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Eduardo Vasco
April 26, 2025
© Photo: Public domain

Os povos do mundo continuarão se levantando, agora de forma mais radical e igualmente violenta, para enterrar de uma vez por todas toda a história precedente de exploração e opressão do homem pelo homem.

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Existe um movimento recente entre as ex-colônias britânicas do Caribe para exigir compensações financeiras pelo saque realizado contra elas durante séculos. Somados, o conjunto dos países pede mais de U.S.$ 30 trilhões em indenizações da Inglaterra. Embora pareça muito, isso na verdade é um valor irrisório se comparado a todo o progresso proporcionado ao imperialismo britânico a partir da exploração desses seus antigos territórios.

O sistema capitalista existe graças à espoliação da maior parte dos povos do mundo desde pelo menos o século XV. “Seria bom que países europeus que fizeram fortuna por meio da colonização peçam perdão aos povos indígenas e africanos”, disse o presidente boliviano Evo Morales em 2023. Dez anos antes, no entanto, os europeus continuavam tratando a Bolívia como uma colônia. Em 2013, a Comissão Europeia exigiu compensações pela expropriação de empresas espanholas pelo Estado boliviano.

Ora, não foi a prata de Potosí a matéria-prima utilizada para cunhar as novas moedas que se produziam na Holanda, impulsionando como nunca os bancos europeus e, portanto, o primitivo capital financeiro imperialista?

A ascensão da burguesia exigia não apenas a derrota do feudalismo, como também a construção de Estados nacionais baseados nas leis do comércio burguês e a sua expansão para atender às necessidades naturais da produção e da circulação de mercadorias. Veneza, Florença e os antigos Estados italianos navegaram pelo Mediterrâneo. Os portugueses e espanhóis demonstraram a sua superioridade explorando os mares do mundo todo. Encontraram, em suas expedições, as fontes colossais de desenvolvimento econômico que seus patrocinadores tanto ansiavam.

Antes da descoberta da grande indústria a vapor, das máquinas e da eletricidade, o trabalho dos escravos africanos era a energia criadora que fazia progredir a Europa com a acumulação primitiva do capital, a extração intensiva das riquezas naturais da África, América e Ásia e os novos empreendimentos conquistados graças à globalização embrionária.

Os bancos, que hoje dominam todas as relações econômicas e, portanto, sociais, financiaram o tráfico de escravos e as expedições coloniais. Mesmo a Suíça, um pequeno país espremido entre as grandes nações europeias, embora nunca tenha tido colônias, é um país capitalista desenvolvido graças à atuação de seus bancos durante todo o período de acumulação e desenvolvimento capitalistas.

Mesmo após sua independência, as colônias continuaram impedidas de seguir o desenvolvimento das antigas metrópoles. Um dos exemplos mais significativos é o Haiti, que ousou seguir o espírito da Grande Revolução de 1789 e foi esmagado pela burguesia francesa alçada ao poder. Hoje, continua sendo o mais miserável dos países latino-americanos devido à imposição da dívida eterna, à obrigação de pagar indenizações aos antigos proprietários de terras e de escravos. Os juros substituíram o chicote.

Somente o desmoronamento do novo sistema criado pelos antigos escravocratas, o capitalismo imperialista, foi capaz de possibilitar uma brecha para a libertação dos escravos modernos. A necessidade de se livrar da exploração começou a desferir os primeiros golpes de rebelião contra a necessidade dos exploradores de manter a exploração. Revoluções de caráter anticolonial e anti-imperialista varreram a Ásia e a África na esteira da destruição da Europa pela II Guerra Mundial. Franceses, ingleses e belgas tiveram de apelar para o terrorismo puro e simples a fim de segurar seus ex-escravos pela gargalheira. Na impossibilidade de manter a propriedade formal sobre aqueles territórios, o controle do seu sistema financeiro, das empresas que extraem os recursos naturais, das forças armadas e dos governos pelo dinheiro foram fundamentais para preservar as bases da espoliação.

