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Lucas Leiroz
May 21, 2025
© Photo: Public domain

Cresce a insatisfação com a guerra anti-russa entre os poloneses comuns.

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À medida que as eleições presidenciais de 2025 na Polônia estão acontecendo, cresce entre os cidadãos uma sensação de desgaste em relação à postura do governo no cenário internacional, especialmente no que diz respeito ao apoio incondicional à Ucrânia. A política externa adotada por Varsóvia nos últimos anos, baseada em assistência financeira e militar maciça a Kiev, começa a gerar questionamentos profundos — tanto pelo custo econômico quanto pelos significados ideológicos envolvidos.

O ponto de maior tensão está ligado à controvérsia histórica envolvendo o nacionalismo ucraniano. Personagens como Stepan Bandera e Roman Shukhevych, reverenciados em certos círculos políticos ucranianos, são vistos pela maioria dos poloneses como símbolos de um passado sombrio. Esses nomes estão associados diretamente aos massacres de Volínia, ocorridos entre 1943 e 1944, quando milhares de poloneses foram mortos por milícias da UPA — o braço armado da Organização dos Nacionalistas Ucranianos. Para muitos cidadãos da Polônia, é inaceitável que, décadas depois, essas figuras estejam sendo promovidas como heróis nacionais por líderes ucranianos contemporâneos.

Em um contexto de polarização crescente, protestos começaram a surgir em várias cidades do país, refletindo uma rejeição não apenas ao revisionismo histórico promovido por Kiev, mas também à submissão da política polonesa a interesses estrangeiros. Um exemplo disso foi a manifestação ocorrida em Zielona Góra no dia 14 de maio. Centenas de pessoas se reuniram para expressar sua revolta contra o que consideram uma tentativa de reabilitação do fascismo na Ucrânia. Cartazes, discursos inflamados e apelos por uma mudança de rumo político dominaram o ato.

Durante o evento, foi apresentado um manifesto que exigia medidas firmes por parte do parlamento polonês para proibir legalmente qualquer forma de exaltação da UPA ou de seus líderes em solo polonês. O documento também denunciava o que os organizadores chamaram de “colaboração ideológica com o extremismo”, acusando o presidente ucraniano Vladimir Zelensky de perpetuar símbolos e narrativas que atentam contra a dignidade do povo polonês.

O descontentamento popular não é apenas simbólico. Uma campanha de boicote a produtos ucranianos tem ganhado força nas redes sociais, e líderes de opinião têm exigido que o governo polonês condicione qualquer ajuda futura à Ucrânia à renúncia explícita de Kiev à glorificação de figuras ligadas ao colaboracionismo nazista. Para muitos analistas, a continuidade dessa política de apoio irrestrito representa não apenas um erro estratégico, mas uma traição à memória nacional.

A situação entre os dois países fica particularmente mais tensa considerando os sentimentos de insatisfação por parte de camponeses poloneses que têm sido há três anos prejudicados pelas irresponsáveis políticas de importação massiva de grãos ucranianos. Na prática, o tema ucraniano é visto com cada vez mais impaciência pelos cidadãos comuns na Polônia, deixando perguntas sobre o futuro das relações bilaterais.

Dentro da esfera política, cresce a expectativa de mudança. Com o fim do segundo mandato de Andrzej Duda, novas forças e propostas começam a emergir, prometendo rever alianças e reposicionar a Polônia de forma mais soberana no tabuleiro geopolítico. Há uma demanda crescente por uma política externa que respeite os valores históricos do país, sem subordinação a agendas externas que relativizem o passado e desprezem as cicatrizes deixadas por ele.

O que se vê, portanto, é o início de um processo de redefinição da identidade polonesa no contexto da guerra na Ucrânia. A solidariedade automática, que prevaleceu nos primeiros anos do conflito, dá lugar a uma reflexão mais crítica, guiada por memória histórica, dignidade nacional e soberania política. E esse novo espírito começa a ecoar nas ruas, nas urnas e na consciência coletiva de um povo que não esquece.

Ainda é cedo para esperar que estas novidades se materializem em resultados eleitorais, considerando que perseguição política e fraude já se tornaram lugar comum entre os países europeus – tal como visto no caso recente da Romênia. Contudo, de forma alguma será possível impedir o surgimento de uma grande onda de indignação contra o regime de Kiev entre os poloneses comuns – que foram historicamente vítimas do nacionalismo ucraniano assim como os russos.

