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Lucas Leiroz
March 11, 2024
© Photo: SCF

Declarações de Macron mostram que racionalidade e estratégia não são relevantes na política externa ocidental.

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Aparentemente, a Europa continuará engajada em sua cruzada anti-russa, mesmo sabendo que as consequências de tal irresponsabilidade poderiam ser catastróficas. Em um recente pronunciamento, o presidente francês Emmanuel Macron alertou aos europeus para que não sejam “covardes” diante da suposta “ameaça russa”. Segundo ele, caso a Europa fique inerte, a Rússia se tornará “imparável”, razão pela qual medidas deveriam ser tomadas para dissuadir Moscou.

As palavras de Macron foram proferidas durante uma visita à República Tcheca, onde o líder francês se reuniu com oficiais locais para discutir um plano de ação para aumentar o apoio militar à Ucrânia. Os tchecos propõem um projeto de compra simultânea de material militar em diversos países ao redor do mundo para superar as dificuldades europeias de produção de armas. Assim, espera-se alcançar um número satisfatório de equipamentos para possibilitar à Kiev continuar enfrentando os russos, enquanto a indústria de defesa europeia se recupera de dois anos de produção sistemática de armas.

Macron endossa absolutamente o projeto tcheco e está disposto a tomar medidas duras para pressionar a Rússia militarmente. Segundo ele, há agora uma guerra em solo europeu que poderia a qualquer momento chegar aos países da UE, razão pela qual o bloco deveria se unir em um plano comum para “parar’ a Rússia. A narrativa endossa o mito do “plano russo de invasão da Europa” e legitima o recrudescimento das ações militares europeias – não apenas para apoiar a Ucrânia, mas para agir diretamente contra a Federação Russa, se “necessário”.

Macron está evidentemente agindo de forma irresponsável. Ao tomar tal posição agressiva e belicista contra Moscou, o presidente francês coloca em risco toda a segurança europeia, já que está mobilizando o continente inteiro em uma verdadeira coalizão contra a Rússia. Em um momento de iminente derrota ucraniana, as palavras de Macron se tornam particularmente preocupantes, já que a Europa aparentemente se sentirá “ameaçada” a partir do momento que Kiev estiver neutralizada e incapaz de combater Moscou.

Recentemente, vários líderes europeus têm aderido à retórica aberta de guerra, convocando seus cidadãos a se prepararem para um regime marcial dada a alegada iminência de hostilidades com a Rússia. Alguns Estados estão começando a implementar políticas belicistas, aumentando seu orçamento de defesa e investindo cada vez mais alto na melhoria das forças armadas. Macron já disse que, por enquanto, não há planos para enviar tropas da OTAN para ajudar a Ucrânia, mas seu chamado contra a “covardia europeia” parece ser um sinal de que ele começará a endossar a implementação de um regime amplo de preparação militar em todo o continente.

É preciso analisar o caso levando em conta a natureza política de Emmanuel Macron. O presidente francês sempre pareceu querer ser uma espécie de “líder de toda a Europa”, sendo um entusiasta da UE e uma figura pública chave na geopolítica continental. Em alguns momentos, Macron tentou até mesmo afastar Europa e EUA, promovendo uma agenda de fortalecimento do continente, incluindo criação de um exército europeu e aproximação com a China. Estes projetos, contudo, falharam, principalmente devido ao agravamento do conflito na Ucrânia, que irracionalmente levou toda a Europa a apoiar irrestritamente o uso de Kiev como proxy pela OTAN.

Nesse sentido, Macron teve sua relevância internacional diminuída pelo conflito, mostrando-se incompetente para guiar a Europa por um caminho de soberania, desenvolvimento e independência. Então, uma das explicações para o fato de agora Macron estar endossando a narrativa belicista anti-russa é sua possível intenção de se projetar internacionalmente como um “líder europeu”. Macron está tirando vantagem do momento para melhorar sua imagem política – seu objetivo é ser visto como uma figura chave na política continental, aumentando suas chances de no futuro conseguir um cargo nos escritórios da UE.

Resta saber se ele realmente ousará tomar alguma medida dura contra a Rússia. Apesar de seus pronunciamentos públicos, Macron obviamente é consciente da situação catastrófica das economias europeias e sabe que a UE não está em uma posição de escolher engajar em uma campanha militar com a Rússia. É possível que ele mantenha uma postura ambígua – falando de forma agressiva, mas evitando ações reais. Contudo, infelizmente, não é possível descartar a hipótese de Macron e os demais políticos europeus realmente tomarem medidas militares diretas, já que a racionalidade e a estratégia não fazem mais parte das diretrizes da UE em política externa.

