Talvez não haja uma definição única do conceito de limpeza étnica. Esta, porém, deve ser das mais inspiradas e sinceras.
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“Os goyim (não-judeus) nasceram para nos servir, apenas para servir o povo de Israel; sem isso não teriam lugar no mundo”.
(Ovadia Yussef, fundador e chefe do partido governamental israelita Shass)
Os árabes e muçulmanos… Sempre os árabes e muçulmanos culpados por tudo de mau que acontece aos judeus, a começar por quererem manter-se numa terra que não lhes pertence uma vez que, voltando a citar o ex-primeiro-ministro israelita Naftali Bennet em 2022, “ainda vocês trepavam às árvores já nós tínhamos um Estado”. Esta é uma das essências do sionismo e do seu racismo fundamentalista. Não é que existam formas benignas de racismo mas, tal como o regime de apartheid – cujo ideólogo, Cecil Rhodes, foi tão enaltecido pelo fundador do sionismo –, a teoria e prática em que assentam o Estado de Israel são um caso extremo e psicopata de racismo cultivado num ambiente doentio em que se cruzam aberrações teológicas, a crueldade mística e sádica emanando do Antigo Testamento, os mitos do “povo escolhido” e da “terra prometida” encarados como preceitos divinos a respeitar acima de quaisquer leis terrenas e das decisões tomadas pelos humanos não-judeus, que afinal existem “apenas para nos servir”.
À resultante desta mistela de elucubrações tonificadas por uma ficção delirante na qual o ser humano que não seja “judeu” é a menor das preocupações do deus do sionismo, chama o Ocidente colectivo “a única democracia do Médio Oriente”.
A função de Israel como um “polo da civilização no meio da barbárie”, ou seja o argumento que está na base do papel colonial e imperial geostratégico que o regime de Telavive continua a desempenhar, com a crueldade inerente, vem dos primórdios do sionismo; isto é, a componente mística e a nova cruzada na Palestina tiveram também no bojo os interesses económicos, financeiros e o controlo de rotas comerciais e matérias-primas dos poderes mundiais dominantes, na altura o Império Britânico. Não é por acaso que este assumiu o mandato internacional da Palestina, preparando o terreno para que o papel de colonizador transitasse para o sionismo.
Theodor Herzl especificou, no seu trabalho fundador, que um Estado judaico construído pelo sionismo será “um muro de defesa da Europa na Ásia, um posto avançado da civilização contra a barbárie (…) pelo que a Europa deverá garantir a nossa segurança”. Herzl tinha, por certo, veia de “profeta”, embora sem o mérito dos de antanho porque o desfecho era previsível perante um quadro de relação de forças tão definido como o da época, tal como o actual – embora este seja bem mais periclitante. Aliás, Joseph Biden parece ter herdado uma costela de Herzl: nos anos oitenta, quando ainda não era guiado pelos auriculares e pelo teleponto, dizia que “o Estado de Israel se não existisse teria de ser inventado”. Não é por acaso que o actual presidente dos Estados Unidos se define como “um cristão sionista”. O sionismo assegura os interesses terrenos dominantes; a religião, que afinal pode não ser apenas a judaica, garante a mistificação da História e das realidades próprias do colonialismo, quando não do fascismo, independentemente das épocas. Um singelo exemplo doméstico: Dª Lucinda Ribeiro Alves, uma fundadora do Chega, diz-se uma “evangélica cristã sionista”, além de seguidora de Bolsonaro.
O sionismo é uma doutrina doentia, aberrante, oportunista e violenta que não pode, nem deve, ser confundida com o judaísmo e a cultura hebraica, muito menos com os povos semitas. O sionismo, seguindo a teoria e a prática dos seus mentores, é uma ideologia antissemita. David Ben Gurion, considerado o fundador do Estado de Israel, que se considerava laico e trabalhista, não deixou dúvidas quanto a isso ao afirmar que “as considerações sionistas prevalecem sobre os sentimentos judaicos e quando o digo não faço mais do que ter em conta os preceitos sionistas”
Os conceitos de “raça pura” e “povo escolhido” elevam, porém, o Estado de Israel para um patamar transcendente; são conceitos assustadores a todos os níveis e sob quaisquer perspectivas porque sustentam uma entidade supostamente dotada de imunidade, impunidade e de uma missão escatológica associada ao fim do mundo, o Armagedão, a luta final entre o bem e o mal biblicamente programada para o lugar de Meggido, por sinal no interior do território israelita. Não se creia que estamos apenas perante delírios místicos. Ariel Sharon, criminoso de guerra com o sangue dos mártires de Sabra e Chatila nas mãos e ex-primeiro ministro de Israel, garantiu numa entrevista ao jornal britânico “Guardian” que, em caso de confrontação limite no planeta, “temos capacidade para destruir o mundo e garanto que isso acontecerá antes de Israel se afundar”.
