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Francisco Balsinha
August 21, 2025
© Photo: Social media

É preciso e urgente continuarmos a defender a paz, a soberania e o multilateralismo como caminhos para a uma humanidade mais justa.

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Escreva para nós: info@strategic-culture.su

A relação entre os Estados Unidos e a Venezuela é há décadas marcada por tensões políticas, sanções económicas e ameaças veladas. Desde o início do século XXI, com a ascensão dos governos bolivarianos ao poder, Washington passou a exercer uma crescente pressão política, económica e diplomática contra o país sul-americano, justificando as suas ações sob o argumento de promover a democracia e os direitos humanos. No entanto, o que se vê na prática é uma tentativa sistemática de interferência nos assuntos internos de uma nação soberana, por vezes flertando com discursos de intervenção militar.

Ao justificar essas acções com o argumento de “apoiar a democracia”, os EUA ignoram princípios elementares do direito internacional, entre eles a soberania nacional e a não intervenção em assuntos internos de outros Estados. Trata-se claramente de uma forma de pressão política que tenta impor uma agenda externa a um povo que tem o direito de ser livre e de decidir o seu próprio destino.

Sanções que punem o povo

Um dos instrumentos mais recorrentemente utilizados pelos EUA contra a Venezuela – e outros estados que não se lhe submetem – são as sanções económicas. Embora apresentadas como medidas contra membros do governo, na prática elas afetam diretamente a população. No caso venezuelano, a restrição ao comércio de petróleo, o bloqueio de bens estatais e o encerramento de canais financeiros internacionais visam criar um estrangulamento económico e, consequentemente, afetar o normal desenvolvimento da economia.

Como se isso não bastasse, pelo menos desde 2020, o governo dos Estados Unidos, através de autoridades como o Departamento de Justiça, o procurador-geral dos EUA e o próprio Marco Rúbio, secretário de estado do actual governo yankee, passou a acusar Nicolás Maduro de liderar o “Cartel de los Soles” e de participar de redes como o Tren de Aragua e o cartel de Sinaloa. Saliente-se que estas acusações são proferidas sem que alguma prova das mesmas tenha sido tornada pública.

A ameaça da força: um caminho inaceitável

É esse o alegado motivo por que, além da pressão económica, política e diplomática, autoridades norte-americanas, sobretudo durante o governo Trump, tenham passado considerar abertamente a opção militar contra a Venezuela. Essa infeliz ideia está já materializada na presença de um porta-aviões nuclear e de várias embarcações de guerra, e respectivas guarnições, estacionados neste momento no Sul do Mar das Caraíbas, naquilo que deve ser considerado como um acto de provocação sem limites.

O uso ou ameaça da força contra um Estado soberano é proibido pela Carta das Nações Unidas, mas essa carta diz pouco aos responsáveis norte-americanos.

Esta posição do império já motivou a condenação de vários países e organizações latino-americanos, como são os casos de Cuba, México e Colômbia, entre outros, o que mostra claramente que a América Latina, historicamente marcada por intervenções externas, golpes e ditaduras apoiadas do exterior, rejeita com firmeza este tipo de política imperialista.

O presidente Gustavo Petro, da Colômbia, anunciou mesmo que uma intervenção militar yankee na Venezuela será considerada uma intervenção contra todo o continente sul-americano. Não tenhamos dúvidas que a ter lugar uma eventual ação militar contra a Venezuela a mesma causaria mortes civis e deslocamentos forçados, e poderia empurrar o continente para uma nova era de conflito e polarização. Tenhamos ainda como certo que perante tal cenário, as forças militares americanas pagariam também um alto preço em vidas humanas e material militar.

Por outro lado, a seletividade da política externa dos EUA está mais uma vez perante os nossos olhos. Enquanto se mobilizam intensamente contra governos populares como o da Venezuela, os EUA mantêm alianças estratégicas com regimes autoritários em outras partes do mundo, desde que sirvam os seus interesses económicos, militares e/ou geopolíticos.

