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Bruna Frascolla
August 10, 2025
© Photo: Public domain

Ao cabo, os EUA de Biden intervieram para que o Brasil não se transformasse numa ditadura e se aproximassem da China, para depois os EUA de Biden concluírem que o Brasil se transformou numa ditadura e o aproximou da China.

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As agitações dos bolsonaristas na câmara trouxeram à tona o episódio de podcast “A operação dos EUA contra o golpe no Brasil”, no qual a jornalista da Globo Natuza Nery ouve o cientista político alemão Oliver Stuenkel. Ele dá aulas de Relações Internacionais numa fundação estatal brasileira cujas posições costumam ser liberais e pró EUA. A razão de a jornalista o ouvir era o seu acesso a fontes na inteligência dos EUA, que lhe contaram tintim por tintim a operação da CIA para impedir que as Forças Armadas dessem um golpe de Estado e impedissem Lula de tomar posse.

As ações incluíam uma lista de generais brasileiros com as respectivas opiniões políticas, e aqueles cujas opiniões eram consideradas favoráveis ao golpismo tinham uma etiqueta vermelha. A CIA conversou com os militares brasileiros a fim de dissuadi-los do golpe e usou a sua preferência por armamentos norte-americanos, tendo sido essa uma questão chave. A CIA foi tão proativa que chegou a fazer diplomacia em Taiwan a fim de que o semicondutores das urnas eletrônicas ficassem prontos a tempo. Com a pandemia, Taiwan estava cheia de pedidos atrasados e priorizou a encomenda brasileira. O xis da questão, para os bolsonaristas, é que Stuenkel mencionava a atuação dos EUA no combate às “fake news”, porque eles haviam convidado o ex-funcionário do Departamento de Estado Mike Benz para falar da interferência da CIA na eleições brasileiras por meio de ONGs de checagens de fatos que definiam o verdadeiro e o falso. A mídia tradicional tentou descredibilizar a coisa tratando-o como um simples trumpista, mas o podcast da Globo (principal TV brasileira, e sempre pró EUA) afirmava e comemorava a existência dessa interferência.

A mim, porém, o que mais interessou do podcast foi a motivação da CIA. A agência temia que o Brasil “virasse uma outra Venezuela”, entendendo por isso um regime contrário aos EUA, alinhado com a Rússia. Mais ainda: a CIA temiam sobretudo um alinhamento com a China. Como o novo governo Bolsonaro seria fundado num evidente golpe de Estado, os EUA não iriam reconhecê-lo e imporia sanções. A China, porém, não se importa com o caráter democrático dos seus parceiros comerciais. Assim, sob uma ditadura bolsonarista, o Brasil ficaria ainda mais próximo da China, que já era sua maior parceira comercial.

Pela versão de Stuenkel, os EUA intervieram de uma maneira quase caridosa, pois ao agir contra Bolsonaro eles apoiaram um político que não é simpático ao seu país: Lula. Em 2025, qualquer observador atento sabe que o PT é praticamente uma sucursal do Partido Democrata. Toda a aproximação efetiva com o chavismo morreu com a Lava Jato, e nos dias de hoje é mais fácil Lula reconhecer a eleição do presidente de direita do Equador do que a de Maduro.

Não temos como saber o que aconteceria se Bolsonaro desse um golpe de Estado com o apoio dos militares. É certo que a China e a Rússia veriam no Brasil um potencial parceiro. Bolsonaro, porém, anda cercado por olavistas tresloucados que creem que a China é o inferno e que os EUA são o céu – exceto quando estão tomados por “comunistas” como Joe Biden. Seria bem constrangedor para Bolsonaro dar um golpe anticomunista e terminar aliado da China rompido com os EUA. Se bobear, é por isso que o golpe não saiu.

O podcast foi publicado em março de 2024. À época, o establishment tinha certeza de que Joe Biden teria um segundo mandato ou faria uma sucessora. O triunfalismo era tão grande que em pleno novembro de 2024 o presidente Lula declarou que um novo governo Trump seria “nazismo com outra cara” e que por isso torcia por Kamala Harris. Obviamente, suas relações com o atual governo dos EUA são péssimas. Qual a consequência disso? Empurrar o Brasil para a China. Afinal, com a anuência e a cooperação dos EUA, as elites tradicionais da política brasileira montaram um tribunal de exceção dedicado a censurar e perseguir os bolsonaristas durante o governo Biden – sem imaginar que estariam censurando e perseguindo os aliados do próximo presidente dos EUA. Agora, os EUA impõem tarifas que forçam Lula a se aproximar da China.

Ao cabo, os EUA de Biden intervieram para que o Brasil não se transformasse numa ditadura e se aproximassem da China, para depois os EUA de Biden concluírem que o Brasil se transformou numa ditadura e o aproximou da China.

