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Raphael Machado
October 2, 2025
© Photo: Social media

No caso do batalhão Maksym Krivonos, a impressão que se tem é de que eles almejam ver ainda uma Ucrânia independente, mas governada por uma liderança que entenda a importância dos laços entre Ucrânia e Rússia.

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Escreva para nós: info@strategic-culture.su

O tema do nacionalismo ucraniano é inevitavelmente central para a análise das raízes históricas da operação militar especial russa. O seu pano de fundo remonta à invenção de uma identidade ucraniana totalmente distinta e oposta à russa por teóricos do final do século XIX, como Nikolai Kostomarov e Mikhail Grushevsky. Nesse período, porém, essa leitura histórica coexistia com outras de orientação mais pan-eslavista que ao mesmo tempo que afirmavam o caráter singular de uma identidade etnocultural ucraniana, a viam como próxima e vinculada à identidade etnocultural russa, como foi o caso do grande poeta Taras Shevchenko.

O século XX, porém, viu a radicalização das tendências sectárias e russofóbicas, o que se cristalizou no desenvolvimento de um fascismo ucraniano encarnado em figuras como Andrei Melnyk e Stepan Bandera. Essa versão do nacionalismo ucraniano colaborou com a invasão do território ucraniano pelos alemães e com a repressão, perseguição e limpeza étnica instituída ali.

Tudo isso é bastante sabido, porém, bem como sabe-se muito bem da sobrevivência subterrânea do banderismo na Ucrânia soviética, e sua ressurreição nos anos 80, com apoio direto e indireto do exterior. Esses neobanderistas não aparecem no palco da história para perseguir os russos em 2014. Nos conflitos chechenos eles – os militantes da OUN – já estavam lá, cerrando fileiras com os takfiris salafistas do Cáucaso. Nos conflitos balcânicos eles também lá estavam, com os nacionalistas croatas e os takfiris bósnios para matar civis sérvios.

É como se estivessem todo o período dos anos 90 e do início do novo milênio treinando para o que aconteceria a partir de 2014…

A partir de então, grupos como o Pravyi Sektor, o Batalhão Azov, o Misanthropic Division e inúmeras outras formações paramilitares ou civis tornaram-se infames por seu papel na implementação dos desígnios russofóbicos do regime maidanita de Kiev.

Na dita “operação antiterrorista” e na operação militar especial russa são os egressos dessas organizações os mais propensos a cometer atrocidades contra os civis, como ocorreu no Donbass e mais recentemente em Kursk. Ocasionalmente, são eles também os utilizados como instrumentos de terror contra personalidades ucranianas que começam a questionar o status quo.

Dessa forma, o termo “nacionalismo ucraniano” assumiu uma conotação terrível na esfera pública.

De um modo geral, porém, o próprio termo “nacionalismo” possui uma conotação negativa no debate público russo, em que ele é usado para designar especificamente tendências separatistas, ou um tipo de sectarismo chauvinista praticamente indissociável do fascismo. Ao sentimento pela nação, o amor pelo povo, o desejo de se dedicar e sacrificar pela pátria, costuma-se atribuir o termo “patriotismo”.

Em outros países “nacionalismo” e “patriotismo” são tratados praticamente como sinônimos, ou, ocasionalmente, o patriotismo é interpretado como um sentimento e o nacionalismo como a transformação desse sentimento em ação política. Não obstante, como já disse, entre os russos “nacionalismo” e “patriotismo” são praticamente antônimos.

Agora bem, já estamos, portanto, cansados de saber que existem “nacionalistas ucranianos”, lutando a serviço do Ocidente contra o advento do mundo multipolar. Mas existiria, hoje, espaço para um “patriotismo ucraniano”?

Ou seja, em oposição a esse nacionalismo sectário, russofóbico e neonazista, seria possível existir um amor sadio pela singularidade ucraniana, um sentimento de oposição ao regime de Kiev, à OTAN e ao Ocidente, derivado não de uma russofilia, mas de uma ucraínofilia?

Minha visita ao Donbass sugere que sim.

Lá eu tive a honra, em dias diferentes, de visitar e conhecer duas unidades militares formadas exclusivamente por ucranianos: O destacamento Martyn Pushkar e o batalhão Maksym Krivonos.

