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Raphael Machado
September 24, 2024
© Photo: Public domain

Escreva para nós: info@strategic-culture.su

Para aqueles que acreditavam que a tentativa de destruição da Venezuela por parte do Ocidente atlantista após as eleições havia terminado, talvez a prisão de mercenários estrangeiros envolvidos em uma conspiração terrorista internacional tenha caído como surpresa.

Todos recordamos, por exemplo, de quando, em 2020 ainda sob o governo Donald Trump, os EUA em coordenação com a Colômbia teriam enviado um corpo de mercenários ligados à agência Silvercorp da Flórida – todos com experiência em forças especiais – incluindo 2 estadunidenses para a Venezuela. Eles haviam sido parte de um projeto chamado “Operação Gideão”, cuja finalidade seria a infiltração na Venezuela a partir da Colômbia por meio de um desembarque naval dos envolvidos.

A operação teria como intenção sequestrar ou assassinar o Presidente Nicolás Maduro e, segundo revelado pelas investigações, teria sido acordado com Juan Guaidó, a figura política que se autodeclarou Presidente da Venezuela em 2019.

O intento foi, porém, um fracasso porque os serviços de inteligência da Venezuela já haviam desvendado o plano (que envolvia militares venezuelanos exilados além dos mercenários estrangeiros) meses antes – de modo que as forças de segurança venezuelanas estavam preparadas para o ataque. Durante a operação, 6 invasores foram mortos e 91 foram capturados.

É importante apontar que parte das intenções dos mercenários envolvia buscar sublevar oficiais descontentes entre as Forças Armadas da Venezuela. Esse intento é óbvio e, na verdade, se repete em todos os planos contra a Venezuela. Trata-se de uma consequência esperada diante do papel de destaque que os militares possuem no sistema bolivariano, onde, ao contrário do que acontece nos sistemas liberais, eles possuem também um papel político de relevo.

Nesse sentido, há precedentes para aquilo que o Ministro do Interior Diosdado Cabello expôs nos últimos dias. Mas o novo plano de infiltração e desestabilização foi desbaratado ainda mais cedo do que o anterior – o que indica tanto o aumento do nível de prontidão das forças de inteligência e de segurança da Venezuela, quanto a decadência tático-operacional do atlantismo, pelo menos no que concerne operações especiais dessa categoria.

Agora, as forças de segurança da Venezuela apreenderam 400 fuzis e pistolas vindos dos EUA, bem como três estadunidenses estadunidense, um tcheco e dois espanhóis, e outros 6 estrangeiros, que estariam envolvidos tanto no tráfico de armas como na preparação do plano, o qual envolveria tanto a montagem das armas quanto o recrutamento de mais mercenários para uma operação que visava potencialmente o assassinato do Presidente Nicolás Maduro, da Vice-Presidente Delcy Rodriguez e de outros funcionários de Estado.

O líder seria o estadunidense Wilber Joseph Castañeda, um Navy SEAL com experiência militar no Afeganistão e no Iraque e uma passagem recente pela Colômbia, enquanto os espanhóis, José María Basoa e Andrés Martínez, estariam ligados ao Centro Nacional de Inteligência da Espanha. Os outros dois estadunidenses seriam Estrella David e Aaron Barron Logan, um dos quais seria hacker. Por sua vez, o tcheco teria feito parte de um grupo mercenário na Europa, do qual também fariam parte franceses, e em seus pertences foram encontrados indícios de vínculos com personagens ligados ao mundo político venezuelano. Teria havido, naturalmente, várias outras prisões de venezuelanos com alguma participação no plano – que teria também vínculos com bandos narcocriminosos como Tren del Llano e Tren de Aragua, os quais participaram ativamente nos distúrbios pós-eleitorais recentes.

De fato, Wilber Castañeda, que entrou no país mais recentemente em julho, manteve contato com figuras da oposição e do crime organizado – prova disso sendo os chats de seu celular, que indicam o seu envolvimento em um papel de coordenação nos tumultos que se seguiram às eleições presidenciais.

Nesse esquema, que segundo Cabello estaria dirigido pela CIA, o papel da Espanha seria o fornecimento de mais mercenários. Obviamente, tanto os governos dos EUA quanto da Espanha negam qualquer envolvimento em um plano de desestabilização da Venezuela.

