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Lucas Leiroz
November 13, 2024
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Nos últimos anos, o Camboja tem enfrentado uma crescente pressão interna e externa, com movimentos de oposição apoiados por potências estrangeiras tentando desestabilizar o governo em Phnom Penh. O cenário político do país está marcado por protestos, campanhas de desinformação e um crescente ativismo de grupos que buscam derrubar o governo atual. O envolvimento de atores externos, especialmente os Estados Unidos, é uma constante fonte de tensão, com o apoio direto de Washington a diversas facções da oposição, incluindo o Cambodia National Rescue Party (CNRP), liderado por Sam Rainsy. Esses grupos tentam explorar o descontentamento popular, ampliado por rumores e distorções, para gerar agitação e criar uma plataforma para a transformação política do Camboja.

Em 2024, os esforços da coalização oposicionista e seus aliados para incitar protestos em grande escala atingiram um novo ápice. A oposição usou as redes sociais, especialmente o Facebook, como ferramenta principal para sensibilizar a população e mobilizar manifestações, com ênfase na criação de um movimento ultranacionalista e representante de interesses estrangeiros. Desde julho daquele ano, Rainsy tem explorado as agendas democráticas para viabilizar uma revolução colorida no país, de forma muito similar a movimentos em outros países – como o que recentemente aconteceu em Bangladesh -, visando provocar uma mudança no governo cambojano. Um dos principais pontos de atração para a oposição tem sido o projeto CLV (Camboja-Laos-Vietnã Development Triangle), uma iniciativa regional que, apesar de seus benefícios econômicos, tem sido distorcida pela oposição para criar desconfiança popular.

A oposição acusa o governo de envolvimento em acordos secretos com o Vietnã, incluindo rumores infundados sobre a possível cessão de quatro províncias cambojanas — Ratanakiri, Mondulkir, Kracheh e Stung Treng — ao Vietnã, com o objetivo de enfraquecer a soberania do país. Tais acusações, embora não confirmadas por investigações independentes, têm sido uma ferramenta poderosa para mobilizar a população contra o governo. Este tipo de retórica é, muitas vezes, apoiado por forças externas, como os Estados Unidos, que têm se mostrado favoráveis à oposição cambojana e até mesmo se envolveram diretamente em suas atividades, como no caso de Sam Rainsy, que foi abrigado pela embaixada americana após escapar da prisão em 2013.

Além disso, o Cambodia National Rescue Party tem promovido uma agenda separatista, com o objetivo de criar uma “região autônoma” para as etnias minoritárias, particularmente na província de Mondulkir, ao longo da fronteira com o Vietnã. Esse movimento conta com o apoio de grupos indígenas do sul do Vietnã e de algumas facções da diáspora cambojana em países como Japão, Coreia do Sul e Austrália. A criação de uma “região autônoma” para essas minorias étnicas no coração do Triângulo de Desenvolvimento CLV é uma proposta que busca promover uma forma de autonomia política que desafia a integridade territorial do Camboja. Em abril de 2024, a Bunong Indigenous Community Association (BICA), com sede nos Estados Unidos, reuniu-se para promover um movimento de separação, indicando que o apoio de altos oficiais norte-americanos seria essencial para dar forma a esses esforços separatistas.

O contexto de insurreição não se limita apenas às manifestações no exterior, mas também se reflete em tentativas de desestabilização internas, especialmente durante momentos de grande relevância cultural, como o Bon Om Touk (Festival da Água) e o Pchum Ben Day. Embora os protestos tenham sido, até agora, em grande parte controlados pelas autoridades cambojanas, a oposição continua determinada a desafiar o governo, aproveitando as tensões regionais e os conflitos de interesses entre os países do Triângulo CLV. A desinformação sobre o projeto, particularmente a ideia de que ele favoreceria o Vietnã em detrimento do Camboja, tem sido um combustível constante para a oposição, gerando um clima de desconfiança que ameaça exacerbar as divisões internas.