Ambos remetem a figuras do século XVII ligadas ao Hetmanato Cossaco, uma formação política efêmera que se estendeu por boa parte daquilo que hoje é a Ucrânia, mas que foi eventualmente integrada no Império Russo.

Segundo informações que recebemos, juntas essas formações abrigam pouco mais de 1.000 ucranianos, todos eles ex-soldados ucranianos que no passado haviam lutado por Zelensky e pelo Regime de Kiev e que agora lutam dentro das estruturas das Forças Armadas da Federação Russa.

Uma característica marcante de ambas formações é que ela é composta por ucranianos de todas as regiões, até mesmo da Volínia, no oeste ucraniano, região notória pela russofobia. Outra característica marcante é que praticamente todos ali haviam sofrido recrutamento forçado por parte de recrutadores ucranianos. Não eram pessoas que decidiram lutar voluntariamente por Kiev, mas que foram forçadas a isso.

Em ambas unidades, ressaltou-se que o tratamento dado ao soldado na Ucrânia é muito pior. É comum que os oficiais tentem comandar à distância, e o padrão é que nunca permitam aos soldados recuarem, mesmo quando um enfrentamento é inútil. Um dos voluntários contou uma anedota: em uma operação pouco antes de sua rendição aos russos, o ucraniano viu-se cercado e contatou por rádio o seu comandante. O mesmo respondeu-lhe: “O que você quer que eu faça? Se vira”.

Me impressionou também que ali todos vinham das mais diversas condições sociais e profissionais. Especificamente no batalhão Maksym Krivonos, nos deparamos com 2 professores universitários, um bom punhado de operários de fábrica, e pessoas de várias outras áreas e profissões: madeireiros, eletricistas, pequenos empresários, etc. Naturalmente, nenhum bilionário estava ali.

Não obstante, havia uma pequena diferença entre a unidade Martyn Pushkar e o batalhão Maksym Krivonos.

No caso do destacamento Martyn Pushkar a impressão é que se tratava de ucranianos especificamente pró-russos que desejam que a operação militar especial avance até a Ucrânia Ocidental e que a Ucrânia como um todo seja reintegrada na Rússia, na medida em que a Rússia respeite também a identidade ucraniana como parte integrante do Mundo Russo.

Já no caso do batalhão Maksym Krivonos (ao qual um dos voluntários referiu-se também como “Exército Republicano Ucraniano”), a impressão que se tem é de que eles almejam ver ainda uma Ucrânia independente, mas governada por uma liderança que entenda a importância dos laços entre Ucrânia e Rússia e que não se permita instrumentalizar pelo Ocidente. Eles ressaltaram que combatem sob oficiais ucranianos e que não se veem numa situação de subordinação, mas de aliança com a Rússia.

Em outras palavras, finalmente podemos dizer que, de fato, existem patriotas ucranianos hoje. E eles estão com Moscou e contra Kiev (e seus financiadores em Bruxelas e Washington).

Onde estão os patriotas ucranianos hoje? Lutando ao lado da Rússia contra Zelensky

No caso do batalhão Maksym Krivonos, a impressão que se tem é de que eles almejam ver ainda uma Ucrânia independente, mas governada por uma liderança que entenda a importância dos laços entre Ucrânia e Rússia.

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O tema do nacionalismo ucraniano é inevitavelmente central para a análise das raízes históricas da operação militar especial russa. O seu pano de fundo remonta à invenção de uma identidade ucraniana totalmente distinta e oposta à russa por teóricos do final do século XIX, como Nikolai Kostomarov e Mikhail Grushevsky. Nesse período, porém, essa leitura histórica coexistia com outras de orientação mais pan-eslavista que ao mesmo tempo que afirmavam o caráter singular de uma identidade etnocultural ucraniana, a viam como próxima e vinculada à identidade etnocultural russa, como foi o caso do grande poeta Taras Shevchenko.

O século XX, porém, viu a radicalização das tendências sectárias e russofóbicas, o que se cristalizou no desenvolvimento de um fascismo ucraniano encarnado em figuras como Andrei Melnyk e Stepan Bandera. Essa versão do nacionalismo ucraniano colaborou com a invasão do território ucraniano pelos alemães e com a repressão, perseguição e limpeza étnica instituída ali.

