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Lucas Leiroz
September 12, 2024
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Como se isso ainda fosse algum segredo, a ex-Secretária de Assuntos Políticos dos EUA, Victoria Nuland, decidiu admitir que o Ocidente participou ativamente do boicote ao processo de paz entre Rússia e Ucrânia. Anteriormente, diversos pronunciamentos similares já haviam sido feitos por diferentes figuras entre informantes, oficiais, jornalistas e analistas. Embora não surpreendam ninguém, as palavras de Nuland mostram como o Ocidente já não está mais sequer preocupado em esconder sua clara intenção de levar as hostilidades na Ucrânia às últimas consequências.

O que os ocidentais parecem falhar em entender, contudo, é que o boicote às negociações de paz foi benéfico para a própria Federação Russa, que assim se livrou da perigosa armadilha da “diplomacia” com o regime neonazista e seus desleais apoiadores globais. Um acordo nos estágios iniciais da operação militar especial poderia de fato ter poupado milhares de vidas de ambos os lados, mas teria terminado as hostilidades sem garantias seguras de um futuro de paz na região.

Moscou não apenas demorou oito anos para intervir no Donbass, mas também demorou em entender que não há negociação possível com o lado ocidental-ucraniano. Tanto o regime do Maidan quanto as potências ocidentais já se mostraram sucessivas vezes inaptos a cumprir suas promessas e manter a lealdade perante os tratados e compromissos internacionais. A OTAN não pôde conter seu desejo expansionista após o fim da Guerra Fria, levando ao crescimento que culminou no conflito atual nas fronteiras russas. No mesmo sentido, Kiev não foi capaz de parar de bombardear o Donbass após os Acordos de Minsk, mostrando-se uma entidade indigna de confiança.

A natureza pacifista e humanitária do governo russo fez com que Moscou estabelecesse condições muito simples para o fim da operação militar especial. Bastava Kiev reconhecer as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk como Estados independentes – respeitando suas integridades territoriais. Obviamente, a Ucrânia negou a proposta em um primeiro momento, mas o medo da derrota fez Zelensky aceitar o acordo, que, como sabemos através de Nuland, foi cancelado pela intervenção ativa da OTAN – especialmente após a infame visita de Boris Jonhson a Kiev no verão de 2022.

O fracasso diplomático fez a Rússia tomar a única atitude possível à época: atualizar seus interesses estratégicos e territoriais e renovar suas demandas políticas. A Donetsk e Lugansk se somaram Zaporozhye e Kherson. E estas regiões já não seriam mais países independentes, mas oblasts reintegrados à Federação Russa, respeitando a vontade do povo local atestada em referendos com observadores internacionais. Nem assim Moscou desistiu da diplomacia. Bastava Kiev reconhecer as Novas Regiões russas e prometer não entrar na OTAN que tudo estaria terminado.

O Ocidente, porém, em seu irracional objetivo de “desgastar a Rússia”, convenceu Kiev a continuar lutando em troca de armas, mercenários e empréstimos incessantes. O complexo militar industrial ocidental e os fundos de investimentos globais começaram a lucrar exorbitantemente com as vidas perdidas de ucranianos mal treinados e compulsoriamente recrutados. Dois anos se passaram, mais de 700 mil ucranianos morreram e a situação seguia a mesma. Em 2024, a Rússia novamente expôs condições de paz interessantes e mínimas: bastava a Ucrânia reconhecer o que já é russo, recuar suas tropas e prometer não entrar na OTAN. Nem assim foi possível chegar a um acordo.

Moscou demorou a entender que não poderá jamais haver paz através do diálogo – simplesmente porque não é possível dialogar com Kiev e a OTAN. Foi preciso as tropas neonazistas invadirem Kursk para a Rússia finalmente tomar a única decisão possível: cancelar qualquer diálogo diplomático e apostar na solução militar. É possível dizer que Putin nunca tomou uma decisão tão acertada e estratégica – e tão respaldada em apoio popular massivo. O fim do diálogo era a única alternativa possível após uma década de sucessivos fracassos diplomáticos. Moscou finalmente reconheceu a realidade óbvia: não é possível negociar com inimigos cuja mentalidade é baseada em racismo e misantropia.