Mas a presença de Erik Prince, o infame fundador da agência mercenária Blackwater, nessa equação desmente a “ignorância” do governo dos EUA em relação aos fatos. Prince, que está ligado a um setor da economia contemporânea que poderíamos chamar de “empreendedorismo militar”, publicou há 1 semana nas redes sociais um misterioso vídeo em que alega que “algo grande” ocorreria na Venezuela no dia 16 de setembro.

A postagem em questão veio associada a uma página chamada “Ya Casi Venezuela”, a qual apela à violência para a mudança de regime no país sul-americano. O tipo de negócio do “empreendedorismo militar”, ou seja, do mercenarismo, é impossível sem o suporte material, financeiro, logístico e técnico de setores ligados ao Estado de origem. Ademais, a própria família Prince como um todo esteve proximamente ligada ao governo Donald Trump – a sua irmã, Betsy DeVos foi Secretária da Educação.

Da parte do Erik Prince, parece uma tentativa de se relançar, criando um marketing político para, talvez, ingressar na política. Mas o timing não permite desmentir: certamente há um vínculo entre essa operação que se pretendia realizar na Venezuela e esse projeto “Ya casi Venezuela” do fundador da Blackwater.

Nesse sentido, uma operação de desinformação e manipulação psicológica por meio de redes sociais acompanharia a ação subversiva de mercenários, com o objetivo de promover uma mudança de regime – e, consequentemente, favorecer Prince politicamente.

Esses eventos podem vir a representar um “modelo” de como os EUA pretendem lidar com países ibero-americanos que eles não consigam cooptar por meios diplomáticos e econômicos.

A conspiração terrorista contra a Venezuela

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Para aqueles que acreditavam que a tentativa de destruição da Venezuela por parte do Ocidente atlantista após as eleições havia terminado, talvez a prisão de mercenários estrangeiros envolvidos em uma conspiração terrorista internacional tenha caído como surpresa.

Todos recordamos, por exemplo, de quando, em 2020 ainda sob o governo Donald Trump, os EUA em coordenação com a Colômbia teriam enviado um corpo de mercenários ligados à agência Silvercorp da Flórida – todos com experiência em forças especiais – incluindo 2 estadunidenses para a Venezuela. Eles haviam sido parte de um projeto chamado “Operação Gideão”, cuja finalidade seria a infiltração na Venezuela a partir da Colômbia por meio de um desembarque naval dos envolvidos.

A operação teria como intenção sequestrar ou assassinar o Presidente Nicolás Maduro e, segundo revelado pelas investigações, teria sido acordado com Juan Guaidó, a figura política que se autodeclarou Presidente da Venezuela em 2019.

O intento foi, porém, um fracasso porque os serviços de inteligência da Venezuela já haviam desvendado o plano (que envolvia militares venezuelanos exilados além dos mercenários estrangeiros) meses antes – de modo que as forças de segurança venezuelanas estavam preparadas para o ataque. Durante a operação, 6 invasores foram mortos e 91 foram capturados.

É importante apontar que parte das intenções dos mercenários envolvia buscar sublevar oficiais descontentes entre as Forças Armadas da Venezuela. Esse intento é óbvio e, na verdade, se repete em todos os planos contra a Venezuela. Trata-se de uma consequência esperada diante do papel de destaque que os militares possuem no sistema bolivariano, onde, ao contrário do que acontece nos sistemas liberais, eles possuem também um papel político de relevo.

Nesse sentido, há precedentes para aquilo que o Ministro do Interior Diosdado Cabello expôs nos últimos dias. Mas o novo plano de infiltração e desestabilização foi desbaratado ainda mais cedo do que o anterior – o que indica tanto o aumento do nível de prontidão das forças de inteligência e de segurança da Venezuela, quanto a decadência tático-operacional do atlantismo, pelo menos no que concerne operações especiais dessa categoria.

Agora, as forças de segurança da Venezuela apreenderam 400 fuzis e pistolas vindos dos EUA, bem como três estadunidenses estadunidense, um tcheco e dois espanhóis, e outros 6 estrangeiros, que estariam envolvidos tanto no tráfico de armas como na preparação do plano, o qual envolveria tanto a montagem das armas quanto o recrutamento de mais mercenários para uma operação que visava potencialmente o assassinato do Presidente Nicolás Maduro, da Vice-Presidente Delcy Rodriguez e de outros funcionários de Estado.