Tudo isso é bastante sabido, porém, bem como sabe-se muito bem da sobrevivência subterrânea do banderismo na Ucrânia soviética, e sua ressurreição nos anos 80, com apoio direto e indireto do exterior. Esses neobanderistas não aparecem no palco da história para perseguir os russos em 2014. Nos conflitos chechenos eles – os militantes da OUN – já estavam lá, cerrando fileiras com os takfiris salafistas do Cáucaso. Nos conflitos balcânicos eles também lá estavam, com os nacionalistas croatas e os takfiris bósnios para matar civis sérvios.

É como se estivessem todo o período dos anos 90 e do início do novo milênio treinando para o que aconteceria a partir de 2014…

A partir de então, grupos como o Pravyi Sektor, o Batalhão Azov, o Misanthropic Division e inúmeras outras formações paramilitares ou civis tornaram-se infames por seu papel na implementação dos desígnios russofóbicos do regime maidanita de Kiev.

Na dita “operação antiterrorista” e na operação militar especial russa são os egressos dessas organizações os mais propensos a cometer atrocidades contra os civis, como ocorreu no Donbass e mais recentemente em Kursk. Ocasionalmente, são eles também os utilizados como instrumentos de terror contra personalidades ucranianas que começam a questionar o status quo.

Dessa forma, o termo “nacionalismo ucraniano” assumiu uma conotação terrível na esfera pública.

De um modo geral, porém, o próprio termo “nacionalismo” possui uma conotação negativa no debate público russo, em que ele é usado para designar especificamente tendências separatistas, ou um tipo de sectarismo chauvinista praticamente indissociável do fascismo. Ao sentimento pela nação, o amor pelo povo, o desejo de se dedicar e sacrificar pela pátria, costuma-se atribuir o termo “patriotismo”.

Em outros países “nacionalismo” e “patriotismo” são tratados praticamente como sinônimos, ou, ocasionalmente, o patriotismo é interpretado como um sentimento e o nacionalismo como a transformação desse sentimento em ação política. Não obstante, como já disse, entre os russos “nacionalismo” e “patriotismo” são praticamente antônimos.

Agora bem, já estamos, portanto, cansados de saber que existem “nacionalistas ucranianos”, lutando a serviço do Ocidente contra o advento do mundo multipolar. Mas existiria, hoje, espaço para um “patriotismo ucraniano”?

Ou seja, em oposição a esse nacionalismo sectário, russofóbico e neonazista, seria possível existir um amor sadio pela singularidade ucraniana, um sentimento de oposição ao regime de Kiev, à OTAN e ao Ocidente, derivado não de uma russofilia, mas de uma ucraínofilia?

Minha visita ao Donbass sugere que sim.

Lá eu tive a honra, em dias diferentes, de visitar e conhecer duas unidades militares formadas exclusivamente por ucranianos: O destacamento Martyn Pushkar e o batalhão Maksym Krivonos.

Ambos remetem a figuras do século XVII ligadas ao Hetmanato Cossaco, uma formação política efêmera que se estendeu por boa parte daquilo que hoje é a Ucrânia, mas que foi eventualmente integrada no Império Russo.

Segundo informações que recebemos, juntas essas formações abrigam pouco mais de 1.000 ucranianos, todos eles ex-soldados ucranianos que no passado haviam lutado por Zelensky e pelo Regime de Kiev e que agora lutam dentro das estruturas das Forças Armadas da Federação Russa.

Uma característica marcante de ambas formações é que ela é composta por ucranianos de todas as regiões, até mesmo da Volínia, no oeste ucraniano, região notória pela russofobia. Outra característica marcante é que praticamente todos ali haviam sofrido recrutamento forçado por parte de recrutadores ucranianos. Não eram pessoas que decidiram lutar voluntariamente por Kiev, mas que foram forçadas a isso.

Em ambas unidades, ressaltou-se que o tratamento dado ao soldado na Ucrânia é muito pior. É comum que os oficiais tentem comandar à distância, e o padrão é que nunca permitam aos soldados recuarem, mesmo quando um enfrentamento é inútil. Um dos voluntários contou uma anedota: em uma operação pouco antes de sua rendição aos russos, o ucraniano viu-se cercado e contatou por rádio o seu comandante. O mesmo respondeu-lhe: “O que você quer que eu faça? Se vira”.