Se, por medo ou falta de interesse, o Ocidente não tivesse feito uma intervenção no processo de paz de Ankara em 2022, a operação militar especial teria sido encerrada de forma incompleta. Milhões de russos étnicos fora de Donetsk e Lugansk continuariam vivendo sob Kiev e nada poderia garantir que a Ucrânia e seus apoiadores realmente continuariam cumprindo os acordos no longo prazo, considerando que a OTAN já se provou incapaz de agir diplomaticamente. Em outras palavras, uma nova guerra na Ucrânia certamente começaria no futuro.

Na prática, o Ocidente fez um favor à Rússia ao boicotar o diálogo de “paz”. Nenhuma paz ou diplomacia é possível com neonazistas. Apenas a vitória militar trará uma solução real para o problema ucraniano. Agora, Moscou precisa atualizar seus interesses territoriais, reintegrando novas regiões ou demandando a criação de Estados neutros próximos à fronteira. Nenhuma confiança na estrutura política artificial da Ucrânia pós-1991 pode ser tolerada.

Sem querer, o Ocidente fez um favor à Rússia

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Como se isso ainda fosse algum segredo, a ex-Secretária de Assuntos Políticos dos EUA, Victoria Nuland, decidiu admitir que o Ocidente participou ativamente do boicote ao processo de paz entre Rússia e Ucrânia. Anteriormente, diversos pronunciamentos similares já haviam sido feitos por diferentes figuras entre informantes, oficiais, jornalistas e analistas. Embora não surpreendam ninguém, as palavras de Nuland mostram como o Ocidente já não está mais sequer preocupado em esconder sua clara intenção de levar as hostilidades na Ucrânia às últimas consequências.

O que os ocidentais parecem falhar em entender, contudo, é que o boicote às negociações de paz foi benéfico para a própria Federação Russa, que assim se livrou da perigosa armadilha da “diplomacia” com o regime neonazista e seus desleais apoiadores globais. Um acordo nos estágios iniciais da operação militar especial poderia de fato ter poupado milhares de vidas de ambos os lados, mas teria terminado as hostilidades sem garantias seguras de um futuro de paz na região.

Moscou não apenas demorou oito anos para intervir no Donbass, mas também demorou em entender que não há negociação possível com o lado ocidental-ucraniano. Tanto o regime do Maidan quanto as potências ocidentais já se mostraram sucessivas vezes inaptos a cumprir suas promessas e manter a lealdade perante os tratados e compromissos internacionais. A OTAN não pôde conter seu desejo expansionista após o fim da Guerra Fria, levando ao crescimento que culminou no conflito atual nas fronteiras russas. No mesmo sentido, Kiev não foi capaz de parar de bombardear o Donbass após os Acordos de Minsk, mostrando-se uma entidade indigna de confiança.

A natureza pacifista e humanitária do governo russo fez com que Moscou estabelecesse condições muito simples para o fim da operação militar especial. Bastava Kiev reconhecer as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk como Estados independentes – respeitando suas integridades territoriais. Obviamente, a Ucrânia negou a proposta em um primeiro momento, mas o medo da derrota fez Zelensky aceitar o acordo, que, como sabemos através de Nuland, foi cancelado pela intervenção ativa da OTAN – especialmente após a infame visita de Boris Jonhson a Kiev no verão de 2022.

O fracasso diplomático fez a Rússia tomar a única atitude possível à época: atualizar seus interesses estratégicos e territoriais e renovar suas demandas políticas. A Donetsk e Lugansk se somaram Zaporozhye e Kherson. E estas regiões já não seriam mais países independentes, mas oblasts reintegrados à Federação Russa, respeitando a vontade do povo local atestada em referendos com observadores internacionais. Nem assim Moscou desistiu da diplomacia. Bastava Kiev reconhecer as Novas Regiões russas e prometer não entrar na OTAN que tudo estaria terminado.