Como os EUA intervieram para afastar o Brasil da China, mas acabaram aproximando

Ao cabo, os EUA de Biden intervieram para que o Brasil não se transformasse numa ditadura e se aproximassem da China, para depois os EUA de Biden concluírem que o Brasil se transformou numa ditadura e o aproximou da China.

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As agitações dos bolsonaristas na câmara trouxeram à tona o episódio de podcast “A operação dos EUA contra o golpe no Brasil”, no qual a jornalista da Globo Natuza Nery ouve o cientista político alemão Oliver Stuenkel. Ele dá aulas de Relações Internacionais numa fundação estatal brasileira cujas posições costumam ser liberais e pró EUA. A razão de a jornalista o ouvir era o seu acesso a fontes na inteligência dos EUA, que lhe contaram tintim por tintim a operação da CIA para impedir que as Forças Armadas dessem um golpe de Estado e impedissem Lula de tomar posse.

As ações incluíam uma lista de generais brasileiros com as respectivas opiniões políticas, e aqueles cujas opiniões eram consideradas favoráveis ao golpismo tinham uma etiqueta vermelha. A CIA conversou com os militares brasileiros a fim de dissuadi-los do golpe e usou a sua preferência por armamentos norte-americanos, tendo sido essa uma questão chave. A CIA foi tão proativa que chegou a fazer diplomacia em Taiwan a fim de que o semicondutores das urnas eletrônicas ficassem prontos a tempo. Com a pandemia, Taiwan estava cheia de pedidos atrasados e priorizou a encomenda brasileira. O xis da questão, para os bolsonaristas, é que Stuenkel mencionava a atuação dos EUA no combate às “fake news”, porque eles haviam convidado o ex-funcionário do Departamento de Estado Mike Benz para falar da interferência da CIA na eleições brasileiras por meio de ONGs de checagens de fatos que definiam o verdadeiro e o falso. A mídia tradicional tentou descredibilizar a coisa tratando-o como um simples trumpista, mas o podcast da Globo (principal TV brasileira, e sempre pró EUA) afirmava e comemorava a existência dessa interferência.

A mim, porém, o que mais interessou do podcast foi a motivação da CIA. A agência temia que o Brasil “virasse uma outra Venezuela”, entendendo por isso um regime contrário aos EUA, alinhado com a Rússia. Mais ainda: a CIA temiam sobretudo um alinhamento com a China. Como o novo governo Bolsonaro seria fundado num evidente golpe de Estado, os EUA não iriam reconhecê-lo e imporia sanções. A China, porém, não se importa com o caráter democrático dos seus parceiros comerciais. Assim, sob uma ditadura bolsonarista, o Brasil ficaria ainda mais próximo da China, que já era sua maior parceira comercial.

Pela versão de Stuenkel, os EUA intervieram de uma maneira quase caridosa, pois ao agir contra Bolsonaro eles apoiaram um político que não é simpático ao seu país: Lula. Em 2025, qualquer observador atento sabe que o PT é praticamente uma sucursal do Partido Democrata. Toda a aproximação efetiva com o chavismo morreu com a Lava Jato, e nos dias de hoje é mais fácil Lula reconhecer a eleição do presidente de direita do Equador do que a de Maduro.

Não temos como saber o que aconteceria se Bolsonaro desse um golpe de Estado com o apoio dos militares. É certo que a China e a Rússia veriam no Brasil um potencial parceiro. Bolsonaro, porém, anda cercado por olavistas tresloucados que creem que a China é o inferno e que os EUA são o céu – exceto quando estão tomados por “comunistas” como Joe Biden. Seria bem constrangedor para Bolsonaro dar um golpe anticomunista e terminar aliado da China rompido com os EUA. Se bobear, é por isso que o golpe não saiu.

O podcast foi publicado em março de 2024. À época, o establishment tinha certeza de que Joe Biden teria um segundo mandato ou faria uma sucessora. O triunfalismo era tão grande que em pleno novembro de 2024 o presidente Lula declarou que um novo governo Trump seria “nazismo com outra cara” e que por isso torcia por Kamala Harris. Obviamente, suas relações com o atual governo dos EUA são péssimas. Qual a consequência disso? Empurrar o Brasil para a China. Afinal, com a anuência e a cooperação dos EUA, as elites tradicionais da política brasileira montaram um tribunal de exceção dedicado a censurar e perseguir os bolsonaristas durante o governo Biden – sem imaginar que estariam censurando e perseguindo os aliados do próximo presidente dos EUA. Agora, os EUA impõem tarifas que forçam Lula a se aproximar da China.

Ao cabo, os EUA de Biden intervieram para que o Brasil não se transformasse numa ditadura e se aproximassem da China, para depois os EUA de Biden concluírem que o Brasil se transformou numa ditadura e o aproximou da China.

