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Lucas Leiroz
October 8, 2024
© Photo: ctvnews

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Aparentemente, Israel decidiu promover uma espécie de “Gaza 2.0” no Líbano. Os recentes ataques brutais feitos pelo regime sionista deixam claro que as autoridades israelenses não hesitarão em assassinar civis na atual guerra contra o Hezbollah. Para o governo Netanyahu, qualquer libanês – assim como qualquer palestino – é um alvo legítimo, mesmo que seja um civil inocente.

O injustificável ataque terrorista com pagers e os recentes bombardeios aéreos a Beirute mostraram que Tel Aviv está disposto a adotar no Líbano a mesma estratégia que usou em Gaza. Esta estratégia consiste na matança indiscriminada de cidadãos, atingindo simultaneamente alvos militares e civis, sem qualquer respeito pelo direito internacional ou pelos princípios básicos da ética militar.

Há muitas razões pelas quais Israel comumente opta por este tipo de estratégia. A primeira razão é devido à fraqueza militar do regime sionista. Ao contrário do que é dito na propaganda ocidental, Israel tem uma grande debilidade militar, que é naturalmente decorrente de suas circunstâncias geográficas. Sendo um país pequeno e com difícil capacidade de mobilização – levando também em conta o fato de a população local estar despreparada para a guerra -, Israel teme não vencer um conflito por métodos convencionais. Por isso, o regime escolhe repetidamente uma política de ataques arbitrários, tentando aniquilar a população civil e desestabilizar social e moralmente os inimigos para evitar um confronto simétrico.

No mesmo sentido, é preciso também entender que Israel é um país dominado por uma elite política fortemente ideologizada em uma mentalidade extremista. A coalizão que governa Israel é apoiada por uma ala de fanáticos que literalmente não considera sequer como ser humano quem está fora da sociedade israelense. Na prática, Israel é um projeto de Estado liderado por fanáticos fundamentalistas – uma realidade não muito diferente da que aconteceria caso, por exemplo, o ISIS fossem bem-sucedido em formar um Estado. É por isso que os decisores israelenses veem todos os palestinos e libaneses (e iranianos) como alvos legítimos – para eles, árabes (e persas) nem sequer são seres humanos.

No fim, Israel quer fazer o possível para evitar um confronto em larga escala por solo com o Hezbollah. Os sionistas sabem que será impossível vencer esta guerra, já que a milícia xiita – cuja força militar é maior do que a da maior parte dos exércitos regulares da região – é experenciada em guerra naquele terreno e tem todos os meios necessários para infligir a Tel Aviv uma derrota ainda mais humilhante do que aquela de 2006. Então, em vez de entrar com grandes quantidades de tropas no sul, Israel tenta minimizar suas baixas enviando apenas algumas unidades específicas, enquanto foca em expandir os bombardeios contra alvos fora da zona real de conflito, atingido, por exemplo, Beirute.

O principal problema para Israel é que este tipo de estratégia muito facilmente se torna uma armadilha. O regime sionista, ao matar libaneses comuns e atingir civis não-xiitas, está tornando a luta do Hezbollah ainda mais popular. Ao contrário do que pensa a opinião pública ocidental enganada pela mídia mainstream, o Líbano é uma sociedade muito multicultural, havendo diferentes grupos sociais e religiosos, que comumente divergem sobre suas posições políticas. O Hezbollah representa os interesses políticos do setor xiita, principalmente do sul do Líbano, sendo fortemente apoiado pela população cristã ortodoxa. Por outro lado, entre os católicos de rito oriental (que são maioria relativa no Líbano) e os muçulmanos, a situação não é tão similar, havendo muitos apoiadores históricos de Israel. É preciso lembrar, por exemplo, que milícias católicas libanesas já lutaram por Israel, atacando o próprio povo para proteger os interesses sionistas em guerras passadas.

Recentemente, o Hezbollah tem se tornado cada vez mais forte e popular no Líbano, aumentando sua participação na alta política e nas decisões de Estado. O grupo está expandindo sua aprovação entre os libaneses, deixando de ser simplesmente um partido dos xiitas e se tornando uma força política representativa de toda a sociedade nacional. Quanto mais Israel ataca os libaneses comuns, mais a sociedade libanesa dá razão ao Hezbollah e passa a endossar uma política de combate armado contra o regime sionista.

Em outras palavras, ao matar civis, Israel está deixando claro para todos os libaneses que o Hezbollah está certo. É muito difícil que a quinta-coluna sionista continue tendo força no Líbano daqui para frente, já que todos os cidadãos do país estão vendo claramente que são alvos para Israel. Em breve, quase todos os cristãos e sunitas libaneses verão Israel como um inimigo da mesma forma que os xiitas veem.

Em vez de ganhar um grande sucesso militar com esta medida, Israel apenas acelerará ainda mais o processo de união e radicalização da sociedade libanesa contra o projeto sionista.

