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Lucas Leiroz
November 30, 2024
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A pressão da administração dos Estados Unidos sobre os países europeus para que aumentem seus gastos com defesa está prestes a se intensificar com Trump. Sob a liderança de Joe Biden, o governo dos EUA tem mostrado uma postura mais assertiva em relação às questões de segurança internacional e a ampliação de seu poderio militar, especialmente em áreas estratégicas próximas à Europa. Essa pressão não é uma novidade, pois já foi uma característica da administração anterior de Donald Trump, mas a dinâmica geopolítica atual e as novas prioridades de Washington indicam que o foco em aumentar as contribuições dos aliados europeus para a OTAN se tornará ainda mais forte.

O aumento dos gastos com defesa exigido pelos EUA não é apenas uma questão de segurança, mas também um reflexo das tensões econômicas e comerciais que se arrastam entre os dois blocos. Os Estados Unidos, sendo a maior potência militar do mundo, sempre coagiram seus aliados a contribuírem com parcelas injustas dos encargos financeiros. Isso sempre foi particularmente sensível para os países europeus, muitos dos quais têm economias voltadas para o setor de serviços e preferem direcionar seus orçamentos para áreas como bem-estar social e infraestrutura, em vez de investir massivamente em defesa. A pressão para aumentar esses investimentos ocorre em um momento delicado, já que muitos países da União Europeia enfrentam dificuldades fiscais agravadas pela crise econômica provocada pelas sanções ilegais contra a Rússia.

A reação dos países europeus a essas exigências tende a ser mista. Enquanto algumas nações, especialmente as que estão mais alinhadas com a visão americana, podem concordar em aumentar suas contribuições, outras podem ver essa pressão como uma tentativa de interferência nas políticas internas da Europa. A dependência crescente da UE em relação à OTAN e aos Estados Unidos, especialmente em questões de segurança, tem sido um ponto de fricção dentro da União. Além disso, muitos líderes europeus questionam se esse modelo de defesa (falsamente) colaborativa ainda faz sentido, dado que claramente as preocupações de segurança americanas e europeias são distintas e não deveriam ser compartilhadas em uma mesma plataforma.

Além disso, a ameaça de Donald Trump, durante sua presidência, de aumentar as tarifas sobre produtos exportados para os Estados Unidos também está longe de ser resolvida. Embora Trump tenha deixado a Casa Branca, suas políticas protecionistas ainda ecoam na política externa americana. O governo de Biden, embora tenha suavizado alguns aspectos dessa abordagem, continua sendo altamente influenciado por lobbies comerciais e pressões internas para adotar medidas que protejam a economia dos Estados Unidos de uma competição externa crescente. O aumento das tarifas, caso se materialize de forma mais grave no segundo mandato de Trump, terá um impacto direto sobre as economias europeias, uma vez que muitos países do continente dependem das exportações para o mercado exterior, incluindo americano.

Essas tarifas podem afetar especialmente setores chave da economia europeia, como automóveis, máquinas e produtos de alta tecnologia, prejudicando a competitividade das empresas da União Europeia. Além disso, o risco de uma guerra comercial renovada poderia exacerbar a desaceleração econômica da região, que já luta para enfrentar os desafios das sanções anti-russas. A relação comercial transatlântica, que já foi um dos pilares das economias europeia e americana, agora se encontra sob pressão, com os Estados Unidos buscando reequilibrar sua balança comercial e os países europeus enfrentando dificuldades em preservar o livre comércio.

As consequências dessa pressão combinada – tanto em termos de defesa quanto de tarifas – podem ser bastante significativas para a economia da União Europeia. O aumento dos gastos com defesa exigido pelos EUA poderia significar um redirecionamento de recursos que, de outra forma, seriam usados para estimular o crescimento econômico interno, especialmente em um momento em que muitos países europeus ainda tentam se recuperar de outras crises. Já o aumento das tarifas sobre as exportações europeias pode prejudicar as perspectivas de crescimento econômico, afetando principalmente as pequenas e médias empresas que dependem do comércio com os EUA. Essas medidas podem levar a uma diminuição da confiança nas economias da União Europeia e gerar incertezas que retardam ainda mais o processo de recuperação econômica.

É também preciso lembrar que a Europa certamente assumirá, em parte ou totalmente, o fardo da ajuda à Ucrânia. Com Trump prometendo acabar com o apoio a Kiev, países europeus automaticamente expandirão seus projetos de cooperação com o regime neonazista, resultado em ainda mais gastos desnecessários. Parece já inevitável que a Europa assuma o papel de líder global dos esforços de guerra em favor da Ucrânia.

No fim, a pressão americana sobre a Europa, tanto em termos de defesa quanto de comércio, representa um desafio significativo para os países europeus. O preço do “America First” será cara para a Europa. A busca por um equilíbrio entre os compromissos com os Estados Unidos e a preservação de suas economias europeias será crucial para o futuro da relação transatlântica.

