Português
Raphael Machado
August 28, 2025
© Photo: Public domain

A paisagem política brasileira se expressa mais num chiaroscuro em que tudo é nuançado e nada é absoluto.

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As tensões diplomáticas e comerciais nos EUA transformaram o discurso do governo brasileiro. O “nacionalismo” e o “soberanismo”, bem como seus jargões, tornaram-se parte da orientação seguida pelos propagandistas políticos e pelas lideranças, como o próprio Presidente Lula.

A narrativa oficial opera nos marcos de uma contradição entre um campo soberanista, representado pelo governo atual, e uma oposição estigmatizada como “traidores da pátria”, na medida em que teriam feito lóbi no exterior para o fim de prejudicar seu próprio país com tarifas e sanções. Nada de errado com essa parte da narrativa. De fato, a atuação de determinadas figuras da oposição dificilmente pode ser vista como qualquer outra coisa senão “traição”.

Mas seria um simplismo colocar a contradição política brasileira nos termos de um conflito entre o “Bem” e o “Mal”, em que preto e branco estão claramente separados. A paisagem política brasileira, ao contrário, se expressa mais num chiaroscuro em que tudo é nuançado e nada é absoluto.

Tomemos como exemplo a visita de Alexander Soros ao Brasil em agosto.

Alexander Soros é um dos filhos do oligarca globalista George Soros e é o Presidente da Open Society, desde que seu pai lhe passou o bastão em 2023. É desnecessário enfatizar o papel de George Soros na construção de uma ordem mundial apolar de caráter cosmopolita em substituição ao momento unipolar – uma apolaridade na qual as instituições internacionais adquirem capacidade executiva e liquidam os resquícios das soberanias nacionais, bem como seu papel na destruição da URSS e na imposição de uma engenharia social à Ucrânia, a qual transformou o país num Estado-zumbi movido apenas pela russofobia.

Este é um caso no qual se pode repetir, como num ditado brasileiro, que “filho de peixe peixinho é”. Alexander Soros, por exemplo, é um dos diretores do Conselho Europeu de Relações Exteriores e do Grupo Internacional de Crises, ambas sendo organizações que possuem um papel relevante na guerra híbrida contra a Rússia e os outros países contra-hegemônicos.

O que, então, Alexander Soros veio fazer no Brasil?

Soros reuniu-se com Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente, Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial, com o senador Randolfe Rodrigues e com os deputados Tulio Gadelha, Dandara Tonantzin e Erika Hilton (primeiro deputado federal “trans” no Brasil). A pauta principal da visita de Soros foi a preparação para a COP30, a cúpula internacional do alarmismo climático – em prol da qual o Brasil preteriu a Cúpula dos BRICS – que tem como um de seus objetivos principais, além da internacionalização da Amazônia, a diluição das soberanias em benefício da concentração de poder no plano internacional na burocracia transnacional da ONU para “salvar o meio ambiente”.

Como se sabe, Alexander Soros prometeu usar a sua fortuna e os seus projetos para combater Trump nas eleições 2024. Como sabemos, Soros fracassou e Trump foi eleito. Não parece ser mera coincidência, porém, que Soros tenha visitado o Brasil em pleno conflito diplomático com os EUA.

Para que se entenda quais podem ser as intenções de Soros deve-se dar atenção para o que ele comentou sobre o Brasil. Segundo ele o Brasil representaria um “modelo progressista” de democracia para “todo o mundo”. Como sabemos, um dos principais objetivos da Open Society é a difusão da democracia liberal por todo o mundo, especialmente em lugares como Rússia, Irã, China, etc., no espírito da doutrina da “sociedade aberta” de Karl Popper. E certamente deve despertar o interesse de Soros o quão “avançado” é esse projeto de “democracia liberal progressista” no Brasil.

O país outrora notório como um país “católico” e “conservador” – apesar de não ter mudado essencialmente em suas bases populares – passou por uma imposição forçada de todas as pautas do wokismo cosmopolita. Do falso “antirracismo” dirigido contra brancos e mestiços à imposição autocrática da pauta LGBT (recentemente, o Brasil passou a ter sua primeira refugiada por esse tema, uma mulher ameaçada com mais de 20 anos de prisão por ter se referido a Erika Hilton como homem), sem ignorar uma legislação feminista que elimina a necessidade de comprovar acusações de estupro e que inventou o crime de “abuso emocional” (praticável apenas por homens contra mulheres, quando eles fazem coisas tão triviais quanto pedir que não usem roupas curtas ou terminar um relacionamento).