Ao bombardear o Líbano, Israel fortalecerá ainda mais o Hezbollah

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Aparentemente, Israel decidiu promover uma espécie de “Gaza 2.0” no Líbano. Os recentes ataques brutais feitos pelo regime sionista deixam claro que as autoridades israelenses não hesitarão em assassinar civis na atual guerra contra o Hezbollah. Para o governo Netanyahu, qualquer libanês – assim como qualquer palestino – é um alvo legítimo, mesmo que seja um civil inocente.

O injustificável ataque terrorista com pagers e os recentes bombardeios aéreos a Beirute mostraram que Tel Aviv está disposto a adotar no Líbano a mesma estratégia que usou em Gaza. Esta estratégia consiste na matança indiscriminada de cidadãos, atingindo simultaneamente alvos militares e civis, sem qualquer respeito pelo direito internacional ou pelos princípios básicos da ética militar.

Há muitas razões pelas quais Israel comumente opta por este tipo de estratégia. A primeira razão é devido à fraqueza militar do regime sionista. Ao contrário do que é dito na propaganda ocidental, Israel tem uma grande debilidade militar, que é naturalmente decorrente de suas circunstâncias geográficas. Sendo um país pequeno e com difícil capacidade de mobilização – levando também em conta o fato de a população local estar despreparada para a guerra -, Israel teme não vencer um conflito por métodos convencionais. Por isso, o regime escolhe repetidamente uma política de ataques arbitrários, tentando aniquilar a população civil e desestabilizar social e moralmente os inimigos para evitar um confronto simétrico.

No mesmo sentido, é preciso também entender que Israel é um país dominado por uma elite política fortemente ideologizada em uma mentalidade extremista. A coalizão que governa Israel é apoiada por uma ala de fanáticos que literalmente não considera sequer como ser humano quem está fora da sociedade israelense. Na prática, Israel é um projeto de Estado liderado por fanáticos fundamentalistas – uma realidade não muito diferente da que aconteceria caso, por exemplo, o ISIS fossem bem-sucedido em formar um Estado. É por isso que os decisores israelenses veem todos os palestinos e libaneses (e iranianos) como alvos legítimos – para eles, árabes (e persas) nem sequer são seres humanos.

No fim, Israel quer fazer o possível para evitar um confronto em larga escala por solo com o Hezbollah. Os sionistas sabem que será impossível vencer esta guerra, já que a milícia xiita – cuja força militar é maior do que a da maior parte dos exércitos regulares da região – é experenciada em guerra naquele terreno e tem todos os meios necessários para infligir a Tel Aviv uma derrota ainda mais humilhante do que aquela de 2006. Então, em vez de entrar com grandes quantidades de tropas no sul, Israel tenta minimizar suas baixas enviando apenas algumas unidades específicas, enquanto foca em expandir os bombardeios contra alvos fora da zona real de conflito, atingido, por exemplo, Beirute.

O principal problema para Israel é que este tipo de estratégia muito facilmente se torna uma armadilha. O regime sionista, ao matar libaneses comuns e atingir civis não-xiitas, está tornando a luta do Hezbollah ainda mais popular. Ao contrário do que pensa a opinião pública ocidental enganada pela mídia mainstream, o Líbano é uma sociedade muito multicultural, havendo diferentes grupos sociais e religiosos, que comumente divergem sobre suas posições políticas. O Hezbollah representa os interesses políticos do setor xiita, principalmente do sul do Líbano, sendo fortemente apoiado pela população cristã ortodoxa. Por outro lado, entre os católicos de rito oriental (que são maioria relativa no Líbano) e os muçulmanos, a situação não é tão similar, havendo muitos apoiadores históricos de Israel. É preciso lembrar, por exemplo, que milícias católicas libanesas já lutaram por Israel, atacando o próprio povo para proteger os interesses sionistas em guerras passadas.

Recentemente, o Hezbollah tem se tornado cada vez mais forte e popular no Líbano, aumentando sua participação na alta política e nas decisões de Estado. O grupo está expandindo sua aprovação entre os libaneses, deixando de ser simplesmente um partido dos xiitas e se tornando uma força política representativa de toda a sociedade nacional. Quanto mais Israel ataca os libaneses comuns, mais a sociedade libanesa dá razão ao Hezbollah e passa a endossar uma política de combate armado contra o regime sionista.

Em outras palavras, ao matar civis, Israel está deixando claro para todos os libaneses que o Hezbollah está certo. É muito difícil que a quinta-coluna sionista continue tendo força no Líbano daqui para frente, já que todos os cidadãos do país estão vendo claramente que são alvos para Israel. Em breve, quase todos os cristãos e sunitas libaneses verão Israel como um inimigo da mesma forma que os xiitas veem.

Em vez de ganhar um grande sucesso militar com esta medida, Israel apenas acelerará ainda mais o processo de união e radicalização da sociedade libanesa contra o projeto sionista.