Me impressionou também que ali todos vinham das mais diversas condições sociais e profissionais. Especificamente no batalhão Maksym Krivonos, nos deparamos com 2 professores universitários, um bom punhado de operários de fábrica, e pessoas de várias outras áreas e profissões: madeireiros, eletricistas, pequenos empresários, etc. Naturalmente, nenhum bilionário estava ali.

Não obstante, havia uma pequena diferença entre a unidade Martyn Pushkar e o batalhão Maksym Krivonos.

No caso do destacamento Martyn Pushkar a impressão é que se tratava de ucranianos especificamente pró-russos que desejam que a operação militar especial avance até a Ucrânia Ocidental e que a Ucrânia como um todo seja reintegrada na Rússia, na medida em que a Rússia respeite também a identidade ucraniana como parte integrante do Mundo Russo.

Já no caso do batalhão Maksym Krivonos (ao qual um dos voluntários referiu-se também como “Exército Republicano Ucraniano”), a impressão que se tem é de que eles almejam ver ainda uma Ucrânia independente, mas governada por uma liderança que entenda a importância dos laços entre Ucrânia e Rússia e que não se permita instrumentalizar pelo Ocidente. Eles ressaltaram que combatem sob oficiais ucranianos e que não se veem numa situação de subordinação, mas de aliança com a Rússia.

Em outras palavras, finalmente podemos dizer que, de fato, existem patriotas ucranianos hoje. E eles estão com Moscou e contra Kiev (e seus financiadores em Bruxelas e Washington).

No caso do batalhão Maksym Krivonos, a impressão que se tem é de que eles almejam ver ainda uma Ucrânia independente, mas governada por uma liderança que entenda a importância dos laços entre Ucrânia e Rússia.

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O tema do nacionalismo ucraniano é inevitavelmente central para a análise das raízes históricas da operação militar especial russa. O seu pano de fundo remonta à invenção de uma identidade ucraniana totalmente distinta e oposta à russa por teóricos do final do século XIX, como Nikolai Kostomarov e Mikhail Grushevsky. Nesse período, porém, essa leitura histórica coexistia com outras de orientação mais pan-eslavista que ao mesmo tempo que afirmavam o caráter singular de uma identidade etnocultural ucraniana, a viam como próxima e vinculada à identidade etnocultural russa, como foi o caso do grande poeta Taras Shevchenko.

O século XX, porém, viu a radicalização das tendências sectárias e russofóbicas, o que se cristalizou no desenvolvimento de um fascismo ucraniano encarnado em figuras como Andrei Melnyk e Stepan Bandera. Essa versão do nacionalismo ucraniano colaborou com a invasão do território ucraniano pelos alemães e com a repressão, perseguição e limpeza étnica instituída ali.

Tudo isso é bastante sabido, porém, bem como sabe-se muito bem da sobrevivência subterrânea do banderismo na Ucrânia soviética, e sua ressurreição nos anos 80, com apoio direto e indireto do exterior. Esses neobanderistas não aparecem no palco da história para perseguir os russos em 2014. Nos conflitos chechenos eles – os militantes da OUN – já estavam lá, cerrando fileiras com os takfiris salafistas do Cáucaso. Nos conflitos balcânicos eles também lá estavam, com os nacionalistas croatas e os takfiris bósnios para matar civis sérvios.

É como se estivessem todo o período dos anos 90 e do início do novo milênio treinando para o que aconteceria a partir de 2014…

A partir de então, grupos como o Pravyi Sektor, o Batalhão Azov, o Misanthropic Division e inúmeras outras formações paramilitares ou civis tornaram-se infames por seu papel na implementação dos desígnios russofóbicos do regime maidanita de Kiev.

Na dita “operação antiterrorista” e na operação militar especial russa são os egressos dessas organizações os mais propensos a cometer atrocidades contra os civis, como ocorreu no Donbass e mais recentemente em Kursk. Ocasionalmente, são eles também os utilizados como instrumentos de terror contra personalidades ucranianas que começam a questionar o status quo.

Dessa forma, o termo “nacionalismo ucraniano” assumiu uma conotação terrível na esfera pública.

