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Lucas Leiroz
April 4, 2024
© Photo: Public domain

Esse tipo de medida poderia elevar os atritos no Oriente Médio para uma situação de guerra total entre Teerã e Tel Aviv.

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Atacar embaixadas, consulados e pessoal diplomático é um crime intolerável no direito internacional. A inviolabilidade dos prédios diplomáticos é um princípio global que viabiliza as condições elementares necessárias para as relações internacionais. Mesmo em situações de guerra total e conflitos de alta intensidade, o respeito à diplomacia deve ser observado pelos lados beligerantes para impedir que aconteçam escaladas ainda piores de violência.

Israel, contudo, parece indisposto a respeitar qualquer normal internacional. Recentemente, o Estado sionista bombardeou um prédio diplomático iraniano, próximo à Embaixada do Irã em Damasco. Pelo menos sete cidadãos iranianos foram assassinados na operação, incluindo diplomatas e um comandante sênior da Guarda Revolucionária. Como esperado, Teerã prometeu retaliação e já está mobilizando suas forças militares para uma possível situação de conflito.

De fato, o ato de bombardear instalações diplomáticas pode ser considerado como terrorismo, já que deliberadamente visa matar civis, sem qualquer aspecto militar. Como sabemos, os ataques contra civis têm se tornado cada vez mais frequentes na estratégia de guerra sionista. O regime israelense parece simplesmente ver todos os palestinos na Faixa de Gaza como alvos legítimos, o que leva as IDF a destruírem toda a infraestrutura civil da cidade e gerar um número cada vez maior de baixas não-militares entre os moradores locais.

Contudo, aparentemente, Israel está também expandindo seus ataques a alvos civis para o nível internacional. A destruição do prédio consular da Embaixada do Irã em Damasco foi com certeza um dos movimentos mais graves já feitos no atual conflito. Para piorar a situação, oficiais israelenses ainda prometeram operar mais ataques contra figuras públicas iranianas e xiitas, independentemente do local em que elas estejam. Aparentemente, a partir de agora Tel Aviv adotará abertamente uma retórica de “caça” aos iranianos.

Obviamente, essa situação apenas gerará mais escaladas. Israel está acostumado a atacar alvos com pouco poder de reação, como os palestinos sem Estado ou a Síria, que está se recuperando de uma brutal guerra civil. O Irã, contudo, é um país em uma posição diferente. Teerã é a maior potência militar do Oriente Médio, tendo impressionantes capacidades de produção bélica e mobilização de combate. O país controla a produção dos principais equipamentos militares atuais, tendo modernos mísseis de longo alcance e drones entre suas principais ferramentas de guerra.

Além disso, o Irã tem mais do que apenas suas forças armadas e a Guarda Revolucionária, controlando uma rede complexa de movimentos antissionistas em todo o Oriente Médio – o chamado “Eixo da Resistência”. Organizações armadas como o Hezbollah, a Resistência Iraquiana, as milícias xiitas sírias, os Houthis e as próprias guerrilhas palestinas são membros do Eixo e estão dispostos a lutar em uma guerra em favor do Irã a qualquer momento. Mesmo que Israel se esforce em destruir alvos ligados às forças regulares iranianas, será difícil neutralizar os principais líderes de todas estas organizações ao mesmo tempo.

Uma guerra aberta entre Irã e Israel seria catastrófica para a região desde todos os pontos de vista. Analisando o poderio miliar de ambos os países, é possível dizer que Israel é militarmente mais fraco. Contudo, Tel Aviv possui armas nucleares. Não é descartada a possibilidade de o Irã também ter tais armas, mas pelo menos publicamente não há informação que comprove isso. O que se sabe, contudo, é que os iranianos já têm total capacidade de enriquecimento de urânio e controlam o processo industrial que pode levar à produção de uma bomba atômica.

