Português
Eduardo Vasco
October 2, 2024
© Photo: Public domain

Escreva para nós: info@strategic-culture.su

Há anos o governo de Vladimir Putin, e o próprio presidente em particular, têm realizado uma cruzada em defesa do que chamam de valores tradicionais russos. Eles estão relacionados principalmente com os costumes, mais notadamente com a família tradicional.

Alguns exemplos são a lei que proíbe a difusão pública de conteúdo em defesa da comunidade LGBT, a lei que insere o movimento LGBT na lista de grupos extremistas, o novo currículo escolar com educação moral voltada aos estudos sobre a família tradicional e o incentivo governamental à imigração de cidadãos ocidentais descontentes com a degradação de suas sociedades que encontram na Rússia um refúgio ideológico e moral.

Soma-se a isso a aliança do governo com a Igreja Ortodoxa Russa, notória defensora de ideias reacionárias. Os meios de comunicação ligados ao governo também têm publicado amplo material negativo sobre a eutanásia em países europeus e alguns movimentos, principalmente nos Estados Unidos, que desencorajam os casais a não terem filhos.

A política levada a cabo por Putin tem despertado paixões no mundo inteiro. A direita conservadora vê a cruzada moral do líder russo com bons olhos, embora, principalmente na América Latina, ela desconfie das posturas estatistas e anti-EUA do Kremlin. Por outro lado, a maior parte da esquerda, influenciada pela ideologia woke, acusa Putin de ser um fascista por causa disso.

Os motivos que levam os russos a realizar essa cruzada, contudo, são muito mais pragmáticos do que morais. É uma questão de sobrevivência do Estado Nacional.

A Rússia lida com um sério problema de subpopulação. É o maior país do mundo, cujo território é quase do mesmo tamanho dos territórios de Canadá e China (respectivamente o segundo e terceiro maiores) somados. A Rússia é 115 vezes maior do que Bangladesh, contudo sua população é menor do que a do pequeno país asiático. Entre os países europeus, apenas a Islândia tem uma densidade populacional menor que a Rússia. Entre os asiáticos, apenas Cazaquistão e Mongólia. Entre os membros do G20, apenas Canadá e Austrália – dois países com tradição de incentivo à imigração.

Ou seja, a Rússia é um dos países percentualmente mais desabitados do planeta. Esse foi um dos efeitos devastadores da desintegração da União Soviética. Foi um duro golpe que o regime imperialista liderado pelos Estados Unidos conseguiu causar ao povo russo. A população do país caiu em 10% nas duas décadas seguintes e hoje o número de russos que vivem dentro do país ainda é o mesmo de 40 anos atrás. O Brasil tinha a mesma população que a Rússia Soviética no final da década de 1980 e hoje tem cerca de 67 milhões de habitantes a mais do que à época, enquanto a Rússia literalmente estagnou. A população dos EUA aumentou em 85 milhões, a da China em 300 milhões e a da Índia em mais de 550 milhões.

As previsões para o futuro são ainda mais assombrosas. Em 2020, a revista científica Lancet publicou um estudo de pesquisadores da escola de medicina da Universidade de Washington que mostrou que a população da Rússia vai encolher para 106 milhões de pessoas até o final do século XXI. O país vai despencar da nona posição entre os mais populosos para o 19° lugar da lista.

Uma estagnação populacional como a que vigora há tantas décadas (para não dizer a prevista redução populacional, tão drástica, até o fim do século) em um país com uma densidade demográfica já muito baixa como a da Rússia é algo inaceitável para um governo que preze minimamente pelo desenvolvimento e defesa do país. Ter tão pouca gente em um território tão grande prejudica a economia, pois falta mão de obra para a indústria, o que leva a uma produção industrial escassa e a um consumo interno extremamente limitado. Não há como ter uma economia pujante e competitiva com apenas oito habitantes por km². A China tem 149 hab./km² e os EUA têm 35 hab./km².

