjeia-lhes epítetos de “ditadores”, os quais, convenhamos, muitas vezes têm como fonte um folhetim de seu nome “CIA World Factbook”.

Tendo a certeza que 70% da população mundial não se importaria nada de viver numa “ditadura” como a Bielorussa em que qualquer ser humano é “obrigado” a não passar fome, não dormir na rua, não ficar no desemprego, não ficar à espera de operações médicas anos a fio, não sucumbir ao analfabetismo e à iliteracia e a não viver o drama do crime violento, tais classificações nada mais me merecem do que um sorriso irónico, quando se considera “democracia” atribuir o poder a meia dúzia de oligarcas e condenar vastas maiorias à miséria, e “ditadura” conferir condições dignas de vida, não à maioria, mas a toda a população, impedindo os oligarcas de mandarem e desmandarem à sua vontade, sob pena de exclusão. Assim, sem misticismos, nem ilusões. Tal como quando condenam, perseguem e calam todos os que tentam subverter, em nome de interesses estrangeiros, tais nações.

O que devemos questionar é para que necessitamos de um poder que diz estar contra a tortura, mas mantém Guantanamo a funcionar e, como essa instalação, milhares de prisões secretas em todo o mundo. Ou, um poder que, nos últimos 80 anos, transferiu cerca de 20% da riqueza produzida anualmente, dos 50% mais pobres, os trabalhadores, para os 10% mais ricos, os oligarcas, passando esses 10% a dominar mais de 30% do output dos EUA e os 50% mais pobres a quedar-se por uns meros 6 ou 7%. Tudo isto enquanto se fazem belos discursos sobre democracia – para os 10% mais ricos certamente – e direitos humanos, sempre que estes não colidam com interesses mais importantes, como os monetários.

Muito gostarão, tais gentes, de ouvir Biden, numa mesma conferência de imprensa, dizer que vai enviar armas para Israel e, logo de seguida, dizer que está preocupado com a situação humanitária em Gaza e pedir a Netanyahu que seja mais brando com as bombas que, ele próprio, lhe autorizou o envio. Também gostarão bastante de ver Blinken dizer que tem de “ajudar” a Ucrânia com mais armas e depois acusar a Federação Russa de deitar prédios ucranianos abaixo, para eliminar os soldados que para lá a OTAN envia. Ou assistir a Zelensky dizer que luta pela democracia enquanto eliminou toda a oposição à esquerda e ao centro.

A polidez e o cinismo que fazem confundir com “cultura democrática” e “respeito institucional” têm por base os mesmos princípios – ou falta deles – que os levam a proibir órgãos de comunicação social, em nome da defesa da “liberdade de expressão”, e perseguir indivíduos em redes sociais, escutando chamadas telefónicas, vídeos e analisando mensagens privadas, em nome da defesa da liberdade de opinião. É em nome desta polidez que se calam os biliões de dólares anuais que o orçamento norte americano consagra para a comunicação social, para que produza informação que “contrarie a influência maligna” de Rússia, China ou Irão (https://www.hudson.org/foreign-policy/countering-malign-prc-influence-europe-peter-rough). Mesmo que, para se produzirem tais mensagens, se tenha de inventar, mentir e manipular factos. Como é que alguém são e minimamente preocupado com o seu povo admite que um país estrangeiro use fundos sem fim para eliminar a relação entre a Europa e a China, ou a Europa e a Rússia, como se fossem nossos patriarcas ou tutores e os povos europeus estivessem sujeitos a um processo de inabilitação civil, incapazes de exercer os seus direitos e assumir os seus deveres.

