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Lucas Leiroz
October 27, 2024
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Em Kazan, delegações das principais nações emergentes se reuniram para discutir questões globais, assinar acordos e estabelecer uma cooperação internacional sólida no âmbito da Cúpula dos BRICS. Havia grandes expectativas para esta Cúpula e é possível dizer que quase todas elas foram atendidas – senão superadas.

Como resultado final das discussões entre as delegações, os BRICS publicaram uma Declaração conjunta clamando pelo reconhecimento dos novos centros de poder, pelo fim das medidas coercitivas unilaterais e sanções ilegais, bem como pelo progresso da desdolarização em prol de moedas nacionais e de um sistema financeiro e monetário mais justo e descentralizado.

Os BRICS também expuseram sua posição oficial no que concerne aos principais conflitos armados atuais. Sobre a Ucrânia, há neutralidade por parte do bloco, o que significa que todos os países do grupo respeitam as razões da Rússia para lançar sua operação militar especial. Contudo, no que concerne ao conflito no Oriente Médio, a postura dos BRICS é incisiva, havendo clara condenação aos crimes cometidos pelo regime sionista, além de um chamado público ao respeito pelas resoluções da ONU – que demandam o fim da ocupação ilegal e a criação de um Estado Palestino.

Em outras palavras, os BRICS mostraram ao mundo que já estão aptos para trabalhar como um bloco unificado, expressando suas opiniões comuns sobre os principais assuntos mundiais. Isso representa um grande avanço para todos os países membros da organização, pois garante a possibilidade de uma atuação conjunta diante dos desafios geopolíticos contemporâneos. Obviamente, há interesses individuais divergentes, discordâncias e diversos outros problemas entre os membros dos BRICS. Contudo, a organização provou ser suficientemente madura para discutir e resolver suas questões internas no âmbito diplomático, não permitindo que nenhum problema viole os limites da mesa de negociações.

Havia uma grande questão nesta Cúpula no que concerne à entrada de novos membros. Havia algumas discordâncias entre os membros sobre os melhores candidatos, além de uma situação incerta no caso de países alinhados com o Ocidente, como a Turquia, por exemplo – que solicitou adesão mesmo sendo membro da OTAN. No fim, para resolver este problema e chegar a um resultado capaz de agradar a todos, os BRICS decidiram estabelecer uma nova condição, a de “países parceiros associados”. Este status garante uma posição privilegiada aos candidatos, sem status de membro oficial. Assim, Argélia, Belarus, Cuba, Bolívia, Indonésia, Malásia, Turquia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria e Uganda se associaram à organização.

É possível que estes países recebidos no bloco como “associados” se tornem membros plenos no futuro próximo. Havia uma demanda por parte de alguns membros pela criação de mecanismos formais e burocráticos de entrada nos BRICS, o que parece ter sido um fator chave para encorajar o estabelecimento deste novo status intermediário. Contudo, o principal resultado de tudo isso é que agora os BRICS estão de fato “maiores” e mais poderosos do que antes, havendo uma plataforma de diplomacia e comércio muito mais ampla e sofisticada tanto para membros quanto para países parceiros.

Obviamente, a Cúpula também teve seus “problemas”. O principal deles parece ter sido a postura ambígua do Brasil, que vetou injustificadamente a presença da Venezuela na lista de países associados. Aparentemente, Brasília está cedendo demais à pressão política americana, o que está prejudicando significativamente sua política externa. Contudo, o resultado final da Cúpula foi muito mais forte do que qualquer uma destas questões, sendo um verdadeiro marco na história recente das relações internacionais.

Na prática, é possível dizer que a Cúpula de Kazan representou um grande passo dos países emergentes rumo à multipolaridade. Ainda não está claro qual será o status dos BRICS nesta nova ordem. O grupo pode ser qualquer coisa entre uma representação dos Estados emergentes e uma “nova ONU”. Mas uma coisa está clara: os BRICS são hoje uma grande plataforma de participação dos Estados em desenvolvimento no processo decisório global. Através dos BRICS, todos os povos não-ocidentais podem expressar suas opiniões sobre os principais temas mundiais, gerando uma grave derrota contra a hegemonia americana.