Sharon nunca foi conhecido por ter muita garganta e ser um fanfarrão.
“Um projecto nacionalista, mais nada”
Sionismo e racismo são indissociáveis. Assentam na ficção mística e têm como objectivo terreno a expansão do poder judaico de origem europeia, dotado de um estatuto civilizacional e humanista de que o Ocidente colectivo se declarou proprietário, através de vastas zonas de influências económicas, estratégicas e, sobretudo, militares do Médio Oriente.
Pode dizer-se que o Estado de Israel é um pequeno território. Pode até acrescentar-se um desabafo da antiga primeira-ministra sionista Golda Meir: “A única coisa que tenho contra Moisés é ele ter andado 40 anos no deserto para nos conduzir ao único lugar no Médio Oriente que não tem petróleo. Se Moisés tivesse virado à direita em vez de ter virado à esquerda teríamos petróleo e os árabes areia”.
O errado palpite geográfico de Moisés, no entanto, é uma coisa que se corrige. Segundo a mesma Golda Meir, “a fronteira de Israel é onde os judeus vivem, não onde existe uma linha no mapa”.
Considerações afins já tinham sido proferidas por Ben Gurion vinte a trinta anos antes ao enunciar o dogma de que “a pedra de toque do sionismo é a verdadeira colonização conduzida por judeus em todas as regiões da Terra de Israel”, um conceito que então ainda deixou em aberto. Posteriormente o primeiro primeiro-ministro de Israel avançou na especificação dessa ideia, embora sem desvendar ainda totalmente o jogo, ao declarar que “o Estado será apenas uma etapa na realização do sionismo e a sua tarefa é preparar a expansão; o Estado deverá preservar a ordem não apenas pregando a moralidade mas também com metralhadoras, se necessário”.
Dito e feito. No “protocolo de governo” quando se tornou primeiro-ministro, em 1948, Ben Gurion estabeleceu que “devemos partir para a ofensiva com o objectivo de esmagar o Líbano, a Transjordânia (actualmente Jordânia) e a Síria”. Citado pelo “Times of Israel”, o lendário dirigente sionista e israelita desvendou a sua estratégia militar: “quando bombardearmos Amã eliminaremos também a Cisjordânia e então a Síria cairá; sem qualquer esforço militar especial que ponha em perigo as outras frentes, apenas usando as tropas já designadas para essa tarefa, poderemos limpar a Galileia”, no norte do território actual de Israel até à fronteira com o Líbano, o que implicou a expulsão de pelo menos 100 mil palestinianos. Ben Gurion “limpou” a Galileia, é certo, mas outras alíneas do programa continuam por cumprir – percebendo-se, no entanto, que não foram retiradas do pacote de ambições sionistas.
Num conselho ao então jovem oficial Ariel Sharon, dado no seguimento do massacre na aldeia de Qibya em 1953 – chacina de 70 pessoas, dois terços das quais eram mulheres e crianças, não faltaram mestres aos genocidas de agora em Gaza – Ben Gurion disse que “a única coisa que interessa é podermos existir aqui na terra dos nossos antepassados; e que mostremos aos árabes que há um alto preço a pagar pelo assassínio de judeus”. “Existir” nesta terra, de acordo com o pensamento do primeiro chefe de um governo israelita, significa “que devemos aceitar as fronteiras de hoje, mas os limites das aspirações sionistas são uma questão do povo judaico e nenhum factor externo será capaz de limitá-lo”. Palavras que são todo um inequívoco programa político-militar genocida, ignorando deliberadamente o direito internacional.
O rabino Yeuda Leib Maimon, da Agência Judaica, foi mais explícito do ponto de vista geográfico ao depor perante as comissões de inquérito da ONU relacionadas com o processo de criação de Israel, no fim dos anos quarenta do século passado; traçou então o mapa genérico do Grande Israel como objectivo nacionalista do projecto sionista: “A terra prometida estende-se do Nilo ao Eufrates – integra parte da Síria e do Líbano”, e também do Egipto e do Iraque, se olharmos o mapa mais atentamente.
Através de declarações como estas cai por terra o argumento tantas vezes invocado e segundo o qual a necessidade de um “lar judaico” e a emigração judaica para a Palestina surgiram como consequência da violência contra os judeus na Europa, designadamente os pogroms em massa e a carnificina realizada pelo nazismo hitleriano. Chaim Weizman, o primeiro presidente do Estado de Israel, foi um modelo de pragmatismo ao confirmar essa falsidade perante a Organização Sionista Mundial: “O sionismo não é resposta a uma opressão, mas um projecto nacionalista, mais nada”.
