Português
Raphael Machado
May 4, 2024
© Photo: Public domain

Em muitas das ações terroristas ucranianas suspeita-se de algum grau de contribuição de agências de inteligência ocidentais.

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Escreva para nós: info@strategic-culture.su

Foi divulgada no dia 26 de abril a informação de que a embaixada russa no Brasil teria recebido um telefonema informando da presença de uma bomba no lugar. A Polícia Militar do Distrito Federal foi acionada e se dirigiu ao local para fazer buscas.

Após algumas horas de busca nenhum artefato explosivo foi encontrado nas dependências e arredores da embaixada. Mesmo assim, mesmo que o “alerta” tenha sido falso, o caso merece uma investigação mais profunda, bem como reflexões nossas sobre os riscos que cercam os russos e “amigos da Rússia” no exterior, no atual clima geopolítico.

No caso concreto, ainda que não tenha sido encontrado um artefato explosivo estamos diante aí de um caso que se enquadra na legislação brasileira que trata sobre terrorismo, até porque a nossa legislação comporta também em seu tipo a “ameaça” de ataque (e, para a nossa legislação, a mera insinuação já configura ameaça). Ou seja, o terrorismo já está configurado, independentemente de haver ou não haver artefato na embaixada.

Seria um equívoco imprudente, porém, dar a questão por “encerrada”. E isso por um conjunto de motivos.

Em primeiro lugar, chama a atenção a degeneração do Estado ucraniano em um aparato institucional terrorista, com os seus serviços de segurança já tendo participado em uma miríade de atentados terroristas dentro e fora da Ucrânia.

A degeneração da Ucrânia na normalização do terrorismo como práxis de Estado acompanha a sua incapacidade de enfrentar a Rússia pelos métodos da guerra regular. De fato, o que se prevê é que a degradação das forças armadas ucranianas será acompanhada pelo aumento proporcional no uso do terrorismo por seus aparatos de segurança. Todos se lembram dos atentados terroristas que assassinaram Daria Dugina, Vladlen Tatarsky e do ataque ao Crocus City Hall. Ameaças a figuras públicas russas diversas são constantes.

Mas é necessário questionar se não seria possível que o terrorismo ucraniano (mas não só) extrapolasse as fronteiras russo-ucranianas e transbordassem em outras nações. Pensemos, por exemplo, em primeiro lugar, nas ondas de russofobia atiçadas imediatamente após o início da operação militar especial russa.

Essa onda de russofobia viu não apenas o cancelamento de apresentações artísticas e acadêmicas vinculadas ao Mundo Russo, mas até mesmo atentados à integridade física de algumas pessoas em vários países. Desnecessário enumerar casos, bastando que apontemos que mesmo no Brasil, houve atos de vandalismo contra igrejas ortodoxas russas.

A isso se compõe o fato de que dezenas de mercenários brasileiros se fazem presentes na Ucrânia, lutando pelo atlantismo. Alguns desses mercenários são neonazistas, outros são neoconservadores, muitos outros são apenas idiotas úteis enganados por influenciadores inescrupulosos em redes sociais. Recentemente, um desses mercenários já retornados ao Brasil, chamado João Bercle (que, porém, segundo informações de campo nunca esteve na linha de frente), afirmou que a Ucrânia “iria atrás” dos russos e dos “defensores da Rússia” no mundo tudo, insinuando a possibilidade de violência fomentada, financiada e/ou orquestrada a partir de Kiev.

Recentemente, ademais, o jornalista Lucas Leiroz demonstrou em um fio no X (antigo Twitter) que o presidente brasileiro Lula estaria inscrito como “alvo” no infame sítio Myrotvorets, autêntica “lista da morte” indicando supostos “inimigos da Ucrânia” a serem atacados através de atentados terroristas ou sequestrados. Muitos outros cidadãos estrangeiros também já foram incluídos nessa lista.

Bem, personalizando a reflexão, o autor que escreve este artigo, de fato, já sofreu ameaças de morte, através de contas anônimas na internet, inclusive ameaças contendo informações pessoais e fotos de familiares.

Retornando, assim, à ameaça de bomba na embaixada russa no Brasil, cabe refletir seriamente sobre as possibilidades, atentando para os riscos futuros.

