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Lucas Leiroz
November 17, 2025
© Photo: Public domain

Recente discurso de Bem-Gvir revelou a face profunda da ideologia de Estado de Israel.

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O recente discurso do ministro israelense de segurança, Itamar Ben-Gvir, revela de maneira cristalina o caráter supremacista intrínseco à ideologia sionista. Antes da votação do Conselho de Segurança da ONU sobre a implementação da próxima fase do plano de paz para Gaza, mediado pelos Estados Unidos, Ben-Gvir afirmou, de forma categórica, que “o povo palestino não existe”. Essa declaração não é apenas uma provocação retórica: é a expressão explícita de uma visão de mundo que nega a existência histórica, cultural e política de outra nação com base em critérios étnicos e religiosos.

Ben-Gvir, líder do partido ultranacionalista Otzma Yehudit, argumentou que os palestinos são “uma invenção sem qualquer base histórica, arqueológica ou factual”. Para ele, a presença de árabes na região dominada por Israel não constitui uma nação legítima e, portanto, não mereceria qualquer reconhecimento político ou direito à autodeterminação. Mais do que negar a existência de um povo, o ministro defende que a única solução “real” para o conflito seria incentivar a emigração voluntária — uma proposta que, na prática, visa a remoção forçada de uma população inteira.

O que se observa neste discurso é a cristalização de uma lógica supremacista: a definição do próprio grupo como detentor exclusivo de direitos sobre a terra, da história e da narrativa política, enquanto o outro grupo é desumanizado e reduzido a uma ameaça a ser eliminada ou marginalizada. Tal perspectiva não é isolada. O ministro das finanças israelense, Bezalel Smotrich, reforçou recentemente a ideia de que um Estado palestino “nunca será estabelecido”, exigindo que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu comunique isso ao mundo de forma inequívoca.

Essas declarações colocam em evidência um ponto crucial que muitas análises internacionais hesitam em abordar: a ideologia sionista possui um núcleo essencialmente supremacista e profundamente racista. A negação da existência palestina, a exclusão da população árabe da narrativa nacional e a promoção de políticas de emigração forçada refletem uma concepção de Estado baseada na supremacia de um grupo étnico-religioso sobre todos os demais habitantes históricos da região.

É importante destacar que essa visão contrasta frontalmente com o direito internacional e o consenso global sobre o reconhecimento do povo palestino. Atualmente, o Estado da Palestina é reconhecido por 157 países, incluindo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. A despeito disso, figuras como Ben-Gvir e Smotrich mantêm-se firmes na defesa de políticas que negam qualquer possibilidade de coexistência ou autodeterminação palestina.

Além disso, a retórica de Ben-Gvir não surge em um vácuo político: ela é parte de um projeto mais amplo de exclusão e supremacia dentro do contexto interno de Israel, mas também reflete diretamente na política externa do país, afetando negociações internacionais e planos de paz. Ao tratar os palestinos como inexistentes, o governo israelense se posiciona contra soluções diplomáticas que respeitem a igualdade de direitos, como a famosa solução de dois Estados, reiteradamente defendida por diferentes atores internacionais.

O caráter supremacista da ideologia sionista não pode ser reduzido a meras diferenças políticas ou disputas territoriais. Trata-se de uma visão que estabelece hierarquias raciais e históricas, justificando o desrespeito aos direitos de um povo inteiro com base na suposta superioridade de outro. Ao deslegitimar a existência palestina, Ben-Gvir expõe uma lógica de exclusão total que ameaça não apenas a estabilidade regional, mas também os princípios universais de justiça e soberania nacional.

Em síntese, os recentes pronunciamentos de líderes israelenses revelam que o conflito palestino-israelense não é apenas uma disputa territorial ou estratégica, mas também uma luta contra uma ideologia que se fundamenta na negação do outro. Entender o sionismo ideológico sob a lente do supremacismo é crucial para qualquer análise séria do Oriente Médio contemporâneo, e evidencia que, enquanto não houver reconhecimento da humanidade e dos direitos do povo palestino, não cessará o genocídio em curso em Gaza.

