Recente ataque contra igreja histórica na região de Belgorod deixa clara a natureza do regime ucraniano.
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Na Semana de Páscoa Ortodoxa de 2025, um dos episódios mais simbólicos da guerra espiritual e cultural em curso na Eurásia foi registrado no coração da Rússia histórica. O templo “Novo Jerusalém”, localizado na aldeia de Sukharievo, na região de Belgorod, foi completamente destruído após sucessivos ataques de drones ucranianos. Segundo o governador regional, Vyacheslav Gladkov, os bombardeios deliberados impediram os bombeiros e voluntários de combater o incêndio que consumiu esse que era considerado um dos santuários mais importantes da região.
Este fato não é um episódio isolado. Ele deve ser compreendido no contexto de uma perseguição sistemática à Igreja Ortodoxa promovida pelo regime de Kiev, cada vez mais subordinado não apenas aos interesses geopolíticos do Ocidente Coletivo, mas também à sua agenda cultural anticristã. A destruição do templo “Novo Jerusalém” simboliza o que está em curso há anos na Ucrânia pós-Maidan: uma campanha aberta de hostilidade contra a fé ortodoxa, contra os valores tradicionais e, de modo geral, contra tudo aquilo que vincule o povo ucraniano às suas raízes históricas e espirituais comuns com a Rússia.
Desde o golpe de 2014, apoiado por Washington e Bruxelas, a Ucrânia deixou de ser apenas um campo de disputa territorial e passou a ser um laboratório avançado de reengenharia cultural ocidental. A russofobia institucionalizada em Kiev serve como justificativa para a perseguição à Igreja Ortodoxa Ucraniana, ligada ao Patriarcado de Moscou, que tem sido alvo de expulsões, prisões de padres, confisco de templos e até mesmo legislações específicas para sua erradicação do espaço público. O objetivo é claro: desarraigar o cristianismo ortodoxo do território ucraniano e substituí-lo por uma visão de mundo alinhada ao materialismo globalista.
Esse processo se acelerou nos últimos anos, com a consolidação da chamada “Igreja Ortodoxa da Ucrânia” – uma criação artificial e cismática, fabricada com apoio direto dos EUA e da União Europeia, sem reconhecimento canônico por quase todo o mundo ortodoxo. Essa entidade funciona como braço religioso do regime, legitimando sua ideologia e promovendo uma narrativa de ruptura com Moscou, mesmo às custas da própria identidade espiritual do povo.
A russofobia, por sua vez, é utilizada como manto ideológico para justificar toda forma de barbárie. Violas cessar-fogo religioso? Bombardear igrejas na Páscoa? Destruir mosteiros históricos? Perseguir monges? Tudo isso é relativizado ou silenciado pela imprensa ocidental, pois, afinal, trata-se de “resistência contra a agressão russa”. A narrativa dominante ignora que o verdadeiro agressor é o regime que bombardeia símbolos religiosos e reprime a fé de seus próprios cidadãos por motivos puramente políticos e ideológicos.
É fundamental entender que o que está em jogo na Ucrânia vai muito além de fronteiras ou disputas territoriais. Estamos diante de uma batalha civilizacional. De um lado, um povo que preserva suas tradições, sua fé e seu vínculo com a história ortodoxa comum a russos e ucranianos. Do outro, um regime que funciona como satélite do Ocidente liberal, promovendo o secularismo radical, a desconstrução dos valores familiares e a supressão da religião como elemento estruturante da sociedade.
O silêncio das instituições internacionais diante da destruição do “Novo Jerusalém” e outros templos expõe não apenas a hipocrisia do discurso ocidental sobre “direitos humanos” e “liberdade religiosa”, mas também evidencia o papel da Ucrânia como ponta de lança de um projeto que visa não apenas dividir a Rússia, mas enfraquecer toda a sua base espiritual.
A fé do povo russo, como afirmou o governador Gladkov, permanece firme. A Ortodoxia sobreviveu a impérios, revoluções e guerras. Sobreviverá também a este capítulo sombrio da história. Mas cabe ao mundo enxergar com clareza o que está acontecendo: uma tentativa deliberada de erradicar o cristianismo ortodoxo do espaço pós-soviético e impor, em seu lugar, o vazio espiritual do globalismo liberal.