Ao assistirmos à intromissão de Elon Musk na política europeia, usando do seu “X” para propagar as suas ideias, todos os que se mostram chocados deveriam pensar duas vezes e perceber que a utilização do “X” por Musk não difere da utilização do Facebook, Google ou comunicação social mainstream (concentrada segundo os auspícios de Clinton) pela casa branca e pela CIA. O desrespeito que Musk demonstra pela soberania dos estados membros europeus não difere do desrespeito a que se deram os representantes políticos desses estados consigo próprios e com os povos que dizem defender, quando prescindiram de governar e deixaram tudo nas mãos de Washington e da mandatária Úrsula von der Leyen. No fundo, Elon Musk está apenas a utilizar um poder que sabe existir, assim, sem máscaras também.

Trump, Elon Musk ou J.D Vance (ainda vão aparecer tipos a dizer que os apoio) desconcertam esta gente porque denunciam, sem subterfúgios, sem falsas modéstias, sem hipocrisias, o estado de submissão e subordinação em que se encontram os políticos europeus face à Casa Branca, face ao império corporativo que agora chefiam. Sabendo-o, usam com toda a frontalidade tal poder, rebaixando os destinatários das suas ordens ao nível do que são: meros funcionários corporativos à procura de trepar na carreira e corruptos (moral ou financeiramente) procuradores, tão fáceis de manipular. Se existe capacidade que todos líderes afirmativos têm é a de saberem onde se encontram os gatilhos que manipulam cada ser, cada personalidade. Como ninguém, sabem puxá-los e premi-los para obterem o que pretendem.

Perante tal comportamento, gentes como António Costa, Úrsula von der Leyen, Kaja Kallas, Montenegro, Starmer, Scholz, Macron ou Meloni (que agora promovem como uma nova Mussolini 2.0 em versão woke), ficam totalmente desarmados. Já não existe faz de conta. Das duas uma, ou seguem o líder ou são triturados. A outra opção é lutar, assumir uma alternativa. Trump obriga-os a assumir um comportamento e a deixar o pântano da indecisão, do salamaleque, do cinismo seguidista. Nenhum trepador gosta de ser desmascarado desta forma. Nem para o bem, nem para o mal.

Como têm provado as administrações democratas, as atitudes brutais que os republicanos assumem, são sempre mais tarde confirmadas e aprofundadas pelos democratas. Tal como fazem os partidos “social-democratas e socialistas” (agora todos “liberais”) na europa, relativamente aos partidos assumidamente neoliberais, conservadores e reaccionários. Os segundos abrem o caminho, que mais tarde os primeiros consolidam, dizendo que não o estão a fazer. No final, todos sabemos que ficámos mais pobres. E assim se cria a aparência de movimento que mantêm tudo na mesma.

Esta não é mais do que a história do “polícia bom – polícia mau”. O papel dos Trumps e Bush é o de levar mais longe o destino manifesto, que é como quem diz, o alargamento do império, para que venham então os Clintons e Obamas como salvadores, e, por entre belas palavras de unidade, liberdade e democracia, normalizar a barbaridade que pretendiam e da qual retiraram vantagem. Falando em progresso, todos constatamos que vivemos numa sociedade mais violenta, mais empobrecida, mais atrasada, menos democrática.

Afinal, de que precisa o mundo senão da verdade? Seja ela brutal e opressiva, seja ela inaceitável ou desconfortável. Mas que seja a verdade e, nesse caso, Trump é muito mais fiel à verdade que Biden. Trump dá-nos a verdadeira face dos EUA, aquela que não é mascarada e obscurecida, ou abonecada, pelos discursos gobelianos do Partido democrata. Até quando mente e conspira Trump nos diz a verdade, porque o faz com tanta presunção, imbecilidade e arrogância, que se torna fácil desacreditar e desmontar o discurso.

Com a verdade é possível lutar. Odeiam Trump porque nos mostra quem é o inimigo, dando nome e corpo ao monstro que se esconde por detrás do globalismo liderado pelos EUA. Tudo o que o Partido Democrata e seus seguidores e esforçam tanto por esconder ao povo… Deixou de ser secreto!