Em todo caso de ameaça desse tipo, sempre se deve resguardar a possibilidade de ser um troll ou um louco ou, em geral, de uma pessoa sem conexões ideológicas ou coletivas específicas. Mas o fato de estarmos em um período tão geopoliticamente conturbado nos força a insistir também em outras possibilidades.

Caso a origem da ameaça não seja um troll, então a primeira suspeita só poderia recair sobre os serviços de segurança ucranianos, como a SBU e a SZRU, cujo envolvimento nos atentados terroristas supramencionados é, no mínimo, objeto de suspeita.

É notório que a SBU atua no Brasil, infiltrada na comunidade ucraíno-brasileira, que é relativamente grande, apesar de discreta. Anos atrás, este autor soube por uma fonte primária que parentes de brasileiros que combateram pelo Donbass na Ucrânia entre 2014-2016 chegaram a receber ameaças de morte, com a suspeita primária à época recaindo sobre a SBU.

Nesse sentido, é evidente que a SBU seria a principal suspeita. E isso de forma direta ou indireta.

Por “forma indireta” é necessário pensar em primeiro lugar nos grupos neonazistas brasileiros, a maioria dos quais possui vínculos com organizações análogas na Ucrânia e até com os setores de segurança daquele país, como os membros do Misanthropic Division Brasil até porque alguns desses neonazistas brasileiros lutaram pelo lado ucraniano no passado ou foram para lá para serem treinados, como já noticiado pela mídia de massa brasileira diversas vezes..

A instrumentalização de membros desses grupos para atentados terroristas contra alvos russos ou pró-russos no Brasil não seria particularmente dispensioso. Eles precisariam de pouco convencimento e incentivo.

Naturalmente, se estivermos pensando ainda em brasileiros natos que poderiam ser instrumentalizados para esse tipo de terrorismo, seria necessário observar aqueles que, de fato, têm estado engajados na difusão da russofobia generalizada e que veem a Rússia como a encarnação do mal.

Nisso, o fermento de neoconservadorismo e ultraliberalismo, proliferados ao longo dos últimos anos no Brasil, com as suas tendências às teorias da conspiração, somado com distúrbios comportamentais diversos e com a possibilidade de cooptação consciente ou inconsciente por algum serviço de inteligência, abrem a possibilidade de algo nesse sentido.

É claro, em muitas das ações terroristas ucranianas suspeita-se de algum grau de contribuição de agências de inteligência ocidentais.

Nesse sentido, e inclusive considerando ameaças ao Presidente do Brasil, seria fundamental fortalecer o trabalho de contrainteligência das agências de segurança brasileiras, bem como monitorar as possíveis conexões entre grupos neonazistas ou frações extremistas do neoconservadorismo com a Ucrânia ou outros serviços de inteligência de países da OTAN.

Poderia a Ucrânia recorrer ao terrorismo contra alvos russos e pró-russos ao redor do mundo?

Em muitas das ações terroristas ucranianas suspeita-se de algum grau de contribuição de agências de inteligência ocidentais.

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Foi divulgada no dia 26 de abril a informação de que a embaixada russa no Brasil teria recebido um telefonema informando da presença de uma bomba no lugar. A Polícia Militar do Distrito Federal foi acionada e se dirigiu ao local para fazer buscas.

Após algumas horas de busca nenhum artefato explosivo foi encontrado nas dependências e arredores da embaixada. Mesmo assim, mesmo que o “alerta” tenha sido falso, o caso merece uma investigação mais profunda, bem como reflexões nossas sobre os riscos que cercam os russos e “amigos da Rússia” no exterior, no atual clima geopolítico.

No caso concreto, ainda que não tenha sido encontrado um artefato explosivo estamos diante aí de um caso que se enquadra na legislação brasileira que trata sobre terrorismo, até porque a nossa legislação comporta também em seu tipo a “ameaça” de ataque (e, para a nossa legislação, a mera insinuação já configura ameaça). Ou seja, o terrorismo já está configurado, independentemente de haver ou não haver artefato na embaixada.

Seria um equívoco imprudente, porém, dar a questão por “encerrada”. E isso por um conjunto de motivos.