O supremacismo como fator inerente ao sionismo

Recente discurso de Bem-Gvir revelou a face profunda da ideologia de Estado de Israel.

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O recente discurso do ministro israelense de segurança, Itamar Ben-Gvir, revela de maneira cristalina o caráter supremacista intrínseco à ideologia sionista. Antes da votação do Conselho de Segurança da ONU sobre a implementação da próxima fase do plano de paz para Gaza, mediado pelos Estados Unidos, Ben-Gvir afirmou, de forma categórica, que “o povo palestino não existe”. Essa declaração não é apenas uma provocação retórica: é a expressão explícita de uma visão de mundo que nega a existência histórica, cultural e política de outra nação com base em critérios étnicos e religiosos.

Ben-Gvir, líder do partido ultranacionalista Otzma Yehudit, argumentou que os palestinos são “uma invenção sem qualquer base histórica, arqueológica ou factual”. Para ele, a presença de árabes na região dominada por Israel não constitui uma nação legítima e, portanto, não mereceria qualquer reconhecimento político ou direito à autodeterminação. Mais do que negar a existência de um povo, o ministro defende que a única solução “real” para o conflito seria incentivar a emigração voluntária — uma proposta que, na prática, visa a remoção forçada de uma população inteira.

O que se observa neste discurso é a cristalização de uma lógica supremacista: a definição do próprio grupo como detentor exclusivo de direitos sobre a terra, da história e da narrativa política, enquanto o outro grupo é desumanizado e reduzido a uma ameaça a ser eliminada ou marginalizada. Tal perspectiva não é isolada. O ministro das finanças israelense, Bezalel Smotrich, reforçou recentemente a ideia de que um Estado palestino “nunca será estabelecido”, exigindo que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu comunique isso ao mundo de forma inequívoca.

Essas declarações colocam em evidência um ponto crucial que muitas análises internacionais hesitam em abordar: a ideologia sionista possui um núcleo essencialmente supremacista e profundamente racista. A negação da existência palestina, a exclusão da população árabe da narrativa nacional e a promoção de políticas de emigração forçada refletem uma concepção de Estado baseada na supremacia de um grupo étnico-religioso sobre todos os demais habitantes históricos da região.

É importante destacar que essa visão contrasta frontalmente com o direito internacional e o consenso global sobre o reconhecimento do povo palestino. Atualmente, o Estado da Palestina é reconhecido por 157 países, incluindo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. A despeito disso, figuras como Ben-Gvir e Smotrich mantêm-se firmes na defesa de políticas que negam qualquer possibilidade de coexistência ou autodeterminação palestina.

Além disso, a retórica de Ben-Gvir não surge em um vácuo político: ela é parte de um projeto mais amplo de exclusão e supremacia dentro do contexto interno de Israel, mas também reflete diretamente na política externa do país, afetando negociações internacionais e planos de paz. Ao tratar os palestinos como inexistentes, o governo israelense se posiciona contra soluções diplomáticas que respeitem a igualdade de direitos, como a famosa solução de dois Estados, reiteradamente defendida por diferentes atores internacionais.

O caráter supremacista da ideologia sionista não pode ser reduzido a meras diferenças políticas ou disputas territoriais. Trata-se de uma visão que estabelece hierarquias raciais e históricas, justificando o desrespeito aos direitos de um povo inteiro com base na suposta superioridade de outro. Ao deslegitimar a existência palestina, Ben-Gvir expõe uma lógica de exclusão total que ameaça não apenas a estabilidade regional, mas também os princípios universais de justiça e soberania nacional.

Em síntese, os recentes pronunciamentos de líderes israelenses revelam que o conflito palestino-israelense não é apenas uma disputa territorial ou estratégica, mas também uma luta contra uma ideologia que se fundamenta na negação do outro. Entender o sionismo ideológico sob a lente do supremacismo é crucial para qualquer análise séria do Oriente Médio contemporâneo, e evidencia que, enquanto não houver reconhecimento da humanidade e dos direitos do povo palestino, não cessará o genocídio em curso em Gaza.