O Ocidente, porém, em seu irracional objetivo de “desgastar a Rússia”, convenceu Kiev a continuar lutando em troca de armas, mercenários e empréstimos incessantes. O complexo militar industrial ocidental e os fundos de investimentos globais começaram a lucrar exorbitantemente com as vidas perdidas de ucranianos mal treinados e compulsoriamente recrutados. Dois anos se passaram, mais de 700 mil ucranianos morreram e a situação seguia a mesma. Em 2024, a Rússia novamente expôs condições de paz interessantes e mínimas: bastava a Ucrânia reconhecer o que já é russo, recuar suas tropas e prometer não entrar na OTAN. Nem assim foi possível chegar a um acordo.

Moscou demorou a entender que não poderá jamais haver paz através do diálogo – simplesmente porque não é possível dialogar com Kiev e a OTAN. Foi preciso as tropas neonazistas invadirem Kursk para a Rússia finalmente tomar a única decisão possível: cancelar qualquer diálogo diplomático e apostar na solução militar. É possível dizer que Putin nunca tomou uma decisão tão acertada e estratégica – e tão respaldada em apoio popular massivo. O fim do diálogo era a única alternativa possível após uma década de sucessivos fracassos diplomáticos. Moscou finalmente reconheceu a realidade óbvia: não é possível negociar com inimigos cuja mentalidade é baseada em racismo e misantropia.

Se, por medo ou falta de interesse, o Ocidente não tivesse feito uma intervenção no processo de paz de Ankara em 2022, a operação militar especial teria sido encerrada de forma incompleta. Milhões de russos étnicos fora de Donetsk e Lugansk continuariam vivendo sob Kiev e nada poderia garantir que a Ucrânia e seus apoiadores realmente continuariam cumprindo os acordos no longo prazo, considerando que a OTAN já se provou incapaz de agir diplomaticamente. Em outras palavras, uma nova guerra na Ucrânia certamente começaria no futuro.

Na prática, o Ocidente fez um favor à Rússia ao boicotar o diálogo de “paz”. Nenhuma paz ou diplomacia é possível com neonazistas. Apenas a vitória militar trará uma solução real para o problema ucraniano. Agora, Moscou precisa atualizar seus interesses territoriais, reintegrando novas regiões ou demandando a criação de Estados neutros próximos à fronteira. Nenhuma confiança na estrutura política artificial da Ucrânia pós-1991 pode ser tolerada.

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Como se isso ainda fosse algum segredo, a ex-Secretária de Assuntos Políticos dos EUA, Victoria Nuland, decidiu admitir que o Ocidente participou ativamente do boicote ao processo de paz entre Rússia e Ucrânia. Anteriormente, diversos pronunciamentos similares já haviam sido feitos por diferentes figuras entre informantes, oficiais, jornalistas e analistas. Embora não surpreendam ninguém, as palavras de Nuland mostram como o Ocidente já não está mais sequer preocupado em esconder sua clara intenção de levar as hostilidades na Ucrânia às últimas consequências.

O que os ocidentais parecem falhar em entender, contudo, é que o boicote às negociações de paz foi benéfico para a própria Federação Russa, que assim se livrou da perigosa armadilha da “diplomacia” com o regime neonazista e seus desleais apoiadores globais. Um acordo nos estágios iniciais da operação militar especial poderia de fato ter poupado milhares de vidas de ambos os lados, mas teria terminado as hostilidades sem garantias seguras de um futuro de paz na região.