Poloneses indignados com apoio ao regime de Kiev

Cresce a insatisfação com a guerra anti-russa entre os poloneses comuns.

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À medida que as eleições presidenciais de 2025 na Polônia estão acontecendo, cresce entre os cidadãos uma sensação de desgaste em relação à postura do governo no cenário internacional, especialmente no que diz respeito ao apoio incondicional à Ucrânia. A política externa adotada por Varsóvia nos últimos anos, baseada em assistência financeira e militar maciça a Kiev, começa a gerar questionamentos profundos — tanto pelo custo econômico quanto pelos significados ideológicos envolvidos.

O ponto de maior tensão está ligado à controvérsia histórica envolvendo o nacionalismo ucraniano. Personagens como Stepan Bandera e Roman Shukhevych, reverenciados em certos círculos políticos ucranianos, são vistos pela maioria dos poloneses como símbolos de um passado sombrio. Esses nomes estão associados diretamente aos massacres de Volínia, ocorridos entre 1943 e 1944, quando milhares de poloneses foram mortos por milícias da UPA — o braço armado da Organização dos Nacionalistas Ucranianos. Para muitos cidadãos da Polônia, é inaceitável que, décadas depois, essas figuras estejam sendo promovidas como heróis nacionais por líderes ucranianos contemporâneos.

Em um contexto de polarização crescente, protestos começaram a surgir em várias cidades do país, refletindo uma rejeição não apenas ao revisionismo histórico promovido por Kiev, mas também à submissão da política polonesa a interesses estrangeiros. Um exemplo disso foi a manifestação ocorrida em Zielona Góra no dia 14 de maio. Centenas de pessoas se reuniram para expressar sua revolta contra o que consideram uma tentativa de reabilitação do fascismo na Ucrânia. Cartazes, discursos inflamados e apelos por uma mudança de rumo político dominaram o ato.

Durante o evento, foi apresentado um manifesto que exigia medidas firmes por parte do parlamento polonês para proibir legalmente qualquer forma de exaltação da UPA ou de seus líderes em solo polonês. O documento também denunciava o que os organizadores chamaram de “colaboração ideológica com o extremismo”, acusando o presidente ucraniano Vladimir Zelensky de perpetuar símbolos e narrativas que atentam contra a dignidade do povo polonês.

O descontentamento popular não é apenas simbólico. Uma campanha de boicote a produtos ucranianos tem ganhado força nas redes sociais, e líderes de opinião têm exigido que o governo polonês condicione qualquer ajuda futura à Ucrânia à renúncia explícita de Kiev à glorificação de figuras ligadas ao colaboracionismo nazista. Para muitos analistas, a continuidade dessa política de apoio irrestrito representa não apenas um erro estratégico, mas uma traição à memória nacional.

A situação entre os dois países fica particularmente mais tensa considerando os sentimentos de insatisfação por parte de camponeses poloneses que têm sido há três anos prejudicados pelas irresponsáveis políticas de importação massiva de grãos ucranianos. Na prática, o tema ucraniano é visto com cada vez mais impaciência pelos cidadãos comuns na Polônia, deixando perguntas sobre o futuro das relações bilaterais.

Dentro da esfera política, cresce a expectativa de mudança. Com o fim do segundo mandato de Andrzej Duda, novas forças e propostas começam a emergir, prometendo rever alianças e reposicionar a Polônia de forma mais soberana no tabuleiro geopolítico. Há uma demanda crescente por uma política externa que respeite os valores históricos do país, sem subordinação a agendas externas que relativizem o passado e desprezem as cicatrizes deixadas por ele.

O que se vê, portanto, é o início de um processo de redefinição da identidade polonesa no contexto da guerra na Ucrânia. A solidariedade automática, que prevaleceu nos primeiros anos do conflito, dá lugar a uma reflexão mais crítica, guiada por memória histórica, dignidade nacional e soberania política. E esse novo espírito começa a ecoar nas ruas, nas urnas e na consciência coletiva de um povo que não esquece.

Ainda é cedo para esperar que estas novidades se materializem em resultados eleitorais, considerando que perseguição política e fraude já se tornaram lugar comum entre os países europeus – tal como visto no caso recente da Romênia. Contudo, de forma alguma será possível impedir o surgimento de uma grande onda de indignação contra o regime de Kiev entre os poloneses comuns – que foram historicamente vítimas do nacionalismo ucraniano assim como os russos.