E enquanto a maioria esmagadora da população rechaça essas pautas, a “nova ordem moral” é garantida de forma autoritária pelo Judiciário, que passou a legislar de forma autônoma (na contramão da Constituição).

Aparentemente, é esse modelo que Soros que reforçar no Brasil e exportar do Brasil para o resto do mundo, especialmente para os países contra-hegemônicos.

De fato, em uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Soros enfatizou como objetivo fundamental que o Mercosul e a União Europeia assinem um acordo de livre-comércio. Ele, ademais, comparou a pressão exercida por Trump contra o Brasil à operação militar especial russa na Ucrânia, o que foi muito bem recebido.

Recentemente, um outro personagem notório como defensor de uma “virada atlantista” do Brasil, Oliver Stuenkel, passou a defender publicamente que o Brasil se afastasse dos EUA. Uma mudança de discurso muito curiosa, que indica que um novo projeto está sendo gestado.

Na medida em que Trump se prepara para perpetuar-se no poder (vide as mudanças anunciadas nos colégios eleitorais, as quais favorecem os republicanos), figuras como Soros parecem apostar na aliança Brasil-Europa como um novo centro de difusão do globalismo.

O jovem Soros no Brasil

A paisagem política brasileira se expressa mais num chiaroscuro em que tudo é nuançado e nada é absoluto.

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As tensões diplomáticas e comerciais nos EUA transformaram o discurso do governo brasileiro. O “nacionalismo” e o “soberanismo”, bem como seus jargões, tornaram-se parte da orientação seguida pelos propagandistas políticos e pelas lideranças, como o próprio Presidente Lula.

A narrativa oficial opera nos marcos de uma contradição entre um campo soberanista, representado pelo governo atual, e uma oposição estigmatizada como “traidores da pátria”, na medida em que teriam feito lóbi no exterior para o fim de prejudicar seu próprio país com tarifas e sanções. Nada de errado com essa parte da narrativa. De fato, a atuação de determinadas figuras da oposição dificilmente pode ser vista como qualquer outra coisa senão “traição”.

Mas seria um simplismo colocar a contradição política brasileira nos termos de um conflito entre o “Bem” e o “Mal”, em que preto e branco estão claramente separados. A paisagem política brasileira, ao contrário, se expressa mais num chiaroscuro em que tudo é nuançado e nada é absoluto.

Tomemos como exemplo a visita de Alexander Soros ao Brasil em agosto.

Alexander Soros é um dos filhos do oligarca globalista George Soros e é o Presidente da Open Society, desde que seu pai lhe passou o bastão em 2023. É desnecessário enfatizar o papel de George Soros na construção de uma ordem mundial apolar de caráter cosmopolita em substituição ao momento unipolar – uma apolaridade na qual as instituições internacionais adquirem capacidade executiva e liquidam os resquícios das soberanias nacionais, bem como seu papel na destruição da URSS e na imposição de uma engenharia social à Ucrânia, a qual transformou o país num Estado-zumbi movido apenas pela russofobia.

Este é um caso no qual se pode repetir, como num ditado brasileiro, que “filho de peixe peixinho é”. Alexander Soros, por exemplo, é um dos diretores do Conselho Europeu de Relações Exteriores e do Grupo Internacional de Crises, ambas sendo organizações que possuem um papel relevante na guerra híbrida contra a Rússia e os outros países contra-hegemônicos.

O que, então, Alexander Soros veio fazer no Brasil?

Soros reuniu-se com Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente, Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial, com o senador Randolfe Rodrigues e com os deputados Tulio Gadelha, Dandara Tonantzin e Erika Hilton (primeiro deputado federal “trans” no Brasil). A pauta principal da visita de Soros foi a preparação para a COP30, a cúpula internacional do alarmismo climático – em prol da qual o Brasil preteriu a Cúpula dos BRICS – que tem como um de seus objetivos principais, além da internacionalização da Amazônia, a diluição das soberanias em benefício da concentração de poder no plano internacional na burocracia transnacional da ONU para “salvar o meio ambiente”.