Os revolucionários não foram capazes de derrotar os novos mecanismos. A economia dos países africanos, primitiva, apenas de extração e exportação de matéria-prima, não permitia qualquer possibilidade de verdadeira independência política.

Mas os ventos continuam soprando em direção à liberdade desses povos. Nem mesmo as formas modernas de submissão já estão mais funcionando como antes. As revoltas populares vitoriosas no Sahel são reflexo dessa situação, bem como a persistência de governos nacionalistas na América Latina e a ascensão da China e da Índia.

A nova crise sistêmica em que o modo de produção capitalista está sendo jogado, representada pelas ações tarifárias de Donald Trump, sinaliza a aproximação da morte desse sistema, embora as grandes potências busquem uma reação através do rearmamento e da guerra – reação, seguramente, sobretudo contra as nações semicoloniais.

No entanto, não deve restar a menor dúvida: apesar de violenta, essa reação é inútil. Os povos do mundo continuarão se levantando, agora de forma mais radical e igualmente violenta, para enterrar de uma vez por todas toda a história precedente de exploração e opressão do homem pelo homem e seu reflexo geopolítico: a opressão da nação rica sobre a nação pobre. Afinal, como comprovada a história da humanidade, o homem rico só existe porque impõe a pobreza sobre os outros demais e a nação rica só é rica porque explora e mantém na pobreza a maioria das nações.

Ascensão e queda do colonialismo e do imperialismo europeu

Os povos do mundo continuarão se levantando, agora de forma mais radical e igualmente violenta, para enterrar de uma vez por todas toda a história precedente de exploração e opressão do homem pelo homem.

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Existe um movimento recente entre as ex-colônias britânicas do Caribe para exigir compensações financeiras pelo saque realizado contra elas durante séculos. Somados, o conjunto dos países pede mais de U.S.$ 30 trilhões em indenizações da Inglaterra. Embora pareça muito, isso na verdade é um valor irrisório se comparado a todo o progresso proporcionado ao imperialismo britânico a partir da exploração desses seus antigos territórios.

O sistema capitalista existe graças à espoliação da maior parte dos povos do mundo desde pelo menos o século XV. “Seria bom que países europeus que fizeram fortuna por meio da colonização peçam perdão aos povos indígenas e africanos”, disse o presidente boliviano Evo Morales em 2023. Dez anos antes, no entanto, os europeus continuavam tratando a Bolívia como uma colônia. Em 2013, a Comissão Europeia exigiu compensações pela expropriação de empresas espanholas pelo Estado boliviano.

Ora, não foi a prata de Potosí a matéria-prima utilizada para cunhar as novas moedas que se produziam na Holanda, impulsionando como nunca os bancos europeus e, portanto, o primitivo capital financeiro imperialista?

A ascensão da burguesia exigia não apenas a derrota do feudalismo, como também a construção de Estados nacionais baseados nas leis do comércio burguês e a sua expansão para atender às necessidades naturais da produção e da circulação de mercadorias. Veneza, Florença e os antigos Estados italianos navegaram pelo Mediterrâneo. Os portugueses e espanhóis demonstraram a sua superioridade explorando os mares do mundo todo. Encontraram, em suas expedições, as fontes colossais de desenvolvimento econômico que seus patrocinadores tanto ansiavam.

Antes da descoberta da grande indústria a vapor, das máquinas e da eletricidade, o trabalho dos escravos africanos era a energia criadora que fazia progredir a Europa com a acumulação primitiva do capital, a extração intensiva das riquezas naturais da África, América e Ásia e os novos empreendimentos conquistados graças à globalização embrionária.

Os bancos, que hoje dominam todas as relações econômicas e, portanto, sociais, financiaram o tráfico de escravos e as expedições coloniais. Mesmo a Suíça, um pequeno país espremido entre as grandes nações europeias, embora nunca tenha tido colônias, é um país capitalista desenvolvido graças à atuação de seus bancos durante todo o período de acumulação e desenvolvimento capitalistas.