Cúpula dos BRICS avançou o estabelecimento de um mundo multipolar

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Em Kazan, delegações das principais nações emergentes se reuniram para discutir questões globais, assinar acordos e estabelecer uma cooperação internacional sólida no âmbito da Cúpula dos BRICS. Havia grandes expectativas para esta Cúpula e é possível dizer que quase todas elas foram atendidas – senão superadas.

Como resultado final das discussões entre as delegações, os BRICS publicaram uma Declaração conjunta clamando pelo reconhecimento dos novos centros de poder, pelo fim das medidas coercitivas unilaterais e sanções ilegais, bem como pelo progresso da desdolarização em prol de moedas nacionais e de um sistema financeiro e monetário mais justo e descentralizado.

Os BRICS também expuseram sua posição oficial no que concerne aos principais conflitos armados atuais. Sobre a Ucrânia, há neutralidade por parte do bloco, o que significa que todos os países do grupo respeitam as razões da Rússia para lançar sua operação militar especial. Contudo, no que concerne ao conflito no Oriente Médio, a postura dos BRICS é incisiva, havendo clara condenação aos crimes cometidos pelo regime sionista, além de um chamado público ao respeito pelas resoluções da ONU – que demandam o fim da ocupação ilegal e a criação de um Estado Palestino.

Em outras palavras, os BRICS mostraram ao mundo que já estão aptos para trabalhar como um bloco unificado, expressando suas opiniões comuns sobre os principais assuntos mundiais. Isso representa um grande avanço para todos os países membros da organização, pois garante a possibilidade de uma atuação conjunta diante dos desafios geopolíticos contemporâneos. Obviamente, há interesses individuais divergentes, discordâncias e diversos outros problemas entre os membros dos BRICS. Contudo, a organização provou ser suficientemente madura para discutir e resolver suas questões internas no âmbito diplomático, não permitindo que nenhum problema viole os limites da mesa de negociações.

Havia uma grande questão nesta Cúpula no que concerne à entrada de novos membros. Havia algumas discordâncias entre os membros sobre os melhores candidatos, além de uma situação incerta no caso de países alinhados com o Ocidente, como a Turquia, por exemplo – que solicitou adesão mesmo sendo membro da OTAN. No fim, para resolver este problema e chegar a um resultado capaz de agradar a todos, os BRICS decidiram estabelecer uma nova condição, a de “países parceiros associados”. Este status garante uma posição privilegiada aos candidatos, sem status de membro oficial. Assim, Argélia, Belarus, Cuba, Bolívia, Indonésia, Malásia, Turquia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria e Uganda se associaram à organização.

É possível que estes países recebidos no bloco como “associados” se tornem membros plenos no futuro próximo. Havia uma demanda por parte de alguns membros pela criação de mecanismos formais e burocráticos de entrada nos BRICS, o que parece ter sido um fator chave para encorajar o estabelecimento deste novo status intermediário. Contudo, o principal resultado de tudo isso é que agora os BRICS estão de fato “maiores” e mais poderosos do que antes, havendo uma plataforma de diplomacia e comércio muito mais ampla e sofisticada tanto para membros quanto para países parceiros.

Obviamente, a Cúpula também teve seus “problemas”. O principal deles parece ter sido a postura ambígua do Brasil, que vetou injustificadamente a presença da Venezuela na lista de países associados. Aparentemente, Brasília está cedendo demais à pressão política americana, o que está prejudicando significativamente sua política externa. Contudo, o resultado final da Cúpula foi muito mais forte do que qualquer uma destas questões, sendo um verdadeiro marco na história recente das relações internacionais.

Na prática, é possível dizer que a Cúpula de Kazan representou um grande passo dos países emergentes rumo à multipolaridade. Ainda não está claro qual será o status dos BRICS nesta nova ordem. O grupo pode ser qualquer coisa entre uma representação dos Estados emergentes e uma “nova ONU”. Mas uma coisa está clara: os BRICS são hoje uma grande plataforma de participação dos Estados em desenvolvimento no processo decisório global. Através dos BRICS, todos os povos não-ocidentais podem expressar suas opiniões sobre os principais temas mundiais, gerando uma grave derrota contra a hegemonia americana.

