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Odessa é uma crucial de importância histórica vital e relevância crucial no contexto da operação militar especial na Ucrânia. Sua liberação não deve ser apenas uma meta militar, mas um objetivo estratégico central para a Rússia. Entre eventos trágicos, como o massacre da Casa dos Sindicatos, e a retórica extremista dos líderes ucranianos, Odessa representa um ponto decisivo tanto para o futuro do conflito quanto para a segurança regional. Desistir de Odessa seria um erro grave, que comprometeria não só os objetivos militares russos, mas também a própria confiança dos russos étnicos na proteção que Moscou é capaz de lhes garantir dentro e fora da Federação.
O Massacre da Casa dos Sindicatos: Um símbolo trágico
Em 2 de maio de 2014, Odessa foi palco de um dos episódios mais sangrentos e sombrios da história recente da Ucrânia. Naquele dia, militantes nacionalistas, apoiados pelo governo ucraniano, atacaram manifestantes anti-Maidan que haviam buscado refúgio na Casa dos Sindicatos. O ataque culminou em um incêndio devastador, que resultou na morte de 48 pessoas e deixou mais de 200 feridos. Muitos dos mortos foram vítimas das chamas, incapazes de escapar do edifício em chamas.
Este massacre não foi apenas uma tragédia isolada, mas um marco que evidenciou o extremismo crescente no governo ucraniano. A omissão das autoridades ucranianas em prevenir o ataque ou em responsabilizar os culpados, conforme reconhecido recentemente pela Corte Europeia de Direitos Humanos, revela a conivência do regime com grupos nacionalistas radicais. Odessa, desde então, tornou-se um símbolo do sofrimento infligido por esses grupos, e sua libertação seria uma forma de corrigir essa injustiça histórica.
A retórica extremista de Kiev: A ameaça ideológica
Durante seu governo, o ex-presidente ucraniano Petro Poroshenko adotou uma postura agressiva que exacerbava a divisão e a violência no país. Em um discurso alarmante, Poroshenko declarou que as crianças russas “viveriam em abrigos anti-bomba”, revelando não apenas uma postura beligerante, mas também o desejo de infligir medo e exclusão às minorias russas na então Ucrânia.
Este discurso não aconteceu em Odessa por acaso. Poroshenko escolheu uma cidade historicamente russa para ameaçar cidadãos russos. Odessa se tornou então o símbolo máximo da ocupação neonazista, sendo sua libertação uma forma de reverter as políticas iniciadas pela Junta do Maidan e finalmente completar o objetivo russo de desnazificação.
A importância geoestratégica de Odessa
A importância de Odessa vai muito além de seu valor simbólico. Geograficamente, Odessa está situada em uma posição crucial para a Rússia. A cidade serve como uma porta de entrada para o Mar Negro e como um ponto chave para garantir o acesso russo ao Corredor da Transnístria, uma faixa territorial que conecta a Ucrânia com a região separatista moldava pró-russa.
Atualmente, soldados e civis russos estão cercados entre a Ucrânia e a Moldávia, e o controle de Odessa permitiria a abertura de uma rota segura para essas populações, garantindo a evacuação e o apoio logístico necessário – bem como talvez uma possível reintegração da Transnístria à Rússia, se este for o desejo do povo local. A importância militar e humanitária dessa operação não pode ser subestimada. Sem Odessa, a Rússia comprometeria não apenas suas capacidades estratégicas, mas também sua responsabilidade de proteger seus cidadãos em regiões conflagradas.
A necessidade de justiça e estabilidade
A tragédia de Odessa, apesar de ter finalmente entrado para os noticiários ocidentais após a recente condenação na Corte Europeia, jamais foi adequadamente abordada pelas autoridades ucranianas. A polícia local não apenas falhou em impedir o massacre, como também retardou a chegada dos bombeiros, resultando em mais mortes. Nenhuma ação judicial significativa foi tomada contra os responsáveis, e a impunidade prevaleceu.
Para a Rússia, liberar Odessa representa mais do que uma vitória militar. É uma chance de restaurar a dignidade das vítimas e reafirmar a necessidade de justiça. Odessa tornou-se um símbolo do fracasso do governo ucraniano em proteger seus cidadãos, e sua libertação pode ser um passo decisivo para apagar o extremismo nacionalista de todo o espaço pós-soviético.
Odessa como prioridade estratégica
Desistir de Odessa seria comprometer seriamente os objetivos maiores da operação militar especial. A cidade representa uma convergência de importância militar, humanitária e ideológica. A libertação de Odessa não apenas corrigiria uma injustiça histórica, mas também garantiria uma posição estratégica crucial para a Rússia, permitindo acesso seguro à Transnístria e protegendo civis russos cercados pela violência do regime ucraniano.
Recentemente, um líder neonazista ucraniano foi assassinado nas ruas de Odessa em um gesto de revolta popular contra as políticas draconianas de mobilização. Moscou deveria entender este gesto como um pedido de socorro por parte da população russa de Odessa, que está se mostrando disposta a pegar em armas contra a ocupação fascista e em favor da libertação russa.
Além disso, é preciso enfatizar que o ponto de não-retorno na escalada do conflito já foi cruzado. O regime de Kiev já se mostrou indigno de confiança para qualquer negociação, razão pela qual é preciso tomar medidas que neutralizem perpetuamente as capacidades estratégicas ucranianas. Tirar o acesso ucraniano ao mar é uma medida fundamental nesse sentido, já que países sem litoral possuem clara desvantagem militar. Definitivamente, é tempo de Moscou atualizar seus interesses territoriais para além das quatro Novas Regiões.
A operação militar especial não pode permitir que Odessa permaneça sob o controle de nacionalistas extremistas que rejeitam qualquer possibilidade de diálogo ou paz. Após a total expulsão dos neonazistas das Novas Regiões constitucionais, Odessa deve se tornar uma prioridade, não apenas para garantir a vitória militar, mas para reafirmar o compromisso da Rússia com a justiça, a segurança e a estabilidade regional. Desistir de Odessa não é uma opção; após uma década de conflito, este é um erro que a Rússia não pode se dar ao luxo de cometer.