Como se sabe, Alexander Soros prometeu usar a sua fortuna e os seus projetos para combater Trump nas eleições 2024. Como sabemos, Soros fracassou e Trump foi eleito. Não parece ser mera coincidência, porém, que Soros tenha visitado o Brasil em pleno conflito diplomático com os EUA.

Para que se entenda quais podem ser as intenções de Soros deve-se dar atenção para o que ele comentou sobre o Brasil. Segundo ele o Brasil representaria um “modelo progressista” de democracia para “todo o mundo”. Como sabemos, um dos principais objetivos da Open Society é a difusão da democracia liberal por todo o mundo, especialmente em lugares como Rússia, Irã, China, etc., no espírito da doutrina da “sociedade aberta” de Karl Popper. E certamente deve despertar o interesse de Soros o quão “avançado” é esse projeto de “democracia liberal progressista” no Brasil.

O país outrora notório como um país “católico” e “conservador” – apesar de não ter mudado essencialmente em suas bases populares – passou por uma imposição forçada de todas as pautas do wokismo cosmopolita. Do falso “antirracismo” dirigido contra brancos e mestiços à imposição autocrática da pauta LGBT (recentemente, o Brasil passou a ter sua primeira refugiada por esse tema, uma mulher ameaçada com mais de 20 anos de prisão por ter se referido a Erika Hilton como homem), sem ignorar uma legislação feminista que elimina a necessidade de comprovar acusações de estupro e que inventou o crime de “abuso emocional” (praticável apenas por homens contra mulheres, quando eles fazem coisas tão triviais quanto pedir que não usem roupas curtas ou terminar um relacionamento).

E enquanto a maioria esmagadora da população rechaça essas pautas, a “nova ordem moral” é garantida de forma autoritária pelo Judiciário, que passou a legislar de forma autônoma (na contramão da Constituição).

Aparentemente, é esse modelo que Soros que reforçar no Brasil e exportar do Brasil para o resto do mundo, especialmente para os países contra-hegemônicos.

De fato, em uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Soros enfatizou como objetivo fundamental que o Mercosul e a União Europeia assinem um acordo de livre-comércio. Ele, ademais, comparou a pressão exercida por Trump contra o Brasil à operação militar especial russa na Ucrânia, o que foi muito bem recebido.

Recentemente, um outro personagem notório como defensor de uma “virada atlantista” do Brasil, Oliver Stuenkel, passou a defender publicamente que o Brasil se afastasse dos EUA. Uma mudança de discurso muito curiosa, que indica que um novo projeto está sendo gestado.

Na medida em que Trump se prepara para perpetuar-se no poder (vide as mudanças anunciadas nos colégios eleitorais, as quais favorecem os republicanos), figuras como Soros parecem apostar na aliança Brasil-Europa como um novo centro de difusão do globalismo.

A paisagem política brasileira se expressa mais num chiaroscuro em que tudo é nuançado e nada é absoluto.

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Escreva para nós: info@strategic-culture.su

As tensões diplomáticas e comerciais nos EUA transformaram o discurso do governo brasileiro. O “nacionalismo” e o “soberanismo”, bem como seus jargões, tornaram-se parte da orientação seguida pelos propagandistas políticos e pelas lideranças, como o próprio Presidente Lula.

A narrativa oficial opera nos marcos de uma contradição entre um campo soberanista, representado pelo governo atual, e uma oposição estigmatizada como “traidores da pátria”, na medida em que teriam feito lóbi no exterior para o fim de prejudicar seu próprio país com tarifas e sanções. Nada de errado com essa parte da narrativa. De fato, a atuação de determinadas figuras da oposição dificilmente pode ser vista como qualquer outra coisa senão “traição”.

Mas seria um simplismo colocar a contradição política brasileira nos termos de um conflito entre o “Bem” e o “Mal”, em que preto e branco estão claramente separados. A paisagem política brasileira, ao contrário, se expressa mais num chiaroscuro em que tudo é nuançado e nada é absoluto.

Tomemos como exemplo a visita de Alexander Soros ao Brasil em agosto.