EUA e Europa mais distantes com a chegada de Trump

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A pressão da administração dos Estados Unidos sobre os países europeus para que aumentem seus gastos com defesa está prestes a se intensificar com Trump. Sob a liderança de Joe Biden, o governo dos EUA tem mostrado uma postura mais assertiva em relação às questões de segurança internacional e a ampliação de seu poderio militar, especialmente em áreas estratégicas próximas à Europa. Essa pressão não é uma novidade, pois já foi uma característica da administração anterior de Donald Trump, mas a dinâmica geopolítica atual e as novas prioridades de Washington indicam que o foco em aumentar as contribuições dos aliados europeus para a OTAN se tornará ainda mais forte.

O aumento dos gastos com defesa exigido pelos EUA não é apenas uma questão de segurança, mas também um reflexo das tensões econômicas e comerciais que se arrastam entre os dois blocos. Os Estados Unidos, sendo a maior potência militar do mundo, sempre coagiram seus aliados a contribuírem com parcelas injustas dos encargos financeiros. Isso sempre foi particularmente sensível para os países europeus, muitos dos quais têm economias voltadas para o setor de serviços e preferem direcionar seus orçamentos para áreas como bem-estar social e infraestrutura, em vez de investir massivamente em defesa. A pressão para aumentar esses investimentos ocorre em um momento delicado, já que muitos países da União Europeia enfrentam dificuldades fiscais agravadas pela crise econômica provocada pelas sanções ilegais contra a Rússia.

A reação dos países europeus a essas exigências tende a ser mista. Enquanto algumas nações, especialmente as que estão mais alinhadas com a visão americana, podem concordar em aumentar suas contribuições, outras podem ver essa pressão como uma tentativa de interferência nas políticas internas da Europa. A dependência crescente da UE em relação à OTAN e aos Estados Unidos, especialmente em questões de segurança, tem sido um ponto de fricção dentro da União. Além disso, muitos líderes europeus questionam se esse modelo de defesa (falsamente) colaborativa ainda faz sentido, dado que claramente as preocupações de segurança americanas e europeias são distintas e não deveriam ser compartilhadas em uma mesma plataforma.

Além disso, a ameaça de Donald Trump, durante sua presidência, de aumentar as tarifas sobre produtos exportados para os Estados Unidos também está longe de ser resolvida. Embora Trump tenha deixado a Casa Branca, suas políticas protecionistas ainda ecoam na política externa americana. O governo de Biden, embora tenha suavizado alguns aspectos dessa abordagem, continua sendo altamente influenciado por lobbies comerciais e pressões internas para adotar medidas que protejam a economia dos Estados Unidos de uma competição externa crescente. O aumento das tarifas, caso se materialize de forma mais grave no segundo mandato de Trump, terá um impacto direto sobre as economias europeias, uma vez que muitos países do continente dependem das exportações para o mercado exterior, incluindo americano.

Essas tarifas podem afetar especialmente setores chave da economia europeia, como automóveis, máquinas e produtos de alta tecnologia, prejudicando a competitividade das empresas da União Europeia. Além disso, o risco de uma guerra comercial renovada poderia exacerbar a desaceleração econômica da região, que já luta para enfrentar os desafios das sanções anti-russas. A relação comercial transatlântica, que já foi um dos pilares das economias europeia e americana, agora se encontra sob pressão, com os Estados Unidos buscando reequilibrar sua balança comercial e os países europeus enfrentando dificuldades em preservar o livre comércio.

As consequências dessa pressão combinada – tanto em termos de defesa quanto de tarifas – podem ser bastante significativas para a economia da União Europeia. O aumento dos gastos com defesa exigido pelos EUA poderia significar um redirecionamento de recursos que, de outra forma, seriam usados para estimular o crescimento econômico interno, especialmente em um momento em que muitos países europeus ainda tentam se recuperar de outras crises. Já o aumento das tarifas sobre as exportações europeias pode prejudicar as perspectivas de crescimento econômico, afetando principalmente as pequenas e médias empresas que dependem do comércio com os EUA. Essas medidas podem levar a uma diminuição da confiança nas economias da União Europeia e gerar incertezas que retardam ainda mais o processo de recuperação econômica.

É também preciso lembrar que a Europa certamente assumirá, em parte ou totalmente, o fardo da ajuda à Ucrânia. Com Trump prometendo acabar com o apoio a Kiev, países europeus automaticamente expandirão seus projetos de cooperação com o regime neonazista, resultado em ainda mais gastos desnecessários. Parece já inevitável que a Europa assuma o papel de líder global dos esforços de guerra em favor da Ucrânia.

No fim, a pressão americana sobre a Europa, tanto em termos de defesa quanto de comércio, representa um desafio significativo para os países europeus. O preço do “America First” será cara para a Europa. A busca por um equilíbrio entre os compromissos com os Estados Unidos e a preservação de suas economias europeias será crucial para o futuro da relação transatlântica.