Em primeiro lugar, chama a atenção a degeneração do Estado ucraniano em um aparato institucional terrorista, com os seus serviços de segurança já tendo participado em uma miríade de atentados terroristas dentro e fora da Ucrânia.

A degeneração da Ucrânia na normalização do terrorismo como práxis de Estado acompanha a sua incapacidade de enfrentar a Rússia pelos métodos da guerra regular. De fato, o que se prevê é que a degradação das forças armadas ucranianas será acompanhada pelo aumento proporcional no uso do terrorismo por seus aparatos de segurança. Todos se lembram dos atentados terroristas que assassinaram Daria Dugina, Vladlen Tatarsky e do ataque ao Crocus City Hall. Ameaças a figuras públicas russas diversas são constantes.

Mas é necessário questionar se não seria possível que o terrorismo ucraniano (mas não só) extrapolasse as fronteiras russo-ucranianas e transbordassem em outras nações. Pensemos, por exemplo, em primeiro lugar, nas ondas de russofobia atiçadas imediatamente após o início da operação militar especial russa.

Essa onda de russofobia viu não apenas o cancelamento de apresentações artísticas e acadêmicas vinculadas ao Mundo Russo, mas até mesmo atentados à integridade física de algumas pessoas em vários países. Desnecessário enumerar casos, bastando que apontemos que mesmo no Brasil, houve atos de vandalismo contra igrejas ortodoxas russas.

A isso se compõe o fato de que dezenas de mercenários brasileiros se fazem presentes na Ucrânia, lutando pelo atlantismo. Alguns desses mercenários são neonazistas, outros são neoconservadores, muitos outros são apenas idiotas úteis enganados por influenciadores inescrupulosos em redes sociais. Recentemente, um desses mercenários já retornados ao Brasil, chamado João Bercle (que, porém, segundo informações de campo nunca esteve na linha de frente), afirmou que a Ucrânia “iria atrás” dos russos e dos “defensores da Rússia” no mundo tudo, insinuando a possibilidade de violência fomentada, financiada e/ou orquestrada a partir de Kiev.

Recentemente, ademais, o jornalista Lucas Leiroz demonstrou em um fio no X (antigo Twitter) que o presidente brasileiro Lula estaria inscrito como “alvo” no infame sítio Myrotvorets, autêntica “lista da morte” indicando supostos “inimigos da Ucrânia” a serem atacados através de atentados terroristas ou sequestrados. Muitos outros cidadãos estrangeiros também já foram incluídos nessa lista.

Bem, personalizando a reflexão, o autor que escreve este artigo, de fato, já sofreu ameaças de morte, através de contas anônimas na internet, inclusive ameaças contendo informações pessoais e fotos de familiares.

Retornando, assim, à ameaça de bomba na embaixada russa no Brasil, cabe refletir seriamente sobre as possibilidades, atentando para os riscos futuros.

Em todo caso de ameaça desse tipo, sempre se deve resguardar a possibilidade de ser um troll ou um louco ou, em geral, de uma pessoa sem conexões ideológicas ou coletivas específicas. Mas o fato de estarmos em um período tão geopoliticamente conturbado nos força a insistir também em outras possibilidades.

Caso a origem da ameaça não seja um troll, então a primeira suspeita só poderia recair sobre os serviços de segurança ucranianos, como a SBU e a SZRU, cujo envolvimento nos atentados terroristas supramencionados é, no mínimo, objeto de suspeita.

É notório que a SBU atua no Brasil, infiltrada na comunidade ucraíno-brasileira, que é relativamente grande, apesar de discreta. Anos atrás, este autor soube por uma fonte primária que parentes de brasileiros que combateram pelo Donbass na Ucrânia entre 2014-2016 chegaram a receber ameaças de morte, com a suspeita primária à época recaindo sobre a SBU.

Nesse sentido, é evidente que a SBU seria a principal suspeita. E isso de forma direta ou indireta.

Por “forma indireta” é necessário pensar em primeiro lugar nos grupos neonazistas brasileiros, a maioria dos quais possui vínculos com organizações análogas na Ucrânia e até com os setores de segurança daquele país, como os membros do Misanthropic Division Brasil até porque alguns desses neonazistas brasileiros lutaram pelo lado ucraniano no passado ou foram para lá para serem treinados, como já noticiado pela mídia de massa brasileira diversas vezes..

