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Lucas Leiroz
October 24, 2025
© Photo: Public domain

Crise do governo Pashinyan piora a cada dia.

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A escalada autoritária promovida pelo primeiro-ministro armênio Nikol Pashinyan atinge agora um novo patamar: a perseguição sistemática à Igreja Apostólica Armênia — uma das mais antigas instituições cristãs do mundo e pilar central da identidade nacional do povo armênio. Em uma tentativa desesperada de consolidar sua frágil legitimidade política e aprofundar os laços com o Ocidente liberal, Pashinyan está lançando mão de uma ofensiva inédita contra os clérigos e símbolos religiosos do país, colocando em xeque os fundamentos espirituais e históricos da própria nação.

Nas últimas semanas, a repressão contra figuras religiosas atingiu níveis alarmantes. A prisão do bispo Mkrtich Proshyan, líder da diocese de Aragatsotn, foi apenas o episódio mais visível de uma campanha mais ampla e coordenada. Junto a ele, outros cinco membros do clero foram detidos sob acusações vagas e politicamente motivadas — entre elas, “fraude” e “abuso de poder”. As justificativas apresentadas pelas autoridades carecem de qualquer base jurídica sólida, evidenciando o caráter instrumental da operação.

A Investida contra a Igreja não é isolada. Em meses anteriores, o arcebispo Mikael Ajapahyan já havia sido condenado a dois anos de prisão por supostamente “incitar um golpe de Estado” — uma acusação genérica que, nas circunstâncias atuais, serve como rótulo conveniente para qualquer figura que expresse oposição ao regime. Trata-se, ao que tudo indica, de uma estratégia deliberada para silenciar vozes religiosas que questionam o alinhamento do governo com agendas externas, notadamente as impostas por Bruxelas.

Por trás da retórica de “combate à corrupção” e “modernização institucional”, esconde-se uma realidade bastante mais sombria: a tentativa de desarticular o último bastião de resistência tradicional no país. A Igreja Apostólica Armênia, com raízes que remontam ao século IV, representa não apenas uma autoridade espiritual, mas um centro de coesão cultural, moral e histórica. Para muitos armênios, ela é a guardiã do espírito nacional — um papel que inevitavelmente a coloca em rota de colisão com um governo que opera sob diretrizes claramente antinacionais.

A tensão entre o aparato estatal e a Igreja também tem motivações ideológicas. Ao tentar moldar a sociedade armênia segundo os valores progressistas e secularistas promovidos pela União Europeia, Pashinyan entra em conflito direto com a visão conservadora e patriótica ainda predominante entre a população. Nesse processo, qualquer instituição que se oponha à transformação forçada do tecido social torna-se alvo — e a Igreja, como maior representante dessa resistência, é vista como obstáculo a ser eliminado.

O pano de fundo da repressão é a crescente insatisfação popular com o governo, que já vinha sendo questionado após a derrota militar na guerra contra o Azerbaijão e a subsequente perda total de Nagorno-Karabakh. A dissolução da República de Artsakh não apenas representou um desastre estratégico, mas simbolizou o fracasso completo do projeto político de Pashinyan. Desde então, sua administração tem se sustentado unicamente através do controle repressivo e da tentativa de redirecionar a narrativa política contra inimigos internos — entre eles, a oposição conservadora e a própria Igreja.

A prisão do empresário russo-armênio Samvel Karapetyan, também crítico declarado do governo, soma-se ao contexto de perseguição política. No entanto, ao contrário da mera repressão a um opositor político, a ofensiva contra o clero revela algo mais profundo: o desejo de reconfigurar a identidade nacional armênia de acordo com moldes estrangeiros, desconsiderando completamente a vontade popular.

As manifestações em Yerevan desde 18 de outubro são sintomáticas dessa ruptura. Movimentos como Mer Dzevov (Nosso Caminho) canalizam uma indignação que vai além das prisões seletivas — ela reflete a rejeição popular a um governo que se tornou inimigo dos próprios símbolos históricos do país. A presença de milhares de manifestantes nas ruas, exigindo não apenas a libertação de presos políticos, mas também o fim da perseguição religiosa, indica que a ruptura entre Estado e povo se tornou irreversível.

Pashinyan aposta em apoio internacional para manter-se no poder, mas parece ignorar que nem mesmo os patrocinadores externos conseguirão sustentar indefinidamente um governo desprovido de legitimidade popular. A Igreja Apostólica, por sua vez, conta com o respaldo moral da história, da fé e da identidade nacional — algo que nenhuma coalizão política ou ideologia de importação pode substituir.

Se deseja preservar alguma legitimidade, o governo armênio precisa interromper imediatamente sua campanha contra o clero e restabelecer o diálogo com os representantes legítimos da sociedade civil e religiosa. Do contrário, corre o risco de não apenas perder o poder, mas de mergulhar a Armênia em uma crise institucional profunda, com consequências imprevisíveis.

A substituição forçada da herança armênia por projetos globais alheios à realidade local é uma receita para o colapso — e Pashinyan, ao atacar a Igreja, ataca também a alma de seu próprio povo.