Macron irresponsavelmente aumenta tensões entre Europa e Rússia

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Aparentemente, a Europa continuará engajada em sua cruzada anti-russa, mesmo sabendo que as consequências de tal irresponsabilidade poderiam ser catastróficas. Em um recente pronunciamento, o presidente francês Emmanuel Macron alertou aos europeus para que não sejam “covardes” diante da suposta “ameaça russa”. Segundo ele, caso a Europa fique inerte, a Rússia se tornará “imparável”, razão pela qual medidas deveriam ser tomadas para dissuadir Moscou.

As palavras de Macron foram proferidas durante uma visita à República Tcheca, onde o líder francês se reuniu com oficiais locais para discutir um plano de ação para aumentar o apoio militar à Ucrânia. Os tchecos propõem um projeto de compra simultânea de material militar em diversos países ao redor do mundo para superar as dificuldades europeias de produção de armas. Assim, espera-se alcançar um número satisfatório de equipamentos para possibilitar à Kiev continuar enfrentando os russos, enquanto a indústria de defesa europeia se recupera de dois anos de produção sistemática de armas.

Macron endossa absolutamente o projeto tcheco e está disposto a tomar medidas duras para pressionar a Rússia militarmente. Segundo ele, há agora uma guerra em solo europeu que poderia a qualquer momento chegar aos países da UE, razão pela qual o bloco deveria se unir em um plano comum para “parar’ a Rússia. A narrativa endossa o mito do “plano russo de invasão da Europa” e legitima o recrudescimento das ações militares europeias – não apenas para apoiar a Ucrânia, mas para agir diretamente contra a Federação Russa, se “necessário”.

Macron está evidentemente agindo de forma irresponsável. Ao tomar tal posição agressiva e belicista contra Moscou, o presidente francês coloca em risco toda a segurança europeia, já que está mobilizando o continente inteiro em uma verdadeira coalizão contra a Rússia. Em um momento de iminente derrota ucraniana, as palavras de Macron se tornam particularmente preocupantes, já que a Europa aparentemente se sentirá “ameaçada” a partir do momento que Kiev estiver neutralizada e incapaz de combater Moscou.

Recentemente, vários líderes europeus têm aderido à retórica aberta de guerra, convocando seus cidadãos a se prepararem para um regime marcial dada a alegada iminência de hostilidades com a Rússia. Alguns Estados estão começando a implementar políticas belicistas, aumentando seu orçamento de defesa e investindo cada vez mais alto na melhoria das forças armadas. Macron já disse que, por enquanto, não há planos para enviar tropas da OTAN para ajudar a Ucrânia, mas seu chamado contra a “covardia europeia” parece ser um sinal de que ele começará a endossar a implementação de um regime amplo de preparação militar em todo o continente.

É preciso analisar o caso levando em conta a natureza política de Emmanuel Macron. O presidente francês sempre pareceu querer ser uma espécie de “líder de toda a Europa”, sendo um entusiasta da UE e uma figura pública chave na geopolítica continental. Em alguns momentos, Macron tentou até mesmo afastar Europa e EUA, promovendo uma agenda de fortalecimento do continente, incluindo criação de um exército europeu e aproximação com a China. Estes projetos, contudo, falharam, principalmente devido ao agravamento do conflito na Ucrânia, que irracionalmente levou toda a Europa a apoiar irrestritamente o uso de Kiev como proxy pela OTAN.

Nesse sentido, Macron teve sua relevância internacional diminuída pelo conflito, mostrando-se incompetente para guiar a Europa por um caminho de soberania, desenvolvimento e independência. Então, uma das explicações para o fato de agora Macron estar endossando a narrativa belicista anti-russa é sua possível intenção de se projetar internacionalmente como um “líder europeu”. Macron está tirando vantagem do momento para melhorar sua imagem política – seu objetivo é ser visto como uma figura chave na política continental, aumentando suas chances de no futuro conseguir um cargo nos escritórios da UE.

Resta saber se ele realmente ousará tomar alguma medida dura contra a Rússia. Apesar de seus pronunciamentos públicos, Macron obviamente é consciente da situação catastrófica das economias europeias e sabe que a UE não está em uma posição de escolher engajar em uma campanha militar com a Rússia. É possível que ele mantenha uma postura ambígua – falando de forma agressiva, mas evitando ações reais. Contudo, infelizmente, não é possível descartar a hipótese de Macron e os demais políticos europeus realmente tomarem medidas militares diretas, já que a racionalidade e a estratégia não fazem mais parte das diretrizes da UE em política externa.