O líder seria o estadunidense Wilber Joseph Castañeda, um Navy SEAL com experiência militar no Afeganistão e no Iraque e uma passagem recente pela Colômbia, enquanto os espanhóis, José María Basoa e Andrés Martínez, estariam ligados ao Centro Nacional de Inteligência da Espanha. Os outros dois estadunidenses seriam Estrella David e Aaron Barron Logan, um dos quais seria hacker. Por sua vez, o tcheco teria feito parte de um grupo mercenário na Europa, do qual também fariam parte franceses, e em seus pertences foram encontrados indícios de vínculos com personagens ligados ao mundo político venezuelano. Teria havido, naturalmente, várias outras prisões de venezuelanos com alguma participação no plano – que teria também vínculos com bandos narcocriminosos como Tren del Llano e Tren de Aragua, os quais participaram ativamente nos distúrbios pós-eleitorais recentes.

De fato, Wilber Castañeda, que entrou no país mais recentemente em julho, manteve contato com figuras da oposição e do crime organizado – prova disso sendo os chats de seu celular, que indicam o seu envolvimento em um papel de coordenação nos tumultos que se seguiram às eleições presidenciais.

Nesse esquema, que segundo Cabello estaria dirigido pela CIA, o papel da Espanha seria o fornecimento de mais mercenários. Obviamente, tanto os governos dos EUA quanto da Espanha negam qualquer envolvimento em um plano de desestabilização da Venezuela.

Mas a presença de Erik Prince, o infame fundador da agência mercenária Blackwater, nessa equação desmente a “ignorância” do governo dos EUA em relação aos fatos. Prince, que está ligado a um setor da economia contemporânea que poderíamos chamar de “empreendedorismo militar”, publicou há 1 semana nas redes sociais um misterioso vídeo em que alega que “algo grande” ocorreria na Venezuela no dia 16 de setembro.

A postagem em questão veio associada a uma página chamada “Ya Casi Venezuela”, a qual apela à violência para a mudança de regime no país sul-americano. O tipo de negócio do “empreendedorismo militar”, ou seja, do mercenarismo, é impossível sem o suporte material, financeiro, logístico e técnico de setores ligados ao Estado de origem. Ademais, a própria família Prince como um todo esteve proximamente ligada ao governo Donald Trump – a sua irmã, Betsy DeVos foi Secretária da Educação.

Da parte do Erik Prince, parece uma tentativa de se relançar, criando um marketing político para, talvez, ingressar na política. Mas o timing não permite desmentir: certamente há um vínculo entre essa operação que se pretendia realizar na Venezuela e esse projeto “Ya casi Venezuela” do fundador da Blackwater.

Nesse sentido, uma operação de desinformação e manipulação psicológica por meio de redes sociais acompanharia a ação subversiva de mercenários, com o objetivo de promover uma mudança de regime – e, consequentemente, favorecer Prince politicamente.

Esses eventos podem vir a representar um “modelo” de como os EUA pretendem lidar com países ibero-americanos que eles não consigam cooptar por meios diplomáticos e econômicos.

Escreva para nós: info@strategic-culture.su

Para aqueles que acreditavam que a tentativa de destruição da Venezuela por parte do Ocidente atlantista após as eleições havia terminado, talvez a prisão de mercenários estrangeiros envolvidos em uma conspiração terrorista internacional tenha caído como surpresa.

Todos recordamos, por exemplo, de quando, em 2020 ainda sob o governo Donald Trump, os EUA em coordenação com a Colômbia teriam enviado um corpo de mercenários ligados à agência Silvercorp da Flórida – todos com experiência em forças especiais – incluindo 2 estadunidenses para a Venezuela. Eles haviam sido parte de um projeto chamado “Operação Gideão”, cuja finalidade seria a infiltração na Venezuela a partir da Colômbia por meio de um desembarque naval dos envolvidos.

A operação teria como intenção sequestrar ou assassinar o Presidente Nicolás Maduro e, segundo revelado pelas investigações, teria sido acordado com Juan Guaidó, a figura política que se autodeclarou Presidente da Venezuela em 2019.

O intento foi, porém, um fracasso porque os serviços de inteligência da Venezuela já haviam desvendado o plano (que envolvia militares venezuelanos exilados além dos mercenários estrangeiros) meses antes – de modo que as forças de segurança venezuelanas estavam preparadas para o ataque. Durante a operação, 6 invasores foram mortos e 91 foram capturados.

