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Eduardo Vasco
March 25, 2024
© Photo: Public domain

Fora a declaração semi-oficial, nada indica que o ISIS executou o atentado no Crocus City Hall em Moscou.

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Fora a declaração semi-oficial, nada indica que o ISIS executou o atentado no Crocus City Hall em Moscou.

As agências de notícias ocidentais noticiam que, por meio do seu veículo oficial, a Amaq News Agency, o ISIS declarou que “o ataque vem no contexto de uma guerra violenta entre o Estado Islâmico e os países que combatem o Islã”.

Essa afirmação não tem pé nem cabeça quando olhamos para o país que foi atacado. A Rússia é um dos maiores aliados dos países islâmicos. E não me parece que o ISIS esteja exatamente preocupado em combater os inimigos do Islã, pois ele também reivindicou a autoria de um atentado recente que matou quase 100 pessoas no Irã, um país muçulmano.

Quais são as nações que estariam “combatendo o Islã”? Em primeiro lugar, obviamente temos Israel, que promove um genocídio em Gaza. Todos muçulmanos militantes veem Israel como o maior inimigo do Islã. Mas o ISIS não comete atentados em Israel, embora isso seja muito fácil para o Hamas ou a Jihad Islâmica. O Hezbollah e o Ansarullah também têm atacado Israel.

O ISIS não ataca Israel. Também não tem realizado nenhum grande atentado nos Estados Unidos, embora este seja visto pela maioria dos crentes muçulmanos como o segundo maior inimigo do Islã e patrocinador máximo de Israel.

A França tem aplicado medidas ditatoriais contra os fiéis muçulmanos, mas já faz tempo que o ISIS não executa nenhum grande atentado no país. O mesmo vale para o Reino Unido, onde a polícia prende manifestantes que protestam contra o massacre de muçulmanos em Gaza. Na Alemanha, o chanceler Olaf Scholz tem sido um dos maiores defensores do genocídio israelense, mas isso não parece incomodar o ISIS.

Nenhuma testemunha ocular do ataque de sexta-feira disse ter ouvido os atacantes gritarem “Deus é grande” em árabe, frase típica de um membro do ISIS ao efetuar um atentado. Nenhum dos 11 atacantes capturados declarou-se membro do ISIS, nem mesmo ter sido recrutado para uma missão sagrada, embora aparentemente a maioria seja de origem muçulmana.

Na verdade, segundo o que foi divulgado até agora pelas autoridades russas, os criminosos declararam ter agido exclusivamente por motivos financeiros. Não eram militantes de nenhum grupo, tampouco do ISIS. Eram mercenários pagos para matar pessoas, sem nenhuma ideologia declarada.

A imprensa controlada pelo imperialismo ocidental dissemina a crença cega na atribuição do ISIS como responsável pelo atentado. Tudo começou, como sempre, com notícias a partir dos EUA.

Parece uma tentativa de estabelecer como certa uma verdade a fim de impedir qualquer contestação, qualquer afirmação diferente, que seria então considerada uma teoria da conspiração ou então uma perseguição do governo russo contra a Ucrânia.

O governo dos EUA correu para dizer que a Ucrânia não tem nada a ver com o atentado, muito antes de qualquer acusação contra os ucranianos. Todos conhecem a história do culpado que, logo após fazer algo errado, é o primeiro a dizer que não foi ele. Essa declaração de Washington cheira muito mal.

Maria Zakharova foi certeira: como os EUA podem assegurar tão veementemente que não foi a Ucrânia, se ninguém ainda tem qualquer informação sobre o ocorrido? Se eles sabem que supostamente não foi a Ucrânia, então eles têm indícios sobre quem tenha sido!

Os EUA também se contradizem ao declarar, através de John Kirby, que não tinham nenhum conhecimento de uma trama em Moscou, e logo em seguida dizer que avisaram os russos no início do mês. Ainda que tenham avisado, considerando que não se pode acreditar nos EUA, a informação pode ter sido uma bandeira falsa para despistar os russos e abaixar sua guarda para o ataque que viria somente duas semanas depois.

A banda que estava se apresentando no teatro, Picnic, é uma apoiadora da operação militar especial na Ucrânia. Segundo as investigações das autoridades russas, os responsáveis pelo atentado planejavam fugir para a Ucrânia, onde já tinham contatos para os ajudarem a escapar.

Tudo bem, a Ucrânia é a fronteira mais próxima e segura para um terrorista que acaba de realizar um atentado em Moscou. Mas convenhamos que, no meio de uma guerra entre Ucrânia e Rússia, isso também cheira muito mal para o lado ucraniano.

