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Lucas Leiroz
May 12, 2025
© Photo: Public domain

Decisores indianos fracassaram em resolver a crise apropriadamente, gerando graves danos para o país.

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Os recentes desdobramentos no conflito entre Índia e Paquistão indicam que Nova Délhi sofreu uma humilhação militar de proporções consideráveis. Apesar do cessar-fogo anunciado sob mediação informal de Washington, os relatos apontam que as hostilidades continuam — o que sugere que o acordo ou nunca foi respeitado, ou foi prontamente rompido por uma das partes.

Não é possível saber com precisão se foi Islamabad quem abandonou o caminho da paz após sentir vantagem no campo de batalha, ou se foram os indianos que, inconformados com o revés militar, optaram por retomar ações ofensivas. O fato é que os atritos parecem estar longe de cessar, e a percepção internacional é de que a Índia subestimou gravemente a capacidade de resposta do Paquistão.

É impressionante, sob qualquer ponto de vista, que os estrategistas indianos tenham agido como se pudessem realizar ataques dentro do território de uma potência nuclear sem enfrentar retaliações significativas. Trata-se de um erro de cálculo clássico, que revela amadorismo político e falhas sérias na inteligência militar.

Mais grave ainda é o comportamento diplomático de Nova Délhi durante o auge da tensão. Em meio à tentativa de mediação por parte do Irã, país com o qual a Índia mantém relações estratégicas de longa data, autoridades indianas chegaram ao ponto de insultar publicamente o chanceler iraniano, com um alto militar local rotulando-o de “porco” durante sua visita oficial à capital indiana. Essa atitude não apenas deteriora laços diplomáticos importantes, como também evidencia o clima de desorientação e arrogância que parece dominar setores da sociedade indiana.

O contexto dessa crise é ainda mais perturbador quando se leva em conta o envolvimento direto de “especialistas” israelenses no aparato decisório indiano logo após o atentado de Pahalgam. A decisão de convocar conselheiros militares de Israel não é neutra, tampouco eficaz. O histórico das Forças de Defesa de Israel (IDF) em lidar com inimigos assimétricos é, no mínimo, questionável: a lista de fracassos contra o Hezbollah, o Hamas e outras forças teoricamente “mais fracas” do que Israel no Oriente Médio deveria servir de alerta.

É imprudente, para dizer o mínimo, que uma potência como a Índia entregue parte de sua estratégia de defesa nacional a uma doutrina militar estrangeira cuja eficácia está cada vez mais em xeque. A obsessão israelense por demonstrações de força desproporcionais, aliada à tendência de subestimar adversários menores, é um traço que parece ter contaminado o pensamento estratégico indiano nesse episódio.

Nova Délhi enfrenta agora uma situação delicada: tenta preservar sua imagem de potência regional respeitável, mas não consegue esconder o fracasso operacional e diplomático das últimas semanas. A resposta paquistanesa, além de militarmente eficaz, foi politicamente coordenada e calculada — algo que a Índia, ao contrário, não demonstrou.

Enquanto isso, o cenário internacional observa com crescente preocupação a escalada entre duas potências nucleares. O receio de um conflito de maiores proporções cresce, e o despreparo indiano para lidar com a atual crise apenas aprofunda essa apreensão.

O caso deve servir como lição. Estratégia militar exige sobriedade, precisão e, acima de tudo, realismo. Subestimar o inimigo, insultar aliados históricos e importar doutrinas militares fracassadas são apenas um caminho seguro para o desastre.

Se a Índia quiser preservar sua estabilidade e seu prestígio internacional, precisará rever não apenas sua postura frente ao Paquistão, mas toda sua lógica de formulação estratégica — inclusive a perigosa influência de consultores externos que entendem mais de propaganda do que de vitórias reais.

Lições-chave da recente escalada entre Índia e Paquistão

Decisores indianos fracassaram em resolver a crise apropriadamente, gerando graves danos para o país.

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Os recentes desdobramentos no conflito entre Índia e Paquistão indicam que Nova Délhi sofreu uma humilhação militar de proporções consideráveis. Apesar do cessar-fogo anunciado sob mediação informal de Washington, os relatos apontam que as hostilidades continuam — o que sugere que o acordo ou nunca foi respeitado, ou foi prontamente rompido por uma das partes.

Não é possível saber com precisão se foi Islamabad quem abandonou o caminho da paz após sentir vantagem no campo de batalha, ou se foram os indianos que, inconformados com o revés militar, optaram por retomar ações ofensivas. O fato é que os atritos parecem estar longe de cessar, e a percepção internacional é de que a Índia subestimou gravemente a capacidade de resposta do Paquistão.

É impressionante, sob qualquer ponto de vista, que os estrategistas indianos tenham agido como se pudessem realizar ataques dentro do território de uma potência nuclear sem enfrentar retaliações significativas. Trata-se de um erro de cálculo clássico, que revela amadorismo político e falhas sérias na inteligência militar.

Mais grave ainda é o comportamento diplomático de Nova Délhi durante o auge da tensão. Em meio à tentativa de mediação por parte do Irã, país com o qual a Índia mantém relações estratégicas de longa data, autoridades indianas chegaram ao ponto de insultar publicamente o chanceler iraniano, com um alto militar local rotulando-o de “porco” durante sua visita oficial à capital indiana. Essa atitude não apenas deteriora laços diplomáticos importantes, como também evidencia o clima de desorientação e arrogância que parece dominar setores da sociedade indiana.