Ao cabo, os EUA de Biden intervieram para que o Brasil não se transformasse numa ditadura e se aproximassem da China, para depois os EUA de Biden concluírem que o Brasil se transformou numa ditadura e o aproximou da China.

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As agitações dos bolsonaristas na câmara trouxeram à tona o episódio de podcast “A operação dos EUA contra o golpe no Brasil”, no qual a jornalista da Globo Natuza Nery ouve o cientista político alemão Oliver Stuenkel. Ele dá aulas de Relações Internacionais numa fundação estatal brasileira cujas posições costumam ser liberais e pró EUA. A razão de a jornalista o ouvir era o seu acesso a fontes na inteligência dos EUA, que lhe contaram tintim por tintim a operação da CIA para impedir que as Forças Armadas dessem um golpe de Estado e impedissem Lula de tomar posse.

As ações incluíam uma lista de generais brasileiros com as respectivas opiniões políticas, e aqueles cujas opiniões eram consideradas favoráveis ao golpismo tinham uma etiqueta vermelha. A CIA conversou com os militares brasileiros a fim de dissuadi-los do golpe e usou a sua preferência por armamentos norte-americanos, tendo sido essa uma questão chave. A CIA foi tão proativa que chegou a fazer diplomacia em Taiwan a fim de que o semicondutores das urnas eletrônicas ficassem prontos a tempo. Com a pandemia, Taiwan estava cheia de pedidos atrasados e priorizou a encomenda brasileira. O xis da questão, para os bolsonaristas, é que Stuenkel mencionava a atuação dos EUA no combate às “fake news”, porque eles haviam convidado o ex-funcionário do Departamento de Estado Mike Benz para falar da interferência da CIA na eleições brasileiras por meio de ONGs de checagens de fatos que definiam o verdadeiro e o falso. A mídia tradicional tentou descredibilizar a coisa tratando-o como um simples trumpista, mas o podcast da Globo (principal TV brasileira, e sempre pró EUA) afirmava e comemorava a existência dessa interferência.

A mim, porém, o que mais interessou do podcast foi a motivação da CIA. A agência temia que o Brasil “virasse uma outra Venezuela”, entendendo por isso um regime contrário aos EUA, alinhado com a Rússia. Mais ainda: a CIA temiam sobretudo um alinhamento com a China. Como o novo governo Bolsonaro seria fundado num evidente golpe de Estado, os EUA não iriam reconhecê-lo e imporia sanções. A China, porém, não se importa com o caráter democrático dos seus parceiros comerciais. Assim, sob uma ditadura bolsonarista, o Brasil ficaria ainda mais próximo da China, que já era sua maior parceira comercial.

Pela versão de Stuenkel, os EUA intervieram de uma maneira quase caridosa, pois ao agir contra Bolsonaro eles apoiaram um político que não é simpático ao seu país: Lula. Em 2025, qualquer observador atento sabe que o PT é praticamente uma sucursal do Partido Democrata. Toda a aproximação efetiva com o chavismo morreu com a Lava Jato, e nos dias de hoje é mais fácil Lula reconhecer a eleição do presidente de direita do Equador do que a de Maduro.

Não temos como saber o que aconteceria se Bolsonaro desse um golpe de Estado com o apoio dos militares. É certo que a China e a Rússia veriam no Brasil um potencial parceiro. Bolsonaro, porém, anda cercado por olavistas tresloucados que creem que a China é o inferno e que os EUA são o céu – exceto quando estão tomados por “comunistas” como Joe Biden. Seria bem constrangedor para Bolsonaro dar um golpe anticomunista e terminar aliado da China rompido com os EUA. Se bobear, é por isso que o golpe não saiu.

O podcast foi publicado em março de 2024. À época, o establishment tinha certeza de que Joe Biden teria um segundo mandato ou faria uma sucessora. O triunfalismo era tão grande que em pleno novembro de 2024 o presidente Lula declarou que um novo governo Trump seria “nazismo com outra cara” e que por isso torcia por Kamala Harris. Obviamente, suas relações com o atual governo dos EUA são péssimas. Qual a consequência disso? Empurrar o Brasil para a China. Afinal, com a anuência e a cooperação dos EUA, as elites tradicionais da política brasileira montaram um tribunal de exceção dedicado a censurar e perseguir os bolsonaristas durante o governo Biden – sem imaginar que estariam censurando e perseguindo os aliados do próximo presidente dos EUA. Agora, os EUA impõem tarifas que forçam Lula a se aproximar da China.

Ao cabo, os EUA de Biden intervieram para que o Brasil não se transformasse numa ditadura e se aproximassem da China, para depois os EUA de Biden concluírem que o Brasil se transformou numa ditadura e o aproximou da China.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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