Escreva para nós: info@strategic-culture.su

As reacções de estupefacção, repúdio e algum desconforto que se propagaram pela imprensa mainstream, a propósito das declarações de Donald Trump, quanto à tomada da Groenlândia à força, do canal do Panamá e mesmo do Canadá, enfermam, na sua maioria, da mais desavergonhada hipocrisia, enormes doses de ilusão e inaceitável ignorância, especialmente por parte daqueles que fazem da sua vida dizer aos outros o que pensar, pressupondo-se que, para tal, estivessem em posse de um nível de informação acima da média.

Face ao que tem constituído, desde a sua fundação, o comportamento dos Estados Unidos da América, dos seus presidentes, órgãos de soberania e daquelas que actuam como os seus principais tentáculos, dentro e além-fronteiras, falo das corporações multinacionais, afinal, em que destoa o comportamento de Donald Trump? É nova esta postura por parte de um presidente dos EUA?

Voltámos ao tempo do “politicamente incorrecto”, da falta de polidez e educação, máscaras utilizadas para criar a ideia de que a elite norte-americana tem em atenção as pretensões alheias, cumpre o direito internacional e respeita a soberania das outras nações? Temos de assistir, outra vez, à reedição do desfile moralista que caracterizou o primeiro mandato, mesmo que acabassem todos, não apenas a fazer o que ele disse, mas, mais importante ainda, a não desfazer o que foi feito?

Donald Trump, como se verá mais tarde, apenas dá voz e corpo ao poder que julga e, de algum modo sabe, ter na mão, fazendo-o da forma mais directa, pragmática e brutal que é seu jeito. Que foi jeito de muitos ao longo da história dos EUA. Inclusive de Biden. Trump faz tudo por apresentar-se como o “real deal”, ao invés do “politicamente correcto” que caracteriza a, igualmente bárbara, atitude liberal e neoliberal. Sob Trump todos podemos aceder ao privilégio de vermos o império em toda a sua brutalidade e visceralidade, sem máscaras comportamentais, sem filtros emocionais.

O que antes estava vedado senão a uma elite de comando ou aos teimosos que insistem em assumir uma postura crítica em relação a qualquer facto, ideia ou informação que lhes surja, passa agora a desvelar-se a todo o povo. Nesse sentido, a atitude de Trump é mais democratizadora, ou seja, mais mobilizadora da acção democrática, no sentido em que activa, exorta e suscita a acção de resposta a um grupo social muito mais vasto, antes adormecido pela polidez, inocuidade e falsidade da atitude política situacionista.

Será a proposta de Trump assim tão diferente de outras anexações que os EUA foram fazendo ao longo da sua curta, mas intensa história? Seriam os EUA a superpotência que hoje são se, em meados do século XIX, não tivessem anexado o Texas, tornando-o no 28.º Estado? Ou a Califórnia? Estados cuja partição deu ainda origem a Arizona, Colorado, Nevada, Novo México e Utah?

E quem foi o senhor responsável por tal anexação? Um Republicano? Nem por isso. O responsável foi o democrata James K. Polk, eleito como 11.º presidente dos EUA, tendo como objectivo a anexação do Texas, Califórnia e Oregon. É claro que se tratava do Partido democrata recém-criado, intrinsecamente liberal e pré-guerra civil. Mas o processo não difere substancialmente do intervencionismo norte americano, às mãos de democratas e republicanos, nos últimos 80 anos. Para tal bastou enviar uns colonos para esses locais, financiar a sua revolta e aplicar o chamado “Corolário Polk”, segundo o qual os EUA incorporariam os territórios cujos “povos” quisessem – mui “democraticamente” – a eles juntar-se. Os “povos”, portanto ).

Importa ainda referir que a doutrina do “Destino Manifesto” era defendida essencialmente pelo próprio partido democrata, fundado em 1828. Foi com base nesta doutrina que se justificou a guerra contra o México que acabou com a conquista dos territórios atrás referidos. Ao contrário, os Whigs, estavam contra o intervencionismo externo, principalmente no que tinha a ver com os colonizadores europeus. E não será a atitude de Trump um corolário da aplicação, sem máscaras, da Doutrina Monroe? A doutrina, segundo a qual, a América Latina foi classificada como “o pátio das traseiras” dos EUA?