A instrumentalização de membros desses grupos para atentados terroristas contra alvos russos ou pró-russos no Brasil não seria particularmente dispensioso. Eles precisariam de pouco convencimento e incentivo.

Naturalmente, se estivermos pensando ainda em brasileiros natos que poderiam ser instrumentalizados para esse tipo de terrorismo, seria necessário observar aqueles que, de fato, têm estado engajados na difusão da russofobia generalizada e que veem a Rússia como a encarnação do mal.

Nisso, o fermento de neoconservadorismo e ultraliberalismo, proliferados ao longo dos últimos anos no Brasil, com as suas tendências às teorias da conspiração, somado com distúrbios comportamentais diversos e com a possibilidade de cooptação consciente ou inconsciente por algum serviço de inteligência, abrem a possibilidade de algo nesse sentido.

É claro, em muitas das ações terroristas ucranianas suspeita-se de algum grau de contribuição de agências de inteligência ocidentais.

Nesse sentido, e inclusive considerando ameaças ao Presidente do Brasil, seria fundamental fortalecer o trabalho de contrainteligência das agências de segurança brasileiras, bem como monitorar as possíveis conexões entre grupos neonazistas ou frações extremistas do neoconservadorismo com a Ucrânia ou outros serviços de inteligência de países da OTAN.

Em muitas das ações terroristas ucranianas suspeita-se de algum grau de contribuição de agências de inteligência ocidentais.

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Foi divulgada no dia 26 de abril a informação de que a embaixada russa no Brasil teria recebido um telefonema informando da presença de uma bomba no lugar. A Polícia Militar do Distrito Federal foi acionada e se dirigiu ao local para fazer buscas.

Após algumas horas de busca nenhum artefato explosivo foi encontrado nas dependências e arredores da embaixada. Mesmo assim, mesmo que o “alerta” tenha sido falso, o caso merece uma investigação mais profunda, bem como reflexões nossas sobre os riscos que cercam os russos e “amigos da Rússia” no exterior, no atual clima geopolítico.

No caso concreto, ainda que não tenha sido encontrado um artefato explosivo estamos diante aí de um caso que se enquadra na legislação brasileira que trata sobre terrorismo, até porque a nossa legislação comporta também em seu tipo a “ameaça” de ataque (e, para a nossa legislação, a mera insinuação já configura ameaça). Ou seja, o terrorismo já está configurado, independentemente de haver ou não haver artefato na embaixada.

Seria um equívoco imprudente, porém, dar a questão por “encerrada”. E isso por um conjunto de motivos.

Em primeiro lugar, chama a atenção a degeneração do Estado ucraniano em um aparato institucional terrorista, com os seus serviços de segurança já tendo participado em uma miríade de atentados terroristas dentro e fora da Ucrânia.

A degeneração da Ucrânia na normalização do terrorismo como práxis de Estado acompanha a sua incapacidade de enfrentar a Rússia pelos métodos da guerra regular. De fato, o que se prevê é que a degradação das forças armadas ucranianas será acompanhada pelo aumento proporcional no uso do terrorismo por seus aparatos de segurança. Todos se lembram dos atentados terroristas que assassinaram Daria Dugina, Vladlen Tatarsky e do ataque ao Crocus City Hall. Ameaças a figuras públicas russas diversas são constantes.

Mas é necessário questionar se não seria possível que o terrorismo ucraniano (mas não só) extrapolasse as fronteiras russo-ucranianas e transbordassem em outras nações. Pensemos, por exemplo, em primeiro lugar, nas ondas de russofobia atiçadas imediatamente após o início da operação militar especial russa.

Essa onda de russofobia viu não apenas o cancelamento de apresentações artísticas e acadêmicas vinculadas ao Mundo Russo, mas até mesmo atentados à integridade física de algumas pessoas em vários países. Desnecessário enumerar casos, bastando que apontemos que mesmo no Brasil, houve atos de vandalismo contra igrejas ortodoxas russas.

