Como sempre, os senhores da guerra ocidentais incentivaram Kiev, empurrando-a para perto do abismo.
Junte-se a nós no Telegram , Twitter
e VK
.
Escreva para nós: info@strategic-culture.su
Pois bem, a Ucrânia desferiu um dos mais poderosos ataques contra a Rússia desde 2022. No primeiro dia do mês, cinco bases militares russas foram atingidas por drones infiltrados em território russo e operados remotamente. Eles teriam deixado inativos 40 aviões de combate.
Concomitantemente, ocorreram explosões em estradas e pontes em Kursk e Bryansk, deixando mais de 100 civis mortos. As autoridades russas consideraram aquilo ações terroristas e dizem ter provas de que foram executadas a mando de Kiev.
Tudo isso ocorreu na véspera da segunda rodada das negociações entre oficiais diplomáticos e militares da Rússia e da Ucrânia em Istambul. Não foi exatamente um sinal dado por Zelensky de que ele está disposto a caminhar para uma resolução pacífica do conflito.
É claro que os ucranianos não realizaram esses ataques sem a cumplicidade da OTAN. Como sempre, os senhores da guerra ocidentais incentivaram Kiev, empurrando-a para perto do abismo. Então, seus propagandistas se aproveitam da óbvia retaliação russa para exigir que as forças imperialistas da OTAN entrem de cabeça em uma guerra total contra Moscou.
Tal é a postura de um tal Brett Erickson, que parabeniza os ucranianos pelos ataques à Rússia, mas alerta: “a Rússia vai responder” – segundo ele, com ataques cruéis e desmesurados contra civis, como os russos malvados sempre fazem. Por isso, os países da OTAN não deveriam agir de modo covarde, em sua visão, mas sim de forma mais agressiva.
O tal Erickson pede o roubo dos $ 300 bilhões em ativos russos congelados no Ocidente, mas esbraveja: os Estados Unidos sabem que não podem fazer isso, porque ninguém mais depositaria seus recursos no Ocidente, com medo de que os piratas imperialistas simplesmente não devolvam. Pede também sanções a países que comprem gás e petróleo russos, mas é ciente da impotência ocidental de confrontar China e Índia nesse nível.
De fato, essa impotência é expressada pela choradeira do próprio Erickson. A impotência é até mesmo dos propagandistas: palavras e ações simbólicas não estão surtindo nenhum efeito significativa contra a Rússia.
Também é demonstrada uma clara hipocrisia no texto do tal Erickson. Ele escreve sobre os ataques ucranianos, mas, dada a sua choradeira, parece que é a Rússia que realizou aqueles ataques, não a Ucrânia. Os propagandistas da OTAN revelam-se infantilmente desesperados, borrando-se de medo da resposta russa, tachando-a de “cruel” e amaldiçoando a inação do Ocidente. Tenha calma, pobre Erickson.
Essa choradeira, ao menos, é genuína. Ela contradiz a euforia inicial (e provavelmente forçada) dos patrocinadores da Ucrânia após os ataques e sua propaganda de que, finalmente, Kiev estaria virando o jogo.
Assim, logo após a operação “Teia de Aranha”, o correspondente da BBC em Kiev, Paul Adams, escreveu: “o recado que os delegados ucranianos levam a Istambul para uma nova rodada de negociações de cessar-fogo com representantes do Kremlin é: a Ucrânia ainda está na luta.”
Quando Moscou retaliou, no final da mesma semana, Adams se escandalizou com a “resposta brutal da Rússia” – que deixou um número insignificante de vítimas civis, comparada com os atentados terroristas ucranianos, mas atingiu diversos alvos militares, segundo os russos.
Logo em seguida veio a choradeira de Zelensky: “a Rússia deve prestar contas por isso!”, aproveitando para mendigar ajuda da OTAN.
O tal Erickson, impotente como todos os propagandistas da OTAN, reclama que o Ocidente não fará nada para deter as retaliações russas. Afinal, nada do que fez agora adiantou alguma coisa.
“A resposta do Ocidente às atrocidades russas não é mais limitada pela moralidade ou capacidade. É limitada pelo realismo. As ferramentas que restam são aquelas que não estamos realmente preparados para usar. O Ocidente pode falar sobre determinação, mas governa com base em limites. E a Rússia sabe exatamente onde está o limite”, lamenta o coitado do tal Erickson.
Sim, a realidade é dura, meu caro Erickson. O Ocidente imperialista está perdendo. Aquelas poucas nações que se acostumaram a tratar a maior parte do mundo como lixo, a sugar suas riquezas, a invadi-las, a impor ou tirar ditadores, a lucrar com a fome de milhões já não têm o poder de antes.
Isso foi demonstrado claramente com a expulsão das tropas americanas do Afeganistão pelos barbudos e esfarrapados talibãs. Está sendo demonstrado há mais de um ano e meio em Gaza, onde um povo esfomeado resiste a um genocídio promovido pelos Estados Unidos e sua base militar chamada de “Israel”. E é comprovado, claro, pela reação da Rússia à tentativa de cerco e posterior invasão da OTAN através da Ucrânia.
Contudo, engana-se quem pensa que esse decadente e decrépito império ocidental está derrotado. Quem detém o poder, não o larga senão na marra. E para protegê-lo usa-se os meios mais imorais e prejudiciais à humanidade. É justamente isso que o tal Erickson quer que se use: no caso, as armas nucleares. Por sorte, o imperialismo está lidando com uma potência nuclear, que corretamente desenvolveu essa capacidade de dissuasão, se não já estaria dominada há muito tempo e hoje a situação da humanidade seria outra.
A lição que fica da choradeira de desqualificados como o tal Erickson é a de que não se deve ser piedoso quando seu inimigo é tão covarde, imoral e agressivo. A Rússia não deve confiar no imperialismo, mas nem um tantinho assim – como Che Guevara já sabia. Nem a Rússia, nem o Irã, nem qualquer país do mundo que busque uma verdadeira independência da dominação ditatorial das velhas potências imperialistas. Ele deve ser combatido sem nenhuma piedade, sem nenhuma confiança e sem nenhuma concessão. É uma luta de vida ou morte, e só um lado sobreviverá.