Convenhamos que o expansionismo norte-americano não se ficou por aqui, chegando a Porto Rico, território no qual os EUA praticaram todo o tipo de barbaridades para impedir a autodeterminação daquele povo, o qual apoiava esmagadoramente o Partido Nacionalista de Porto Rico (War against all Puerto Ricans, revolution and terror in America’s colony, de Nelson A. Denis), mantendo-se até hoje aquele território como uma colónia. Os povos indígenas terão centenas, senão milhares, de histórias iguais à de Trump. Trump é, na realidade, um presidente realmente americano.

Já na actualidade, nada mudou, a não ser a capacidade propagandística, beneficiando amplamente dos conhecimentos científicos na área da comunicação e propaganda. Os exemplos de anexação são profusos, sendo a Síria apenas mais um exemplo. Foi com Obama que chegaram as tropas norte-americanas à Síria, nomeadamente a partir de 22 de Setembro de 2014, supostamente para combater o ISIS, embora se saiba que, no essencial, as tropas enviadas por Obama estiveram no local a formar, treinar e mobilizar, o que designaram como “Exercito Livre da Síria” e os seus “rebeldes moderados”). Em 2019, foi Trump quem desmobilizou as tropas na Síria, tendo deixado algumas para trás, segundo ele para “ficar com o Petróleo”.

Interessante, ou apenas mais um exemplo do porquê de toda esta atitude face a Trump ser de uma hipocrisia monumental, é que Joe Biden, após cumprir um mandato inteiro, não apenas não desocupou o território sírio ilegalmente ocupado, como ainda teve papel fundamental, no apoio à Turquia, para destruir esta nação, criando condições para uma permanência mais prolongada e enraizada pelos EUA. Tão pouco acabou com o roubo descarado do petróleo.

Portanto, a verdade aqui é muito simples: Trump, como Bush pai, como Bush filho, foram apenas as caras feias a quem os democratas – defensores do destino manifesto dos EUA, do globalismo e do intervencionismo – acusaram de praticar os actos que, mais tarde, os próprios democratas não apenas consolidaram, como aprofundaram. Com a excepção do Afeganistão, de onde Biden retirou, o normal são os democratas, os seus discípulos e procuradores na europa, austrália, Japão Coreia do Sul e Nova Zelândia, atirarem as culpas do intervencionismo aos republicanos, mas os democratas, tal como os republicanos, não apenas não desfazem, como continuam e aprofundam tais políticas.

O exemplo do Afeganistão está para Biden como a retirada do Iraque está para Trump. Se Trump não retirou totalmente, tal, devendo-se, uma vez mais, ao petróleo. Biden, mesmo depois de o parlamento Iraquiano ter votado a saída das tropas americanas, continuou a resistir à retirada das mesmas.

As frentes internacionais abertas por Trump, nenhuma foi encerrada por Biden. A guerra tecnológica contra a Huawei, foi intensificada e alargada por Biden a outras empresas e tecnologias, e idem para a guerra comercial. Ao contrário de Trump, que no seu primeiro mandato conseguiu dialogar com Vladimir Putin, Biden recusou-se a qualquer contacto e, à boa maneira democrata, aprofundou os fossos relacionais com um país tão importante como a Federação Russa, criando uma crise de segurança internacional que há muito tempo não se vivia.

Foi também sob a “liderança” do Partido Democrata que a NATO destruiu a Jugoslávia, foi com Biden que ocorreu o primeiro genocídio televisionado e online da história humana, em Gaza. Aliás, se existe figura proeminente e presente no intervencionismo norte-americano nos últimos 30 a 40 anos, essa figura é Joe Biden, braço direito de Bill e Hillary Clinton ou Barack Obama.

