Português
Eduardo Vasco
May 13, 2024
© Photo: Public domain

Pyongyang precisa ser muito criativa e aproveita toda a tecnologia que tem acesso para assimilá-la e produzir por conta própria, bem como as vantagens de se fazer fronteira com a China.

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Todos se surpreenderam quando ficamos sabendo que havia sinal de wi-fi no Hotel Koryo. Até a última vez que os estrangeiros haviam estado na República Popular Democrática da Coreia, antes do início da pandemia de COVID-19, só era possível acessar a internet no hotel por um terminal de computadores para enviar e-mails.

Quatro anos se passaram e os primeiros estrangeiros a visitarem oficialmente o país desde que ele começou a ser reaberto ao turismo ficaram encantados em conversar por chamada de vídeo com seus amigos e parentes por U$ 1,70 a cada dez minutos.

Para mim, que nunca havia estado no país, embora pesquisasse há tempos sobre ele, foi uma surpresa ainda maior ver incontáveis cidadãos norte-coreanos passeando nas ruas de Pyongyang com seus smartphones na mão, assistindo a vídeos, enviando mensagens de texto ou conversando ao pé do ouvido.

Existem pelo menos três grandes marcas de smartphones na Coreia do Norte, todas de fabricação nacional: Arirang, Pyongyang Touch e Samtaesong. Ao contrário do que alguns poderiam pensar, seus modelos não devem nada às mais poderosas marcas internacionais. O Samtaesong 8, por exemplo, lançado no ano passado, é equipado com uma câmera dupla traseira e outra frontal e se assemelha bastante com o Samsung Galaxy ou com os modelos da Huawei.

Os aparelhos são vendidos livremente e todos os cidadãos comuns podem comprá-los. Não parece ser verdade a história difundida por alguns veículos de imprensa imperialistas de que os smartphones custam o olho da cara e só os coreanos “privilegiados” conseguem adquiri-los. Eles estão por todo o país, como me disse o meu guia, Ju Myong Won.

Ju tem um Arirang. Me mostra instalados em seu aparelho alguns aplicativos de jogos, de mensagem e de leitura das obras dos líderes Kim Il Sung, Kim Jong Il e Kim Jong Un. O seu aplicativo de mensagem é muito semelhante ao WhatsApp ou ao Telegram, servindo para enviar e receber mensagens instantâneas de texto, foto e vídeo, bem como para conversar por chamadas de áudio ou de vídeo.

O outro guia da delegação de brasileiros, Choe Chol Ryong, gosta de jogar videogame no celular e tem um aplicativo de tradução de texto.

Ju me diz que os coreanos do Norte repassam as músicas e filmes dos computadores públicos para seus aparelhos smartphone e assim podem ouvir suas músicas favoritas e assistir aos seus filmes prediletos em qualquer lugar. Muitos fazem isso no transporte público, enquanto vão ou voltam do trabalho ou da escola. Até os bebês assistem a desenhos animados pelo celular.

Também há um aplicativo de streaming com filmes norte-coreanos e chineses.

As lojas eletrônicas também já se popularizaram ao norte do Paralelo 38. São pelo menos meia dúzia delas, a mais famosa chamada Apnal, que entrega os seus produtos em um prazo de 5 horas para toda a capital. Nas outras cidades também há lojas online locais, me diz Ju.

Além das lojas online e do serviço de streaming, há outras centenas de sites na Intranet coreana – devido ao bloqueio total imposto pelos EUA e às incessantes ameaças de sabotagem e subversão, não é possível manter um contato normal com o resto do mundo, inclusive de forma virtual. Os jornais e demais veículos de imprensa têm seus próprios sites, tal como as fábricas, universidades, associações civis e, obviamente, os órgãos governamentais.

Vi coreanos andando na rua com fones sem fio no ouvido. Vi lojas de produtos eletrônicos. Retrato da modernidade e também da segurança total para os cidadãos é uma mulher passeando sozinha na noite escura e falando ao celular, o que seria extremamente perigoso de se fazer em qualquer cidade do Brasil devido aos enormes riscos de assalto ou mesmo de estupro.