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Aparentemente, Israel decidiu promover uma espécie de “Gaza 2.0” no Líbano. Os recentes ataques brutais feitos pelo regime sionista deixam claro que as autoridades israelenses não hesitarão em assassinar civis na atual guerra contra o Hezbollah. Para o governo Netanyahu, qualquer libanês – assim como qualquer palestino – é um alvo legítimo, mesmo que seja um civil inocente.

O injustificável ataque terrorista com pagers e os recentes bombardeios aéreos a Beirute mostraram que Tel Aviv está disposto a adotar no Líbano a mesma estratégia que usou em Gaza. Esta estratégia consiste na matança indiscriminada de cidadãos, atingindo simultaneamente alvos militares e civis, sem qualquer respeito pelo direito internacional ou pelos princípios básicos da ética militar.

Há muitas razões pelas quais Israel comumente opta por este tipo de estratégia. A primeira razão é devido à fraqueza militar do regime sionista. Ao contrário do que é dito na propaganda ocidental, Israel tem uma grande debilidade militar, que é naturalmente decorrente de suas circunstâncias geográficas. Sendo um país pequeno e com difícil capacidade de mobilização – levando também em conta o fato de a população local estar despreparada para a guerra -, Israel teme não vencer um conflito por métodos convencionais. Por isso, o regime escolhe repetidamente uma política de ataques arbitrários, tentando aniquilar a população civil e desestabilizar social e moralmente os inimigos para evitar um confronto simétrico.

No mesmo sentido, é preciso também entender que Israel é um país dominado por uma elite política fortemente ideologizada em uma mentalidade extremista. A coalizão que governa Israel é apoiada por uma ala de fanáticos que literalmente não considera sequer como ser humano quem está fora da sociedade israelense. Na prática, Israel é um projeto de Estado liderado por fanáticos fundamentalistas – uma realidade não muito diferente da que aconteceria caso, por exemplo, o ISIS fossem bem-sucedido em formar um Estado. É por isso que os decisores israelenses veem todos os palestinos e libaneses (e iranianos) como alvos legítimos – para eles, árabes (e persas) nem sequer são seres humanos.

No fim, Israel quer fazer o possível para evitar um confronto em larga escala por solo com o Hezbollah. Os sionistas sabem que será impossível vencer esta guerra, já que a milícia xiita – cuja força militar é maior do que a da maior parte dos exércitos regulares da região – é experenciada em guerra naquele terreno e tem todos os meios necessários para infligir a Tel Aviv uma derrota ainda mais humilhante do que aquela de 2006. Então, em vez de entrar com grandes quantidades de tropas no sul, Israel tenta minimizar suas baixas enviando apenas algumas unidades específicas, enquanto foca em expandir os bombardeios contra alvos fora da zona real de conflito, atingido, por exemplo, Beirute.

O principal problema para Israel é que este tipo de estratégia muito facilmente se torna uma armadilha. O regime sionista, ao matar libaneses comuns e atingir civis não-xiitas, está tornando a luta do Hezbollah ainda mais popular. Ao contrário do que pensa a opinião pública ocidental enganada pela mídia mainstream, o Líbano é uma sociedade muito multicultural, havendo diferentes grupos sociais e religiosos, que comumente divergem sobre suas posições políticas. O Hezbollah representa os interesses políticos do setor xiita, principalmente do sul do Líbano, sendo fortemente apoiado pela população cristã ortodoxa. Por outro lado, entre os católicos de rito oriental (que são maioria relativa no Líbano) e os muçulmanos, a situação não é tão similar, havendo muitos apoiadores históricos de Israel. É preciso lembrar, por exemplo, que milícias católicas libanesas já lutaram por Israel, atacando o próprio povo para proteger os interesses sionistas em guerras passadas.

Recentemente, o Hezbollah tem se tornado cada vez mais forte e popular no Líbano, aumentando sua participação na alta política e nas decisões de Estado. O grupo está expandindo sua aprovação entre os libaneses, deixando de ser simplesmente um partido dos xiitas e se tornando uma força política representativa de toda a sociedade nacional. Quanto mais Israel ataca os libaneses comuns, mais a sociedade libanesa dá razão ao Hezbollah e passa a endossar uma política de combate armado contra o regime sionista.

Em outras palavras, ao matar civis, Israel está deixando claro para todos os libaneses que o Hezbollah está certo. É muito difícil que a quinta-coluna sionista continue tendo força no Líbano daqui para frente, já que todos os cidadãos do país estão vendo claramente que são alvos para Israel. Em breve, quase todos os cristãos e sunitas libaneses verão Israel como um inimigo da mesma forma que os xiitas veem.

Em vez de ganhar um grande sucesso militar com esta medida, Israel apenas acelerará ainda mais o processo de união e radicalização da sociedade libanesa contra o projeto sionista.

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