Até porque o secretário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia, Alexei Danilov, disse à TV ucraniana que “nós vamos dar a eles esse tipo de diversão mais frequentemente”. Os ucranianos, assim como os israelenses, não são muito discretos…

Os meios de propaganda ocidentais haviam feito um estardalhaço mais cedo devido às palavras de Dmitri Peskov, que afirmou que a Rússia está, na prática, em estado de guerra. Seria a prova que faltava da ameaça, do perigo, da agressão e da megalomania assassina de Vladimir Putin para se apoderar da Ucrânia e do mundo.

No mesmo dia, respondendo a uma pergunta sobre a OTAN estar pronta para um conflito com a Rússia, Robert Bauer, membro do comitê militar da OTAN, afirmou: “a resposta é sim! Essa é a nossa principal tarefa a ser feita.” Sobre isso, a imprensa se calou.

A situação atual mostra uma perigosa tendência à escalada da guerra. Emmanuel Macron cogitou o envio de tropas francesas, enquanto oficiais alemães foram pegos discutindo um ataque à ponte da Crimeia.

Também na véspera do atentado, a Ucrânia aumentou os bombardeios contra as regiões fronteiriças. Tudo isso são sinais de uma escalada no conflito. Desde quando a Rússia começou a colocar seu moedor de carne em funcionamento, ainda em 2022, já era noticiado que os desesperados ucranianos partiriam para ações terroristas em território russo, uma vez que não teriam nenhuma chance de vitória no campo de batalha.

As embaixadas da Ucrânia são notórias recrutadoras de terroristas. No dia 10 de março, a embaixada ucraniana no Tajiquistão publicou um anúncio de recrutamento de mercenários tajiques. Pelas informações preliminares, ao menos um dos capturados após o atentado em Moscou é tajique.

Os atentados que mataram Darya Dugina em agosto de 2022 e Vladlen Tatarsky em abril de 2023 se inserem nessa nova estratégia ucraniana. A morte de Evgeny Prigozhin, em agosto de 2023, agora fica mais perto de ter sido obra dos ucranianos do que dos próprios russos.

O jornalista russo Andrey Medvedev cita alguns pontos: 1) a Amaq News não vinha sendo utilizada há tempos para informar ações do ISIS; 2) os membros desse grupo fugiram após o atentado e não fizeram nenhum refém, o que difere a ação das anteriores.

A Rússia acabava de viver um momento de êxtase com a reeleição avassaladora de Vladimir Putin. Um momento de extrema felicidade e comemoração para o Kremlin e a esmagadora maioria da população russa. Essa eleição foi boicotada, sabotada e caluniada por todo o imperialismo ocidental, patrocinador da Ucrânia, e logicamente foi vista por ele como um sinal claro de fortalecimento do governo russo.

Ao mesmo tempo, seria um bom momento – justamente pela abaixada de guarda devido ao clima de festa – para um ataque surpresa como esse.

A Ucrânia e seus patrocinadores da OTAN têm todos os motivos – sabendo-se como eles pensam e agem há décadas – para realizar esse tipo de covardia contra a Rússia. O ISIS não tem motivo nenhum.

Mas mesmo que realmente tenha sido orquestrado pelo ISIS, isso não isenta os Estados Unidos e seus satélites da culpa. Afinal, os que estão por trás do ISIS são os mesmos que estão por trás de Vladimir Zelensky.

Por que eu duvido que o ISIS seja o responsável pelo atentado em Moscou

Fora a declaração semi-oficial, nada indica que o ISIS executou o atentado no Crocus City Hall em Moscou.

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Fora a declaração semi-oficial, nada indica que o ISIS executou o atentado no Crocus City Hall em Moscou.

As agências de notícias ocidentais noticiam que, por meio do seu veículo oficial, a Amaq News Agency, o ISIS declarou que “o ataque vem no contexto de uma guerra violenta entre o Estado Islâmico e os países que combatem o Islã”.

Essa afirmação não tem pé nem cabeça quando olhamos para o país que foi atacado. A Rússia é um dos maiores aliados dos países islâmicos. E não me parece que o ISIS esteja exatamente preocupado em combater os inimigos do Islã, pois ele também reivindicou a autoria de um atentado recente que matou quase 100 pessoas no Irã, um país muçulmano.

Quais são as nações que estariam “combatendo o Islã”? Em primeiro lugar, obviamente temos Israel, que promove um genocídio em Gaza. Todos muçulmanos militantes veem Israel como o maior inimigo do Islã. Mas o ISIS não comete atentados em Israel, embora isso seja muito fácil para o Hamas ou a Jihad Islâmica. O Hezbollah e o Ansarullah também têm atacado Israel.