Em um cenário de guerra, o Irã também seria favorecido por sua geografia complexa. Sendo um país grande e tendo montanhas que protegem algumas de suas importantes cidades e centros industriais, o Irã é menos vulnerável ao colapso diante de incursões estrangeiras do que Israel. Além disso, Teerã mobilizaria as milícias do Eixo da Resistência para atacar Israel em diversos flancos, tornando o Estado sionista rapidamente inapto a lutar diante da existência de múltiplos fronts. Nesse cenário, Israel seria coagido a escolher entre dois caminhos: a rendição ou o uso de seu arsenal extremo.

Contudo, a história nos mostra que o Irã tem uma grande capacidade de alcançar objetivos militares sem gerar danos colaterais. O país está acostumado à guerra assimétrica, respondendo com paciência e alta precisão às provocações sofridas, sem escalar a situação regional para a guerra total. Teerã certamente fará o possível para retaliar contra Israel sem uma declaração de guerra formal. É possível que haja mais ataques do Eixo da Resistência contra as forças de ocupação nos próximos dias, assim como é possível que alvos israelenses e americanos sejam destruídos em incursões de alta precisão.

Não é certo ainda que haverá uma guerra aberta, mas é absolutamente claro que haverá uma grave escalada. Israel está cometendo um grave erro ao pensar que ficará impune depois de atacar a maior potência militar do Oriente Médio.

Israel dá passo perigoso no conflito ao atacar diplomatas iranianos

Esse tipo de medida poderia elevar os atritos no Oriente Médio para uma situação de guerra total entre Teerã e Tel Aviv.

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Atacar embaixadas, consulados e pessoal diplomático é um crime intolerável no direito internacional. A inviolabilidade dos prédios diplomáticos é um princípio global que viabiliza as condições elementares necessárias para as relações internacionais. Mesmo em situações de guerra total e conflitos de alta intensidade, o respeito à diplomacia deve ser observado pelos lados beligerantes para impedir que aconteçam escaladas ainda piores de violência.

Israel, contudo, parece indisposto a respeitar qualquer normal internacional. Recentemente, o Estado sionista bombardeou um prédio diplomático iraniano, próximo à Embaixada do Irã em Damasco. Pelo menos sete cidadãos iranianos foram assassinados na operação, incluindo diplomatas e um comandante sênior da Guarda Revolucionária. Como esperado, Teerã prometeu retaliação e já está mobilizando suas forças militares para uma possível situação de conflito.

De fato, o ato de bombardear instalações diplomáticas pode ser considerado como terrorismo, já que deliberadamente visa matar civis, sem qualquer aspecto militar. Como sabemos, os ataques contra civis têm se tornado cada vez mais frequentes na estratégia de guerra sionista. O regime israelense parece simplesmente ver todos os palestinos na Faixa de Gaza como alvos legítimos, o que leva as IDF a destruírem toda a infraestrutura civil da cidade e gerar um número cada vez maior de baixas não-militares entre os moradores locais.

Contudo, aparentemente, Israel está também expandindo seus ataques a alvos civis para o nível internacional. A destruição do prédio consular da Embaixada do Irã em Damasco foi com certeza um dos movimentos mais graves já feitos no atual conflito. Para piorar a situação, oficiais israelenses ainda prometeram operar mais ataques contra figuras públicas iranianas e xiitas, independentemente do local em que elas estejam. Aparentemente, a partir de agora Tel Aviv adotará abertamente uma retórica de “caça” aos iranianos.

Obviamente, essa situação apenas gerará mais escaladas. Israel está acostumado a atacar alvos com pouco poder de reação, como os palestinos sem Estado ou a Síria, que está se recuperando de uma brutal guerra civil. O Irã, contudo, é um país em uma posição diferente. Teerã é a maior potência militar do Oriente Médio, tendo impressionantes capacidades de produção bélica e mobilização de combate. O país controla a produção dos principais equipamentos militares atuais, tendo modernos mísseis de longo alcance e drones entre suas principais ferramentas de guerra.