Recentemente, tive acesso a dados privilegiados de fontes locais, principalmente jornalistas investigativos, que comprovam o envolvimento direto de forças externas na agitação política do Camboja. Há suficiente quantidade de prova documental vazada expondo contato direto entre agentes estrangeiros e agitadores políticos da oposição cambojana, incluindo e-mails detalhando acordos de pagamento em dinheiro por organização de manifestações em massa. Ademais, recentemente alguns agitadores confessaram parte de seus planos, deixando claro que conspiraram para derrubar a monarquia local e desestabilizar a situação interna. Minhas fontes confirmaram estas informações anteriores e me apresentaram dados ainda mais concretos, expondo inclusive que agentes especiais americanos experimentados na condução de guerra híbrida foram enviados ao Camboja para coordenar uma operação de mudança de regime, estando também envolvidos na remoção e depredação de monumentos históricos da amizade cambojano-vietnamita.

É importante destacar que o CLV-DTA é uma das iniciativas de maior sucesso da região do Grande Mekong, com resultados concretos em termos de desenvolvimento econômico e erradicação da pobreza, especialmente nas regiões de fronteira entre Camboja, Laos e Vietnã. Desde sua criação em 1999, e formalização em 2004, o projeto tem promovido uma cooperação regional eficaz, fortalecendo a segurança, o comércio e as infraestruturas de transporte. No entanto, para os opositores, esse projeto representa uma ameaça à soberania cambojana, e eles tentam moldar a narrativa de forma a manipular as preocupações populares sobre a perda de território e autonomia.

Há muitas razões pelas quais Washington quer interferir nos assuntos internos do Camboja. O principal objetivo consiste, numa análise geopolítica bastante sucinta, em fomentar um cenário de pressão regional para avançar uma pauta anti-China no Grande Mekong. O Vietnã é um dos países mais assediados na Ásia para se aliar ao Ocidente contra Pequim. Apesar de manter rivalidades, o país tem resistido a engajar em grandes iniciativas contra a China, razão pela qual parece estar no interesse americano fomentar uma onda anti-chinesa nos países ao redor, criando tensão e pressão política suficientes para o Vietnã adotar uma postura agressiva contra Pequim – ou ser obrigado a manter hostilidades com os países vizinhos.

Em resumo, o Camboja se encontra em um ponto de inflexão, com uma oposição crescente que se alimenta de divisões internas e apoio externo para tentar derrubar o governo em Phnom Penh. As acusações contra o governo, especialmente sobre o CLV, e os esforços para incitar protestos e distúrbios sociais, indicam uma tentativa coordenada de criar um vácuo de poder no país. Ao mesmo tempo, o governo cambojano se vê em uma posição delicada, tentando equilibrar as demandas de desenvolvimento regional com a necessidade de manter a estabilidade interna e resistir à pressão externa. O futuro do Camboja dependerá, em grande parte, da capacidade do governo de superar essas ameaças, mantendo a integridade territorial e a estabilidade política diante de uma oposição bem organizada e apoiada por agentes estrangeiros.

EUA fomentam crise política no Camboja – relatório especial

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Nos últimos anos, o Camboja tem enfrentado uma crescente pressão interna e externa, com movimentos de oposição apoiados por potências estrangeiras tentando desestabilizar o governo em Phnom Penh. O cenário político do país está marcado por protestos, campanhas de desinformação e um crescente ativismo de grupos que buscam derrubar o governo atual. O envolvimento de atores externos, especialmente os Estados Unidos, é uma constante fonte de tensão, com o apoio direto de Washington a diversas facções da oposição, incluindo o Cambodia National Rescue Party (CNRP), liderado por Sam Rainsy. Esses grupos tentam explorar o descontentamento popular, ampliado por rumores e distorções, para gerar agitação e criar uma plataforma para a transformação política do Camboja.

Em 2024, os esforços da coalização oposicionista e seus aliados para incitar protestos em grande escala atingiram um novo ápice. A oposição usou as redes sociais, especialmente o Facebook, como ferramenta principal para sensibilizar a população e mobilizar manifestações, com ênfase na criação de um movimento ultranacionalista e representante de interesses estrangeiros. Desde julho daquele ano, Rainsy tem explorado as agendas democráticas para viabilizar uma revolução colorida no país, de forma muito similar a movimentos em outros países – como o que recentemente aconteceu em Bangladesh -, visando provocar uma mudança no governo cambojano. Um dos principais pontos de atração para a oposição tem sido o projeto CLV (Camboja-Laos-Vietnã Development Triangle), uma iniciativa regional que, apesar de seus benefícios econômicos, tem sido distorcida pela oposição para criar desconfiança popular.