Mesmo após sua independência, as colônias continuaram impedidas de seguir o desenvolvimento das antigas metrópoles. Um dos exemplos mais significativos é o Haiti, que ousou seguir o espírito da Grande Revolução de 1789 e foi esmagado pela burguesia francesa alçada ao poder. Hoje, continua sendo o mais miserável dos países latino-americanos devido à imposição da dívida eterna, à obrigação de pagar indenizações aos antigos proprietários de terras e de escravos. Os juros substituíram o chicote.

Somente o desmoronamento do novo sistema criado pelos antigos escravocratas, o capitalismo imperialista, foi capaz de possibilitar uma brecha para a libertação dos escravos modernos. A necessidade de se livrar da exploração começou a desferir os primeiros golpes de rebelião contra a necessidade dos exploradores de manter a exploração. Revoluções de caráter anticolonial e anti-imperialista varreram a Ásia e a África na esteira da destruição da Europa pela II Guerra Mundial. Franceses, ingleses e belgas tiveram de apelar para o terrorismo puro e simples a fim de segurar seus ex-escravos pela gargalheira. Na impossibilidade de manter a propriedade formal sobre aqueles territórios, o controle do seu sistema financeiro, das empresas que extraem os recursos naturais, das forças armadas e dos governos pelo dinheiro foram fundamentais para preservar as bases da espoliação.

Os revolucionários não foram capazes de derrotar os novos mecanismos. A economia dos países africanos, primitiva, apenas de extração e exportação de matéria-prima, não permitia qualquer possibilidade de verdadeira independência política.

Mas os ventos continuam soprando em direção à liberdade desses povos. Nem mesmo as formas modernas de submissão já estão mais funcionando como antes. As revoltas populares vitoriosas no Sahel são reflexo dessa situação, bem como a persistência de governos nacionalistas na América Latina e a ascensão da China e da Índia.

A nova crise sistêmica em que o modo de produção capitalista está sendo jogado, representada pelas ações tarifárias de Donald Trump, sinaliza a aproximação da morte desse sistema, embora as grandes potências busquem uma reação através do rearmamento e da guerra – reação, seguramente, sobretudo contra as nações semicoloniais.

No entanto, não deve restar a menor dúvida: apesar de violenta, essa reação é inútil. Os povos do mundo continuarão se levantando, agora de forma mais radical e igualmente violenta, para enterrar de uma vez por todas toda a história precedente de exploração e opressão do homem pelo homem e seu reflexo geopolítico: a opressão da nação rica sobre a nação pobre. Afinal, como comprovada a história da humanidade, o homem rico só existe porque impõe a pobreza sobre os outros demais e a nação rica só é rica porque explora e mantém na pobreza a maioria das nações.

Os povos do mundo continuarão se levantando, agora de forma mais radical e igualmente violenta, para enterrar de uma vez por todas toda a história precedente de exploração e opressão do homem pelo homem.

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Existe um movimento recente entre as ex-colônias britânicas do Caribe para exigir compensações financeiras pelo saque realizado contra elas durante séculos. Somados, o conjunto dos países pede mais de U.S.$ 30 trilhões em indenizações da Inglaterra. Embora pareça muito, isso na verdade é um valor irrisório se comparado a todo o progresso proporcionado ao imperialismo britânico a partir da exploração desses seus antigos territórios.

O sistema capitalista existe graças à espoliação da maior parte dos povos do mundo desde pelo menos o século XV. “Seria bom que países europeus que fizeram fortuna por meio da colonização peçam perdão aos povos indígenas e africanos”, disse o presidente boliviano Evo Morales em 2023. Dez anos antes, no entanto, os europeus continuavam tratando a Bolívia como uma colônia. Em 2013, a Comissão Europeia exigiu compensações pela expropriação de empresas espanholas pelo Estado boliviano.

Ora, não foi a prata de Potosí a matéria-prima utilizada para cunhar as novas moedas que se produziam na Holanda, impulsionando como nunca os bancos europeus e, portanto, o primitivo capital financeiro imperialista?

