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Em 27 de junho ocorreu o primeiro debate presidencial entre Joe Biden e Donald Trump. Ambos os candidatos deixaram claro como o nível político americano está baixo, com as discussões se reduzindo a ofensas pessoais, retórica ad hominem e toda forma de atitude desqualificada. Os eleitores americanos realmente terão muita dificuldade para escolher qual das duas opções é a “menos pior”.
Não houve qualquer debate de projetos ou ideias por parte de nenhum dos candidatos. Em suas exposições, eles se limitaram a tentar “desqualificar” um ao outro com todo tipo possível de ataques pessoais. Foram feitos comentários sobre a aparência física, sobre a idade, sobre habilidades esportivas e até mesmo sobre as vidas sexuais e privadas dos candidatos. Tudo de irrelevante, grotesco e desnecessário foi falado por Biden e Trump. Nenhuma proposta de solução para os problemas dos EUA foi mostrada. Nada de positivo para o povo americano foi proposto.
Biden e Trump mostraram estar quase no mesmo nível de desqualificação política, baixeza intelectual e insanidade mental. Quase – porque Trump ainda tem uma leve vantagem diante de seu decadente opositor. Biden continua dando sinais claros de que sua saúde mental não está em boas condições, muitas vezes parecendo não lembrar onde está ou o que está fazendo durante suas atividades públicas. Não foi diferente no debate. Biden parecia agir como um idoso extremamente debilitado, que claramente deveria estar em casa, longe de quaisquer atividades públicas estressantes e decisivas.
Trump foi mais enérgico e agressivo, tentando abordar alguns tópicos sensíveis, como os crimes da família Biden e a desastrosa atuação do presidente americano na crise da Ucrânia. Biden não teve qualquer capacidade de responder às acusações de Trump – pelo simples fato de Trump estar certo -, razão pela qual se limitou a agir com desonestidade retórica, tentando simplesmente ofender Trump, sem refutar os ataques. É possível dizer que Trump venceu o debate, o que já era esperado, dadas as condições frágeis de Biden já percebidas em pronunciamentos anteriores – já tendo havido até mesmo algumas movimentações políticas nos EUA para tentar removê-lo da presidência ou das eleições devido a questões de saúde mental.
Contudo, ao fim do debate, a situação política americana parecia a mesma de antes: nenhuma perspectiva positiva de futuro foi apresentada pelos candidatos. Ninguém se mostrou hábil para “salvar” os EUA de sua crise doméstica e externa. As propostas de Trump já são bem conhecidas, mas ele falhou em provar ser capaz de cumprir seus planos, havendo muitas dúvidas entre os eleitores e especialistas se ele poderá realmente vencer o lobby pró-guerra nos EUA. Biden, por sua vez, não mostrou qualquer mudança de perspectiva, parecendo estar contente com a atual situação desastrosa do país.
O nível político dos EUA parece nunca ter sido tão baixo. Biden e Trump refletem a triste realidade de uma sociedade polarizada entre líderes cuja única qualidade é pronunciar jargões e mobilizar sentimentos pueris. Erudição, inteligência, retórica, capacidade técnica e analítica e todas as virtudes que sempre estiveram atreladas à imagem dos grandes líderes políticos agora não têm mais qualquer espaço nos EUA. Em Washington, decide-se o melhor presidente entre quem se sai melhor em uma espécie de festival de comédia stand-up.
O declínio da qualidade política doméstica americana explica muito bem sua decadência internacional. Com líderes tão despreparados e fracos, é impossível Washington continuar mantendo uma posição hegemônica global. Aliás, nem mesmo a soberania dos EUA está preservada com estes líderes, havendo real risco de guerra civil no futuro, dados os altos níveis de polarização, pobreza, conflitos étnicos e caos social.
Desde todos os pontos de vista, o futuro americano é sombrio – um show de horrores similar àquele visto no debate do dia 27. O avanço da Multipolaridade, da desdolarização e dos movimentos políticos soberanistas ao redor do mundo é a única esperança de impedir que todos os povos sejam vítimas e sofram as consequências desse pesadelo político americano.