Mesmo os chineses já perceberam que precisam povoar o país. A tão famosa política de filho único foi abandonada por Pequim em 2015 e hoje há cursos universitários voltados especificamente para a promoção do matrimônio. Há muitos anos a Rússia olha para a China e vê um exemplo a ser seguido em todos os sentidos, um país pobre que virou potência mundial em tudo precisamente devido ao tamanho da sua população. Moscou também tem incentivado seus cidadãos a se casarem e ter mais filhos, além de praticar atividades físicas e cuidar da saúde.

Mas não é apenas uma questão econômica. Mais do que isso, é uma questão de defesa militar. O maior país do mundo tem apenas o quarto maior exército, atrás de China, Índia e EUA, que são países muito menores. Desde o final da I Guerra Mundial, a Rússia já sofreu duas grandes invasões e sabe como é difícil lidar com isso. Logo após a Revolução de Outubro, ao iniciar a Guerra Civil nada menos do que 14 exércitos estrangeiros invadiram o país. E essa invasão se deu em grande medida a partir dos flancos mais desprotegidos – o norte e o extremo leste. Milhões de cidadãos russos tiveram de morrer no campo de batalha ou de fome para que a Rússia pudesse sair vitoriosa, à custa de uma devastação econômica e de um grande retrocesso político e social.

O mundo caminha para uma terceira Guerra Mundial e a Rússia estará diretamente envolvida. Na verdade, ela tende a ser um dos principais alvos de mais um possível avanço bélico letal do imperialismo, considerando todas as preparações que a OTAN e seus aliados têm realizado nos últimos anos, das quais a Ucrânia é o principal exemplo. A grande ameaça para a Rússia (e para todos os países do mundo) são os EUA, e eles simplesmente fazem fronteira com a Rússia. Os cerca de 80 mil soldados estadunidenses estacionados no Japão e na Coreia estão mais próximos da Sibéria Oriental e do Extremo Oriente russo do que Moscou. Em um momento no qual as forças russas estão obrigatoriamente concentradas na frente ocidental com a Ucrânia, a frente oriental fica ainda mais desprotegida.

Por isso Putin acaba de anunciar a ampliação dos efetivos do exército russo, de 1,3 milhão de soldados para 1,5 milhão. A guerra contra a Rússia é cada vez mais iminente e é preciso povoar o país, principalmente a Rússia central e oriental, para assegurar a proteção de sua integridade territorial. Um território vazio, ainda que tenha dono, é um território desprotegido. Como o quintal de uma casa, ele é a entrada das visitas – inclusive as indesejadas – para dentro do país

O Brasil sofre com o mesmo problema da Rússia: a vasta região amazônica, tão cobiçada pelas potências imperialistas, é a mais despovoada do país. E, segundo a ONU, no final deste século a população brasileira será ¼ menor do que atualmente, reduzida em quase 50 milhões. Diante de tantos ladrões no bairro, é melhor colocar os cães no quintal para afugentá-los.

O que está por trás da cruzada moral de Vladimir Putin?

Escreva para nós: info@strategic-culture.su

Há anos o governo de Vladimir Putin, e o próprio presidente em particular, têm realizado uma cruzada em defesa do que chamam de valores tradicionais russos. Eles estão relacionados principalmente com os costumes, mais notadamente com a família tradicional.

Alguns exemplos são a lei que proíbe a difusão pública de conteúdo em defesa da comunidade LGBT, a lei que insere o movimento LGBT na lista de grupos extremistas, o novo currículo escolar com educação moral voltada aos estudos sobre a família tradicional e o incentivo governamental à imigração de cidadãos ocidentais descontentes com a degradação de suas sociedades que encontram na Rússia um refúgio ideológico e moral.

Soma-se a isso a aliança do governo com a Igreja Ortodoxa Russa, notória defensora de ideias reacionárias. Os meios de comunicação ligados ao governo também têm publicado amplo material negativo sobre a eutanásia em países europeus e alguns movimentos, principalmente nos Estados Unidos, que desencorajam os casais a não terem filhos.

A política levada a cabo por Putin tem despertado paixões no mundo inteiro. A direita conservadora vê a cruzada moral do líder russo com bons olhos, embora, principalmente na América Latina, ela desconfie das posturas estatistas e anti-EUA do Kremlin. Por outro lado, a maior parte da esquerda, influenciada pela ideologia woke, acusa Putin de ser um fascista por causa disso.