A ascensão da burguesia exigia não apenas a derrota do feudalismo, como também a construção de Estados nacionais baseados nas leis do comércio burguês e a sua expansão para atender às necessidades naturais da produção e da circulação de mercadorias. Veneza, Florença e os antigos Estados italianos navegaram pelo Mediterrâneo. Os portugueses e espanhóis demonstraram a sua superioridade explorando os mares do mundo todo. Encontraram, em suas expedições, as fontes colossais de desenvolvimento econômico que seus patrocinadores tanto ansiavam.

Antes da descoberta da grande indústria a vapor, das máquinas e da eletricidade, o trabalho dos escravos africanos era a energia criadora que fazia progredir a Europa com a acumulação primitiva do capital, a extração intensiva das riquezas naturais da África, América e Ásia e os novos empreendimentos conquistados graças à globalização embrionária.

Os bancos, que hoje dominam todas as relações econômicas e, portanto, sociais, financiaram o tráfico de escravos e as expedições coloniais. Mesmo a Suíça, um pequeno país espremido entre as grandes nações europeias, embora nunca tenha tido colônias, é um país capitalista desenvolvido graças à atuação de seus bancos durante todo o período de acumulação e desenvolvimento capitalistas.

Mesmo após sua independência, as colônias continuaram impedidas de seguir o desenvolvimento das antigas metrópoles. Um dos exemplos mais significativos é o Haiti, que ousou seguir o espírito da Grande Revolução de 1789 e foi esmagado pela burguesia francesa alçada ao poder. Hoje, continua sendo o mais miserável dos países latino-americanos devido à imposição da dívida eterna, à obrigação de pagar indenizações aos antigos proprietários de terras e de escravos. Os juros substituíram o chicote.

Somente o desmoronamento do novo sistema criado pelos antigos escravocratas, o capitalismo imperialista, foi capaz de possibilitar uma brecha para a libertação dos escravos modernos. A necessidade de se livrar da exploração começou a desferir os primeiros golpes de rebelião contra a necessidade dos exploradores de manter a exploração. Revoluções de caráter anticolonial e anti-imperialista varreram a Ásia e a África na esteira da destruição da Europa pela II Guerra Mundial. Franceses, ingleses e belgas tiveram de apelar para o terrorismo puro e simples a fim de segurar seus ex-escravos pela gargalheira. Na impossibilidade de manter a propriedade formal sobre aqueles territórios, o controle do seu sistema financeiro, das empresas que extraem os recursos naturais, das forças armadas e dos governos pelo dinheiro foram fundamentais para preservar as bases da espoliação.

Os revolucionários não foram capazes de derrotar os novos mecanismos. A economia dos países africanos, primitiva, apenas de extração e exportação de matéria-prima, não permitia qualquer possibilidade de verdadeira independência política.

Mas os ventos continuam soprando em direção à liberdade desses povos. Nem mesmo as formas modernas de submissão já estão mais funcionando como antes. As revoltas populares vitoriosas no Sahel são reflexo dessa situação, bem como a persistência de governos nacionalistas na América Latina e a ascensão da China e da Índia.

A nova crise sistêmica em que o modo de produção capitalista está sendo jogado, representada pelas ações tarifárias de Donald Trump, sinaliza a aproximação da morte desse sistema, embora as grandes potências busquem uma reação através do rearmamento e da guerra – reação, seguramente, sobretudo contra as nações semicoloniais.

No entanto, não deve restar a menor dúvida: apesar de violenta, essa reação é inútil. Os povos do mundo continuarão se levantando, agora de forma mais radical e igualmente violenta, para enterrar de uma vez por todas toda a história precedente de exploração e opressão do homem pelo homem e seu reflexo geopolítico: a opressão da nação rica sobre a nação pobre. Afinal, como comprovada a história da humanidade, o homem rico só existe porque impõe a pobreza sobre os outros demais e a nação rica só é rica porque explora e mantém na pobreza a maioria das nações.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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March 27, 2025

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