Houve confirmações deste raciocínio um pouco mais dramáticas porque revelam até que ponto o projecto nacionalista deu prioridade aos interesses do sionismo, a colonização da Palestina pela elite asquenaze da Europa, e secundarizou o respeito pelas massas judaicas, olhadas como peões dentro de uma estratégia para alcançar o objectivo expansionista pretendido.
Ben Gurion foi claro ao assumir que “se tivesse sido possível salvar todas as crianças judaicas na Alemanha e transferi-las para Inglaterra ou salvar metade e transferi-las para Israel escolheria esta última hipótese”. A “preferência” enunciada, embora apenas conjectural, diz-nos que o sionismo estaria disponível para sacrificar a vida de alguns milhões de crianças judaicas ao objectivo colonial
Para que não ficassem dúvidas em relação ao significado destas palavras, Ben Gurion insistiu posteriormente: “A catástrofe dos judeus europeus não é directamente um assunto meu; a destruição dos judeus europeus é uma sentença de morte do sionismo”; ou seja, menos judeus asquenaze poderiam instalar-se na Palestina, o que iria subverter o carácter elitista e segregacionista do projecto nacionalista.
Não encontramos nada de inovador nas práticas actuais de Israel em relação ao passado do sionismo, mesmo quando recuamos até aos primórdios da doutrina. Nas palavras e nos actos dos teóricos, teólogos, ideólogos, dirigentes e operacionais que durante décadas desenvolveram e apuraram aquilo a que pode chamar-se “a essência do Estado de Israel” deparamos permanentemente, sem quaisquer preocupações autocríticas e respeito por opiniões alheias, com as práticas de genocídio, racismo, limpeza étnica e desprezo pela vida humana como pilares de um expansionismo colonial ao serviço de poderes imperiais entendidos como expressão natural e necessária da cultura e civilização superiores do Ocidente.
O “povo de Deus” é puro e intocável
“Quando uma raça tem um carácter tão marcante, não deve fundir-se nas outras”, aconselhou, em 1900, o fundador da Organização Sionista Mundial, Max Nordau.
Essa raça deve ser “pura”, logo incompatível com misturas. Quase 120 anos depois de Nordau, em 2019, o ex-chefe do Partido Trabalhista e ministro da Economia e Indústria de Israel, Isaac Peretz, ficou alarmado durante uma visita aos Estados Unidos. De regresso a Israel declarou que “a assimilação de judeus no mundo, sobretudo nos Estados Unidos, é um segundo holocausto; com os casamentos mistos, o povo judeu perdeu seis milhões de pessoas durante os últimos 70 anos”.
À luz do sionismo deve entender-se o terror de Peretz perante tal hecatombe. Abraham Kook, que foi o grande rabino asquenaze da Palestina entre 1919 e 1935, explicou que “a diferença entre uma alma de Israel (…) e a alma de todos os não-judeus é maior e mais profunda do que a diferença entre a alma de um homem e a de um animal”. O seja, existem “as almas de Israel” e, a grande distância, praticamente no mesmo patamar mas bem lá no fundo, estão os homens e os animais. Em 1948 foi entregue a Avraham Kook o monopólio dos assuntos civis no recém-nascido Estado “laico” de Israel.
O rabino Ovadia Yussef, que chefiou até à morte, em 2014, o partido governamental sefardita Shass, enriqueceu com numerosas expressões o carácter racista do regime. Uma das mais citadas ensina-nos que “Os goyim (termo que designa gentios ou não-judeus) nasceram para nos servir, apenas para servir o povo de Israel; sem isso não teriam lugar no mundo”.
Esta conceito foi muito recentemente inserido na Constituição israelita. Como recordou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, “Israel não é um Estado de todos os cidadãos, é um Estado-nação do povo judeu e unicamente do povo judeu”.
A inclusão deste preceito na lei fundamental do Estado sionista é consequência natural do pensamento de Vladimir Jabotinsky, considerado fundador do movimento “revisionista” do sionismo em 1925, corrente que deu origem ao espectro de direita e extrema-direita absolutamente dominante em Israel desde meados dos anos noventa do século passado. Jabotinsky, que o próprio Ben Gurion definiu como “fascista”, foi um ucraniano muito bem relacionado ideologicamente e operacionalmente com Mussolini, além de ter sido um inspirador do nacionalismo e do nazismo na Ucrânia tanto entre 1918 e 1920, através da figura de Simon Petliura, um antissemita responsável pela morte de centenas judeus em pogroms por ele organizados, como proporcionando, durante os anos trinta, a ascensão de Stepan Bandera e outros colaboracionistas nazis que são hoje as figuras de referência do regime filonazi de Kiev.