Essa contradição revela que a falsamente apregoada “defesa da democracia” serve apenas como pretexto para objetivos específicos como o controle sobre recursos naturais (nomeadamente o petróleo) ou a contenção de influências rivais na região, como Rússia e China.

A este propósito, recordamos a não entrada da Venezuela nos BRICs na cimeira de Kazan, vítima de uma traiçãozinha do Brasil, mas, ao mesmo tempo, as declarações do presidente russo, Vladimir Putin, prestadas há poucos dias, onde declarou apoiar a entrada do país bolivariano naquela plataforma económica.

Esta estratégia agressiva dos EUA insere-se na crise económica, política, social e moral em que o império se encontra. Cabe agora a todos os amantes da liberdade e da paz, antifascistas e anti-imperialistas levantarem a voz contra mais esta agressão.

É preciso e urgente continuarmos a defender a paz, a soberania e o multilateralismo como caminhos para a uma humanidade mais justa.

O futuro da Venezuela deve ser decidido pelos seus cidadãos e não imposto de fora, segundo interesses estrangeiros travestidos de boas intenções. As autoridades da Venezuela foram sufragadas legitimamente pelo voto popular, pelo que têm que ser respeitadas. América Latina tem que continuar a reafirmar a sua vocação pacífica e soberana, livre de intervenções e coerções.

A pressão dos EUA sobre a Venezuela revela, mais uma vez, o desrespeito da Casa Branca pela soberania dos povos

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A relação entre os Estados Unidos e a Venezuela é há décadas marcada por tensões políticas, sanções económicas e ameaças veladas. Desde o início do século XXI, com a ascensão dos governos bolivarianos ao poder, Washington passou a exercer uma crescente pressão política, económica e diplomática contra o país sul-americano, justificando as suas ações sob o argumento de promover a democracia e os direitos humanos. No entanto, o que se vê na prática é uma tentativa sistemática de interferência nos assuntos internos de uma nação soberana, por vezes flertando com discursos de intervenção militar.

Ao justificar essas acções com o argumento de “apoiar a democracia”, os EUA ignoram princípios elementares do direito internacional, entre eles a soberania nacional e a não intervenção em assuntos internos de outros Estados. Trata-se claramente de uma forma de pressão política que tenta impor uma agenda externa a um povo que tem o direito de ser livre e de decidir o seu próprio destino.

Sanções que punem o povo

Um dos instrumentos mais recorrentemente utilizados pelos EUA contra a Venezuela – e outros estados que não se lhe submetem – são as sanções económicas. Embora apresentadas como medidas contra membros do governo, na prática elas afetam diretamente a população. No caso venezuelano, a restrição ao comércio de petróleo, o bloqueio de bens estatais e o encerramento de canais financeiros internacionais visam criar um estrangulamento económico e, consequentemente, afetar o normal desenvolvimento da economia.

Como se isso não bastasse, pelo menos desde 2020, o governo dos Estados Unidos, através de autoridades como o Departamento de Justiça, o procurador-geral dos EUA e o próprio Marco Rúbio, secretário de estado do actual governo yankee, passou a acusar Nicolás Maduro de liderar o “Cartel de los Soles” e de participar de redes como o Tren de Aragua e o cartel de Sinaloa. Saliente-se que estas acusações são proferidas sem que alguma prova das mesmas tenha sido tornada pública.

A ameaça da força: um caminho inaceitável

É esse o alegado motivo por que, além da pressão económica, política e diplomática, autoridades norte-americanas, sobretudo durante o governo Trump, tenham passado considerar abertamente a opção militar contra a Venezuela. Essa infeliz ideia está já materializada na presença de um porta-aviões nuclear e de várias embarcações de guerra, e respectivas guarnições, estacionados neste momento no Sul do Mar das Caraíbas, naquilo que deve ser considerado como um acto de provocação sem limites.