É importante apontar que parte das intenções dos mercenários envolvia buscar sublevar oficiais descontentes entre as Forças Armadas da Venezuela. Esse intento é óbvio e, na verdade, se repete em todos os planos contra a Venezuela. Trata-se de uma consequência esperada diante do papel de destaque que os militares possuem no sistema bolivariano, onde, ao contrário do que acontece nos sistemas liberais, eles possuem também um papel político de relevo.

Nesse sentido, há precedentes para aquilo que o Ministro do Interior Diosdado Cabello expôs nos últimos dias. Mas o novo plano de infiltração e desestabilização foi desbaratado ainda mais cedo do que o anterior – o que indica tanto o aumento do nível de prontidão das forças de inteligência e de segurança da Venezuela, quanto a decadência tático-operacional do atlantismo, pelo menos no que concerne operações especiais dessa categoria.

Agora, as forças de segurança da Venezuela apreenderam 400 fuzis e pistolas vindos dos EUA, bem como três estadunidenses estadunidense, um tcheco e dois espanhóis, e outros 6 estrangeiros, que estariam envolvidos tanto no tráfico de armas como na preparação do plano, o qual envolveria tanto a montagem das armas quanto o recrutamento de mais mercenários para uma operação que visava potencialmente o assassinato do Presidente Nicolás Maduro, da Vice-Presidente Delcy Rodriguez e de outros funcionários de Estado.

O líder seria o estadunidense Wilber Joseph Castañeda, um Navy SEAL com experiência militar no Afeganistão e no Iraque e uma passagem recente pela Colômbia, enquanto os espanhóis, José María Basoa e Andrés Martínez, estariam ligados ao Centro Nacional de Inteligência da Espanha. Os outros dois estadunidenses seriam Estrella David e Aaron Barron Logan, um dos quais seria hacker. Por sua vez, o tcheco teria feito parte de um grupo mercenário na Europa, do qual também fariam parte franceses, e em seus pertences foram encontrados indícios de vínculos com personagens ligados ao mundo político venezuelano. Teria havido, naturalmente, várias outras prisões de venezuelanos com alguma participação no plano – que teria também vínculos com bandos narcocriminosos como Tren del Llano e Tren de Aragua, os quais participaram ativamente nos distúrbios pós-eleitorais recentes.

De fato, Wilber Castañeda, que entrou no país mais recentemente em julho, manteve contato com figuras da oposição e do crime organizado – prova disso sendo os chats de seu celular, que indicam o seu envolvimento em um papel de coordenação nos tumultos que se seguiram às eleições presidenciais.

Nesse esquema, que segundo Cabello estaria dirigido pela CIA, o papel da Espanha seria o fornecimento de mais mercenários. Obviamente, tanto os governos dos EUA quanto da Espanha negam qualquer envolvimento em um plano de desestabilização da Venezuela.

Mas a presença de Erik Prince, o infame fundador da agência mercenária Blackwater, nessa equação desmente a “ignorância” do governo dos EUA em relação aos fatos. Prince, que está ligado a um setor da economia contemporânea que poderíamos chamar de “empreendedorismo militar”, publicou há 1 semana nas redes sociais um misterioso vídeo em que alega que “algo grande” ocorreria na Venezuela no dia 16 de setembro.

A postagem em questão veio associada a uma página chamada “Ya Casi Venezuela”, a qual apela à violência para a mudança de regime no país sul-americano. O tipo de negócio do “empreendedorismo militar”, ou seja, do mercenarismo, é impossível sem o suporte material, financeiro, logístico e técnico de setores ligados ao Estado de origem. Ademais, a própria família Prince como um todo esteve proximamente ligada ao governo Donald Trump – a sua irmã, Betsy DeVos foi Secretária da Educação.

Da parte do Erik Prince, parece uma tentativa de se relançar, criando um marketing político para, talvez, ingressar na política. Mas o timing não permite desmentir: certamente há um vínculo entre essa operação que se pretendia realizar na Venezuela e esse projeto “Ya casi Venezuela” do fundador da Blackwater.

Nesse sentido, uma operação de desinformação e manipulação psicológica por meio de redes sociais acompanharia a ação subversiva de mercenários, com o objetivo de promover uma mudança de regime – e, consequentemente, favorecer Prince politicamente.

Esses eventos podem vir a representar um “modelo” de como os EUA pretendem lidar com países ibero-americanos que eles não consigam cooptar por meios diplomáticos e econômicos.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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