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Raphael Machado
December 20, 2025
© Photo: Public domain

Os EUA tem em sua posse apenas 1% dos elementos de terras raras.

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Ninguém ousaria dizer que a natureza é justa, e isso fica bastante claro quando avaliamos a distribuição dos recursos naturais sobre a superfície do planeta e a comparamos com as fronteiras nacionais. Alguns recursos estão mais ou menos bem distribuídos entre as nações, outros estão mais concentrados em determinados pontos do planeta. Alguns poucos recursos estão hiperconcentrados em um ou dois países, e praticamente ausentes do resto do planeta.

É o caso das chamadas “terras raras”, um nome genérico mais corretamente referido como “metais de terras raras”, um conjunto de 17 metais pesados cuja utilidade tem sido crescente para a indústria de alta tecnologia, especialmente as ligadas à Quarta Revolução Industrial, com aplicabilidade para setores que vão dos smartphones e turbinas eólicas, até os sistemas de precisão da missilística contemporânea, sem esquecer os motores de veículos elétricos.

Bem, o mundo, até onde se sabe, contém 92 toneladas métricas de metais de terras raras. Dessas, aproximadamente 47% estão na China (responsável também por cerca de 60-70% da produção mineral e, mais crucialmente, mais de 85% do refino e processamento global) e aproximadamente 23% estão no Brasil. A Índia vem bem longe com 7% das reservas.

Os EUA, por sua vez, tem em sua posse apenas 1% dos elementos de terras raras.

O problema é óbvio quando se percebe que os EUA tentam permanecer na vanguarda do desenvolvimento tecnológico contemporâneo e que, por isso, têm estado em absoluta dependência em relação à China para importações de terras raras. Essa realidade de dependência em um setor tão estratégico claramente não é de agrado de Donald Trump.

De modo que, apesar da recente visita de Trump à China ter servido para aliviar as tensões entre os países e para garantir o fornecimento de terras raras, libertar-se da dependência chinesa permanece um objetivo estratégico do mais alto nível para a Casa Branca. Isso é confirmado pela abordagem da “questão chinesa” no documento da Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, que coloca a competição com a China entre os principais objetivos estadunidenses.

A busca por fontes alternativas de terras raras, assim, constitui uma prioridade.

E pela própria lógica da distribuição desse recurso natural…é aí que entra o Brasil, o segundo país em quantidade de terras raras.

Em primeiro lugar, a quantidade de reservas não se correlaciona necessariamente com a produção (ou seja, o refino) desses elementos a partir das terras raras. O Brasil, por exemplo, apesar de possuir 23% das terras raras corresponde a apenas 1% da produção. Em outras palavras, o Brasil tem um potencial ainda subutilizado nesse setor.

Diante dessa realidade surge a questão: por que, então, o Brasil não começa a refinar e a usar os seus metais de terras raras, considerando o seu caráter estratégico?

O Brasil, há décadas, tem sido categorizado em grupos intermediários como “países em desenvolvimento”, “potências do futuro”, etc., mas a sua situação socioeconômica pouco evoluiu nos últimos 20 anos. Não seria essa uma vantagem estratégica apta a alavancar o desenvolvimento e a reindustrialização do Brasil?

Fontes minhas no setor financeiro dizem, não obstante, é improvável que qualquer mudança de postura do governo brasileiro aconteça nessa questão das terras raras. E isso por motivos muito simples: o refino de terras raras é complexo, exige altos investimentos e um grande dispêndio energético. Em geral, qualquer investimento significativo nessa área levará aproximadamente 12-15 anos para apresentar qualquer resultado.

Isso coloca o Brasil, na verdade, numa situação de fragilidade internacional. Ele é o possuidor de riquezas que ele, atualmente, não possui condições de explorar – e isso num contexto no qual uma grande potência relativamente próxima necessita desses recursos naturais em questão.

Mas seria amadorismo deduzir, a partir daí, alguma possível pretensão dos EUA de invadir ou atacar o Brasil. A realidade é que Washington, simplesmente, não precisa fazer nada do tipo.

O recente acordo entre Lula e Trump foi retratado na mídia internacional como uma derrota para Bolsonaro, o que é verdade, mas seria precipitado falar numa “vitória” de Lula. Porque os detalhes das negociações entre ambos países até hoje não foram divulgados, e boatos bem fundamentados dizem que o Brasil teria aceitado facilitar o acesso dos EUA às terras raras brasileiras.

Esse acesso, porém, em alguma medida já é verificável.

O governo Trump, através da Development Finance Corporation (DFC), investiu US$ 465 milhões na mineradora Serra Verde, única produtora de terras raras em escala comercial fora da Ásia. Apesar de operar no Brasil, a empresa é controlada pelo fundo estadunidense Denham Capital, e seu CEO reuniu-se com altos funcionários do governo dos EUA antes da imposição de tarifas contra o Brasil.