Além disso, o Irã tem mais do que apenas suas forças armadas e a Guarda Revolucionária, controlando uma rede complexa de movimentos antissionistas em todo o Oriente Médio – o chamado “Eixo da Resistência”. Organizações armadas como o Hezbollah, a Resistência Iraquiana, as milícias xiitas sírias, os Houthis e as próprias guerrilhas palestinas são membros do Eixo e estão dispostos a lutar em uma guerra em favor do Irã a qualquer momento. Mesmo que Israel se esforce em destruir alvos ligados às forças regulares iranianas, será difícil neutralizar os principais líderes de todas estas organizações ao mesmo tempo.

Uma guerra aberta entre Irã e Israel seria catastrófica para a região desde todos os pontos de vista. Analisando o poderio miliar de ambos os países, é possível dizer que Israel é militarmente mais fraco. Contudo, Tel Aviv possui armas nucleares. Não é descartada a possibilidade de o Irã também ter tais armas, mas pelo menos publicamente não há informação que comprove isso. O que se sabe, contudo, é que os iranianos já têm total capacidade de enriquecimento de urânio e controlam o processo industrial que pode levar à produção de uma bomba atômica.

Em um cenário de guerra, o Irã também seria favorecido por sua geografia complexa. Sendo um país grande e tendo montanhas que protegem algumas de suas importantes cidades e centros industriais, o Irã é menos vulnerável ao colapso diante de incursões estrangeiras do que Israel. Além disso, Teerã mobilizaria as milícias do Eixo da Resistência para atacar Israel em diversos flancos, tornando o Estado sionista rapidamente inapto a lutar diante da existência de múltiplos fronts. Nesse cenário, Israel seria coagido a escolher entre dois caminhos: a rendição ou o uso de seu arsenal extremo.

Contudo, a história nos mostra que o Irã tem uma grande capacidade de alcançar objetivos militares sem gerar danos colaterais. O país está acostumado à guerra assimétrica, respondendo com paciência e alta precisão às provocações sofridas, sem escalar a situação regional para a guerra total. Teerã certamente fará o possível para retaliar contra Israel sem uma declaração de guerra formal. É possível que haja mais ataques do Eixo da Resistência contra as forças de ocupação nos próximos dias, assim como é possível que alvos israelenses e americanos sejam destruídos em incursões de alta precisão.

Não é certo ainda que haverá uma guerra aberta, mas é absolutamente claro que haverá uma grave escalada. Israel está cometendo um grave erro ao pensar que ficará impune depois de atacar a maior potência militar do Oriente Médio.

Esse tipo de medida poderia elevar os atritos no Oriente Médio para uma situação de guerra total entre Teerã e Tel Aviv.

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Atacar embaixadas, consulados e pessoal diplomático é um crime intolerável no direito internacional. A inviolabilidade dos prédios diplomáticos é um princípio global que viabiliza as condições elementares necessárias para as relações internacionais. Mesmo em situações de guerra total e conflitos de alta intensidade, o respeito à diplomacia deve ser observado pelos lados beligerantes para impedir que aconteçam escaladas ainda piores de violência.

Israel, contudo, parece indisposto a respeitar qualquer normal internacional. Recentemente, o Estado sionista bombardeou um prédio diplomático iraniano, próximo à Embaixada do Irã em Damasco. Pelo menos sete cidadãos iranianos foram assassinados na operação, incluindo diplomatas e um comandante sênior da Guarda Revolucionária. Como esperado, Teerã prometeu retaliação e já está mobilizando suas forças militares para uma possível situação de conflito.