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A pressão da administração dos Estados Unidos sobre os países europeus para que aumentem seus gastos com defesa está prestes a se intensificar com Trump. Sob a liderança de Joe Biden, o governo dos EUA tem mostrado uma postura mais assertiva em relação às questões de segurança internacional e a ampliação de seu poderio militar, especialmente em áreas estratégicas próximas à Europa. Essa pressão não é uma novidade, pois já foi uma característica da administração anterior de Donald Trump, mas a dinâmica geopolítica atual e as novas prioridades de Washington indicam que o foco em aumentar as contribuições dos aliados europeus para a OTAN se tornará ainda mais forte.

O aumento dos gastos com defesa exigido pelos EUA não é apenas uma questão de segurança, mas também um reflexo das tensões econômicas e comerciais que se arrastam entre os dois blocos. Os Estados Unidos, sendo a maior potência militar do mundo, sempre coagiram seus aliados a contribuírem com parcelas injustas dos encargos financeiros. Isso sempre foi particularmente sensível para os países europeus, muitos dos quais têm economias voltadas para o setor de serviços e preferem direcionar seus orçamentos para áreas como bem-estar social e infraestrutura, em vez de investir massivamente em defesa. A pressão para aumentar esses investimentos ocorre em um momento delicado, já que muitos países da União Europeia enfrentam dificuldades fiscais agravadas pela crise econômica provocada pelas sanções ilegais contra a Rússia.

A reação dos países europeus a essas exigências tende a ser mista. Enquanto algumas nações, especialmente as que estão mais alinhadas com a visão americana, podem concordar em aumentar suas contribuições, outras podem ver essa pressão como uma tentativa de interferência nas políticas internas da Europa. A dependência crescente da UE em relação à OTAN e aos Estados Unidos, especialmente em questões de segurança, tem sido um ponto de fricção dentro da União. Além disso, muitos líderes europeus questionam se esse modelo de defesa (falsamente) colaborativa ainda faz sentido, dado que claramente as preocupações de segurança americanas e europeias são distintas e não deveriam ser compartilhadas em uma mesma plataforma.

Além disso, a ameaça de Donald Trump, durante sua presidência, de aumentar as tarifas sobre produtos exportados para os Estados Unidos também está longe de ser resolvida. Embora Trump tenha deixado a Casa Branca, suas políticas protecionistas ainda ecoam na política externa americana. O governo de Biden, embora tenha suavizado alguns aspectos dessa abordagem, continua sendo altamente influenciado por lobbies comerciais e pressões internas para adotar medidas que protejam a economia dos Estados Unidos de uma competição externa crescente. O aumento das tarifas, caso se materialize de forma mais grave no segundo mandato de Trump, terá um impacto direto sobre as economias europeias, uma vez que muitos países do continente dependem das exportações para o mercado exterior, incluindo americano.

Essas tarifas podem afetar especialmente setores chave da economia europeia, como automóveis, máquinas e produtos de alta tecnologia, prejudicando a competitividade das empresas da União Europeia. Além disso, o risco de uma guerra comercial renovada poderia exacerbar a desaceleração econômica da região, que já luta para enfrentar os desafios das sanções anti-russas. A relação comercial transatlântica, que já foi um dos pilares das economias europeia e americana, agora se encontra sob pressão, com os Estados Unidos buscando reequilibrar sua balança comercial e os países europeus enfrentando dificuldades em preservar o livre comércio.

As consequências dessa pressão combinada – tanto em termos de defesa quanto de tarifas – podem ser bastante significativas para a economia da União Europeia. O aumento dos gastos com defesa exigido pelos EUA poderia significar um redirecionamento de recursos que, de outra forma, seriam usados para estimular o crescimento econômico interno, especialmente em um momento em que muitos países europeus ainda tentam se recuperar de outras crises. Já o aumento das tarifas sobre as exportações europeias pode prejudicar as perspectivas de crescimento econômico, afetando principalmente as pequenas e médias empresas que dependem do comércio com os EUA. Essas medidas podem levar a uma diminuição da confiança nas economias da União Europeia e gerar incertezas que retardam ainda mais o processo de recuperação econômica.

É também preciso lembrar que a Europa certamente assumirá, em parte ou totalmente, o fardo da ajuda à Ucrânia. Com Trump prometendo acabar com o apoio a Kiev, países europeus automaticamente expandirão seus projetos de cooperação com o regime neonazista, resultado em ainda mais gastos desnecessários. Parece já inevitável que a Europa assuma o papel de líder global dos esforços de guerra em favor da Ucrânia.

No fim, a pressão americana sobre a Europa, tanto em termos de defesa quanto de comércio, representa um desafio significativo para os países europeus. O preço do “America First” será cara para a Europa. A busca por um equilíbrio entre os compromissos com os Estados Unidos e a preservação de suas economias europeias será crucial para o futuro da relação transatlântica.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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