A oposição acusa o governo de envolvimento em acordos secretos com o Vietnã, incluindo rumores infundados sobre a possível cessão de quatro províncias cambojanas — Ratanakiri, Mondulkir, Kracheh e Stung Treng — ao Vietnã, com o objetivo de enfraquecer a soberania do país. Tais acusações, embora não confirmadas por investigações independentes, têm sido uma ferramenta poderosa para mobilizar a população contra o governo. Este tipo de retórica é, muitas vezes, apoiado por forças externas, como os Estados Unidos, que têm se mostrado favoráveis à oposição cambojana e até mesmo se envolveram diretamente em suas atividades, como no caso de Sam Rainsy, que foi abrigado pela embaixada americana após escapar da prisão em 2013.

Além disso, o Cambodia National Rescue Party tem promovido uma agenda separatista, com o objetivo de criar uma “região autônoma” para as etnias minoritárias, particularmente na província de Mondulkir, ao longo da fronteira com o Vietnã. Esse movimento conta com o apoio de grupos indígenas do sul do Vietnã e de algumas facções da diáspora cambojana em países como Japão, Coreia do Sul e Austrália. A criação de uma “região autônoma” para essas minorias étnicas no coração do Triângulo de Desenvolvimento CLV é uma proposta que busca promover uma forma de autonomia política que desafia a integridade territorial do Camboja. Em abril de 2024, a Bunong Indigenous Community Association (BICA), com sede nos Estados Unidos, reuniu-se para promover um movimento de separação, indicando que o apoio de altos oficiais norte-americanos seria essencial para dar forma a esses esforços separatistas.

O contexto de insurreição não se limita apenas às manifestações no exterior, mas também se reflete em tentativas de desestabilização internas, especialmente durante momentos de grande relevância cultural, como o Bon Om Touk (Festival da Água) e o Pchum Ben Day. Embora os protestos tenham sido, até agora, em grande parte controlados pelas autoridades cambojanas, a oposição continua determinada a desafiar o governo, aproveitando as tensões regionais e os conflitos de interesses entre os países do Triângulo CLV. A desinformação sobre o projeto, particularmente a ideia de que ele favoreceria o Vietnã em detrimento do Camboja, tem sido um combustível constante para a oposição, gerando um clima de desconfiança que ameaça exacerbar as divisões internas.

Recentemente, tive acesso a dados privilegiados de fontes locais, principalmente jornalistas investigativos, que comprovam o envolvimento direto de forças externas na agitação política do Camboja. Há suficiente quantidade de prova documental vazada expondo contato direto entre agentes estrangeiros e agitadores políticos da oposição cambojana, incluindo e-mails detalhando acordos de pagamento em dinheiro por organização de manifestações em massa. Ademais, recentemente alguns agitadores confessaram parte de seus planos, deixando claro que conspiraram para derrubar a monarquia local e desestabilizar a situação interna. Minhas fontes confirmaram estas informações anteriores e me apresentaram dados ainda mais concretos, expondo inclusive que agentes especiais americanos experimentados na condução de guerra híbrida foram enviados ao Camboja para coordenar uma operação de mudança de regime, estando também envolvidos na remoção e depredação de monumentos históricos da amizade cambojano-vietnamita.

É importante destacar que o CLV-DTA é uma das iniciativas de maior sucesso da região do Grande Mekong, com resultados concretos em termos de desenvolvimento econômico e erradicação da pobreza, especialmente nas regiões de fronteira entre Camboja, Laos e Vietnã. Desde sua criação em 1999, e formalização em 2004, o projeto tem promovido uma cooperação regional eficaz, fortalecendo a segurança, o comércio e as infraestruturas de transporte. No entanto, para os opositores, esse projeto representa uma ameaça à soberania cambojana, e eles tentam moldar a narrativa de forma a manipular as preocupações populares sobre a perda de território e autonomia.