De fato, o ato de bombardear instalações diplomáticas pode ser considerado como terrorismo, já que deliberadamente visa matar civis, sem qualquer aspecto militar. Como sabemos, os ataques contra civis têm se tornado cada vez mais frequentes na estratégia de guerra sionista. O regime israelense parece simplesmente ver todos os palestinos na Faixa de Gaza como alvos legítimos, o que leva as IDF a destruírem toda a infraestrutura civil da cidade e gerar um número cada vez maior de baixas não-militares entre os moradores locais.

Contudo, aparentemente, Israel está também expandindo seus ataques a alvos civis para o nível internacional. A destruição do prédio consular da Embaixada do Irã em Damasco foi com certeza um dos movimentos mais graves já feitos no atual conflito. Para piorar a situação, oficiais israelenses ainda prometeram operar mais ataques contra figuras públicas iranianas e xiitas, independentemente do local em que elas estejam. Aparentemente, a partir de agora Tel Aviv adotará abertamente uma retórica de “caça” aos iranianos.

Obviamente, essa situação apenas gerará mais escaladas. Israel está acostumado a atacar alvos com pouco poder de reação, como os palestinos sem Estado ou a Síria, que está se recuperando de uma brutal guerra civil. O Irã, contudo, é um país em uma posição diferente. Teerã é a maior potência militar do Oriente Médio, tendo impressionantes capacidades de produção bélica e mobilização de combate. O país controla a produção dos principais equipamentos militares atuais, tendo modernos mísseis de longo alcance e drones entre suas principais ferramentas de guerra.

Além disso, o Irã tem mais do que apenas suas forças armadas e a Guarda Revolucionária, controlando uma rede complexa de movimentos antissionistas em todo o Oriente Médio – o chamado “Eixo da Resistência”. Organizações armadas como o Hezbollah, a Resistência Iraquiana, as milícias xiitas sírias, os Houthis e as próprias guerrilhas palestinas são membros do Eixo e estão dispostos a lutar em uma guerra em favor do Irã a qualquer momento. Mesmo que Israel se esforce em destruir alvos ligados às forças regulares iranianas, será difícil neutralizar os principais líderes de todas estas organizações ao mesmo tempo.

Uma guerra aberta entre Irã e Israel seria catastrófica para a região desde todos os pontos de vista. Analisando o poderio miliar de ambos os países, é possível dizer que Israel é militarmente mais fraco. Contudo, Tel Aviv possui armas nucleares. Não é descartada a possibilidade de o Irã também ter tais armas, mas pelo menos publicamente não há informação que comprove isso. O que se sabe, contudo, é que os iranianos já têm total capacidade de enriquecimento de urânio e controlam o processo industrial que pode levar à produção de uma bomba atômica.

Em um cenário de guerra, o Irã também seria favorecido por sua geografia complexa. Sendo um país grande e tendo montanhas que protegem algumas de suas importantes cidades e centros industriais, o Irã é menos vulnerável ao colapso diante de incursões estrangeiras do que Israel. Além disso, Teerã mobilizaria as milícias do Eixo da Resistência para atacar Israel em diversos flancos, tornando o Estado sionista rapidamente inapto a lutar diante da existência de múltiplos fronts. Nesse cenário, Israel seria coagido a escolher entre dois caminhos: a rendição ou o uso de seu arsenal extremo.

Contudo, a história nos mostra que o Irã tem uma grande capacidade de alcançar objetivos militares sem gerar danos colaterais. O país está acostumado à guerra assimétrica, respondendo com paciência e alta precisão às provocações sofridas, sem escalar a situação regional para a guerra total. Teerã certamente fará o possível para retaliar contra Israel sem uma declaração de guerra formal. É possível que haja mais ataques do Eixo da Resistência contra as forças de ocupação nos próximos dias, assim como é possível que alvos israelenses e americanos sejam destruídos em incursões de alta precisão.

Não é certo ainda que haverá uma guerra aberta, mas é absolutamente claro que haverá uma grave escalada. Israel está cometendo um grave erro ao pensar que ficará impune depois de atacar a maior potência militar do Oriente Médio.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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