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Eduardo Vasco
September 16, 2024
© Photo: Public domain

Escreva para nós: info@strategic-culture.su

Em 2013, a imprensa internacional noticiou a história de Hyon Song Wol, cantora da banda Pochonbo que teria conhecido Kim dez anos antes e continuado um relacionamento secreto mesmo tendo se casado e sendo mãe de um bebê. Então, num belo dia, Hyon e outras 11 artistas foram presas, acusadas de gravar vídeos pornográficos entre elas e os comercializarem. Apesar do pecado, algumas delas carregavam bíblias consigo, o que, logicamente, é um ato ainda mais pecaminoso na “ditadura norte-coreana”. Três dias depois, todas foram executadas por um pelotão de fuzilamento. Para piorar, seus familiares mais próximos foram obrigados a assistir às execuções, assim como membros de outras bandas proeminentes. E mais: o “regime” considerou que aqueles que presenciaram as execuções eram culpados por associação aos pecadores e foram enviados para campos de concentração! Que ditadura mais monstruosa!

A história trágica e insana teve uma reviravolta no ano seguinte, quando Hyon foi entrevistada pela TV coreana – e, vejam, ela estava viva! O jornal britânico The Independent chamou a aparição de Hyon de “milagrosa” (a ressurreição da cantora deve ter ligação com a bíblia que foi encontrada no meio do bacanal!).

A explicação para a ressurreição milagrosa da cantora, no entanto, não é sobrenatural. Quem havia primeiramente noticiado a história da tragédia das artistas foi o jornal Chosun Ilbo, da Coreia do Sul. As fontes citadas na reportagem do jornal eram todas anônimas. O serviço de desinformação sul-coreana também teve dedo na fabricação da história: pouco após a divulgação da mentira, o chefe da espionagem, Nam Jae Joon, disse que também estava ciente da execução.

O Chosun Ilbo é um grande jornal ultraconservador que atuou como propagandista do Império Japonês durante a ocupação da Coreia e também da ditadura militar que governou o país até o final do século passado. Ele é marcadamente anti-RPDC. Mas não é só isso: ele é conhecido por espalhar notícias falsas sobre Pyongyang. Em 2019, o Chosun Ilbo e a TV Chosun (do mesmo grupo empresarial) noticiaram que Kim Hyok Chol havia sido executado e Kim Yong Chol havia sido condenado a trabalhos forçados. Ambos eram negociadores nucleares da RPDC para as relações com os Estados Unidos e teriam sido punidos porque o processo de aproximação entre RPDC e Estados Unidos não teria sido bem-sucedido. As fontes citadas pelos jornalistas sul-coreanos eram, novamente, anônimas. Poucos dias depois, contudo, Kim Yong Chol apareceu ao lado de Kim Jong Un em um evento transmitido pela TV estatal, uma clara demonstração do prestígio de Yong Chol. O correspondente da CNN em Taipei, Will Ripley, que já viajou para a RPDC em cerca de 20 ocasiões, informou também que Kim Hyok Chol estava vivo.

Apesar do seu histórico de sensacionalismo e notícias falsas, o grupo Chosun continua a ser uma fonte digna de confiança dos grandes meios de comunicação internacionais. No início deste mês, o grupo informou que entre 20 e 30 oficiais do governo haviam sido executados porque não evitaram a morte de 4 mil pessoas nas enchentes que atingiram o norte do país durante o verão. Como sempre, a imprensa brasileira e internacional fizeram questão de espalhar a notícia e O Globo ainda indicou que a TV Chosun é uma “emissora local” da RPDC. E, como sempre, a fonte da informação difundida pela Chosun era anônima, como lembrou o Independent – que, apesar disso, endossou a farsa com declarações de “especialistas” no assunto, todos sul-coreanos e norte-americanos.

O que aconteceu foi bem diferente da farsa montada internacionalmente. No início de agosto, em discurso diante das vítimas das enchentes na província de Phyongan do Norte, Kim Jong Un assumiu para si a responsabilidade que todo o líder deveria ser consciente de ter e anunciou as medidas que o governo tomaria.