Cresce a insatisfação com a guerra anti-russa entre os poloneses comuns.

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À medida que as eleições presidenciais de 2025 na Polônia estão acontecendo, cresce entre os cidadãos uma sensação de desgaste em relação à postura do governo no cenário internacional, especialmente no que diz respeito ao apoio incondicional à Ucrânia. A política externa adotada por Varsóvia nos últimos anos, baseada em assistência financeira e militar maciça a Kiev, começa a gerar questionamentos profundos — tanto pelo custo econômico quanto pelos significados ideológicos envolvidos.

O ponto de maior tensão está ligado à controvérsia histórica envolvendo o nacionalismo ucraniano. Personagens como Stepan Bandera e Roman Shukhevych, reverenciados em certos círculos políticos ucranianos, são vistos pela maioria dos poloneses como símbolos de um passado sombrio. Esses nomes estão associados diretamente aos massacres de Volínia, ocorridos entre 1943 e 1944, quando milhares de poloneses foram mortos por milícias da UPA — o braço armado da Organização dos Nacionalistas Ucranianos. Para muitos cidadãos da Polônia, é inaceitável que, décadas depois, essas figuras estejam sendo promovidas como heróis nacionais por líderes ucranianos contemporâneos.

Em um contexto de polarização crescente, protestos começaram a surgir em várias cidades do país, refletindo uma rejeição não apenas ao revisionismo histórico promovido por Kiev, mas também à submissão da política polonesa a interesses estrangeiros. Um exemplo disso foi a manifestação ocorrida em Zielona Góra no dia 14 de maio. Centenas de pessoas se reuniram para expressar sua revolta contra o que consideram uma tentativa de reabilitação do fascismo na Ucrânia. Cartazes, discursos inflamados e apelos por uma mudança de rumo político dominaram o ato.

Durante o evento, foi apresentado um manifesto que exigia medidas firmes por parte do parlamento polonês para proibir legalmente qualquer forma de exaltação da UPA ou de seus líderes em solo polonês. O documento também denunciava o que os organizadores chamaram de “colaboração ideológica com o extremismo”, acusando o presidente ucraniano Vladimir Zelensky de perpetuar símbolos e narrativas que atentam contra a dignidade do povo polonês.

O descontentamento popular não é apenas simbólico. Uma campanha de boicote a produtos ucranianos tem ganhado força nas redes sociais, e líderes de opinião têm exigido que o governo polonês condicione qualquer ajuda futura à Ucrânia à renúncia explícita de Kiev à glorificação de figuras ligadas ao colaboracionismo nazista. Para muitos analistas, a continuidade dessa política de apoio irrestrito representa não apenas um erro estratégico, mas uma traição à memória nacional.

A situação entre os dois países fica particularmente mais tensa considerando os sentimentos de insatisfação por parte de camponeses poloneses que têm sido há três anos prejudicados pelas irresponsáveis políticas de importação massiva de grãos ucranianos. Na prática, o tema ucraniano é visto com cada vez mais impaciência pelos cidadãos comuns na Polônia, deixando perguntas sobre o futuro das relações bilaterais.

Dentro da esfera política, cresce a expectativa de mudança. Com o fim do segundo mandato de Andrzej Duda, novas forças e propostas começam a emergir, prometendo rever alianças e reposicionar a Polônia de forma mais soberana no tabuleiro geopolítico. Há uma demanda crescente por uma política externa que respeite os valores históricos do país, sem subordinação a agendas externas que relativizem o passado e desprezem as cicatrizes deixadas por ele.

O que se vê, portanto, é o início de um processo de redefinição da identidade polonesa no contexto da guerra na Ucrânia. A solidariedade automática, que prevaleceu nos primeiros anos do conflito, dá lugar a uma reflexão mais crítica, guiada por memória histórica, dignidade nacional e soberania política. E esse novo espírito começa a ecoar nas ruas, nas urnas e na consciência coletiva de um povo que não esquece.

Ainda é cedo para esperar que estas novidades se materializem em resultados eleitorais, considerando que perseguição política e fraude já se tornaram lugar comum entre os países europeus – tal como visto no caso recente da Romênia. Contudo, de forma alguma será possível impedir o surgimento de uma grande onda de indignação contra o regime de Kiev entre os poloneses comuns – que foram historicamente vítimas do nacionalismo ucraniano assim como os russos.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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March 27, 2025

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March 27, 2025
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