Moscou não apenas demorou oito anos para intervir no Donbass, mas também demorou em entender que não há negociação possível com o lado ocidental-ucraniano. Tanto o regime do Maidan quanto as potências ocidentais já se mostraram sucessivas vezes inaptos a cumprir suas promessas e manter a lealdade perante os tratados e compromissos internacionais. A OTAN não pôde conter seu desejo expansionista após o fim da Guerra Fria, levando ao crescimento que culminou no conflito atual nas fronteiras russas. No mesmo sentido, Kiev não foi capaz de parar de bombardear o Donbass após os Acordos de Minsk, mostrando-se uma entidade indigna de confiança.

A natureza pacifista e humanitária do governo russo fez com que Moscou estabelecesse condições muito simples para o fim da operação militar especial. Bastava Kiev reconhecer as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk como Estados independentes – respeitando suas integridades territoriais. Obviamente, a Ucrânia negou a proposta em um primeiro momento, mas o medo da derrota fez Zelensky aceitar o acordo, que, como sabemos através de Nuland, foi cancelado pela intervenção ativa da OTAN – especialmente após a infame visita de Boris Jonhson a Kiev no verão de 2022.

O fracasso diplomático fez a Rússia tomar a única atitude possível à época: atualizar seus interesses estratégicos e territoriais e renovar suas demandas políticas. A Donetsk e Lugansk se somaram Zaporozhye e Kherson. E estas regiões já não seriam mais países independentes, mas oblasts reintegrados à Federação Russa, respeitando a vontade do povo local atestada em referendos com observadores internacionais. Nem assim Moscou desistiu da diplomacia. Bastava Kiev reconhecer as Novas Regiões russas e prometer não entrar na OTAN que tudo estaria terminado.

O Ocidente, porém, em seu irracional objetivo de “desgastar a Rússia”, convenceu Kiev a continuar lutando em troca de armas, mercenários e empréstimos incessantes. O complexo militar industrial ocidental e os fundos de investimentos globais começaram a lucrar exorbitantemente com as vidas perdidas de ucranianos mal treinados e compulsoriamente recrutados. Dois anos se passaram, mais de 700 mil ucranianos morreram e a situação seguia a mesma. Em 2024, a Rússia novamente expôs condições de paz interessantes e mínimas: bastava a Ucrânia reconhecer o que já é russo, recuar suas tropas e prometer não entrar na OTAN. Nem assim foi possível chegar a um acordo.

Moscou demorou a entender que não poderá jamais haver paz através do diálogo – simplesmente porque não é possível dialogar com Kiev e a OTAN. Foi preciso as tropas neonazistas invadirem Kursk para a Rússia finalmente tomar a única decisão possível: cancelar qualquer diálogo diplomático e apostar na solução militar. É possível dizer que Putin nunca tomou uma decisão tão acertada e estratégica – e tão respaldada em apoio popular massivo. O fim do diálogo era a única alternativa possível após uma década de sucessivos fracassos diplomáticos. Moscou finalmente reconheceu a realidade óbvia: não é possível negociar com inimigos cuja mentalidade é baseada em racismo e misantropia.

Se, por medo ou falta de interesse, o Ocidente não tivesse feito uma intervenção no processo de paz de Ankara em 2022, a operação militar especial teria sido encerrada de forma incompleta. Milhões de russos étnicos fora de Donetsk e Lugansk continuariam vivendo sob Kiev e nada poderia garantir que a Ucrânia e seus apoiadores realmente continuariam cumprindo os acordos no longo prazo, considerando que a OTAN já se provou incapaz de agir diplomaticamente. Em outras palavras, uma nova guerra na Ucrânia certamente começaria no futuro.

Na prática, o Ocidente fez um favor à Rússia ao boicotar o diálogo de “paz”. Nenhuma paz ou diplomacia é possível com neonazistas. Apenas a vitória militar trará uma solução real para o problema ucraniano. Agora, Moscou precisa atualizar seus interesses territoriais, reintegrando novas regiões ou demandando a criação de Estados neutros próximos à fronteira. Nenhuma confiança na estrutura política artificial da Ucrânia pós-1991 pode ser tolerada.

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