Os motivos que levam os russos a realizar essa cruzada, contudo, são muito mais pragmáticos do que morais. É uma questão de sobrevivência do Estado Nacional.

A Rússia lida com um sério problema de subpopulação. É o maior país do mundo, cujo território é quase do mesmo tamanho dos territórios de Canadá e China (respectivamente o segundo e terceiro maiores) somados. A Rússia é 115 vezes maior do que Bangladesh, contudo sua população é menor do que a do pequeno país asiático. Entre os países europeus, apenas a Islândia tem uma densidade populacional menor que a Rússia. Entre os asiáticos, apenas Cazaquistão e Mongólia. Entre os membros do G20, apenas Canadá e Austrália – dois países com tradição de incentivo à imigração.

Ou seja, a Rússia é um dos países percentualmente mais desabitados do planeta. Esse foi um dos efeitos devastadores da desintegração da União Soviética. Foi um duro golpe que o regime imperialista liderado pelos Estados Unidos conseguiu causar ao povo russo. A população do país caiu em 10% nas duas décadas seguintes e hoje o número de russos que vivem dentro do país ainda é o mesmo de 40 anos atrás. O Brasil tinha a mesma população que a Rússia Soviética no final da década de 1980 e hoje tem cerca de 67 milhões de habitantes a mais do que à época, enquanto a Rússia literalmente estagnou. A população dos EUA aumentou em 85 milhões, a da China em 300 milhões e a da Índia em mais de 550 milhões.

As previsões para o futuro são ainda mais assombrosas. Em 2020, a revista científica Lancet publicou um estudo de pesquisadores da escola de medicina da Universidade de Washington que mostrou que a população da Rússia vai encolher para 106 milhões de pessoas até o final do século XXI. O país vai despencar da nona posição entre os mais populosos para o 19° lugar da lista.

Uma estagnação populacional como a que vigora há tantas décadas (para não dizer a prevista redução populacional, tão drástica, até o fim do século) em um país com uma densidade demográfica já muito baixa como a da Rússia é algo inaceitável para um governo que preze minimamente pelo desenvolvimento e defesa do país. Ter tão pouca gente em um território tão grande prejudica a economia, pois falta mão de obra para a indústria, o que leva a uma produção industrial escassa e a um consumo interno extremamente limitado. Não há como ter uma economia pujante e competitiva com apenas oito habitantes por km². A China tem 149 hab./km² e os EUA têm 35 hab./km².

Mesmo os chineses já perceberam que precisam povoar o país. A tão famosa política de filho único foi abandonada por Pequim em 2015 e hoje há cursos universitários voltados especificamente para a promoção do matrimônio. Há muitos anos a Rússia olha para a China e vê um exemplo a ser seguido em todos os sentidos, um país pobre que virou potência mundial em tudo precisamente devido ao tamanho da sua população. Moscou também tem incentivado seus cidadãos a se casarem e ter mais filhos, além de praticar atividades físicas e cuidar da saúde.

Mas não é apenas uma questão econômica. Mais do que isso, é uma questão de defesa militar. O maior país do mundo tem apenas o quarto maior exército, atrás de China, Índia e EUA, que são países muito menores. Desde o final da I Guerra Mundial, a Rússia já sofreu duas grandes invasões e sabe como é difícil lidar com isso. Logo após a Revolução de Outubro, ao iniciar a Guerra Civil nada menos do que 14 exércitos estrangeiros invadiram o país. E essa invasão se deu em grande medida a partir dos flancos mais desprotegidos – o norte e o extremo leste. Milhões de cidadãos russos tiveram de morrer no campo de batalha ou de fome para que a Rússia pudesse sair vitoriosa, à custa de uma devastação econômica e de um grande retrocesso político e social.