Todos se recordam da forma como Joe Biden disse, ao lado de um embasbacado e hierarquicamente subordinado Chanceler Scholz, que destruiria o gasoduto NordStream se a Rússia “invadisse” a Ucrânia. O gasoduto, propriedade conjunta da Federação Russa e de países da OTAN, foi assim destruído, o que, nos termos do direito internacional constitui um acto de guerra contra uma infra-estrutura civil, para mais, propriedade soberana de países “aliados”. Esta ameaça, mais tarde concretizada, nada difere, na essência, na brutalidade e no desrespeito pela soberania alheia, da pretensão que Trump assumiu relativamente à Groenlândia, a despeito da Dinamarca.

Talvez os “moderados”, epiteto usado para designar os fanáticos pelo situacionismo e demais fanboys do globalismo neoliberal liderado pelos EUA, gostem daquelas narrativas encomendadas para esconder a verdade, como aquela que foram um grupo de ucranianos bêbados que num dos mares mais bem guardados do universo, não apenas fizeram uma festa de arromba como rebentaram uma instalação energética protegida pelo direito internacional.  Mas esta narrativa paradoxal, delirante e mentirosa apenas confirma tudo o que aqui tenho dito. Trump e dos Democratas apenas diferem na dose de honestidade com que assumem os seus interesses reais. O primeiro diz ao que vai, à moda do faroeste, os segundos são mentirosos e ilusionistas compulsivos, especialistas em apontar para um lado e virar para o outro, beneficiando do uso científico das disciplinas do ilusionismo e contorcionismo.

Tal como Trump, cuja atitude demonstra a pouca conta em que tem os actuais dirigentes europeus, não os considerando dignos sequer de recurso a um discurso eufemístico ou mistificador que justificasse a agressão, Biden não foi diferente. Tão pouco respeitou Scholz como chefe de estado de um dos países – ainda – mais importantes do mundo. Confirmando o que constatamos sobre o caracter de tais figuras, Sсholz nem se defendeu ou defendeu o seu país. Nem para tentar uma qualquer manobra de diversão. Uma piada, graçola ou qualquer coisa. Como se a proximidade ao chefe o congelasse de medo.

Talvez, os supostos “moderados”, a maioria dos comentadores que povoam as cada vez mais irrelevantes TV’s mainstreans ocidentais e os eleitos para cargos políticos que se limitam a seguir as directrizes emanadas dos directórios de poder dos EUA/G7 e OTAN, dêem muito valor a uma atitude cínica e hipócrita, tão em voga nos corredores do poder no ocidente e que consiste em pensar-se uma coisa e dizer-se outra; em querer-se muito algo e mostrar-se que nem se quer assim tanto. Mas quem está no terreno, no dia a dia da realidade, da luta pela sobrevivência e da luta pela transformação do mundo, talvez beneficie com a susceptibilidade de um número crescente de pessoas, olharem para as TV’s e, ao invés de assistirem a um qualquer show politicamente estilizado do Copperfield, terem acesso, para variar, à verdadeira cara do império, aos seus tiques, feitios e caprichos.

Não sei se trágico, se caricato, mas o espaço público no ocidente, o espaço da “pós-verdade” tornou-se num amplo e continuado teatro em que figuras desfilam continuada e sucessivamente, fazendo parecer que se faz o contrário do que se pratica, fazendo acreditar que se defende, o contrário do que se objectiva, fazendo por esconder os reais responsáveis por aquilo que todos vemos e revemos acontecer. Nestes palcos da ilusão, em que se transformaram os órgãos de comunicação social, mistificar tornou-se sinónimo de informar e o ilusionismo tornou-se na própria comunicação.

Em tal palco, como é óbvio, figuras como Trump, Putin, Xi Jinping, Maduro, Claudia Sheinbaum, Lukashenko, Fico ou Orban, sejam quais forem os seus campos político-ideológicos, são figuras profundamente odiadas. O que pensam dizem e o que dizem, em regra, coincide com o que defendem. Cometem ainda o pecado mortal de pretenderem exercer o poder que lhes foi constitucionalmente acometido, não admitindo ingerências que não estejam de acordo com a sua vontade e com as responsabilidades a eles atribuídas. Este caracter soberano (consigo próprios e com os outros) e altivo, granjeia-lhes epítetos de “ditadores”, os quais, convenhamos, muitas vezes têm como fonte um folhetim de seu nome “CIA World Factbook”.

