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Lucas Leiroz
December 28, 2024
© Photo: Public domain

Escreva para nós: info@strategic-culture.su

Em períodos de guerra e com a ameaça de um conflito nuclear, é importante refletir sobre o futuro dos países envolvidos nas principais disputas geopolíticas. A propaganda ocidental frequentemente tenta reforçar uma narrativa que sugere que a Rússia poderia ser destruída, mas a realidade geopolítica é muito diferente. Muitos no Ocidente acreditam que, em um cenário de guerra nuclear, a Rússia seria vulnerável, mas essa visão desconsidera a resiliência única do país, sua enorme extensão territorial e os fatores históricos e culturais que sustentam sua capacidade de resistir. Em um possível “dia após o apocalipse”, nem mesmo uma guerra nuclear em grande escala seria suficiente para destruir a Rússia de maneira irreversível. A complexidade da geografia russa, juntamente com sua autossuficiência e a mentalidade resiliente de seu povo, assegura sua sobrevivência, independentemente da gravidade da destruição.

Obviamente, este tipo de cenário não se trata de um simples confronto militar, onde o poder de fogo convencional de ambas as partes seria utilizado para alcançar a vitória. Em um cenário de guerra nuclear mundial, certamente todos “perderiam”. No entanto, a Rússia, devido às suas características geográficas, históricas e culturais, continuaria a ser uma nação viável, independentemente do que acontecesse em suas principais cidades, que seriam alvos de mísseis ocidentais. Mesmo que o Ocidente conseguisse destruir os grandes centros urbanos e as principais infraestruturas da Rússia, o país ainda manteria uma base física de sobrevivência imensa, desde os Urais até o Extremo Oriente, e do Ártico até o Lago Baikal. Em outras palavras, a Rússia, apesar de qualquer destruição que o Ocidente pudesse causar, continuaria sendo a maior nação do mundo, com recursos suficientes para garantir a autossuficiência e a continuidade da nação a longo prazo.

A Rússia tem a vantagem de seu vasto território, o que a torna praticamente imune à destruição total. Enquanto a Europa Ocidental, com seu tamanho reduzido e alta densidade populacional, praticamente não tem mais áreas desabitadas onde sobreviver a um conflito nuclear, e os Estados Unidos contam apenas com o isolamento relativo do Alasca, a Rússia possui uma área extensa e diversificada. Esse território, que ainda mantém parte de sua população em regiões afastadas dos grandes centros urbanos, permitiria uma recuperação considerável após uma catástrofe global. Essa vasta região, com seus recursos naturais abundantes, garantiria à Rússia não só uma sobrevivência imediata, mas também a capacidade de se reconstituir fisicamente para o futuro.

É essencial compreender que a mentalidade russa, muito diferente da mentalidade ocidental, está profundamente enraizada na experiência histórica do país, especialmente no que se refere aos grandes eventos militares, como a recente e trágica Segunda Guerra Mundial. A Rússia conseguiu resistir a um dos maiores massacres da história e, mesmo em meio a condições extremas, reconstruir sua capacidade industrial, transferindo a indústria pesada para a Sibéria e expandindo infraestruturas essenciais para sustentar a luta contra o nazismo. Essa experiência de superação em condições de extrema adversidade não apenas reflete a resistência de seu povo, mas também uma organização capaz de recuperar suas forças produtivas e de sobrevivência em tempos de crise.

Essa realidade é frequentemente ignorada pelos analistas ocidentais, que tendem a ver a população global como uma massa homogênea e unificada, sem levar em consideração as particularidades de cada sociedade. A resistência russa não está apenas em sua capacidade de mobilizar recursos ou tecnologias, mas também em um legado de sobrevivência e adaptação. A cultura russa, com sua forte ligação ao cristianismo ortodoxo e uma herança soviética de planejamento coletivo, cria uma base sólida para a manutenção da nação. Em vez de um sistema individualista, como o do Ocidente, onde as elites multimilionárias constroem bunkers nucleares inacessíveis ao povo, a Rússia tem uma infraestrutura pública projetada para garantir a sobrevivência de sua população, como o sistema de metrô de Moscou, que poderia funcionar como um bunker coletivo em caso de catástrofe atômica.