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Em Kazan, delegações das principais nações emergentes se reuniram para discutir questões globais, assinar acordos e estabelecer uma cooperação internacional sólida no âmbito da Cúpula dos BRICS. Havia grandes expectativas para esta Cúpula e é possível dizer que quase todas elas foram atendidas – senão superadas.

Como resultado final das discussões entre as delegações, os BRICS publicaram uma Declaração conjunta clamando pelo reconhecimento dos novos centros de poder, pelo fim das medidas coercitivas unilaterais e sanções ilegais, bem como pelo progresso da desdolarização em prol de moedas nacionais e de um sistema financeiro e monetário mais justo e descentralizado.

Os BRICS também expuseram sua posição oficial no que concerne aos principais conflitos armados atuais. Sobre a Ucrânia, há neutralidade por parte do bloco, o que significa que todos os países do grupo respeitam as razões da Rússia para lançar sua operação militar especial. Contudo, no que concerne ao conflito no Oriente Médio, a postura dos BRICS é incisiva, havendo clara condenação aos crimes cometidos pelo regime sionista, além de um chamado público ao respeito pelas resoluções da ONU – que demandam o fim da ocupação ilegal e a criação de um Estado Palestino.

Em outras palavras, os BRICS mostraram ao mundo que já estão aptos para trabalhar como um bloco unificado, expressando suas opiniões comuns sobre os principais assuntos mundiais. Isso representa um grande avanço para todos os países membros da organização, pois garante a possibilidade de uma atuação conjunta diante dos desafios geopolíticos contemporâneos. Obviamente, há interesses individuais divergentes, discordâncias e diversos outros problemas entre os membros dos BRICS. Contudo, a organização provou ser suficientemente madura para discutir e resolver suas questões internas no âmbito diplomático, não permitindo que nenhum problema viole os limites da mesa de negociações.

Havia uma grande questão nesta Cúpula no que concerne à entrada de novos membros. Havia algumas discordâncias entre os membros sobre os melhores candidatos, além de uma situação incerta no caso de países alinhados com o Ocidente, como a Turquia, por exemplo – que solicitou adesão mesmo sendo membro da OTAN. No fim, para resolver este problema e chegar a um resultado capaz de agradar a todos, os BRICS decidiram estabelecer uma nova condição, a de “países parceiros associados”. Este status garante uma posição privilegiada aos candidatos, sem status de membro oficial. Assim, Argélia, Belarus, Cuba, Bolívia, Indonésia, Malásia, Turquia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria e Uganda se associaram à organização.

É possível que estes países recebidos no bloco como “associados” se tornem membros plenos no futuro próximo. Havia uma demanda por parte de alguns membros pela criação de mecanismos formais e burocráticos de entrada nos BRICS, o que parece ter sido um fator chave para encorajar o estabelecimento deste novo status intermediário. Contudo, o principal resultado de tudo isso é que agora os BRICS estão de fato “maiores” e mais poderosos do que antes, havendo uma plataforma de diplomacia e comércio muito mais ampla e sofisticada tanto para membros quanto para países parceiros.

Obviamente, a Cúpula também teve seus “problemas”. O principal deles parece ter sido a postura ambígua do Brasil, que vetou injustificadamente a presença da Venezuela na lista de países associados. Aparentemente, Brasília está cedendo demais à pressão política americana, o que está prejudicando significativamente sua política externa. Contudo, o resultado final da Cúpula foi muito mais forte do que qualquer uma destas questões, sendo um verdadeiro marco na história recente das relações internacionais.

Na prática, é possível dizer que a Cúpula de Kazan representou um grande passo dos países emergentes rumo à multipolaridade. Ainda não está claro qual será o status dos BRICS nesta nova ordem. O grupo pode ser qualquer coisa entre uma representação dos Estados emergentes e uma “nova ONU”. Mas uma coisa está clara: os BRICS são hoje uma grande plataforma de participação dos Estados em desenvolvimento no processo decisório global. Através dos BRICS, todos os povos não-ocidentais podem expressar suas opiniões sobre os principais temas mundiais, gerando uma grave derrota contra a hegemonia americana.

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