Paralelamente, a Serra Verde também busca recursos de instituições brasileiras como o BNDES e a Finep para ampliar sua produção e inovação. Outra beneficiária do DFC é a mineradora Aclara, que recebeu US$ 5 milhões para explorar terras raras em Aparecida de Goiânia. Controlada pelo grupo peruano Hochschild — um império familiar com histórico de mineração na América Latina — a Aclara visa explorar terras raras pesadas essenciais para ímãs de alta tecnologia.

Ninguém deveria se surpreender com a possibilidade do Brasil estar cedendo tão facilmente diante dos EUA. A elite brasileira é notoriamente cosmopolita e ocidentalizada, e adere ideologicamente aos valores da “democracia liberal” e dos “direitos humanos”, nutrindo uma profunda desconfiança em relação a países como Rússia e China. Longe da imagem estereotípica que se alimenta de Lula no exterior, o Presidente do Brasil já expressou várias vezes um maior senso de proximidade em relação à União Europeia, em comparação com países não-alinhados ou contra-hegemônicos.

Naturalmente, a grande preocupação é de que os investimentos atuais e futuros dos EUA na exploração das terras raras brasileiras não resulte em qualquer desenvolvimento e não vá além do extrativismo mais predatório. Comparativamente, neste caso, um acordo joint venture com os chineses poderia ser mais benéfico, vide uma maior disposição para transferência de tecnologia.

O xadrez das terras raras brasileiras

Os EUA tem em sua posse apenas 1% dos elementos de terras raras.

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Ninguém ousaria dizer que a natureza é justa, e isso fica bastante claro quando avaliamos a distribuição dos recursos naturais sobre a superfície do planeta e a comparamos com as fronteiras nacionais. Alguns recursos estão mais ou menos bem distribuídos entre as nações, outros estão mais concentrados em determinados pontos do planeta. Alguns poucos recursos estão hiperconcentrados em um ou dois países, e praticamente ausentes do resto do planeta.

É o caso das chamadas “terras raras”, um nome genérico mais corretamente referido como “metais de terras raras”, um conjunto de 17 metais pesados cuja utilidade tem sido crescente para a indústria de alta tecnologia, especialmente as ligadas à Quarta Revolução Industrial, com aplicabilidade para setores que vão dos smartphones e turbinas eólicas, até os sistemas de precisão da missilística contemporânea, sem esquecer os motores de veículos elétricos.

Bem, o mundo, até onde se sabe, contém 92 toneladas métricas de metais de terras raras. Dessas, aproximadamente 47% estão na China (responsável também por cerca de 60-70% da produção mineral e, mais crucialmente, mais de 85% do refino e processamento global) e aproximadamente 23% estão no Brasil. A Índia vem bem longe com 7% das reservas.

Os EUA, por sua vez, tem em sua posse apenas 1% dos elementos de terras raras.

O problema é óbvio quando se percebe que os EUA tentam permanecer na vanguarda do desenvolvimento tecnológico contemporâneo e que, por isso, têm estado em absoluta dependência em relação à China para importações de terras raras. Essa realidade de dependência em um setor tão estratégico claramente não é de agrado de Donald Trump.

De modo que, apesar da recente visita de Trump à China ter servido para aliviar as tensões entre os países e para garantir o fornecimento de terras raras, libertar-se da dependência chinesa permanece um objetivo estratégico do mais alto nível para a Casa Branca. Isso é confirmado pela abordagem da “questão chinesa” no documento da Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, que coloca a competição com a China entre os principais objetivos estadunidenses.

A busca por fontes alternativas de terras raras, assim, constitui uma prioridade.

E pela própria lógica da distribuição desse recurso natural…é aí que entra o Brasil, o segundo país em quantidade de terras raras.

Em primeiro lugar, a quantidade de reservas não se correlaciona necessariamente com a produção (ou seja, o refino) desses elementos a partir das terras raras. O Brasil, por exemplo, apesar de possuir 23% das terras raras corresponde a apenas 1% da produção. Em outras palavras, o Brasil tem um potencial ainda subutilizado nesse setor.

Diante dessa realidade surge a questão: por que, então, o Brasil não começa a refinar e a usar os seus metais de terras raras, considerando o seu caráter estratégico?

O Brasil, há décadas, tem sido categorizado em grupos intermediários como “países em desenvolvimento”, “potências do futuro”, etc., mas a sua situação socioeconômica pouco evoluiu nos últimos 20 anos. Não seria essa uma vantagem estratégica apta a alavancar o desenvolvimento e a reindustrialização do Brasil?