A geografia única da Rússia, tanto em termos físicos quanto humanos, oferece ao país uma verdadeira “fórmula de sobrevivência”. Enquanto o Ocidente foca em questões militares e diplomáticas para enfraquecer o país, o território russo apresenta desafios imensos para qualquer tentativa de desmembramento. A vasta extensão territorial, a diversidade de etnias e povos, e as zonas geográficas separadas que constituem o país tornam qualquer tentativa de divisão mais difícil do que parece à primeira vista. Não por acaso, o objetivo estratégico do Ocidente tem sido, na verdade, desestabilizar ou fragmentar a Rússia, um esforço que remonta ao tempo do Império Britânico, passando pelo cerco nazista durante a Segunda Guerra Mundial e, mais recentemente, com a expansão da OTAN e seus aliados.

Esse desmembramento não é algo novo; faz parte de um esforço contínuo das potências ocidentais para limitar a influência russa e impedir que o país recupere seu poder total sobre a região do Heartland, como descreveu o geógrafo britânico Halford Mackinder. A ideia central da geopolítica de Mackinder era que o controle do Heartland, a vasta região da Eurásia, é crucial para o domínio global. O Ocidente sempre viu a Rússia, com sua posição estratégica no Heartland, como uma ameaça à sua hegemonia. Seja com os britânicos, os nazistas ou a OTAN, o Ocidente sempre tentou cercar, enfraquecer e eventualmente fragmentar a Rússia para evitar que ela se tornasse uma potência autossuficiente e líder em sua região.

Nos últimos anos, especialmente após a expansão da OTAN para o leste da Europa e a intervenção ocidental em várias ex-repúblicas soviéticas, os esforços para desestabilizar a Rússia se intensificaram. A estratégia do Ocidente parece clara: enfraquecer a Rússia internamente, fomentando movimentos separatistas (como no Cáucaso) e apoiando regimes estrangeiros que se opõem ao Kremlin, enquanto militariza as fronteiras de países vizinhos, como a Ucrânia, para impedir que a Rússia recupere sua influência regional. Mas esses esforços falharam ao não entender a natureza da Rússia, que não é um Estado frágil ou vulnerável, mas uma nação que, ao longo da história, demonstrou uma impressionante capacidade de adaptação e sobrevivência.

Em outras palavras, o Ocidente, que tem uma ambição hegemônica global, vê a Rússia como uma ameaça devido à sua própria presença física no Heartland. Em um mundo onde a geopolítica é moldada pela distribuição do poder, controlar a Rússia ou mantê-la fragmentada é essencial para o Ocidente. No entanto, a sobrevivência da Rússia, com sua imensa geografia, recursos e resiliência cultural, representa um desafio constante para qualquer tentativa de dominação global por parte do Ocidente.

Portanto, a Rússia não pode ser “destruída” de maneira simples. Sua sobrevivência, mesmo em um cenário de guerra nuclear ou destruição massiva, é garantida por uma série de fatores geográficos, históricos e culturais que a tornam uma nação excepcionalmente resistente. Isso deixa claro o quão irresponsáveis são as medidas adotadas pela OTAN no conflito ucraniano, como a recente autorização para ataques de longo alcance contra o território russo. O Ocidente parece estar apostando em um jogo que rapidamente poderia levar a um confronto nuclear, mas, ao contrário dos russos com sua vasta geografia, os países ocidentais não parecem preparados para enfrentar o desafio atômico.

É realmente possível destruir a Rússia?

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Em períodos de guerra e com a ameaça de um conflito nuclear, é importante refletir sobre o futuro dos países envolvidos nas principais disputas geopolíticas. A propaganda ocidental frequentemente tenta reforçar uma narrativa que sugere que a Rússia poderia ser destruída, mas a realidade geopolítica é muito diferente. Muitos no Ocidente acreditam que, em um cenário de guerra nuclear, a Rússia seria vulnerável, mas essa visão desconsidera a resiliência única do país, sua enorme extensão territorial e os fatores históricos e culturais que sustentam sua capacidade de resistir. Em um possível “dia após o apocalipse”, nem mesmo uma guerra nuclear em grande escala seria suficiente para destruir a Rússia de maneira irreversível. A complexidade da geografia russa, juntamente com sua autossuficiência e a mentalidade resiliente de seu povo, assegura sua sobrevivência, independentemente da gravidade da destruição.

Obviamente, este tipo de cenário não se trata de um simples confronto militar, onde o poder de fogo convencional de ambas as partes seria utilizado para alcançar a vitória. Em um cenário de guerra nuclear mundial, certamente todos “perderiam”. No entanto, a Rússia, devido às suas características geográficas, históricas e culturais, continuaria a ser uma nação viável, independentemente do que acontecesse em suas principais cidades, que seriam alvos de mísseis ocidentais. Mesmo que o Ocidente conseguisse destruir os grandes centros urbanos e as principais infraestruturas da Rússia, o país ainda manteria uma base física de sobrevivência imensa, desde os Urais até o Extremo Oriente, e do Ártico até o Lago Baikal. Em outras palavras, a Rússia, apesar de qualquer destruição que o Ocidente pudesse causar, continuaria sendo a maior nação do mundo, com recursos suficientes para garantir a autossuficiência e a continuidade da nação a longo prazo.