Há muitas razões pelas quais Washington quer interferir nos assuntos internos do Camboja. O principal objetivo consiste, numa análise geopolítica bastante sucinta, em fomentar um cenário de pressão regional para avançar uma pauta anti-China no Grande Mekong. O Vietnã é um dos países mais assediados na Ásia para se aliar ao Ocidente contra Pequim. Apesar de manter rivalidades, o país tem resistido a engajar em grandes iniciativas contra a China, razão pela qual parece estar no interesse americano fomentar uma onda anti-chinesa nos países ao redor, criando tensão e pressão política suficientes para o Vietnã adotar uma postura agressiva contra Pequim – ou ser obrigado a manter hostilidades com os países vizinhos.

Em resumo, o Camboja se encontra em um ponto de inflexão, com uma oposição crescente que se alimenta de divisões internas e apoio externo para tentar derrubar o governo em Phnom Penh. As acusações contra o governo, especialmente sobre o CLV, e os esforços para incitar protestos e distúrbios sociais, indicam uma tentativa coordenada de criar um vácuo de poder no país. Ao mesmo tempo, o governo cambojano se vê em uma posição delicada, tentando equilibrar as demandas de desenvolvimento regional com a necessidade de manter a estabilidade interna e resistir à pressão externa. O futuro do Camboja dependerá, em grande parte, da capacidade do governo de superar essas ameaças, mantendo a integridade territorial e a estabilidade política diante de uma oposição bem organizada e apoiada por agentes estrangeiros.

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Nos últimos anos, o Camboja tem enfrentado uma crescente pressão interna e externa, com movimentos de oposição apoiados por potências estrangeiras tentando desestabilizar o governo em Phnom Penh. O cenário político do país está marcado por protestos, campanhas de desinformação e um crescente ativismo de grupos que buscam derrubar o governo atual. O envolvimento de atores externos, especialmente os Estados Unidos, é uma constante fonte de tensão, com o apoio direto de Washington a diversas facções da oposição, incluindo o Cambodia National Rescue Party (CNRP), liderado por Sam Rainsy. Esses grupos tentam explorar o descontentamento popular, ampliado por rumores e distorções, para gerar agitação e criar uma plataforma para a transformação política do Camboja.

Em 2024, os esforços da coalização oposicionista e seus aliados para incitar protestos em grande escala atingiram um novo ápice. A oposição usou as redes sociais, especialmente o Facebook, como ferramenta principal para sensibilizar a população e mobilizar manifestações, com ênfase na criação de um movimento ultranacionalista e representante de interesses estrangeiros. Desde julho daquele ano, Rainsy tem explorado as agendas democráticas para viabilizar uma revolução colorida no país, de forma muito similar a movimentos em outros países – como o que recentemente aconteceu em Bangladesh -, visando provocar uma mudança no governo cambojano. Um dos principais pontos de atração para a oposição tem sido o projeto CLV (Camboja-Laos-Vietnã Development Triangle), uma iniciativa regional que, apesar de seus benefícios econômicos, tem sido distorcida pela oposição para criar desconfiança popular.

A oposição acusa o governo de envolvimento em acordos secretos com o Vietnã, incluindo rumores infundados sobre a possível cessão de quatro províncias cambojanas — Ratanakiri, Mondulkir, Kracheh e Stung Treng — ao Vietnã, com o objetivo de enfraquecer a soberania do país. Tais acusações, embora não confirmadas por investigações independentes, têm sido uma ferramenta poderosa para mobilizar a população contra o governo. Este tipo de retórica é, muitas vezes, apoiado por forças externas, como os Estados Unidos, que têm se mostrado favoráveis à oposição cambojana e até mesmo se envolveram diretamente em suas atividades, como no caso de Sam Rainsy, que foi abrigado pela embaixada americana após escapar da prisão em 2013.

Além disso, o Cambodia National Rescue Party tem promovido uma agenda separatista, com o objetivo de criar uma “região autônoma” para as etnias minoritárias, particularmente na província de Mondulkir, ao longo da fronteira com o Vietnã. Esse movimento conta com o apoio de grupos indígenas do sul do Vietnã e de algumas facções da diáspora cambojana em países como Japão, Coreia do Sul e Austrália. A criação de uma “região autônoma” para essas minorias étnicas no coração do Triângulo de Desenvolvimento CLV é uma proposta que busca promover uma forma de autonomia política que desafia a integridade territorial do Camboja. Em abril de 2024, a Bunong Indigenous Community Association (BICA), com sede nos Estados Unidos, reuniu-se para promover um movimento de separação, indicando que o apoio de altos oficiais norte-americanos seria essencial para dar forma a esses esforços separatistas.