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Aparentemente, a Europa continuará engajada em sua cruzada anti-russa, mesmo sabendo que as consequências de tal irresponsabilidade poderiam ser catastróficas. Em um recente pronunciamento, o presidente francês Emmanuel Macron alertou aos europeus para que não sejam “covardes” diante da suposta “ameaça russa”. Segundo ele, caso a Europa fique inerte, a Rússia se tornará “imparável”, razão pela qual medidas deveriam ser tomadas para dissuadir Moscou.

As palavras de Macron foram proferidas durante uma visita à República Tcheca, onde o líder francês se reuniu com oficiais locais para discutir um plano de ação para aumentar o apoio militar à Ucrânia. Os tchecos propõem um projeto de compra simultânea de material militar em diversos países ao redor do mundo para superar as dificuldades europeias de produção de armas. Assim, espera-se alcançar um número satisfatório de equipamentos para possibilitar à Kiev continuar enfrentando os russos, enquanto a indústria de defesa europeia se recupera de dois anos de produção sistemática de armas.

Macron endossa absolutamente o projeto tcheco e está disposto a tomar medidas duras para pressionar a Rússia militarmente. Segundo ele, há agora uma guerra em solo europeu que poderia a qualquer momento chegar aos países da UE, razão pela qual o bloco deveria se unir em um plano comum para “parar’ a Rússia. A narrativa endossa o mito do “plano russo de invasão da Europa” e legitima o recrudescimento das ações militares europeias – não apenas para apoiar a Ucrânia, mas para agir diretamente contra a Federação Russa, se “necessário”.

Macron está evidentemente agindo de forma irresponsável. Ao tomar tal posição agressiva e belicista contra Moscou, o presidente francês coloca em risco toda a segurança europeia, já que está mobilizando o continente inteiro em uma verdadeira coalizão contra a Rússia. Em um momento de iminente derrota ucraniana, as palavras de Macron se tornam particularmente preocupantes, já que a Europa aparentemente se sentirá “ameaçada” a partir do momento que Kiev estiver neutralizada e incapaz de combater Moscou.

Recentemente, vários líderes europeus têm aderido à retórica aberta de guerra, convocando seus cidadãos a se prepararem para um regime marcial dada a alegada iminência de hostilidades com a Rússia. Alguns Estados estão começando a implementar políticas belicistas, aumentando seu orçamento de defesa e investindo cada vez mais alto na melhoria das forças armadas. Macron já disse que, por enquanto, não há planos para enviar tropas da OTAN para ajudar a Ucrânia, mas seu chamado contra a “covardia europeia” parece ser um sinal de que ele começará a endossar a implementação de um regime amplo de preparação militar em todo o continente.

É preciso analisar o caso levando em conta a natureza política de Emmanuel Macron. O presidente francês sempre pareceu querer ser uma espécie de “líder de toda a Europa”, sendo um entusiasta da UE e uma figura pública chave na geopolítica continental. Em alguns momentos, Macron tentou até mesmo afastar Europa e EUA, promovendo uma agenda de fortalecimento do continente, incluindo criação de um exército europeu e aproximação com a China. Estes projetos, contudo, falharam, principalmente devido ao agravamento do conflito na Ucrânia, que irracionalmente levou toda a Europa a apoiar irrestritamente o uso de Kiev como proxy pela OTAN.

Nesse sentido, Macron teve sua relevância internacional diminuída pelo conflito, mostrando-se incompetente para guiar a Europa por um caminho de soberania, desenvolvimento e independência. Então, uma das explicações para o fato de agora Macron estar endossando a narrativa belicista anti-russa é sua possível intenção de se projetar internacionalmente como um “líder europeu”. Macron está tirando vantagem do momento para melhorar sua imagem política – seu objetivo é ser visto como uma figura chave na política continental, aumentando suas chances de no futuro conseguir um cargo nos escritórios da UE.

Resta saber se ele realmente ousará tomar alguma medida dura contra a Rússia. Apesar de seus pronunciamentos públicos, Macron obviamente é consciente da situação catastrófica das economias europeias e sabe que a UE não está em uma posição de escolher engajar em uma campanha militar com a Rússia. É possível que ele mantenha uma postura ambígua – falando de forma agressiva, mas evitando ações reais. Contudo, infelizmente, não é possível descartar a hipótese de Macron e os demais políticos europeus realmente tomarem medidas militares diretas, já que a racionalidade e a estratégia não fazem mais parte das diretrizes da UE em política externa.

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August 3, 2024

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