Alexander Soros é um dos filhos do oligarca globalista George Soros e é o Presidente da Open Society, desde que seu pai lhe passou o bastão em 2023. É desnecessário enfatizar o papel de George Soros na construção de uma ordem mundial apolar de caráter cosmopolita em substituição ao momento unipolar – uma apolaridade na qual as instituições internacionais adquirem capacidade executiva e liquidam os resquícios das soberanias nacionais, bem como seu papel na destruição da URSS e na imposição de uma engenharia social à Ucrânia, a qual transformou o país num Estado-zumbi movido apenas pela russofobia.

Este é um caso no qual se pode repetir, como num ditado brasileiro, que “filho de peixe peixinho é”. Alexander Soros, por exemplo, é um dos diretores do Conselho Europeu de Relações Exteriores e do Grupo Internacional de Crises, ambas sendo organizações que possuem um papel relevante na guerra híbrida contra a Rússia e os outros países contra-hegemônicos.

O que, então, Alexander Soros veio fazer no Brasil?

Soros reuniu-se com Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente, Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial, com o senador Randolfe Rodrigues e com os deputados Tulio Gadelha, Dandara Tonantzin e Erika Hilton (primeiro deputado federal “trans” no Brasil). A pauta principal da visita de Soros foi a preparação para a COP30, a cúpula internacional do alarmismo climático – em prol da qual o Brasil preteriu a Cúpula dos BRICS – que tem como um de seus objetivos principais, além da internacionalização da Amazônia, a diluição das soberanias em benefício da concentração de poder no plano internacional na burocracia transnacional da ONU para “salvar o meio ambiente”.

Como se sabe, Alexander Soros prometeu usar a sua fortuna e os seus projetos para combater Trump nas eleições 2024. Como sabemos, Soros fracassou e Trump foi eleito. Não parece ser mera coincidência, porém, que Soros tenha visitado o Brasil em pleno conflito diplomático com os EUA.

Para que se entenda quais podem ser as intenções de Soros deve-se dar atenção para o que ele comentou sobre o Brasil. Segundo ele o Brasil representaria um “modelo progressista” de democracia para “todo o mundo”. Como sabemos, um dos principais objetivos da Open Society é a difusão da democracia liberal por todo o mundo, especialmente em lugares como Rússia, Irã, China, etc., no espírito da doutrina da “sociedade aberta” de Karl Popper. E certamente deve despertar o interesse de Soros o quão “avançado” é esse projeto de “democracia liberal progressista” no Brasil.

O país outrora notório como um país “católico” e “conservador” – apesar de não ter mudado essencialmente em suas bases populares – passou por uma imposição forçada de todas as pautas do wokismo cosmopolita. Do falso “antirracismo” dirigido contra brancos e mestiços à imposição autocrática da pauta LGBT (recentemente, o Brasil passou a ter sua primeira refugiada por esse tema, uma mulher ameaçada com mais de 20 anos de prisão por ter se referido a Erika Hilton como homem), sem ignorar uma legislação feminista que elimina a necessidade de comprovar acusações de estupro e que inventou o crime de “abuso emocional” (praticável apenas por homens contra mulheres, quando eles fazem coisas tão triviais quanto pedir que não usem roupas curtas ou terminar um relacionamento).

E enquanto a maioria esmagadora da população rechaça essas pautas, a “nova ordem moral” é garantida de forma autoritária pelo Judiciário, que passou a legislar de forma autônoma (na contramão da Constituição).

Aparentemente, é esse modelo que Soros que reforçar no Brasil e exportar do Brasil para o resto do mundo, especialmente para os países contra-hegemônicos.

De fato, em uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Soros enfatizou como objetivo fundamental que o Mercosul e a União Europeia assinem um acordo de livre-comércio. Ele, ademais, comparou a pressão exercida por Trump contra o Brasil à operação militar especial russa na Ucrânia, o que foi muito bem recebido.

Recentemente, um outro personagem notório como defensor de uma “virada atlantista” do Brasil, Oliver Stuenkel, passou a defender publicamente que o Brasil se afastasse dos EUA. Uma mudança de discurso muito curiosa, que indica que um novo projeto está sendo gestado.

Na medida em que Trump se prepara para perpetuar-se no poder (vide as mudanças anunciadas nos colégios eleitorais, as quais favorecem os republicanos), figuras como Soros parecem apostar na aliança Brasil-Europa como um novo centro de difusão do globalismo.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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