Fiquei incomodado porque não consegui ajudá-los muito, apesar da vontade de fazer algo de alguma forma. Embora o país inteiro tenha se voltado para ajudá-los com sinceridade, neste momento eu não posso me sentir senão ansioso e impaciente enquanto eu for incapaz de remover todas as inconveniências que vocês estão experimentando em tendas e em instalações públicas mal mobiliadas.

No mesmo discurso, o líder coreano anunciou que já estavam sendo mobilizados 130 mil jovens e soldados do Exército Popular para reconstruir a infraestrutura em Phyongan do Norte. Também garantiu que todos os estudantes e crianças das áreas atingidas nas províncias de Phyongan do Norte, Jagang e Ryanggang pelos temporais que levaram à cheia do Rio Amnok seriam transferidas para Pyongyang durante a reconstrução das regiões afetadas para ficarem em segurança e dar prosseguimentos aos estudos, tudo às expensas do Estado. No total, ele anunciou que 15.400 pessoas seriam deslocadas temporariamente para a capital do país.

Enfermagem, edificação e educação dos estudantes e outras crianças são as mais importantes de todas as questões de Estado, nunca devendo ser abandonadas, mesmo que o céu venha abaixo. Portanto, o Estado assumirá total responsabilidade por este trabalho durante o período de campanha de reabilitação. E benefícios de cuidados apoiados pelo Estado serão oferecidos em Pyongyang para os idosos e doentes, ex-soldados honrados com deficiência e mães que amamentam, antes que novas casas sejam construídas nas áreas afetadas pelas enchentes.

Kim Jong Un ainda assegurou que aqueles que permanecessem nas cidades afetadas durante a reconstrução de suas moradias, além das tendas onde já estavam abrigados, poderiam guardar seus móveis e demais pertences em locais seguros. Além disso, seriam providenciados banheiros públicos com cabines para banho e depósitos de lixo para eliminar qualquer possibilidade de disseminação de doenças contagiosas. Ele também ressaltou a questão do trabalho voluntário coletivo, uma característica histórica da Revolução Coreana, como meio para resolver o problema: “o trabalho de assistência deve ser conduzido estritamente sob os princípios de voluntariado, nunca de uma maneira forçada ou organizada.”

E foi o que aconteceu. Ainda quando a água começava a baixar, a Brigada de Choque da Juventude Heroica de Paektusan – que recebeu quase 300 mil inscrições de voluntários – foi despachada pelo Partido do Trabalho para remover as pessoas que estavam nas áreas de risco e iniciar o processo de reconstrução. Outra das primeiras medidas foi a restauração do fornecimento de água e eletricidade. As indústrias metalúrgica, siderúrgica e mineira aumentaram a produção para suprir as necessidades das regiões afetadas do norte do país. As fábricas de todas as províncias concentraram sua produção em bens de consumo para os afetados. Um esquema especial de transporte foi montado nas ferrovias para abastecer aquelas regiões com materiais de consumo e construção. Regimentos regionais da militância do PTC foram enviados às províncias atingidas. Todos os setores da sociedade foram mobilizados para ajudar na reconstrução. Além dos voluntários, aos quais se juntaram operários e soldados para reformar e reconstruir edifícios, estradas e pontes, profissionais das mais diversas áreas de atuação também foram enviados para as localidades, como médicos, cientistas da Academia de Ciências e conjuntos artísticos.

Em Pyongyang, às crianças e adultos momentaneamente deslocados das áreas de risco do norte do país foram oferecidos passeios a locais turísticos e de lazer, como circos, teatros, museus, zoológicos, parques aquáticos, a colina e o Palácio das Crianças de Mangyongdae e o Complexo de Ciência e Tecnologia. Também estão sendo celebradas festas de aniversário coletivas para aquelas pessoas. Todo o processo está sendo acompanhado e noticiado diariamente pela imprensa coreana.

O governo da RPDC estimou que a reconstrução será concluída em um prazo de até três meses. Pela mobilização inacreditável de forças humanas e materiais que está sendo realizada, é muito provável que esse curtíssimo prazo seja realmente cumprido. Enquanto isso, resta à propaganda canalha dos inimigos da RPDC (e do mundo todo) destilar suas mentiras rasteiras. O cães ladram e a caravana passa.