A isso se compõe o fato de que dezenas de mercenários brasileiros se fazem presentes na Ucrânia, lutando pelo atlantismo. Alguns desses mercenários são neonazistas, outros são neoconservadores, muitos outros são apenas idiotas úteis enganados por influenciadores inescrupulosos em redes sociais. Recentemente, um desses mercenários já retornados ao Brasil, chamado João Bercle (que, porém, segundo informações de campo nunca esteve na linha de frente), afirmou que a Ucrânia “iria atrás” dos russos e dos “defensores da Rússia” no mundo tudo, insinuando a possibilidade de violência fomentada, financiada e/ou orquestrada a partir de Kiev.

Recentemente, ademais, o jornalista Lucas Leiroz demonstrou em um fio no X (antigo Twitter) que o presidente brasileiro Lula estaria inscrito como “alvo” no infame sítio Myrotvorets, autêntica “lista da morte” indicando supostos “inimigos da Ucrânia” a serem atacados através de atentados terroristas ou sequestrados. Muitos outros cidadãos estrangeiros também já foram incluídos nessa lista.

Bem, personalizando a reflexão, o autor que escreve este artigo, de fato, já sofreu ameaças de morte, através de contas anônimas na internet, inclusive ameaças contendo informações pessoais e fotos de familiares.

Retornando, assim, à ameaça de bomba na embaixada russa no Brasil, cabe refletir seriamente sobre as possibilidades, atentando para os riscos futuros.

Em todo caso de ameaça desse tipo, sempre se deve resguardar a possibilidade de ser um troll ou um louco ou, em geral, de uma pessoa sem conexões ideológicas ou coletivas específicas. Mas o fato de estarmos em um período tão geopoliticamente conturbado nos força a insistir também em outras possibilidades.

Caso a origem da ameaça não seja um troll, então a primeira suspeita só poderia recair sobre os serviços de segurança ucranianos, como a SBU e a SZRU, cujo envolvimento nos atentados terroristas supramencionados é, no mínimo, objeto de suspeita.

É notório que a SBU atua no Brasil, infiltrada na comunidade ucraíno-brasileira, que é relativamente grande, apesar de discreta. Anos atrás, este autor soube por uma fonte primária que parentes de brasileiros que combateram pelo Donbass na Ucrânia entre 2014-2016 chegaram a receber ameaças de morte, com a suspeita primária à época recaindo sobre a SBU.

Nesse sentido, é evidente que a SBU seria a principal suspeita. E isso de forma direta ou indireta.

Por “forma indireta” é necessário pensar em primeiro lugar nos grupos neonazistas brasileiros, a maioria dos quais possui vínculos com organizações análogas na Ucrânia e até com os setores de segurança daquele país, como os membros do Misanthropic Division Brasil até porque alguns desses neonazistas brasileiros lutaram pelo lado ucraniano no passado ou foram para lá para serem treinados, como já noticiado pela mídia de massa brasileira diversas vezes..

A instrumentalização de membros desses grupos para atentados terroristas contra alvos russos ou pró-russos no Brasil não seria particularmente dispensioso. Eles precisariam de pouco convencimento e incentivo.

Naturalmente, se estivermos pensando ainda em brasileiros natos que poderiam ser instrumentalizados para esse tipo de terrorismo, seria necessário observar aqueles que, de fato, têm estado engajados na difusão da russofobia generalizada e que veem a Rússia como a encarnação do mal.

Nisso, o fermento de neoconservadorismo e ultraliberalismo, proliferados ao longo dos últimos anos no Brasil, com as suas tendências às teorias da conspiração, somado com distúrbios comportamentais diversos e com a possibilidade de cooptação consciente ou inconsciente por algum serviço de inteligência, abrem a possibilidade de algo nesse sentido.

É claro, em muitas das ações terroristas ucranianas suspeita-se de algum grau de contribuição de agências de inteligência ocidentais.

Nesse sentido, e inclusive considerando ameaças ao Presidente do Brasil, seria fundamental fortalecer o trabalho de contrainteligência das agências de segurança brasileiras, bem como monitorar as possíveis conexões entre grupos neonazistas ou frações extremistas do neoconservadorismo com a Ucrânia ou outros serviços de inteligência de países da OTAN.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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