O uso ou ameaça da força contra um Estado soberano é proibido pela Carta das Nações Unidas, mas essa carta diz pouco aos responsáveis norte-americanos.

Esta posição do império já motivou a condenação de vários países e organizações latino-americanos, como são os casos de Cuba, México e Colômbia, entre outros, o que mostra claramente que a América Latina, historicamente marcada por intervenções externas, golpes e ditaduras apoiadas do exterior, rejeita com firmeza este tipo de política imperialista.

O presidente Gustavo Petro, da Colômbia, anunciou mesmo que uma intervenção militar yankee na Venezuela será considerada uma intervenção contra todo o continente sul-americano. Não tenhamos dúvidas que a ter lugar uma eventual ação militar contra a Venezuela a mesma causaria mortes civis e deslocamentos forçados, e poderia empurrar o continente para uma nova era de conflito e polarização. Tenhamos ainda como certo que perante tal cenário, as forças militares americanas pagariam também um alto preço em vidas humanas e material militar.

Por outro lado, a seletividade da política externa dos EUA está mais uma vez perante os nossos olhos. Enquanto se mobilizam intensamente contra governos populares como o da Venezuela, os EUA mantêm alianças estratégicas com regimes autoritários em outras partes do mundo, desde que sirvam os seus interesses económicos, militares e/ou geopolíticos.

Essa contradição revela que a falsamente apregoada “defesa da democracia” serve apenas como pretexto para objetivos específicos como o controle sobre recursos naturais (nomeadamente o petróleo) ou a contenção de influências rivais na região, como Rússia e China.

A este propósito, recordamos a não entrada da Venezuela nos BRICs na cimeira de Kazan, vítima de uma traiçãozinha do Brasil, mas, ao mesmo tempo, as declarações do presidente russo, Vladimir Putin, prestadas há poucos dias, onde declarou apoiar a entrada do país bolivariano naquela plataforma económica.

Esta estratégia agressiva dos EUA insere-se na crise económica, política, social e moral em que o império se encontra. Cabe agora a todos os amantes da liberdade e da paz, antifascistas e anti-imperialistas levantarem a voz contra mais esta agressão.

É preciso e urgente continuarmos a defender a paz, a soberania e o multilateralismo como caminhos para a uma humanidade mais justa.

O futuro da Venezuela deve ser decidido pelos seus cidadãos e não imposto de fora, segundo interesses estrangeiros travestidos de boas intenções. As autoridades da Venezuela foram sufragadas legitimamente pelo voto popular, pelo que têm que ser respeitadas. América Latina tem que continuar a reafirmar a sua vocação pacífica e soberana, livre de intervenções e coerções.

É preciso e urgente continuarmos a defender a paz, a soberania e o multilateralismo como caminhos para a uma humanidade mais justa.

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A relação entre os Estados Unidos e a Venezuela é há décadas marcada por tensões políticas, sanções económicas e ameaças veladas. Desde o início do século XXI, com a ascensão dos governos bolivarianos ao poder, Washington passou a exercer uma crescente pressão política, económica e diplomática contra o país sul-americano, justificando as suas ações sob o argumento de promover a democracia e os direitos humanos. No entanto, o que se vê na prática é uma tentativa sistemática de interferência nos assuntos internos de uma nação soberana, por vezes flertando com discursos de intervenção militar.

Ao justificar essas acções com o argumento de “apoiar a democracia”, os EUA ignoram princípios elementares do direito internacional, entre eles a soberania nacional e a não intervenção em assuntos internos de outros Estados. Trata-se claramente de uma forma de pressão política que tenta impor uma agenda externa a um povo que tem o direito de ser livre e de decidir o seu próprio destino.