O ISIS não ataca Israel. Também não tem realizado nenhum grande atentado nos Estados Unidos, embora este seja visto pela maioria dos crentes muçulmanos como o segundo maior inimigo do Islã e patrocinador máximo de Israel.

A França tem aplicado medidas ditatoriais contra os fiéis muçulmanos, mas já faz tempo que o ISIS não executa nenhum grande atentado no país. O mesmo vale para o Reino Unido, onde a polícia prende manifestantes que protestam contra o massacre de muçulmanos em Gaza. Na Alemanha, o chanceler Olaf Scholz tem sido um dos maiores defensores do genocídio israelense, mas isso não parece incomodar o ISIS.

Nenhuma testemunha ocular do ataque de sexta-feira disse ter ouvido os atacantes gritarem “Deus é grande” em árabe, frase típica de um membro do ISIS ao efetuar um atentado. Nenhum dos 11 atacantes capturados declarou-se membro do ISIS, nem mesmo ter sido recrutado para uma missão sagrada, embora aparentemente a maioria seja de origem muçulmana.

Na verdade, segundo o que foi divulgado até agora pelas autoridades russas, os criminosos declararam ter agido exclusivamente por motivos financeiros. Não eram militantes de nenhum grupo, tampouco do ISIS. Eram mercenários pagos para matar pessoas, sem nenhuma ideologia declarada.

A imprensa controlada pelo imperialismo ocidental dissemina a crença cega na atribuição do ISIS como responsável pelo atentado. Tudo começou, como sempre, com notícias a partir dos EUA.

Parece uma tentativa de estabelecer como certa uma verdade a fim de impedir qualquer contestação, qualquer afirmação diferente, que seria então considerada uma teoria da conspiração ou então uma perseguição do governo russo contra a Ucrânia.

O governo dos EUA correu para dizer que a Ucrânia não tem nada a ver com o atentado, muito antes de qualquer acusação contra os ucranianos. Todos conhecem a história do culpado que, logo após fazer algo errado, é o primeiro a dizer que não foi ele. Essa declaração de Washington cheira muito mal.

Maria Zakharova foi certeira: como os EUA podem assegurar tão veementemente que não foi a Ucrânia, se ninguém ainda tem qualquer informação sobre o ocorrido? Se eles sabem que supostamente não foi a Ucrânia, então eles têm indícios sobre quem tenha sido!

Os EUA também se contradizem ao declarar, através de John Kirby, que não tinham nenhum conhecimento de uma trama em Moscou, e logo em seguida dizer que avisaram os russos no início do mês. Ainda que tenham avisado, considerando que não se pode acreditar nos EUA, a informação pode ter sido uma bandeira falsa para despistar os russos e abaixar sua guarda para o ataque que viria somente duas semanas depois.

A banda que estava se apresentando no teatro, Picnic, é uma apoiadora da operação militar especial na Ucrânia. Segundo as investigações das autoridades russas, os responsáveis pelo atentado planejavam fugir para a Ucrânia, onde já tinham contatos para os ajudarem a escapar.

Tudo bem, a Ucrânia é a fronteira mais próxima e segura para um terrorista que acaba de realizar um atentado em Moscou. Mas convenhamos que, no meio de uma guerra entre Ucrânia e Rússia, isso também cheira muito mal para o lado ucraniano.

Até porque o secretário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia, Alexei Danilov, disse à TV ucraniana que “nós vamos dar a eles esse tipo de diversão mais frequentemente”. Os ucranianos, assim como os israelenses, não são muito discretos…

Os meios de propaganda ocidentais haviam feito um estardalhaço mais cedo devido às palavras de Dmitri Peskov, que afirmou que a Rússia está, na prática, em estado de guerra. Seria a prova que faltava da ameaça, do perigo, da agressão e da megalomania assassina de Vladimir Putin para se apoderar da Ucrânia e do mundo.

No mesmo dia, respondendo a uma pergunta sobre a OTAN estar pronta para um conflito com a Rússia, Robert Bauer, membro do comitê militar da OTAN, afirmou: “a resposta é sim! Essa é a nossa principal tarefa a ser feita.” Sobre isso, a imprensa se calou.

A situação atual mostra uma perigosa tendência à escalada da guerra. Emmanuel Macron cogitou o envio de tropas francesas, enquanto oficiais alemães foram pegos discutindo um ataque à ponte da Crimeia.

