Assim como no Vietnã, no Afeganistão e no Iraque, a única maneira de os palestinos conseguirem sua independência é a rebelião armada
Eduardo VASCO
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Benjamin Netanyahu declarou inúmeras vezes que o principal objetivo de Israel nestes últimos dois meses é erradicar a Faixa de Gaza do Hamas.
O genocídio promovido por seu exército, que já deixou mais de 18 mil palestinos mortos, resultante de bombardeios e ataques quase ininterruptos contra qualquer coisa que se mova em Gaza, indica que o primeiro-ministro israelense está disposto a fazer qualquer coisa para destruir o movimento da resistência islâmica.
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Contudo, a história e a realidade atual da Palestina mostram que o Hamas não será erradicado. E Israel e seus comparsas sabem disso. Emmanuel Macron teve um raro momento de razão ao declarar: “eu acho que nós chegamos a um momento no qual as autoridades israelenses terão de definir mais claramente qual é o seu objetivo final. A destruição total do Hamas? Alguém acha que isso é possível? Se for assim, a guerra vai durar dez anos”.
Esta semana, o ministro da “Defesa” de Israel reconheceu a dura realidade. “O Hamas é uma organização terrorista que se construiu durante uma década para lutar contra Israel e construiu infraestrutura sob a terra e sobre a terra, e não é fácil destruí-la”, disse Yoav Galant. E completou: “vai requerir um período de tempo, vai durar mais de muitos meses, mas venceremos e os destruiremos.”
A jornalista Loveday Morris publicou no Washington Post de 5 de dezembro que as forças sionistas estimam em 5 mil o número de militantes do Hamas mortos por Israel em Gaza – uma cifra considerada incerta e mesmo duvidosa, pois a Israel (como sempre acontece nas guerras) interessa inflar o número de baixas do inimigo para justificar a carnificina de civis. Se esse índice estiver próximo à realidade, isso significa que, até aquela data, Israel teria assassinado uma criança e um civil adulto para cada militante do Hamas morto.
Segundo o Centro Nacional de Contraterrorismo do Diretório de Inteligência Nacional do Governo dos EUA, até setembro de 2022 o Hamas tinha entre 20 mil e 25 mil membros. Analistas consultados pela BBC acreditam que atualmente o número de combatentes seja de 30 mil, enquanto que a mesma reportagem do Post o estima em até 40 mil e com recrutamento recorrente. Se tanto os dados do governo americano como os desses veículos de imprensa estiverem mais ou menos corretos, pode-se considerar que o número de militantes do Hamas aumentou consideravelmente no período de um ano.
Diálogos do Sul: Por que Israel não pode derrotar o Hamas (uol.com.br)