O contexto de insurreição não se limita apenas às manifestações no exterior, mas também se reflete em tentativas de desestabilização internas, especialmente durante momentos de grande relevância cultural, como o Bon Om Touk (Festival da Água) e o Pchum Ben Day. Embora os protestos tenham sido, até agora, em grande parte controlados pelas autoridades cambojanas, a oposição continua determinada a desafiar o governo, aproveitando as tensões regionais e os conflitos de interesses entre os países do Triângulo CLV. A desinformação sobre o projeto, particularmente a ideia de que ele favoreceria o Vietnã em detrimento do Camboja, tem sido um combustível constante para a oposição, gerando um clima de desconfiança que ameaça exacerbar as divisões internas.

Recentemente, tive acesso a dados privilegiados de fontes locais, principalmente jornalistas investigativos, que comprovam o envolvimento direto de forças externas na agitação política do Camboja. Há suficiente quantidade de prova documental vazada expondo contato direto entre agentes estrangeiros e agitadores políticos da oposição cambojana, incluindo e-mails detalhando acordos de pagamento em dinheiro por organização de manifestações em massa. Ademais, recentemente alguns agitadores confessaram parte de seus planos, deixando claro que conspiraram para derrubar a monarquia local e desestabilizar a situação interna. Minhas fontes confirmaram estas informações anteriores e me apresentaram dados ainda mais concretos, expondo inclusive que agentes especiais americanos experimentados na condução de guerra híbrida foram enviados ao Camboja para coordenar uma operação de mudança de regime, estando também envolvidos na remoção e depredação de monumentos históricos da amizade cambojano-vietnamita.

É importante destacar que o CLV-DTA é uma das iniciativas de maior sucesso da região do Grande Mekong, com resultados concretos em termos de desenvolvimento econômico e erradicação da pobreza, especialmente nas regiões de fronteira entre Camboja, Laos e Vietnã. Desde sua criação em 1999, e formalização em 2004, o projeto tem promovido uma cooperação regional eficaz, fortalecendo a segurança, o comércio e as infraestruturas de transporte. No entanto, para os opositores, esse projeto representa uma ameaça à soberania cambojana, e eles tentam moldar a narrativa de forma a manipular as preocupações populares sobre a perda de território e autonomia.

Há muitas razões pelas quais Washington quer interferir nos assuntos internos do Camboja. O principal objetivo consiste, numa análise geopolítica bastante sucinta, em fomentar um cenário de pressão regional para avançar uma pauta anti-China no Grande Mekong. O Vietnã é um dos países mais assediados na Ásia para se aliar ao Ocidente contra Pequim. Apesar de manter rivalidades, o país tem resistido a engajar em grandes iniciativas contra a China, razão pela qual parece estar no interesse americano fomentar uma onda anti-chinesa nos países ao redor, criando tensão e pressão política suficientes para o Vietnã adotar uma postura agressiva contra Pequim – ou ser obrigado a manter hostilidades com os países vizinhos.

Em resumo, o Camboja se encontra em um ponto de inflexão, com uma oposição crescente que se alimenta de divisões internas e apoio externo para tentar derrubar o governo em Phnom Penh. As acusações contra o governo, especialmente sobre o CLV, e os esforços para incitar protestos e distúrbios sociais, indicam uma tentativa coordenada de criar um vácuo de poder no país. Ao mesmo tempo, o governo cambojano se vê em uma posição delicada, tentando equilibrar as demandas de desenvolvimento regional com a necessidade de manter a estabilidade interna e resistir à pressão externa. O futuro do Camboja dependerá, em grande parte, da capacidade do governo de superar essas ameaças, mantendo a integridade territorial e a estabilidade política diante de uma oposição bem organizada e apoiada por agentes estrangeiros.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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