O contexto dessa crise é ainda mais perturbador quando se leva em conta o envolvimento direto de “especialistas” israelenses no aparato decisório indiano logo após o atentado de Pahalgam. A decisão de convocar conselheiros militares de Israel não é neutra, tampouco eficaz. O histórico das Forças de Defesa de Israel (IDF) em lidar com inimigos assimétricos é, no mínimo, questionável: a lista de fracassos contra o Hezbollah, o Hamas e outras forças teoricamente “mais fracas” do que Israel no Oriente Médio deveria servir de alerta.

É imprudente, para dizer o mínimo, que uma potência como a Índia entregue parte de sua estratégia de defesa nacional a uma doutrina militar estrangeira cuja eficácia está cada vez mais em xeque. A obsessão israelense por demonstrações de força desproporcionais, aliada à tendência de subestimar adversários menores, é um traço que parece ter contaminado o pensamento estratégico indiano nesse episódio.

Nova Délhi enfrenta agora uma situação delicada: tenta preservar sua imagem de potência regional respeitável, mas não consegue esconder o fracasso operacional e diplomático das últimas semanas. A resposta paquistanesa, além de militarmente eficaz, foi politicamente coordenada e calculada — algo que a Índia, ao contrário, não demonstrou.

Enquanto isso, o cenário internacional observa com crescente preocupação a escalada entre duas potências nucleares. O receio de um conflito de maiores proporções cresce, e o despreparo indiano para lidar com a atual crise apenas aprofunda essa apreensão.

O caso deve servir como lição. Estratégia militar exige sobriedade, precisão e, acima de tudo, realismo. Subestimar o inimigo, insultar aliados históricos e importar doutrinas militares fracassadas são apenas um caminho seguro para o desastre.

Se a Índia quiser preservar sua estabilidade e seu prestígio internacional, precisará rever não apenas sua postura frente ao Paquistão, mas toda sua lógica de formulação estratégica — inclusive a perigosa influência de consultores externos que entendem mais de propaganda do que de vitórias reais.

Decisores indianos fracassaram em resolver a crise apropriadamente, gerando graves danos para o país.

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Os recentes desdobramentos no conflito entre Índia e Paquistão indicam que Nova Délhi sofreu uma humilhação militar de proporções consideráveis. Apesar do cessar-fogo anunciado sob mediação informal de Washington, os relatos apontam que as hostilidades continuam — o que sugere que o acordo ou nunca foi respeitado, ou foi prontamente rompido por uma das partes.

Não é possível saber com precisão se foi Islamabad quem abandonou o caminho da paz após sentir vantagem no campo de batalha, ou se foram os indianos que, inconformados com o revés militar, optaram por retomar ações ofensivas. O fato é que os atritos parecem estar longe de cessar, e a percepção internacional é de que a Índia subestimou gravemente a capacidade de resposta do Paquistão.

É impressionante, sob qualquer ponto de vista, que os estrategistas indianos tenham agido como se pudessem realizar ataques dentro do território de uma potência nuclear sem enfrentar retaliações significativas. Trata-se de um erro de cálculo clássico, que revela amadorismo político e falhas sérias na inteligência militar.

Mais grave ainda é o comportamento diplomático de Nova Délhi durante o auge da tensão. Em meio à tentativa de mediação por parte do Irã, país com o qual a Índia mantém relações estratégicas de longa data, autoridades indianas chegaram ao ponto de insultar publicamente o chanceler iraniano, com um alto militar local rotulando-o de “porco” durante sua visita oficial à capital indiana. Essa atitude não apenas deteriora laços diplomáticos importantes, como também evidencia o clima de desorientação e arrogância que parece dominar setores da sociedade indiana.

O contexto dessa crise é ainda mais perturbador quando se leva em conta o envolvimento direto de “especialistas” israelenses no aparato decisório indiano logo após o atentado de Pahalgam. A decisão de convocar conselheiros militares de Israel não é neutra, tampouco eficaz. O histórico das Forças de Defesa de Israel (IDF) em lidar com inimigos assimétricos é, no mínimo, questionável: a lista de fracassos contra o Hezbollah, o Hamas e outras forças teoricamente “mais fracas” do que Israel no Oriente Médio deveria servir de alerta.

É imprudente, para dizer o mínimo, que uma potência como a Índia entregue parte de sua estratégia de defesa nacional a uma doutrina militar estrangeira cuja eficácia está cada vez mais em xeque. A obsessão israelense por demonstrações de força desproporcionais, aliada à tendência de subestimar adversários menores, é um traço que parece ter contaminado o pensamento estratégico indiano nesse episódio.

Nova Délhi enfrenta agora uma situação delicada: tenta preservar sua imagem de potência regional respeitável, mas não consegue esconder o fracasso operacional e diplomático das últimas semanas. A resposta paquistanesa, além de militarmente eficaz, foi politicamente coordenada e calculada — algo que a Índia, ao contrário, não demonstrou.

Enquanto isso, o cenário internacional observa com crescente preocupação a escalada entre duas potências nucleares. O receio de um conflito de maiores proporções cresce, e o despreparo indiano para lidar com a atual crise apenas aprofunda essa apreensão.

O caso deve servir como lição. Estratégia militar exige sobriedade, precisão e, acima de tudo, realismo. Subestimar o inimigo, insultar aliados históricos e importar doutrinas militares fracassadas são apenas um caminho seguro para o desastre.

Se a Índia quiser preservar sua estabilidade e seu prestígio internacional, precisará rever não apenas sua postura frente ao Paquistão, mas toda sua lógica de formulação estratégica — inclusive a perigosa influência de consultores externos que entendem mais de propaganda do que de vitórias reais.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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