Kim Jong Un mandou executar 30 funcionários? Mais uma fake news sobre a Coreia do Norte

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Em 2013, a imprensa internacional noticiou a história de Hyon Song Wol, cantora da banda Pochonbo que teria conhecido Kim dez anos antes e continuado um relacionamento secreto mesmo tendo se casado e sendo mãe de um bebê. Então, num belo dia, Hyon e outras 11 artistas foram presas, acusadas de gravar vídeos pornográficos entre elas e os comercializarem. Apesar do pecado, algumas delas carregavam bíblias consigo, o que, logicamente, é um ato ainda mais pecaminoso na “ditadura norte-coreana”. Três dias depois, todas foram executadas por um pelotão de fuzilamento. Para piorar, seus familiares mais próximos foram obrigados a assistir às execuções, assim como membros de outras bandas proeminentes. E mais: o “regime” considerou que aqueles que presenciaram as execuções eram culpados por associação aos pecadores e foram enviados para campos de concentração! Que ditadura mais monstruosa!

A história trágica e insana teve uma reviravolta no ano seguinte, quando Hyon foi entrevistada pela TV coreana – e, vejam, ela estava viva! O jornal britânico The Independent chamou a aparição de Hyon de “milagrosa” (a ressurreição da cantora deve ter ligação com a bíblia que foi encontrada no meio do bacanal!).

A explicação para a ressurreição milagrosa da cantora, no entanto, não é sobrenatural. Quem havia primeiramente noticiado a história da tragédia das artistas foi o jornal Chosun Ilbo, da Coreia do Sul. As fontes citadas na reportagem do jornal eram todas anônimas. O serviço de desinformação sul-coreana também teve dedo na fabricação da história: pouco após a divulgação da mentira, o chefe da espionagem, Nam Jae Joon, disse que também estava ciente da execução.

O Chosun Ilbo é um grande jornal ultraconservador que atuou como propagandista do Império Japonês durante a ocupação da Coreia e também da ditadura militar que governou o país até o final do século passado. Ele é marcadamente anti-RPDC. Mas não é só isso: ele é conhecido por espalhar notícias falsas sobre Pyongyang. Em 2019, o Chosun Ilbo e a TV Chosun (do mesmo grupo empresarial) noticiaram que Kim Hyok Chol havia sido executado e Kim Yong Chol havia sido condenado a trabalhos forçados. Ambos eram negociadores nucleares da RPDC para as relações com os Estados Unidos e teriam sido punidos porque o processo de aproximação entre RPDC e Estados Unidos não teria sido bem-sucedido. As fontes citadas pelos jornalistas sul-coreanos eram, novamente, anônimas. Poucos dias depois, contudo, Kim Yong Chol apareceu ao lado de Kim Jong Un em um evento transmitido pela TV estatal, uma clara demonstração do prestígio de Yong Chol. O correspondente da CNN em Taipei, Will Ripley, que já viajou para a RPDC em cerca de 20 ocasiões, informou também que Kim Hyok Chol estava vivo.

Apesar do seu histórico de sensacionalismo e notícias falsas, o grupo Chosun continua a ser uma fonte digna de confiança dos grandes meios de comunicação internacionais. No início deste mês, o grupo informou que entre 20 e 30 oficiais do governo haviam sido executados porque não evitaram a morte de 4 mil pessoas nas enchentes que atingiram o norte do país durante o verão. Como sempre, a imprensa brasileira e internacional fizeram questão de espalhar a notícia e O Globo ainda indicou que a TV Chosun é uma “emissora local” da RPDC. E, como sempre, a fonte da informação difundida pela Chosun era anônima, como lembrou o Independent – que, apesar disso, endossou a farsa com declarações de “especialistas” no assunto, todos sul-coreanos e norte-americanos.

O que aconteceu foi bem diferente da farsa montada internacionalmente. No início de agosto, em discurso diante das vítimas das enchentes na província de Phyongan do Norte, Kim Jong Un assumiu para si a responsabilidade que todo o líder deveria ser consciente de ter e anunciou as medidas que o governo tomaria.