O secretário pessoal de Jabotinsky foi Benzion Netanyahu, pai do actual primeiro-ministro de Israel. Inspirando o conceito recentemente introduzido na Constituição israelita, aquele que é considerado “o segundo sionista mais importante depois de Herzl”, Vladimir Jabotinsky, definiu que “nação absoluta é um espectro social original, um território contínuo e claramente delimitado desde tempos imemoriais com uma língua original, uma religião autóctone e sem qualquer minoria estrangeira”, formulação que recomenda inequivocamente a realização de limpezas étnicas para purificar o Estado.
Vladimir Jabotinsky defendeu a tese de que “o Estado deve ser constituído pela força e de uma só vez” e, para isso, “não há alternativa: os árabes devem dar lugar aos judeus no Grande Israel”.
Jabotinsky, “pai” da direita israelita no poder e defensor confesso da limpeza étnica, como acabámos de ver, conviveu ideologicamente com o nazifascista alemão Leo Strauss que, uma vez nos Estados Unidos se transformou na referência ideológica dos neoconservadores que actualmente controlam o aparelho político do complexo militar-industrial-tecnológico. O secretário de Estado Anthony Blinken, o conselheiro de Segurança Nacional de Biden, Jake Sullivan, e a secretária de Estado adjunta demissionária, Victoria Nuland, todos eles ferozmente sionistas e envolvidos no golpe de Maidan em Kiev, rastilho da guerra na Ucrânia, são discípulos convictos do fascista Leo Strauss.
Há os sionistas e os animais
Se a doutrina sionista se caracteriza pela definição de um judaísmo estratificado em camadas, por exemplo desde a “raça pura” asquenaze até aos falachas de origem etíope, “a excluir”, podemos deduzir, sem o risco de sermos imprecisos, que os povos árabes, igualmente semitas, são mais do que “impuros” ou inoportunos ocupantes da “Terra de Israel”: o sionismo considera-os como animais a abater – os acontecimentos actuais e as práticas terroristas permanentes ao longo de três quartos de século demonstram-no sem equívocos desde que haja olhos para ver, isenção, espírito humanista e respeito pelos direitos humanos, de todos os seres humanos.
Ezra Yachin, um veterano terrorista com mais de noventa anos que foi membro do grupo exterminador Lehi, autor dos massacres em várias aldeias palestinianas, o mais conhecido dos quais é o de Deir Yassin, em 1948, foi escolhido para exortar os militares encarregados da chacina em curso em Gaza. E disse: “Esses animais não podem continuar a viver; todos os judeus devem empunhar uma arma e matá-los”.
Todos os entes que não são sionistas ou são animais ou andam lá próximos é um dogma da doutrina expansionista e genocida fundada por Herzl. Como vimos, os goyim, os não-judeus, têm uma “alma” mais próxima dos animais do que de uma “alma de Israel”. E existem “para servir os judeus”, especificam proeminentes figuras do regime israelita.
O professor Arnon Soffer, fundador da Universidade Hebraica de Haifa, destacada figura da elite académica sionista e que foi conselheiro de Ariel Sharon na estratégia de confinar os mais de dois milhões de cidadãos de Gaza num campo de concentração a céu aberto, admitiu que as pessoas cercadas nesse território “tornar-se-ão animais mais do que já são hoje”.
O primeiro-ministro Netanyahu chamou-lhes “bestas humanas”, enquanto o seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, assegurava que em Gaza “estamos a lutar contra animais humanos e agindo em conformidade”.
Estas concepções sobre a singularidade de um “povo escolhido” reinando sobre as restantes “almas” do mundo que não foram agraciadas pelo sopro divino percorrem a história do sionismo desde os primórdios e são assumidas por todas as camadas da elite asquenaze – e algumas ortodoxias sefarditas – sejam descendentes direitistas dos “revisionistas” de Jabotinsky, sejam socialistas ou trabalhistas, patrões ou membros da central sindical Histadrut.
David Hacoen, proeminente dirigente desta agremiação, estipulou após a sua fundação, em finais dos anos vinte do século passado, que “nunca aceitarei árabes no meu sindicato” porque “o sionismo é um sistema de desenvolvimento separado”. O regime segregacionista da África do Sul assumiu este conceito como a definição de apartheid.
“Não admito que o cão no estábulo tenha o direito final sobre o estábulo mesmo que nele tenha dormido durante longo tempo”. A frase lapidar é de David Ben Gurion, trabalhista, “laico”, fundador do Estado de Israel e seu primeiro primeiro-ministro.
Esta figura de referência sionista e israelita “não admitia” que “os peles vermelhas tenham sofrido uma grande injustiça na América, nem os negros na Austrália. Não admito que tenha sido cometido um erro com esses povos”, insistiu, “porque uma raça mais forte, uma raça de maior qualidade, mais sofisticada, tenha vindo tomar o seu lugar”.
Talvez não haja uma definição única do conceito de limpeza étnica. Esta, porém, deve ser das mais inspiradas e sinceras.