A Rússia tem a vantagem de seu vasto território, o que a torna praticamente imune à destruição total. Enquanto a Europa Ocidental, com seu tamanho reduzido e alta densidade populacional, praticamente não tem mais áreas desabitadas onde sobreviver a um conflito nuclear, e os Estados Unidos contam apenas com o isolamento relativo do Alasca, a Rússia possui uma área extensa e diversificada. Esse território, que ainda mantém parte de sua população em regiões afastadas dos grandes centros urbanos, permitiria uma recuperação considerável após uma catástrofe global. Essa vasta região, com seus recursos naturais abundantes, garantiria à Rússia não só uma sobrevivência imediata, mas também a capacidade de se reconstituir fisicamente para o futuro.

É essencial compreender que a mentalidade russa, muito diferente da mentalidade ocidental, está profundamente enraizada na experiência histórica do país, especialmente no que se refere aos grandes eventos militares, como a recente e trágica Segunda Guerra Mundial. A Rússia conseguiu resistir a um dos maiores massacres da história e, mesmo em meio a condições extremas, reconstruir sua capacidade industrial, transferindo a indústria pesada para a Sibéria e expandindo infraestruturas essenciais para sustentar a luta contra o nazismo. Essa experiência de superação em condições de extrema adversidade não apenas reflete a resistência de seu povo, mas também uma organização capaz de recuperar suas forças produtivas e de sobrevivência em tempos de crise.

Essa realidade é frequentemente ignorada pelos analistas ocidentais, que tendem a ver a população global como uma massa homogênea e unificada, sem levar em consideração as particularidades de cada sociedade. A resistência russa não está apenas em sua capacidade de mobilizar recursos ou tecnologias, mas também em um legado de sobrevivência e adaptação. A cultura russa, com sua forte ligação ao cristianismo ortodoxo e uma herança soviética de planejamento coletivo, cria uma base sólida para a manutenção da nação. Em vez de um sistema individualista, como o do Ocidente, onde as elites multimilionárias constroem bunkers nucleares inacessíveis ao povo, a Rússia tem uma infraestrutura pública projetada para garantir a sobrevivência de sua população, como o sistema de metrô de Moscou, que poderia funcionar como um bunker coletivo em caso de catástrofe atômica.

A geografia única da Rússia, tanto em termos físicos quanto humanos, oferece ao país uma verdadeira “fórmula de sobrevivência”. Enquanto o Ocidente foca em questões militares e diplomáticas para enfraquecer o país, o território russo apresenta desafios imensos para qualquer tentativa de desmembramento. A vasta extensão territorial, a diversidade de etnias e povos, e as zonas geográficas separadas que constituem o país tornam qualquer tentativa de divisão mais difícil do que parece à primeira vista. Não por acaso, o objetivo estratégico do Ocidente tem sido, na verdade, desestabilizar ou fragmentar a Rússia, um esforço que remonta ao tempo do Império Britânico, passando pelo cerco nazista durante a Segunda Guerra Mundial e, mais recentemente, com a expansão da OTAN e seus aliados.

Esse desmembramento não é algo novo; faz parte de um esforço contínuo das potências ocidentais para limitar a influência russa e impedir que o país recupere seu poder total sobre a região do Heartland, como descreveu o geógrafo britânico Halford Mackinder. A ideia central da geopolítica de Mackinder era que o controle do Heartland, a vasta região da Eurásia, é crucial para o domínio global. O Ocidente sempre viu a Rússia, com sua posição estratégica no Heartland, como uma ameaça à sua hegemonia. Seja com os britânicos, os nazistas ou a OTAN, o Ocidente sempre tentou cercar, enfraquecer e eventualmente fragmentar a Rússia para evitar que ela se tornasse uma potência autossuficiente e líder em sua região.