Fiquei incomodado porque não consegui ajudá-los muito, apesar da vontade de fazer algo de alguma forma. Embora o país inteiro tenha se voltado para ajudá-los com sinceridade, neste momento eu não posso me sentir senão ansioso e impaciente enquanto eu for incapaz de remover todas as inconveniências que vocês estão experimentando em tendas e em instalações públicas mal mobiliadas.

No mesmo discurso, o líder coreano anunciou que já estavam sendo mobilizados 130 mil jovens e soldados do Exército Popular para reconstruir a infraestrutura em Phyongan do Norte. Também garantiu que todos os estudantes e crianças das áreas atingidas nas províncias de Phyongan do Norte, Jagang e Ryanggang pelos temporais que levaram à cheia do Rio Amnok seriam transferidas para Pyongyang durante a reconstrução das regiões afetadas para ficarem em segurança e dar prosseguimentos aos estudos, tudo às expensas do Estado. No total, ele anunciou que 15.400 pessoas seriam deslocadas temporariamente para a capital do país.

Enfermagem, edificação e educação dos estudantes e outras crianças são as mais importantes de todas as questões de Estado, nunca devendo ser abandonadas, mesmo que o céu venha abaixo. Portanto, o Estado assumirá total responsabilidade por este trabalho durante o período de campanha de reabilitação. E benefícios de cuidados apoiados pelo Estado serão oferecidos em Pyongyang para os idosos e doentes, ex-soldados honrados com deficiência e mães que amamentam, antes que novas casas sejam construídas nas áreas afetadas pelas enchentes.

Kim Jong Un ainda assegurou que aqueles que permanecessem nas cidades afetadas durante a reconstrução de suas moradias, além das tendas onde já estavam abrigados, poderiam guardar seus móveis e demais pertences em locais seguros. Além disso, seriam providenciados banheiros públicos com cabines para banho e depósitos de lixo para eliminar qualquer possibilidade de disseminação de doenças contagiosas. Ele também ressaltou a questão do trabalho voluntário coletivo, uma característica histórica da Revolução Coreana, como meio para resolver o problema: “o trabalho de assistência deve ser conduzido estritamente sob os princípios de voluntariado, nunca de uma maneira forçada ou organizada.”

E foi o que aconteceu. Ainda quando a água começava a baixar, a Brigada de Choque da Juventude Heroica de Paektusan – que recebeu quase 300 mil inscrições de voluntários – foi despachada pelo Partido do Trabalho para remover as pessoas que estavam nas áreas de risco e iniciar o processo de reconstrução. Outra das primeiras medidas foi a restauração do fornecimento de água e eletricidade. As indústrias metalúrgica, siderúrgica e mineira aumentaram a produção para suprir as necessidades das regiões afetadas do norte do país. As fábricas de todas as províncias concentraram sua produção em bens de consumo para os afetados. Um esquema especial de transporte foi montado nas ferrovias para abastecer aquelas regiões com materiais de consumo e construção. Regimentos regionais da militância do PTC foram enviados às províncias atingidas. Todos os setores da sociedade foram mobilizados para ajudar na reconstrução. Além dos voluntários, aos quais se juntaram operários e soldados para reformar e reconstruir edifícios, estradas e pontes, profissionais das mais diversas áreas de atuação também foram enviados para as localidades, como médicos, cientistas da Academia de Ciências e conjuntos artísticos.

Em Pyongyang, às crianças e adultos momentaneamente deslocados das áreas de risco do norte do país foram oferecidos passeios a locais turísticos e de lazer, como circos, teatros, museus, zoológicos, parques aquáticos, a colina e o Palácio das Crianças de Mangyongdae e o Complexo de Ciência e Tecnologia. Também estão sendo celebradas festas de aniversário coletivas para aquelas pessoas. Todo o processo está sendo acompanhado e noticiado diariamente pela imprensa coreana.

O governo da RPDC estimou que a reconstrução será concluída em um prazo de até três meses. Pela mobilização inacreditável de forças humanas e materiais que está sendo realizada, é muito provável que esse curtíssimo prazo seja realmente cumprido. Enquanto isso, resta à propaganda canalha dos inimigos da RPDC (e do mundo todo) destilar suas mentiras rasteiras. O cães ladram e a caravana passa.