O mundo caminha para uma terceira Guerra Mundial e a Rússia estará diretamente envolvida. Na verdade, ela tende a ser um dos principais alvos de mais um possível avanço bélico letal do imperialismo, considerando todas as preparações que a OTAN e seus aliados têm realizado nos últimos anos, das quais a Ucrânia é o principal exemplo. A grande ameaça para a Rússia (e para todos os países do mundo) são os EUA, e eles simplesmente fazem fronteira com a Rússia. Os cerca de 80 mil soldados estadunidenses estacionados no Japão e na Coreia estão mais próximos da Sibéria Oriental e do Extremo Oriente russo do que Moscou. Em um momento no qual as forças russas estão obrigatoriamente concentradas na frente ocidental com a Ucrânia, a frente oriental fica ainda mais desprotegida.

Por isso Putin acaba de anunciar a ampliação dos efetivos do exército russo, de 1,3 milhão de soldados para 1,5 milhão. A guerra contra a Rússia é cada vez mais iminente e é preciso povoar o país, principalmente a Rússia central e oriental, para assegurar a proteção de sua integridade territorial. Um território vazio, ainda que tenha dono, é um território desprotegido. Como o quintal de uma casa, ele é a entrada das visitas – inclusive as indesejadas – para dentro do país

O Brasil sofre com o mesmo problema da Rússia: a vasta região amazônica, tão cobiçada pelas potências imperialistas, é a mais despovoada do país. E, segundo a ONU, no final deste século a população brasileira será ¼ menor do que atualmente, reduzida em quase 50 milhões. Diante de tantos ladrões no bairro, é melhor colocar os cães no quintal para afugentá-los.

Escreva para nós: info@strategic-culture.su

Há anos o governo de Vladimir Putin, e o próprio presidente em particular, têm realizado uma cruzada em defesa do que chamam de valores tradicionais russos. Eles estão relacionados principalmente com os costumes, mais notadamente com a família tradicional.

Alguns exemplos são a lei que proíbe a difusão pública de conteúdo em defesa da comunidade LGBT, a lei que insere o movimento LGBT na lista de grupos extremistas, o novo currículo escolar com educação moral voltada aos estudos sobre a família tradicional e o incentivo governamental à imigração de cidadãos ocidentais descontentes com a degradação de suas sociedades que encontram na Rússia um refúgio ideológico e moral.

Soma-se a isso a aliança do governo com a Igreja Ortodoxa Russa, notória defensora de ideias reacionárias. Os meios de comunicação ligados ao governo também têm publicado amplo material negativo sobre a eutanásia em países europeus e alguns movimentos, principalmente nos Estados Unidos, que desencorajam os casais a não terem filhos.

A política levada a cabo por Putin tem despertado paixões no mundo inteiro. A direita conservadora vê a cruzada moral do líder russo com bons olhos, embora, principalmente na América Latina, ela desconfie das posturas estatistas e anti-EUA do Kremlin. Por outro lado, a maior parte da esquerda, influenciada pela ideologia woke, acusa Putin de ser um fascista por causa disso.

Os motivos que levam os russos a realizar essa cruzada, contudo, são muito mais pragmáticos do que morais. É uma questão de sobrevivência do Estado Nacional.

A Rússia lida com um sério problema de subpopulação. É o maior país do mundo, cujo território é quase do mesmo tamanho dos territórios de Canadá e China (respectivamente o segundo e terceiro maiores) somados. A Rússia é 115 vezes maior do que Bangladesh, contudo sua população é menor do que a do pequeno país asiático. Entre os países europeus, apenas a Islândia tem uma densidade populacional menor que a Rússia. Entre os asiáticos, apenas Cazaquistão e Mongólia. Entre os membros do G20, apenas Canadá e Austrália – dois países com tradição de incentivo à imigração.

Ou seja, a Rússia é um dos países percentualmente mais desabitados do planeta. Esse foi um dos efeitos devastadores da desintegração da União Soviética. Foi um duro golpe que o regime imperialista liderado pelos Estados Unidos conseguiu causar ao povo russo. A população do país caiu em 10% nas duas décadas seguintes e hoje o número de russos que vivem dentro do país ainda é o mesmo de 40 anos atrás. O Brasil tinha a mesma população que a Rússia Soviética no final da década de 1980 e hoje tem cerca de 67 milhões de habitantes a mais do que à época, enquanto a Rússia literalmente estagnou. A população dos EUA aumentou em 85 milhões, a da China em 300 milhões e a da Índia em mais de 550 milhões.