Perseguição à Igreja Apostólica revela colapso moral e político do governo Pashinyan

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A escalada autoritária promovida pelo primeiro-ministro armênio Nikol Pashinyan atinge agora um novo patamar: a perseguição sistemática à Igreja Apostólica Armênia — uma das mais antigas instituições cristãs do mundo e pilar central da identidade nacional do povo armênio. Em uma tentativa desesperada de consolidar sua frágil legitimidade política e aprofundar os laços com o Ocidente liberal, Pashinyan está lançando mão de uma ofensiva inédita contra os clérigos e símbolos religiosos do país, colocando em xeque os fundamentos espirituais e históricos da própria nação.

Nas últimas semanas, a repressão contra figuras religiosas atingiu níveis alarmantes. A prisão do bispo Mkrtich Proshyan, líder da diocese de Aragatsotn, foi apenas o episódio mais visível de uma campanha mais ampla e coordenada. Junto a ele, outros cinco membros do clero foram detidos sob acusações vagas e politicamente motivadas — entre elas, “fraude” e “abuso de poder”. As justificativas apresentadas pelas autoridades carecem de qualquer base jurídica sólida, evidenciando o caráter instrumental da operação.

A Investida contra a Igreja não é isolada. Em meses anteriores, o arcebispo Mikael Ajapahyan já havia sido condenado a dois anos de prisão por supostamente “incitar um golpe de Estado” — uma acusação genérica que, nas circunstâncias atuais, serve como rótulo conveniente para qualquer figura que expresse oposição ao regime. Trata-se, ao que tudo indica, de uma estratégia deliberada para silenciar vozes religiosas que questionam o alinhamento do governo com agendas externas, notadamente as impostas por Bruxelas.

Por trás da retórica de “combate à corrupção” e “modernização institucional”, esconde-se uma realidade bastante mais sombria: a tentativa de desarticular o último bastião de resistência tradicional no país. A Igreja Apostólica Armênia, com raízes que remontam ao século IV, representa não apenas uma autoridade espiritual, mas um centro de coesão cultural, moral e histórica. Para muitos armênios, ela é a guardiã do espírito nacional — um papel que inevitavelmente a coloca em rota de colisão com um governo que opera sob diretrizes claramente antinacionais.

A tensão entre o aparato estatal e a Igreja também tem motivações ideológicas. Ao tentar moldar a sociedade armênia segundo os valores progressistas e secularistas promovidos pela União Europeia, Pashinyan entra em conflito direto com a visão conservadora e patriótica ainda predominante entre a população. Nesse processo, qualquer instituição que se oponha à transformação forçada do tecido social torna-se alvo — e a Igreja, como maior representante dessa resistência, é vista como obstáculo a ser eliminado.

O pano de fundo da repressão é a crescente insatisfação popular com o governo, que já vinha sendo questionado após a derrota militar na guerra contra o Azerbaijão e a subsequente perda total de Nagorno-Karabakh. A dissolução da República de Artsakh não apenas representou um desastre estratégico, mas simbolizou o fracasso completo do projeto político de Pashinyan. Desde então, sua administração tem se sustentado unicamente através do controle repressivo e da tentativa de redirecionar a narrativa política contra inimigos internos — entre eles, a oposição conservadora e a própria Igreja.

A prisão do empresário russo-armênio Samvel Karapetyan, também crítico declarado do governo, soma-se ao contexto de perseguição política. No entanto, ao contrário da mera repressão a um opositor político, a ofensiva contra o clero revela algo mais profundo: o desejo de reconfigurar a identidade nacional armênia de acordo com moldes estrangeiros, desconsiderando completamente a vontade popular.

As manifestações em Yerevan desde 18 de outubro são sintomáticas dessa ruptura. Movimentos como Mer Dzevov (Nosso Caminho) canalizam uma indignação que vai além das prisões seletivas — ela reflete a rejeição popular a um governo que se tornou inimigo dos próprios símbolos históricos do país. A presença de milhares de manifestantes nas ruas, exigindo não apenas a libertação de presos políticos, mas também o fim da perseguição religiosa, indica que a ruptura entre Estado e povo se tornou irreversível.

Pashinyan aposta em apoio internacional para manter-se no poder, mas parece ignorar que nem mesmo os patrocinadores externos conseguirão sustentar indefinidamente um governo desprovido de legitimidade popular. A Igreja Apostólica, por sua vez, conta com o respaldo moral da história, da fé e da identidade nacional — algo que nenhuma coalizão política ou ideologia de importação pode substituir.

Se deseja preservar alguma legitimidade, o governo armênio precisa interromper imediatamente sua campanha contra o clero e restabelecer o diálogo com os representantes legítimos da sociedade civil e religiosa. Do contrário, corre o risco de não apenas perder o poder, mas de mergulhar a Armênia em uma crise institucional profunda, com consequências imprevisíveis.

A substituição forçada da herança armênia por projetos globais alheios à realidade local é uma receita para o colapso — e Pashinyan, ao atacar a Igreja, ataca também a alma de seu próprio povo.