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Em 2013, a imprensa internacional noticiou a história de Hyon Song Wol, cantora da banda Pochonbo que teria conhecido Kim dez anos antes e continuado um relacionamento secreto mesmo tendo se casado e sendo mãe de um bebê. Então, num belo dia, Hyon e outras 11 artistas foram presas, acusadas de gravar vídeos pornográficos entre elas e os comercializarem. Apesar do pecado, algumas delas carregavam bíblias consigo, o que, logicamente, é um ato ainda mais pecaminoso na “ditadura norte-coreana”. Três dias depois, todas foram executadas por um pelotão de fuzilamento. Para piorar, seus familiares mais próximos foram obrigados a assistir às execuções, assim como membros de outras bandas proeminentes. E mais: o “regime” considerou que aqueles que presenciaram as execuções eram culpados por associação aos pecadores e foram enviados para campos de concentração! Que ditadura mais monstruosa!

A história trágica e insana teve uma reviravolta no ano seguinte, quando Hyon foi entrevistada pela TV coreana – e, vejam, ela estava viva! O jornal britânico The Independent chamou a aparição de Hyon de “milagrosa” (a ressurreição da cantora deve ter ligação com a bíblia que foi encontrada no meio do bacanal!).

A explicação para a ressurreição milagrosa da cantora, no entanto, não é sobrenatural. Quem havia primeiramente noticiado a história da tragédia das artistas foi o jornal Chosun Ilbo, da Coreia do Sul. As fontes citadas na reportagem do jornal eram todas anônimas. O serviço de desinformação sul-coreana também teve dedo na fabricação da história: pouco após a divulgação da mentira, o chefe da espionagem, Nam Jae Joon, disse que também estava ciente da execução.

O Chosun Ilbo é um grande jornal ultraconservador que atuou como propagandista do Império Japonês durante a ocupação da Coreia e também da ditadura militar que governou o país até o final do século passado. Ele é marcadamente anti-RPDC. Mas não é só isso: ele é conhecido por espalhar notícias falsas sobre Pyongyang. Em 2019, o Chosun Ilbo e a TV Chosun (do mesmo grupo empresarial) noticiaram que Kim Hyok Chol havia sido executado e Kim Yong Chol havia sido condenado a trabalhos forçados. Ambos eram negociadores nucleares da RPDC para as relações com os Estados Unidos e teriam sido punidos porque o processo de aproximação entre RPDC e Estados Unidos não teria sido bem-sucedido. As fontes citadas pelos jornalistas sul-coreanos eram, novamente, anônimas. Poucos dias depois, contudo, Kim Yong Chol apareceu ao lado de Kim Jong Un em um evento transmitido pela TV estatal, uma clara demonstração do prestígio de Yong Chol. O correspondente da CNN em Taipei, Will Ripley, que já viajou para a RPDC em cerca de 20 ocasiões, informou também que Kim Hyok Chol estava vivo.

Apesar do seu histórico de sensacionalismo e notícias falsas, o grupo Chosun continua a ser uma fonte digna de confiança dos grandes meios de comunicação internacionais. No início deste mês, o grupo informou que entre 20 e 30 oficiais do governo haviam sido executados porque não evitaram a morte de 4 mil pessoas nas enchentes que atingiram o norte do país durante o verão. Como sempre, a imprensa brasileira e internacional fizeram questão de espalhar a notícia e O Globo ainda indicou que a TV Chosun é uma “emissora local” da RPDC. E, como sempre, a fonte da informação difundida pela Chosun era anônima, como lembrou o Independent – que, apesar disso, endossou a farsa com declarações de “especialistas” no assunto, todos sul-coreanos e norte-americanos.

O que aconteceu foi bem diferente da farsa montada internacionalmente. No início de agosto, em discurso diante das vítimas das enchentes na província de Phyongan do Norte, Kim Jong Un assumiu para si a responsabilidade que todo o líder deveria ser consciente de ter e anunciou as medidas que o governo tomaria.