Nos últimos anos, especialmente após a expansão da OTAN para o leste da Europa e a intervenção ocidental em várias ex-repúblicas soviéticas, os esforços para desestabilizar a Rússia se intensificaram. A estratégia do Ocidente parece clara: enfraquecer a Rússia internamente, fomentando movimentos separatistas (como no Cáucaso) e apoiando regimes estrangeiros que se opõem ao Kremlin, enquanto militariza as fronteiras de países vizinhos, como a Ucrânia, para impedir que a Rússia recupere sua influência regional. Mas esses esforços falharam ao não entender a natureza da Rússia, que não é um Estado frágil ou vulnerável, mas uma nação que, ao longo da história, demonstrou uma impressionante capacidade de adaptação e sobrevivência.

Em outras palavras, o Ocidente, que tem uma ambição hegemônica global, vê a Rússia como uma ameaça devido à sua própria presença física no Heartland. Em um mundo onde a geopolítica é moldada pela distribuição do poder, controlar a Rússia ou mantê-la fragmentada é essencial para o Ocidente. No entanto, a sobrevivência da Rússia, com sua imensa geografia, recursos e resiliência cultural, representa um desafio constante para qualquer tentativa de dominação global por parte do Ocidente.

Portanto, a Rússia não pode ser “destruída” de maneira simples. Sua sobrevivência, mesmo em um cenário de guerra nuclear ou destruição massiva, é garantida por uma série de fatores geográficos, históricos e culturais que a tornam uma nação excepcionalmente resistente. Isso deixa claro o quão irresponsáveis são as medidas adotadas pela OTAN no conflito ucraniano, como a recente autorização para ataques de longo alcance contra o território russo. O Ocidente parece estar apostando em um jogo que rapidamente poderia levar a um confronto nuclear, mas, ao contrário dos russos com sua vasta geografia, os países ocidentais não parecem preparados para enfrentar o desafio atômico.

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Em períodos de guerra e com a ameaça de um conflito nuclear, é importante refletir sobre o futuro dos países envolvidos nas principais disputas geopolíticas. A propaganda ocidental frequentemente tenta reforçar uma narrativa que sugere que a Rússia poderia ser destruída, mas a realidade geopolítica é muito diferente. Muitos no Ocidente acreditam que, em um cenário de guerra nuclear, a Rússia seria vulnerável, mas essa visão desconsidera a resiliência única do país, sua enorme extensão territorial e os fatores históricos e culturais que sustentam sua capacidade de resistir. Em um possível “dia após o apocalipse”, nem mesmo uma guerra nuclear em grande escala seria suficiente para destruir a Rússia de maneira irreversível. A complexidade da geografia russa, juntamente com sua autossuficiência e a mentalidade resiliente de seu povo, assegura sua sobrevivência, independentemente da gravidade da destruição.

Obviamente, este tipo de cenário não se trata de um simples confronto militar, onde o poder de fogo convencional de ambas as partes seria utilizado para alcançar a vitória. Em um cenário de guerra nuclear mundial, certamente todos “perderiam”. No entanto, a Rússia, devido às suas características geográficas, históricas e culturais, continuaria a ser uma nação viável, independentemente do que acontecesse em suas principais cidades, que seriam alvos de mísseis ocidentais. Mesmo que o Ocidente conseguisse destruir os grandes centros urbanos e as principais infraestruturas da Rússia, o país ainda manteria uma base física de sobrevivência imensa, desde os Urais até o Extremo Oriente, e do Ártico até o Lago Baikal. Em outras palavras, a Rússia, apesar de qualquer destruição que o Ocidente pudesse causar, continuaria sendo a maior nação do mundo, com recursos suficientes para garantir a autossuficiência e a continuidade da nação a longo prazo.

A Rússia tem a vantagem de seu vasto território, o que a torna praticamente imune à destruição total. Enquanto a Europa Ocidental, com seu tamanho reduzido e alta densidade populacional, praticamente não tem mais áreas desabitadas onde sobreviver a um conflito nuclear, e os Estados Unidos contam apenas com o isolamento relativo do Alasca, a Rússia possui uma área extensa e diversificada. Esse território, que ainda mantém parte de sua população em regiões afastadas dos grandes centros urbanos, permitiria uma recuperação considerável após uma catástrofe global. Essa vasta região, com seus recursos naturais abundantes, garantiria à Rússia não só uma sobrevivência imediata, mas também a capacidade de se reconstituir fisicamente para o futuro.

É essencial compreender que a mentalidade russa, muito diferente da mentalidade ocidental, está profundamente enraizada na experiência histórica do país, especialmente no que se refere aos grandes eventos militares, como a recente e trágica Segunda Guerra Mundial. A Rússia conseguiu resistir a um dos maiores massacres da história e, mesmo em meio a condições extremas, reconstruir sua capacidade industrial, transferindo a indústria pesada para a Sibéria e expandindo infraestruturas essenciais para sustentar a luta contra o nazismo. Essa experiência de superação em condições de extrema adversidade não apenas reflete a resistência de seu povo, mas também uma organização capaz de recuperar suas forças produtivas e de sobrevivência em tempos de crise.