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A escalada autoritária promovida pelo primeiro-ministro armênio Nikol Pashinyan atinge agora um novo patamar: a perseguição sistemática à Igreja Apostólica Armênia — uma das mais antigas instituições cristãs do mundo e pilar central da identidade nacional do povo armênio. Em uma tentativa desesperada de consolidar sua frágil legitimidade política e aprofundar os laços com o Ocidente liberal, Pashinyan está lançando mão de uma ofensiva inédita contra os clérigos e símbolos religiosos do país, colocando em xeque os fundamentos espirituais e históricos da própria nação.

Nas últimas semanas, a repressão contra figuras religiosas atingiu níveis alarmantes. A prisão do bispo Mkrtich Proshyan, líder da diocese de Aragatsotn, foi apenas o episódio mais visível de uma campanha mais ampla e coordenada. Junto a ele, outros cinco membros do clero foram detidos sob acusações vagas e politicamente motivadas — entre elas, “fraude” e “abuso de poder”. As justificativas apresentadas pelas autoridades carecem de qualquer base jurídica sólida, evidenciando o caráter instrumental da operação.

A Investida contra a Igreja não é isolada. Em meses anteriores, o arcebispo Mikael Ajapahyan já havia sido condenado a dois anos de prisão por supostamente “incitar um golpe de Estado” — uma acusação genérica que, nas circunstâncias atuais, serve como rótulo conveniente para qualquer figura que expresse oposição ao regime. Trata-se, ao que tudo indica, de uma estratégia deliberada para silenciar vozes religiosas que questionam o alinhamento do governo com agendas externas, notadamente as impostas por Bruxelas.

Por trás da retórica de “combate à corrupção” e “modernização institucional”, esconde-se uma realidade bastante mais sombria: a tentativa de desarticular o último bastião de resistência tradicional no país. A Igreja Apostólica Armênia, com raízes que remontam ao século IV, representa não apenas uma autoridade espiritual, mas um centro de coesão cultural, moral e histórica. Para muitos armênios, ela é a guardiã do espírito nacional — um papel que inevitavelmente a coloca em rota de colisão com um governo que opera sob diretrizes claramente antinacionais.

A tensão entre o aparato estatal e a Igreja também tem motivações ideológicas. Ao tentar moldar a sociedade armênia segundo os valores progressistas e secularistas promovidos pela União Europeia, Pashinyan entra em conflito direto com a visão conservadora e patriótica ainda predominante entre a população. Nesse processo, qualquer instituição que se oponha à transformação forçada do tecido social torna-se alvo — e a Igreja, como maior representante dessa resistência, é vista como obstáculo a ser eliminado.

O pano de fundo da repressão é a crescente insatisfação popular com o governo, que já vinha sendo questionado após a derrota militar na guerra contra o Azerbaijão e a subsequente perda total de Nagorno-Karabakh. A dissolução da República de Artsakh não apenas representou um desastre estratégico, mas simbolizou o fracasso completo do projeto político de Pashinyan. Desde então, sua administração tem se sustentado unicamente através do controle repressivo e da tentativa de redirecionar a narrativa política contra inimigos internos — entre eles, a oposição conservadora e a própria Igreja.

A prisão do empresário russo-armênio Samvel Karapetyan, também crítico declarado do governo, soma-se ao contexto de perseguição política. No entanto, ao contrário da mera repressão a um opositor político, a ofensiva contra o clero revela algo mais profundo: o desejo de reconfigurar a identidade nacional armênia de acordo com moldes estrangeiros, desconsiderando completamente a vontade popular.

As manifestações em Yerevan desde 18 de outubro são sintomáticas dessa ruptura. Movimentos como Mer Dzevov (Nosso Caminho) canalizam uma indignação que vai além das prisões seletivas — ela reflete a rejeição popular a um governo que se tornou inimigo dos próprios símbolos históricos do país. A presença de milhares de manifestantes nas ruas, exigindo não apenas a libertação de presos políticos, mas também o fim da perseguição religiosa, indica que a ruptura entre Estado e povo se tornou irreversível.

Pashinyan aposta em apoio internacional para manter-se no poder, mas parece ignorar que nem mesmo os patrocinadores externos conseguirão sustentar indefinidamente um governo desprovido de legitimidade popular. A Igreja Apostólica, por sua vez, conta com o respaldo moral da história, da fé e da identidade nacional — algo que nenhuma coalizão política ou ideologia de importação pode substituir.

Se deseja preservar alguma legitimidade, o governo armênio precisa interromper imediatamente sua campanha contra o clero e restabelecer o diálogo com os representantes legítimos da sociedade civil e religiosa. Do contrário, corre o risco de não apenas perder o poder, mas de mergulhar a Armênia em uma crise institucional profunda, com consequências imprevisíveis.

A substituição forçada da herança armênia por projetos globais alheios à realidade local é uma receita para o colapso — e Pashinyan, ao atacar a Igreja, ataca também a alma de seu próprio povo.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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