As previsões para o futuro são ainda mais assombrosas. Em 2020, a revista científica Lancet publicou um estudo de pesquisadores da escola de medicina da Universidade de Washington que mostrou que a população da Rússia vai encolher para 106 milhões de pessoas até o final do século XXI. O país vai despencar da nona posição entre os mais populosos para o 19° lugar da lista.

Uma estagnação populacional como a que vigora há tantas décadas (para não dizer a prevista redução populacional, tão drástica, até o fim do século) em um país com uma densidade demográfica já muito baixa como a da Rússia é algo inaceitável para um governo que preze minimamente pelo desenvolvimento e defesa do país. Ter tão pouca gente em um território tão grande prejudica a economia, pois falta mão de obra para a indústria, o que leva a uma produção industrial escassa e a um consumo interno extremamente limitado. Não há como ter uma economia pujante e competitiva com apenas oito habitantes por km². A China tem 149 hab./km² e os EUA têm 35 hab./km².

Mesmo os chineses já perceberam que precisam povoar o país. A tão famosa política de filho único foi abandonada por Pequim em 2015 e hoje há cursos universitários voltados especificamente para a promoção do matrimônio. Há muitos anos a Rússia olha para a China e vê um exemplo a ser seguido em todos os sentidos, um país pobre que virou potência mundial em tudo precisamente devido ao tamanho da sua população. Moscou também tem incentivado seus cidadãos a se casarem e ter mais filhos, além de praticar atividades físicas e cuidar da saúde.

Mas não é apenas uma questão econômica. Mais do que isso, é uma questão de defesa militar. O maior país do mundo tem apenas o quarto maior exército, atrás de China, Índia e EUA, que são países muito menores. Desde o final da I Guerra Mundial, a Rússia já sofreu duas grandes invasões e sabe como é difícil lidar com isso. Logo após a Revolução de Outubro, ao iniciar a Guerra Civil nada menos do que 14 exércitos estrangeiros invadiram o país. E essa invasão se deu em grande medida a partir dos flancos mais desprotegidos – o norte e o extremo leste. Milhões de cidadãos russos tiveram de morrer no campo de batalha ou de fome para que a Rússia pudesse sair vitoriosa, à custa de uma devastação econômica e de um grande retrocesso político e social.

O mundo caminha para uma terceira Guerra Mundial e a Rússia estará diretamente envolvida. Na verdade, ela tende a ser um dos principais alvos de mais um possível avanço bélico letal do imperialismo, considerando todas as preparações que a OTAN e seus aliados têm realizado nos últimos anos, das quais a Ucrânia é o principal exemplo. A grande ameaça para a Rússia (e para todos os países do mundo) são os EUA, e eles simplesmente fazem fronteira com a Rússia. Os cerca de 80 mil soldados estadunidenses estacionados no Japão e na Coreia estão mais próximos da Sibéria Oriental e do Extremo Oriente russo do que Moscou. Em um momento no qual as forças russas estão obrigatoriamente concentradas na frente ocidental com a Ucrânia, a frente oriental fica ainda mais desprotegida.

Por isso Putin acaba de anunciar a ampliação dos efetivos do exército russo, de 1,3 milhão de soldados para 1,5 milhão. A guerra contra a Rússia é cada vez mais iminente e é preciso povoar o país, principalmente a Rússia central e oriental, para assegurar a proteção de sua integridade territorial. Um território vazio, ainda que tenha dono, é um território desprotegido. Como o quintal de uma casa, ele é a entrada das visitas – inclusive as indesejadas – para dentro do país

O Brasil sofre com o mesmo problema da Rússia: a vasta região amazônica, tão cobiçada pelas potências imperialistas, é a mais despovoada do país. E, segundo a ONU, no final deste século a população brasileira será ¼ menor do que atualmente, reduzida em quase 50 milhões. Diante de tantos ladrões no bairro, é melhor colocar os cães no quintal para afugentá-los.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

See also

October 2, 2024
September 30, 2024

See also

October 2, 2024
September 30, 2024
The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.