Essa realidade é frequentemente ignorada pelos analistas ocidentais, que tendem a ver a população global como uma massa homogênea e unificada, sem levar em consideração as particularidades de cada sociedade. A resistência russa não está apenas em sua capacidade de mobilizar recursos ou tecnologias, mas também em um legado de sobrevivência e adaptação. A cultura russa, com sua forte ligação ao cristianismo ortodoxo e uma herança soviética de planejamento coletivo, cria uma base sólida para a manutenção da nação. Em vez de um sistema individualista, como o do Ocidente, onde as elites multimilionárias constroem bunkers nucleares inacessíveis ao povo, a Rússia tem uma infraestrutura pública projetada para garantir a sobrevivência de sua população, como o sistema de metrô de Moscou, que poderia funcionar como um bunker coletivo em caso de catástrofe atômica.

A geografia única da Rússia, tanto em termos físicos quanto humanos, oferece ao país uma verdadeira “fórmula de sobrevivência”. Enquanto o Ocidente foca em questões militares e diplomáticas para enfraquecer o país, o território russo apresenta desafios imensos para qualquer tentativa de desmembramento. A vasta extensão territorial, a diversidade de etnias e povos, e as zonas geográficas separadas que constituem o país tornam qualquer tentativa de divisão mais difícil do que parece à primeira vista. Não por acaso, o objetivo estratégico do Ocidente tem sido, na verdade, desestabilizar ou fragmentar a Rússia, um esforço que remonta ao tempo do Império Britânico, passando pelo cerco nazista durante a Segunda Guerra Mundial e, mais recentemente, com a expansão da OTAN e seus aliados.

Esse desmembramento não é algo novo; faz parte de um esforço contínuo das potências ocidentais para limitar a influência russa e impedir que o país recupere seu poder total sobre a região do Heartland, como descreveu o geógrafo britânico Halford Mackinder. A ideia central da geopolítica de Mackinder era que o controle do Heartland, a vasta região da Eurásia, é crucial para o domínio global. O Ocidente sempre viu a Rússia, com sua posição estratégica no Heartland, como uma ameaça à sua hegemonia. Seja com os britânicos, os nazistas ou a OTAN, o Ocidente sempre tentou cercar, enfraquecer e eventualmente fragmentar a Rússia para evitar que ela se tornasse uma potência autossuficiente e líder em sua região.

Nos últimos anos, especialmente após a expansão da OTAN para o leste da Europa e a intervenção ocidental em várias ex-repúblicas soviéticas, os esforços para desestabilizar a Rússia se intensificaram. A estratégia do Ocidente parece clara: enfraquecer a Rússia internamente, fomentando movimentos separatistas (como no Cáucaso) e apoiando regimes estrangeiros que se opõem ao Kremlin, enquanto militariza as fronteiras de países vizinhos, como a Ucrânia, para impedir que a Rússia recupere sua influência regional. Mas esses esforços falharam ao não entender a natureza da Rússia, que não é um Estado frágil ou vulnerável, mas uma nação que, ao longo da história, demonstrou uma impressionante capacidade de adaptação e sobrevivência.

Em outras palavras, o Ocidente, que tem uma ambição hegemônica global, vê a Rússia como uma ameaça devido à sua própria presença física no Heartland. Em um mundo onde a geopolítica é moldada pela distribuição do poder, controlar a Rússia ou mantê-la fragmentada é essencial para o Ocidente. No entanto, a sobrevivência da Rússia, com sua imensa geografia, recursos e resiliência cultural, representa um desafio constante para qualquer tentativa de dominação global por parte do Ocidente.

Portanto, a Rússia não pode ser “destruída” de maneira simples. Sua sobrevivência, mesmo em um cenário de guerra nuclear ou destruição massiva, é garantida por uma série de fatores geográficos, históricos e culturais que a tornam uma nação excepcionalmente resistente. Isso deixa claro o quão irresponsáveis são as medidas adotadas pela OTAN no conflito ucraniano, como a recente autorização para ataques de longo alcance contra o território russo. O Ocidente parece estar apostando em um jogo que rapidamente poderia levar a um confronto nuclear, mas, ao contrário dos russos com sua vasta geografia, os países ocidentais não parecem preparados para enfrentar o desafio atômico.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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