Sanções que punem o povo

Um dos instrumentos mais recorrentemente utilizados pelos EUA contra a Venezuela – e outros estados que não se lhe submetem – são as sanções económicas. Embora apresentadas como medidas contra membros do governo, na prática elas afetam diretamente a população. No caso venezuelano, a restrição ao comércio de petróleo, o bloqueio de bens estatais e o encerramento de canais financeiros internacionais visam criar um estrangulamento económico e, consequentemente, afetar o normal desenvolvimento da economia.

Como se isso não bastasse, pelo menos desde 2020, o governo dos Estados Unidos, através de autoridades como o Departamento de Justiça, o procurador-geral dos EUA e o próprio Marco Rúbio, secretário de estado do actual governo yankee, passou a acusar Nicolás Maduro de liderar o “Cartel de los Soles” e de participar de redes como o Tren de Aragua e o cartel de Sinaloa. Saliente-se que estas acusações são proferidas sem que alguma prova das mesmas tenha sido tornada pública.

A ameaça da força: um caminho inaceitável

É esse o alegado motivo por que, além da pressão económica, política e diplomática, autoridades norte-americanas, sobretudo durante o governo Trump, tenham passado considerar abertamente a opção militar contra a Venezuela. Essa infeliz ideia está já materializada na presença de um porta-aviões nuclear e de várias embarcações de guerra, e respectivas guarnições, estacionados neste momento no Sul do Mar das Caraíbas, naquilo que deve ser considerado como um acto de provocação sem limites.

O uso ou ameaça da força contra um Estado soberano é proibido pela Carta das Nações Unidas, mas essa carta diz pouco aos responsáveis norte-americanos.

Esta posição do império já motivou a condenação de vários países e organizações latino-americanos, como são os casos de Cuba, México e Colômbia, entre outros, o que mostra claramente que a América Latina, historicamente marcada por intervenções externas, golpes e ditaduras apoiadas do exterior, rejeita com firmeza este tipo de política imperialista.

O presidente Gustavo Petro, da Colômbia, anunciou mesmo que uma intervenção militar yankee na Venezuela será considerada uma intervenção contra todo o continente sul-americano. Não tenhamos dúvidas que a ter lugar uma eventual ação militar contra a Venezuela a mesma causaria mortes civis e deslocamentos forçados, e poderia empurrar o continente para uma nova era de conflito e polarização. Tenhamos ainda como certo que perante tal cenário, as forças militares americanas pagariam também um alto preço em vidas humanas e material militar.

Por outro lado, a seletividade da política externa dos EUA está mais uma vez perante os nossos olhos. Enquanto se mobilizam intensamente contra governos populares como o da Venezuela, os EUA mantêm alianças estratégicas com regimes autoritários em outras partes do mundo, desde que sirvam os seus interesses económicos, militares e/ou geopolíticos.

Essa contradição revela que a falsamente apregoada “defesa da democracia” serve apenas como pretexto para objetivos específicos como o controle sobre recursos naturais (nomeadamente o petróleo) ou a contenção de influências rivais na região, como Rússia e China.

A este propósito, recordamos a não entrada da Venezuela nos BRICs na cimeira de Kazan, vítima de uma traiçãozinha do Brasil, mas, ao mesmo tempo, as declarações do presidente russo, Vladimir Putin, prestadas há poucos dias, onde declarou apoiar a entrada do país bolivariano naquela plataforma económica.

Esta estratégia agressiva dos EUA insere-se na crise económica, política, social e moral em que o império se encontra. Cabe agora a todos os amantes da liberdade e da paz, antifascistas e anti-imperialistas levantarem a voz contra mais esta agressão.

É preciso e urgente continuarmos a defender a paz, a soberania e o multilateralismo como caminhos para a uma humanidade mais justa.

O futuro da Venezuela deve ser decidido pelos seus cidadãos e não imposto de fora, segundo interesses estrangeiros travestidos de boas intenções. As autoridades da Venezuela foram sufragadas legitimamente pelo voto popular, pelo que têm que ser respeitadas. América Latina tem que continuar a reafirmar a sua vocação pacífica e soberana, livre de intervenções e coerções.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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