Há também muito mais carros no trânsito de Pyongyang do que as pessoas no mundo capitalista podem imaginar. E carros novos, misturados com modelos das décadas de 70, 80 e 90. Porém, mais carros do século XXI do que do século XX. Vi BMW’s, Mercedes, Volkswagen’s… e há muitos carros também de fabricação nacional: vi muitos Pyeonghwa, Hwiparam, Bbeokgugi (Peokkugi) e Zunma.

A República Popular Democrática da Coreia sofre o pior bloqueio econômico, militar, político, comunicacional, alimentar e humanitário do mundo há 80 anos. O responsável por isso, como sempre, é o governo dos Estados Unidos, que utiliza seus satélites e as Nações Unidas para asfixiar o povo coreano e tentar derrubar o regime socialista. Graças a essa intensa e ilegal campanha de boicote e sabotagem, as relações da Coreia do Norte com o resto do mundo não são normais.

O mesmo vale para o comércio. Por isso causa enorme espanto ver um desenvolvimento tecnológico tal nesse país. Para driblar o bloqueio, Pyongyang precisa ser muito criativa e aproveita toda a tecnologia que tem acesso para assimilá-la e produzir por conta própria, bem como as vantagens de se fazer fronteira com a China, embora Pequim seja oficialmente obrigada a observar o regime de sanções contra o vizinho.

Pelo que observei, ao menos em Pyongyang o governo está a caminho de instalar uma rede wi-fi para acesso público. Essa é a minha impressão, haja vista o avanço surpreendente que foi a instalação de um ponto de acesso no Hotel Koryo e o uso generalizado de smartphones nas ruas.

Os norte-coreanos estão cada vez mais conectados

Pyongyang precisa ser muito criativa e aproveita toda a tecnologia que tem acesso para assimilá-la e produzir por conta própria, bem como as vantagens de se fazer fronteira com a China.

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Todos se surpreenderam quando ficamos sabendo que havia sinal de wi-fi no Hotel Koryo. Até a última vez que os estrangeiros haviam estado na República Popular Democrática da Coreia, antes do início da pandemia de COVID-19, só era possível acessar a internet no hotel por um terminal de computadores para enviar e-mails.

Quatro anos se passaram e os primeiros estrangeiros a visitarem oficialmente o país desde que ele começou a ser reaberto ao turismo ficaram encantados em conversar por chamada de vídeo com seus amigos e parentes por U$ 1,70 a cada dez minutos.

Para mim, que nunca havia estado no país, embora pesquisasse há tempos sobre ele, foi uma surpresa ainda maior ver incontáveis cidadãos norte-coreanos passeando nas ruas de Pyongyang com seus smartphones na mão, assistindo a vídeos, enviando mensagens de texto ou conversando ao pé do ouvido.

Existem pelo menos três grandes marcas de smartphones na Coreia do Norte, todas de fabricação nacional: Arirang, Pyongyang Touch e Samtaesong. Ao contrário do que alguns poderiam pensar, seus modelos não devem nada às mais poderosas marcas internacionais. O Samtaesong 8, por exemplo, lançado no ano passado, é equipado com uma câmera dupla traseira e outra frontal e se assemelha bastante com o Samsung Galaxy ou com os modelos da Huawei.

Os aparelhos são vendidos livremente e todos os cidadãos comuns podem comprá-los. Não parece ser verdade a história difundida por alguns veículos de imprensa imperialistas de que os smartphones custam o olho da cara e só os coreanos “privilegiados” conseguem adquiri-los. Eles estão por todo o país, como me disse o meu guia, Ju Myong Won.

Ju tem um Arirang. Me mostra instalados em seu aparelho alguns aplicativos de jogos, de mensagem e de leitura das obras dos líderes Kim Il Sung, Kim Jong Il e Kim Jong Un. O seu aplicativo de mensagem é muito semelhante ao WhatsApp ou ao Telegram, servindo para enviar e receber mensagens instantâneas de texto, foto e vídeo, bem como para conversar por chamadas de áudio ou de vídeo.

O outro guia da delegação de brasileiros, Choe Chol Ryong, gosta de jogar videogame no celular e tem um aplicativo de tradução de texto.

Ju me diz que os coreanos do Norte repassam as músicas e filmes dos computadores públicos para seus aparelhos smartphone e assim podem ouvir suas músicas favoritas e assistir aos seus filmes prediletos em qualquer lugar. Muitos fazem isso no transporte público, enquanto vão ou voltam do trabalho ou da escola. Até os bebês assistem a desenhos animados pelo celular.