Tendo a certeza que 70% da população mundial não se importaria nada de viver numa “ditadura” como a Bielorussa em que qualquer ser humano é “obrigado” a não passar fome, não dormir na rua, não ficar no desemprego, não ficar à espera de operações médicas anos a fio, não sucumbir ao analfabetismo e à iliteracia e a não viver o drama do crime violento, tais classificações nada mais me merecem do que um sorriso irónico, quando se considera “democracia” atribuir o poder a meia dúzia de oligarcas e condenar vastas maiorias à miséria, e “ditadura” conferir condições dignas de vida, não à maioria, mas a toda a população, impedindo os oligarcas de mandarem e desmandarem à sua vontade, sob pena de exclusão. Assim, sem misticismos, nem ilusões. Tal como quando condenam, perseguem e calam todos os que tentam subverter, em nome de interesses estrangeiros, tais nações.

O que devemos questionar é para que necessitamos de um poder que diz estar contra a tortura, mas mantém Guantanamo a funcionar e, como essa instalação, milhares de prisões secretas em todo o mundo. Ou, um poder que, nos últimos 80 anos, transferiu cerca de 20% da riqueza produzida anualmente, dos 50% mais pobres, os trabalhadores, para os 10% mais ricos, os oligarcas, passando esses 10% a dominar mais de 30% do output dos EUA e os 50% mais pobres a quedar-se por uns meros 6 ou 7%. Tudo isto enquanto se fazem belos discursos sobre democracia – para os 10% mais ricos certamente – e direitos humanos, sempre que estes não colidam com interesses mais importantes, como os monetários.

Muito gostarão, tais gentes, de ouvir Biden, numa mesma conferência de imprensa, dizer que vai enviar armas para Israel e, logo de seguida, dizer que está preocupado com a situação humanitária em Gaza e pedir a Netanyahu que seja mais brando com as bombas que, ele próprio, lhe autorizou o envio. Também gostarão bastante de ver Blinken dizer que tem de “ajudar” a Ucrânia com mais armas e depois acusar a Federação Russa de deitar prédios ucranianos abaixo, para eliminar os soldados que para lá a OTAN envia. Ou assistir a Zelensky dizer que luta pela democracia enquanto eliminou toda a oposição à esquerda e ao centro.

A polidez e o cinismo que fazem confundir com “cultura democrática” e “respeito institucional” têm por base os mesmos princípios – ou falta deles – que os levam a proibir órgãos de comunicação social, em nome da defesa da “liberdade de expressão”, e perseguir indivíduos em redes sociais, escutando chamadas telefónicas, vídeos e analisando mensagens privadas, em nome da defesa da liberdade de opinião. É em nome desta polidez que se calam os biliões de dólares anuais que o orçamento norte americano consagra para a comunicação social, para que produza informação que “contrarie a influência maligna” de Rússia, China ou Irão (https://www.hudson.org/foreign-policy/countering-malign-prc-influence-europe-peter-rough). Mesmo que, para se produzirem tais mensagens, se tenha de inventar, mentir e manipular factos. Como é que alguém são e minimamente preocupado com o seu povo admite que um país estrangeiro use fundos sem fim para eliminar a relação entre a Europa e a China, ou a Europa e a Rússia, como se fossem nossos patriarcas ou tutores e os povos europeus estivessem sujeitos a um processo de inabilitação civil, incapazes de exercer os seus direitos e assumir os seus deveres.