De um modo geral, porém, o próprio termo “nacionalismo” possui uma conotação negativa no debate público russo, em que ele é usado para designar especificamente tendências separatistas, ou um tipo de sectarismo chauvinista praticamente indissociável do fascismo. Ao sentimento pela nação, o amor pelo povo, o desejo de se dedicar e sacrificar pela pátria, costuma-se atribuir o termo “patriotismo”.

Em outros países “nacionalismo” e “patriotismo” são tratados praticamente como sinônimos, ou, ocasionalmente, o patriotismo é interpretado como um sentimento e o nacionalismo como a transformação desse sentimento em ação política. Não obstante, como já disse, entre os russos “nacionalismo” e “patriotismo” são praticamente antônimos.

Agora bem, já estamos, portanto, cansados de saber que existem “nacionalistas ucranianos”, lutando a serviço do Ocidente contra o advento do mundo multipolar. Mas existiria, hoje, espaço para um “patriotismo ucraniano”?

Ou seja, em oposição a esse nacionalismo sectário, russofóbico e neonazista, seria possível existir um amor sadio pela singularidade ucraniana, um sentimento de oposição ao regime de Kiev, à OTAN e ao Ocidente, derivado não de uma russofilia, mas de uma ucraínofilia?

Minha visita ao Donbass sugere que sim.

Lá eu tive a honra, em dias diferentes, de visitar e conhecer duas unidades militares formadas exclusivamente por ucranianos: O destacamento Martyn Pushkar e o batalhão Maksym Krivonos.

Ambos remetem a figuras do século XVII ligadas ao Hetmanato Cossaco, uma formação política efêmera que se estendeu por boa parte daquilo que hoje é a Ucrânia, mas que foi eventualmente integrada no Império Russo.

Segundo informações que recebemos, juntas essas formações abrigam pouco mais de 1.000 ucranianos, todos eles ex-soldados ucranianos que no passado haviam lutado por Zelensky e pelo Regime de Kiev e que agora lutam dentro das estruturas das Forças Armadas da Federação Russa.

Uma característica marcante de ambas formações é que ela é composta por ucranianos de todas as regiões, até mesmo da Volínia, no oeste ucraniano, região notória pela russofobia. Outra característica marcante é que praticamente todos ali haviam sofrido recrutamento forçado por parte de recrutadores ucranianos. Não eram pessoas que decidiram lutar voluntariamente por Kiev, mas que foram forçadas a isso.

Em ambas unidades, ressaltou-se que o tratamento dado ao soldado na Ucrânia é muito pior. É comum que os oficiais tentem comandar à distância, e o padrão é que nunca permitam aos soldados recuarem, mesmo quando um enfrentamento é inútil. Um dos voluntários contou uma anedota: em uma operação pouco antes de sua rendição aos russos, o ucraniano viu-se cercado e contatou por rádio o seu comandante. O mesmo respondeu-lhe: “O que você quer que eu faça? Se vira”.

Me impressionou também que ali todos vinham das mais diversas condições sociais e profissionais. Especificamente no batalhão Maksym Krivonos, nos deparamos com 2 professores universitários, um bom punhado de operários de fábrica, e pessoas de várias outras áreas e profissões: madeireiros, eletricistas, pequenos empresários, etc. Naturalmente, nenhum bilionário estava ali.

Não obstante, havia uma pequena diferença entre a unidade Martyn Pushkar e o batalhão Maksym Krivonos.

No caso do destacamento Martyn Pushkar a impressão é que se tratava de ucranianos especificamente pró-russos que desejam que a operação militar especial avance até a Ucrânia Ocidental e que a Ucrânia como um todo seja reintegrada na Rússia, na medida em que a Rússia respeite também a identidade ucraniana como parte integrante do Mundo Russo.

Já no caso do batalhão Maksym Krivonos (ao qual um dos voluntários referiu-se também como “Exército Republicano Ucraniano”), a impressão que se tem é de que eles almejam ver ainda uma Ucrânia independente, mas governada por uma liderança que entenda a importância dos laços entre Ucrânia e Rússia e que não se permita instrumentalizar pelo Ocidente. Eles ressaltaram que combatem sob oficiais ucranianos e que não se veem numa situação de subordinação, mas de aliança com a Rússia.

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The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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