Também há um aplicativo de streaming com filmes norte-coreanos e chineses.

As lojas eletrônicas também já se popularizaram ao norte do Paralelo 38. São pelo menos meia dúzia delas, a mais famosa chamada Apnal, que entrega os seus produtos em um prazo de 5 horas para toda a capital. Nas outras cidades também há lojas online locais, me diz Ju.

Além das lojas online e do serviço de streaming, há outras centenas de sites na Intranet coreana – devido ao bloqueio total imposto pelos EUA e às incessantes ameaças de sabotagem e subversão, não é possível manter um contato normal com o resto do mundo, inclusive de forma virtual. Os jornais e demais veículos de imprensa têm seus próprios sites, tal como as fábricas, universidades, associações civis e, obviamente, os órgãos governamentais.

Vi coreanos andando na rua com fones sem fio no ouvido. Vi lojas de produtos eletrônicos. Retrato da modernidade e também da segurança total para os cidadãos é uma mulher passeando sozinha na noite escura e falando ao celular, o que seria extremamente perigoso de se fazer em qualquer cidade do Brasil devido aos enormes riscos de assalto ou mesmo de estupro.

Há também muito mais carros no trânsito de Pyongyang do que as pessoas no mundo capitalista podem imaginar. E carros novos, misturados com modelos das décadas de 70, 80 e 90. Porém, mais carros do século XXI do que do século XX. Vi BMW’s, Mercedes, Volkswagen’s… e há muitos carros também de fabricação nacional: vi muitos Pyeonghwa, Hwiparam, Bbeokgugi (Peokkugi) e Zunma.

A República Popular Democrática da Coreia sofre o pior bloqueio econômico, militar, político, comunicacional, alimentar e humanitário do mundo há 80 anos. O responsável por isso, como sempre, é o governo dos Estados Unidos, que utiliza seus satélites e as Nações Unidas para asfixiar o povo coreano e tentar derrubar o regime socialista. Graças a essa intensa e ilegal campanha de boicote e sabotagem, as relações da Coreia do Norte com o resto do mundo não são normais.

O mesmo vale para o comércio. Por isso causa enorme espanto ver um desenvolvimento tecnológico tal nesse país. Para driblar o bloqueio, Pyongyang precisa ser muito criativa e aproveita toda a tecnologia que tem acesso para assimilá-la e produzir por conta própria, bem como as vantagens de se fazer fronteira com a China, embora Pequim seja oficialmente obrigada a observar o regime de sanções contra o vizinho.

Pelo que observei, ao menos em Pyongyang o governo está a caminho de instalar uma rede wi-fi para acesso público. Essa é a minha impressão, haja vista o avanço surpreendente que foi a instalação de um ponto de acesso no Hotel Koryo e o uso generalizado de smartphones nas ruas.

Pyongyang precisa ser muito criativa e aproveita toda a tecnologia que tem acesso para assimilá-la e produzir por conta própria, bem como as vantagens de se fazer fronteira com a China.

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Escreva para nós: info@strategic-culture.su

Todos se surpreenderam quando ficamos sabendo que havia sinal de wi-fi no Hotel Koryo. Até a última vez que os estrangeiros haviam estado na República Popular Democrática da Coreia, antes do início da pandemia de COVID-19, só era possível acessar a internet no hotel por um terminal de computadores para enviar e-mails.

Quatro anos se passaram e os primeiros estrangeiros a visitarem oficialmente o país desde que ele começou a ser reaberto ao turismo ficaram encantados em conversar por chamada de vídeo com seus amigos e parentes por U$ 1,70 a cada dez minutos.

Para mim, que nunca havia estado no país, embora pesquisasse há tempos sobre ele, foi uma surpresa ainda maior ver incontáveis cidadãos norte-coreanos passeando nas ruas de Pyongyang com seus smartphones na mão, assistindo a vídeos, enviando mensagens de texto ou conversando ao pé do ouvido.

Existem pelo menos três grandes marcas de smartphones na Coreia do Norte, todas de fabricação nacional: Arirang, Pyongyang Touch e Samtaesong. Ao contrário do que alguns poderiam pensar, seus modelos não devem nada às mais poderosas marcas internacionais. O Samtaesong 8, por exemplo, lançado no ano passado, é equipado com uma câmera dupla traseira e outra frontal e se assemelha bastante com o Samsung Galaxy ou com os modelos da Huawei.