Fontes minhas no setor financeiro dizem, não obstante, é improvável que qualquer mudança de postura do governo brasileiro aconteça nessa questão das terras raras. E isso por motivos muito simples: o refino de terras raras é complexo, exige altos investimentos e um grande dispêndio energético. Em geral, qualquer investimento significativo nessa área levará aproximadamente 12-15 anos para apresentar qualquer resultado.

Isso coloca o Brasil, na verdade, numa situação de fragilidade internacional. Ele é o possuidor de riquezas que ele, atualmente, não possui condições de explorar – e isso num contexto no qual uma grande potência relativamente próxima necessita desses recursos naturais em questão.

Mas seria amadorismo deduzir, a partir daí, alguma possível pretensão dos EUA de invadir ou atacar o Brasil. A realidade é que Washington, simplesmente, não precisa fazer nada do tipo.

O recente acordo entre Lula e Trump foi retratado na mídia internacional como uma derrota para Bolsonaro, o que é verdade, mas seria precipitado falar numa “vitória” de Lula. Porque os detalhes das negociações entre ambos países até hoje não foram divulgados, e boatos bem fundamentados dizem que o Brasil teria aceitado facilitar o acesso dos EUA às terras raras brasileiras.

Esse acesso, porém, em alguma medida já é verificável.

O governo Trump, através da Development Finance Corporation (DFC), investiu US$ 465 milhões na mineradora Serra Verde, única produtora de terras raras em escala comercial fora da Ásia. Apesar de operar no Brasil, a empresa é controlada pelo fundo estadunidense Denham Capital, e seu CEO reuniu-se com altos funcionários do governo dos EUA antes da imposição de tarifas contra o Brasil.

Paralelamente, a Serra Verde também busca recursos de instituições brasileiras como o BNDES e a Finep para ampliar sua produção e inovação. Outra beneficiária do DFC é a mineradora Aclara, que recebeu US$ 5 milhões para explorar terras raras em Aparecida de Goiânia. Controlada pelo grupo peruano Hochschild — um império familiar com histórico de mineração na América Latina — a Aclara visa explorar terras raras pesadas essenciais para ímãs de alta tecnologia.

Ninguém deveria se surpreender com a possibilidade do Brasil estar cedendo tão facilmente diante dos EUA. A elite brasileira é notoriamente cosmopolita e ocidentalizada, e adere ideologicamente aos valores da “democracia liberal” e dos “direitos humanos”, nutrindo uma profunda desconfiança em relação a países como Rússia e China. Longe da imagem estereotípica que se alimenta de Lula no exterior, o Presidente do Brasil já expressou várias vezes um maior senso de proximidade em relação à União Europeia, em comparação com países não-alinhados ou contra-hegemônicos.

Naturalmente, a grande preocupação é de que os investimentos atuais e futuros dos EUA na exploração das terras raras brasileiras não resulte em qualquer desenvolvimento e não vá além do extrativismo mais predatório. Comparativamente, neste caso, um acordo joint venture com os chineses poderia ser mais benéfico, vide uma maior disposição para transferência de tecnologia.

Os EUA tem em sua posse apenas 1% dos elementos de terras raras.

Junte-se a nós no Telegram Twitter e VK.

Escreva para nós: info@strategic-culture.su

Ninguém ousaria dizer que a natureza é justa, e isso fica bastante claro quando avaliamos a distribuição dos recursos naturais sobre a superfície do planeta e a comparamos com as fronteiras nacionais. Alguns recursos estão mais ou menos bem distribuídos entre as nações, outros estão mais concentrados em determinados pontos do planeta. Alguns poucos recursos estão hiperconcentrados em um ou dois países, e praticamente ausentes do resto do planeta.

É o caso das chamadas “terras raras”, um nome genérico mais corretamente referido como “metais de terras raras”, um conjunto de 17 metais pesados cuja utilidade tem sido crescente para a indústria de alta tecnologia, especialmente as ligadas à Quarta Revolução Industrial, com aplicabilidade para setores que vão dos smartphones e turbinas eólicas, até os sistemas de precisão da missilística contemporânea, sem esquecer os motores de veículos elétricos.

Bem, o mundo, até onde se sabe, contém 92 toneladas métricas de metais de terras raras. Dessas, aproximadamente 47% estão na China (responsável também por cerca de 60-70% da produção mineral e, mais crucialmente, mais de 85% do refino e processamento global) e aproximadamente 23% estão no Brasil. A Índia vem bem longe com 7% das reservas.

Os EUA, por sua vez, tem em sua posse apenas 1% dos elementos de terras raras.