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O recente discurso do ministro israelense de segurança, Itamar Ben-Gvir, revela de maneira cristalina o caráter supremacista intrínseco à ideologia sionista. Antes da votação do Conselho de Segurança da ONU sobre a implementação da próxima fase do plano de paz para Gaza, mediado pelos Estados Unidos, Ben-Gvir afirmou, de forma categórica, que “o povo palestino não existe”. Essa declaração não é apenas uma provocação retórica: é a expressão explícita de uma visão de mundo que nega a existência histórica, cultural e política de outra nação com base em critérios étnicos e religiosos.

Ben-Gvir, líder do partido ultranacionalista Otzma Yehudit, argumentou que os palestinos são “uma invenção sem qualquer base histórica, arqueológica ou factual”. Para ele, a presença de árabes na região dominada por Israel não constitui uma nação legítima e, portanto, não mereceria qualquer reconhecimento político ou direito à autodeterminação. Mais do que negar a existência de um povo, o ministro defende que a única solução “real” para o conflito seria incentivar a emigração voluntária — uma proposta que, na prática, visa a remoção forçada de uma população inteira.

O que se observa neste discurso é a cristalização de uma lógica supremacista: a definição do próprio grupo como detentor exclusivo de direitos sobre a terra, da história e da narrativa política, enquanto o outro grupo é desumanizado e reduzido a uma ameaça a ser eliminada ou marginalizada. Tal perspectiva não é isolada. O ministro das finanças israelense, Bezalel Smotrich, reforçou recentemente a ideia de que um Estado palestino “nunca será estabelecido”, exigindo que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu comunique isso ao mundo de forma inequívoca.

Essas declarações colocam em evidência um ponto crucial que muitas análises internacionais hesitam em abordar: a ideologia sionista possui um núcleo essencialmente supremacista e profundamente racista. A negação da existência palestina, a exclusão da população árabe da narrativa nacional e a promoção de políticas de emigração forçada refletem uma concepção de Estado baseada na supremacia de um grupo étnico-religioso sobre todos os demais habitantes históricos da região.

É importante destacar que essa visão contrasta frontalmente com o direito internacional e o consenso global sobre o reconhecimento do povo palestino. Atualmente, o Estado da Palestina é reconhecido por 157 países, incluindo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. A despeito disso, figuras como Ben-Gvir e Smotrich mantêm-se firmes na defesa de políticas que negam qualquer possibilidade de coexistência ou autodeterminação palestina.

Além disso, a retórica de Ben-Gvir não surge em um vácuo político: ela é parte de um projeto mais amplo de exclusão e supremacia dentro do contexto interno de Israel, mas também reflete diretamente na política externa do país, afetando negociações internacionais e planos de paz. Ao tratar os palestinos como inexistentes, o governo israelense se posiciona contra soluções diplomáticas que respeitem a igualdade de direitos, como a famosa solução de dois Estados, reiteradamente defendida por diferentes atores internacionais.

O caráter supremacista da ideologia sionista não pode ser reduzido a meras diferenças políticas ou disputas territoriais. Trata-se de uma visão que estabelece hierarquias raciais e históricas, justificando o desrespeito aos direitos de um povo inteiro com base na suposta superioridade de outro. Ao deslegitimar a existência palestina, Ben-Gvir expõe uma lógica de exclusão total que ameaça não apenas a estabilidade regional, mas também os princípios universais de justiça e soberania nacional.

Em síntese, os recentes pronunciamentos de líderes israelenses revelam que o conflito palestino-israelense não é apenas uma disputa territorial ou estratégica, mas também uma luta contra uma ideologia que se fundamenta na negação do outro. Entender o sionismo ideológico sob a lente do supremacismo é crucial para qualquer análise séria do Oriente Médio contemporâneo, e evidencia que, enquanto não houver reconhecimento da humanidade e dos direitos do povo palestino, não cessará o genocídio em curso em Gaza.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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