Fiquei incomodado porque não consegui ajudá-los muito, apesar da vontade de fazer algo de alguma forma. Embora o país inteiro tenha se voltado para ajudá-los com sinceridade, neste momento eu não posso me sentir senão ansioso e impaciente enquanto eu for incapaz de remover todas as inconveniências que vocês estão experimentando em tendas e em instalações públicas mal mobiliadas.

No mesmo discurso, o líder coreano anunciou que já estavam sendo mobilizados 130 mil jovens e soldados do Exército Popular para reconstruir a infraestrutura em Phyongan do Norte. Também garantiu que todos os estudantes e crianças das áreas atingidas nas províncias de Phyongan do Norte, Jagang e Ryanggang pelos temporais que levaram à cheia do Rio Amnok seriam transferidas para Pyongyang durante a reconstrução das regiões afetadas para ficarem em segurança e dar prosseguimentos aos estudos, tudo às expensas do Estado. No total, ele anunciou que 15.400 pessoas seriam deslocadas temporariamente para a capital do país.

Enfermagem, edificação e educação dos estudantes e outras crianças são as mais importantes de todas as questões de Estado, nunca devendo ser abandonadas, mesmo que o céu venha abaixo. Portanto, o Estado assumirá total responsabilidade por este trabalho durante o período de campanha de reabilitação. E benefícios de cuidados apoiados pelo Estado serão oferecidos em Pyongyang para os idosos e doentes, ex-soldados honrados com deficiência e mães que amamentam, antes que novas casas sejam construídas nas áreas afetadas pelas enchentes.

Kim Jong Un ainda assegurou que aqueles que permanecessem nas cidades afetadas durante a reconstrução de suas moradias, além das tendas onde já estavam abrigados, poderiam guardar seus móveis e demais pertences em locais seguros. Além disso, seriam providenciados banheiros públicos com cabines para banho e depósitos de lixo para eliminar qualquer possibilidade de disseminação de doenças contagiosas. Ele também ressaltou a questão do trabalho voluntário coletivo, uma característica histórica da Revolução Coreana, como meio para resolver o problema: “o trabalho de assistência deve ser conduzido estritamente sob os princípios de voluntariado, nunca de uma maneira forçada ou organizada.”

E foi o que aconteceu. Ainda quando a água começava a baixar, a Brigada de Choque da Juventude Heroica de Paektusan – que recebeu quase 300 mil inscrições de voluntários – foi despachada pelo Partido do Trabalho para remover as pessoas que estavam nas áreas de risco e iniciar o processo de reconstrução. Outra das primeiras medidas foi a restauração do fornecimento de água e eletricidade. As indústrias metalúrgica, siderúrgica e mineira aumentaram a produção para suprir as necessidades das regiões afetadas do norte do país. As fábricas de todas as províncias concentraram sua produção em bens de consumo para os afetados. Um esquema especial de transporte foi montado nas ferrovias para abastecer aquelas regiões com materiais de consumo e construção. Regimentos regionais da militância do PTC foram enviados às províncias atingidas. Todos os setores da sociedade foram mobilizados para ajudar na reconstrução. Além dos voluntários, aos quais se juntaram operários e soldados para reformar e reconstruir edifícios, estradas e pontes, profissionais das mais diversas áreas de atuação também foram enviados para as localidades, como médicos, cientistas da Academia de Ciências e conjuntos artísticos.

Em Pyongyang, às crianças e adultos momentaneamente deslocados das áreas de risco do norte do país foram oferecidos passeios a locais turísticos e de lazer, como circos, teatros, museus, zoológicos, parques aquáticos, a colina e o Palácio das Crianças de Mangyongdae e o Complexo de Ciência e Tecnologia. Também estão sendo celebradas festas de aniversário coletivas para aquelas pessoas. Todo o processo está sendo acompanhado e noticiado diariamente pela imprensa coreana.

O governo da RPDC estimou que a reconstrução será concluída em um prazo de até três meses. Pela mobilização inacreditável de forças humanas e materiais que está sendo realizada, é muito provável que esse curtíssimo prazo seja realmente cumprido. Enquanto isso, resta à propaganda canalha dos inimigos da RPDC (e do mundo todo) destilar suas mentiras rasteiras. O cães ladram e a caravana passa.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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