Os aparelhos são vendidos livremente e todos os cidadãos comuns podem comprá-los. Não parece ser verdade a história difundida por alguns veículos de imprensa imperialistas de que os smartphones custam o olho da cara e só os coreanos “privilegiados” conseguem adquiri-los. Eles estão por todo o país, como me disse o meu guia, Ju Myong Won.

Ju tem um Arirang. Me mostra instalados em seu aparelho alguns aplicativos de jogos, de mensagem e de leitura das obras dos líderes Kim Il Sung, Kim Jong Il e Kim Jong Un. O seu aplicativo de mensagem é muito semelhante ao WhatsApp ou ao Telegram, servindo para enviar e receber mensagens instantâneas de texto, foto e vídeo, bem como para conversar por chamadas de áudio ou de vídeo.

O outro guia da delegação de brasileiros, Choe Chol Ryong, gosta de jogar videogame no celular e tem um aplicativo de tradução de texto.

Ju me diz que os coreanos do Norte repassam as músicas e filmes dos computadores públicos para seus aparelhos smartphone e assim podem ouvir suas músicas favoritas e assistir aos seus filmes prediletos em qualquer lugar. Muitos fazem isso no transporte público, enquanto vão ou voltam do trabalho ou da escola. Até os bebês assistem a desenhos animados pelo celular.

Também há um aplicativo de streaming com filmes norte-coreanos e chineses.

As lojas eletrônicas também já se popularizaram ao norte do Paralelo 38. São pelo menos meia dúzia delas, a mais famosa chamada Apnal, que entrega os seus produtos em um prazo de 5 horas para toda a capital. Nas outras cidades também há lojas online locais, me diz Ju.

Além das lojas online e do serviço de streaming, há outras centenas de sites na Intranet coreana – devido ao bloqueio total imposto pelos EUA e às incessantes ameaças de sabotagem e subversão, não é possível manter um contato normal com o resto do mundo, inclusive de forma virtual. Os jornais e demais veículos de imprensa têm seus próprios sites, tal como as fábricas, universidades, associações civis e, obviamente, os órgãos governamentais.

Vi coreanos andando na rua com fones sem fio no ouvido. Vi lojas de produtos eletrônicos. Retrato da modernidade e também da segurança total para os cidadãos é uma mulher passeando sozinha na noite escura e falando ao celular, o que seria extremamente perigoso de se fazer em qualquer cidade do Brasil devido aos enormes riscos de assalto ou mesmo de estupro.

Há também muito mais carros no trânsito de Pyongyang do que as pessoas no mundo capitalista podem imaginar. E carros novos, misturados com modelos das décadas de 70, 80 e 90. Porém, mais carros do século XXI do que do século XX. Vi BMW’s, Mercedes, Volkswagen’s… e há muitos carros também de fabricação nacional: vi muitos Pyeonghwa, Hwiparam, Bbeokgugi (Peokkugi) e Zunma.

A República Popular Democrática da Coreia sofre o pior bloqueio econômico, militar, político, comunicacional, alimentar e humanitário do mundo há 80 anos. O responsável por isso, como sempre, é o governo dos Estados Unidos, que utiliza seus satélites e as Nações Unidas para asfixiar o povo coreano e tentar derrubar o regime socialista. Graças a essa intensa e ilegal campanha de boicote e sabotagem, as relações da Coreia do Norte com o resto do mundo não são normais.

O mesmo vale para o comércio. Por isso causa enorme espanto ver um desenvolvimento tecnológico tal nesse país. Para driblar o bloqueio, Pyongyang precisa ser muito criativa e aproveita toda a tecnologia que tem acesso para assimilá-la e produzir por conta própria, bem como as vantagens de se fazer fronteira com a China, embora Pequim seja oficialmente obrigada a observar o regime de sanções contra o vizinho.

Pelo que observei, ao menos em Pyongyang o governo está a caminho de instalar uma rede wi-fi para acesso público. Essa é a minha impressão, haja vista o avanço surpreendente que foi a instalação de um ponto de acesso no Hotel Koryo e o uso generalizado de smartphones nas ruas.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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June 16, 2024

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