Ao assistirmos à intromissão de Elon Musk na política europeia, usando do seu “X” para propagar as suas ideias, todos os que se mostram chocados deveriam pensar duas vezes e perceber que a utilização do “X” por Musk não difere da utilização do Facebook, Google ou comunicação social mainstream (concentrada segundo os auspícios de Clinton) pela casa branca e pela CIA. O desrespeito que Musk demonstra pela soberania dos estados membros europeus não difere do desrespeito a que se deram os representantes políticos desses estados consigo próprios e com os povos que dizem defender, quando prescindiram de governar e deixaram tudo nas mãos de Washington e da mandatária Úrsula von der Leyen. No fundo, Elon Musk está apenas a utilizar um poder que sabe existir, assim, sem máscaras também.

Trump, Elon Musk ou J.D Vance (ainda vão aparecer tipos a dizer que os apoio) desconcertam esta gente porque denunciam, sem subterfúgios, sem falsas modéstias, sem hipocrisias, o estado de submissão e subordinação em que se encontram os políticos europeus face à Casa Branca, face ao império corporativo que agora chefiam. Sabendo-o, usam com toda a frontalidade tal poder, rebaixando os destinatários das suas ordens ao nível do que são: meros funcionários corporativos à procura de trepar na carreira e corruptos (moral ou financeiramente) procuradores, tão fáceis de manipular. Se existe capacidade que todos líderes afirmativos têm é a de saberem onde se encontram os gatilhos que manipulam cada ser, cada personalidade. Como ninguém, sabem puxá-los e premi-los para obterem o que pretendem.

Perante tal comportamento, gentes como António Costa, Úrsula von der Leyen, Kaja Kallas, Montenegro, Starmer, Scholz, Macron ou Meloni (que agora promovem como uma nova Mussolini 2.0 em versão woke), ficam totalmente desarmados. Já não existe faz de conta. Das duas uma, ou seguem o líder ou são triturados. A outra opção é lutar, assumir uma alternativa. Trump obriga-os a assumir um comportamento e a deixar o pântano da indecisão, do salamaleque, do cinismo seguidista. Nenhum trepador gosta de ser desmascarado desta forma. Nem para o bem, nem para o mal.

Como têm provado as administrações democratas, as atitudes brutais que os republicanos assumem, são sempre mais tarde confirmadas e aprofundadas pelos democratas. Tal como fazem os partidos “social-democratas e socialistas” (agora todos “liberais”) na europa, relativamente aos partidos assumidamente neoliberais, conservadores e reaccionários. Os segundos abrem o caminho, que mais tarde os primeiros consolidam, dizendo que não o estão a fazer. No final, todos sabemos que ficámos mais pobres. E assim se cria a aparência de movimento que mantêm tudo na mesma.

Esta não é mais do que a história do “polícia bom – polícia mau”. O papel dos Trumps e Bush é o de levar mais longe o destino manifesto, que é como quem diz, o alargamento do império, para que venham então os Clintons e Obamas como salvadores, e, por entre belas palavras de unidade, liberdade e democracia, normalizar a barbaridade que pretendiam e da qual retiraram vantagem. Falando em progresso, todos constatamos que vivemos numa sociedade mais violenta, mais empobrecida, mais atrasada, menos democrática.

Afinal, de que precisa o mundo senão da verdade? Seja ela brutal e opressiva, seja ela inaceitável ou desconfortável. Mas que seja a verdade e, nesse caso, Trump é muito mais fiel à verdade que Biden. Trump dá-nos a verdadeira face dos EUA, aquela que não é mascarada e obscurecida, ou abonecada, pelos discursos gobelianos do Partido democrata. Até quando mente e conspira Trump nos diz a verdade, porque o faz com tanta presunção, imbecilidade e arrogância, que se torna fácil desacreditar e desmontar o discurso.

Com a verdade é possível lutar. Odeiam Trump porque nos mostra quem é o inimigo, dando nome e corpo ao monstro que se esconde por detrás do globalismo liderado pelos EUA. Tudo o que o Partido Democrata e seus seguidores e esforçam tanto por esconder ao povo… Deixou de ser secreto!

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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