O problema é óbvio quando se percebe que os EUA tentam permanecer na vanguarda do desenvolvimento tecnológico contemporâneo e que, por isso, têm estado em absoluta dependência em relação à China para importações de terras raras. Essa realidade de dependência em um setor tão estratégico claramente não é de agrado de Donald Trump.

De modo que, apesar da recente visita de Trump à China ter servido para aliviar as tensões entre os países e para garantir o fornecimento de terras raras, libertar-se da dependência chinesa permanece um objetivo estratégico do mais alto nível para a Casa Branca. Isso é confirmado pela abordagem da “questão chinesa” no documento da Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, que coloca a competição com a China entre os principais objetivos estadunidenses.

A busca por fontes alternativas de terras raras, assim, constitui uma prioridade.

E pela própria lógica da distribuição desse recurso natural…é aí que entra o Brasil, o segundo país em quantidade de terras raras.

Em primeiro lugar, a quantidade de reservas não se correlaciona necessariamente com a produção (ou seja, o refino) desses elementos a partir das terras raras. O Brasil, por exemplo, apesar de possuir 23% das terras raras corresponde a apenas 1% da produção. Em outras palavras, o Brasil tem um potencial ainda subutilizado nesse setor.

Diante dessa realidade surge a questão: por que, então, o Brasil não começa a refinar e a usar os seus metais de terras raras, considerando o seu caráter estratégico?

O Brasil, há décadas, tem sido categorizado em grupos intermediários como “países em desenvolvimento”, “potências do futuro”, etc., mas a sua situação socioeconômica pouco evoluiu nos últimos 20 anos. Não seria essa uma vantagem estratégica apta a alavancar o desenvolvimento e a reindustrialização do Brasil?

Fontes minhas no setor financeiro dizem, não obstante, é improvável que qualquer mudança de postura do governo brasileiro aconteça nessa questão das terras raras. E isso por motivos muito simples: o refino de terras raras é complexo, exige altos investimentos e um grande dispêndio energético. Em geral, qualquer investimento significativo nessa área levará aproximadamente 12-15 anos para apresentar qualquer resultado.

Isso coloca o Brasil, na verdade, numa situação de fragilidade internacional. Ele é o possuidor de riquezas que ele, atualmente, não possui condições de explorar – e isso num contexto no qual uma grande potência relativamente próxima necessita desses recursos naturais em questão.

Mas seria amadorismo deduzir, a partir daí, alguma possível pretensão dos EUA de invadir ou atacar o Brasil. A realidade é que Washington, simplesmente, não precisa fazer nada do tipo.

O recente acordo entre Lula e Trump foi retratado na mídia internacional como uma derrota para Bolsonaro, o que é verdade, mas seria precipitado falar numa “vitória” de Lula. Porque os detalhes das negociações entre ambos países até hoje não foram divulgados, e boatos bem fundamentados dizem que o Brasil teria aceitado facilitar o acesso dos EUA às terras raras brasileiras.

Esse acesso, porém, em alguma medida já é verificável.

O governo Trump, através da Development Finance Corporation (DFC), investiu US$ 465 milhões na mineradora Serra Verde, única produtora de terras raras em escala comercial fora da Ásia. Apesar de operar no Brasil, a empresa é controlada pelo fundo estadunidense Denham Capital, e seu CEO reuniu-se com altos funcionários do governo dos EUA antes da imposição de tarifas contra o Brasil.

Paralelamente, a Serra Verde também busca recursos de instituições brasileiras como o BNDES e a Finep para ampliar sua produção e inovação. Outra beneficiária do DFC é a mineradora Aclara, que recebeu US$ 5 milhões para explorar terras raras em Aparecida de Goiânia. Controlada pelo grupo peruano Hochschild — um império familiar com histórico de mineração na América Latina — a Aclara visa explorar terras raras pesadas essenciais para ímãs de alta tecnologia.

Ninguém deveria se surpreender com a possibilidade do Brasil estar cedendo tão facilmente diante dos EUA. A elite brasileira é notoriamente cosmopolita e ocidentalizada, e adere ideologicamente aos valores da “democracia liberal” e dos “direitos humanos”, nutrindo uma profunda desconfiança em relação a países como Rússia e China. Longe da imagem estereotípica que se alimenta de Lula no exterior, o Presidente do Brasil já expressou várias vezes um maior senso de proximidade em relação à União Europeia, em comparação com países não-alinhados ou contra-hegemônicos.

Naturalmente, a grande preocupação é de que os investimentos atuais e futuros dos EUA na exploração das terras raras brasileiras não resulte em qualquer desenvolvimento e não vá além do extrativismo mais predatório. Comparativamente, neste caso, um acordo joint venture com os chineses poderia ser mais benéfico, vide uma maior disposição para transferência de tecnologia.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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