Também na véspera do atentado, a Ucrânia aumentou os bombardeios contra as regiões fronteiriças. Tudo isso são sinais de uma escalada no conflito. Desde quando a Rússia começou a colocar seu moedor de carne em funcionamento, ainda em 2022, já era noticiado que os desesperados ucranianos partiriam para ações terroristas em território russo, uma vez que não teriam nenhuma chance de vitória no campo de batalha.

As embaixadas da Ucrânia são notórias recrutadoras de terroristas. No dia 10 de março, a embaixada ucraniana no Tajiquistão publicou um anúncio de recrutamento de mercenários tajiques. Pelas informações preliminares, ao menos um dos capturados após o atentado em Moscou é tajique.

Os atentados que mataram Darya Dugina em agosto de 2022 e Vladlen Tatarsky em abril de 2023 se inserem nessa nova estratégia ucraniana. A morte de Evgeny Prigozhin, em agosto de 2023, agora fica mais perto de ter sido obra dos ucranianos do que dos próprios russos.

O jornalista russo Andrey Medvedev cita alguns pontos: 1) a Amaq News não vinha sendo utilizada há tempos para informar ações do ISIS; 2) os membros desse grupo fugiram após o atentado e não fizeram nenhum refém, o que difere a ação das anteriores.

A Rússia acabava de viver um momento de êxtase com a reeleição avassaladora de Vladimir Putin. Um momento de extrema felicidade e comemoração para o Kremlin e a esmagadora maioria da população russa. Essa eleição foi boicotada, sabotada e caluniada por todo o imperialismo ocidental, patrocinador da Ucrânia, e logicamente foi vista por ele como um sinal claro de fortalecimento do governo russo.

Ao mesmo tempo, seria um bom momento – justamente pela abaixada de guarda devido ao clima de festa – para um ataque surpresa como esse.

A Ucrânia e seus patrocinadores da OTAN têm todos os motivos – sabendo-se como eles pensam e agem há décadas – para realizar esse tipo de covardia contra a Rússia. O ISIS não tem motivo nenhum.

Mas mesmo que realmente tenha sido orquestrado pelo ISIS, isso não isenta os Estados Unidos e seus satélites da culpa. Afinal, os que estão por trás do ISIS são os mesmos que estão por trás de Vladimir Zelensky.

Fora a declaração semi-oficial, nada indica que o ISIS executou o atentado no Crocus City Hall em Moscou.

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Fora a declaração semi-oficial, nada indica que o ISIS executou o atentado no Crocus City Hall em Moscou.

As agências de notícias ocidentais noticiam que, por meio do seu veículo oficial, a Amaq News Agency, o ISIS declarou que “o ataque vem no contexto de uma guerra violenta entre o Estado Islâmico e os países que combatem o Islã”.

Essa afirmação não tem pé nem cabeça quando olhamos para o país que foi atacado. A Rússia é um dos maiores aliados dos países islâmicos. E não me parece que o ISIS esteja exatamente preocupado em combater os inimigos do Islã, pois ele também reivindicou a autoria de um atentado recente que matou quase 100 pessoas no Irã, um país muçulmano.

Quais são as nações que estariam “combatendo o Islã”? Em primeiro lugar, obviamente temos Israel, que promove um genocídio em Gaza. Todos muçulmanos militantes veem Israel como o maior inimigo do Islã. Mas o ISIS não comete atentados em Israel, embora isso seja muito fácil para o Hamas ou a Jihad Islâmica. O Hezbollah e o Ansarullah também têm atacado Israel.

O ISIS não ataca Israel. Também não tem realizado nenhum grande atentado nos Estados Unidos, embora este seja visto pela maioria dos crentes muçulmanos como o segundo maior inimigo do Islã e patrocinador máximo de Israel.

A França tem aplicado medidas ditatoriais contra os fiéis muçulmanos, mas já faz tempo que o ISIS não executa nenhum grande atentado no país. O mesmo vale para o Reino Unido, onde a polícia prende manifestantes que protestam contra o massacre de muçulmanos em Gaza. Na Alemanha, o chanceler Olaf Scholz tem sido um dos maiores defensores do genocídio israelense, mas isso não parece incomodar o ISIS.

Nenhuma testemunha ocular do ataque de sexta-feira disse ter ouvido os atacantes gritarem “Deus é grande” em árabe, frase típica de um membro do ISIS ao efetuar um atentado. Nenhum dos 11 atacantes capturados declarou-se membro do ISIS, nem mesmo ter sido recrutado para uma missão sagrada, embora aparentemente a maioria seja de origem muçulmana.

Na verdade, segundo o que foi divulgado até agora pelas autoridades russas, os criminosos declararam ter agido exclusivamente por motivos financeiros. Não eram militantes de nenhum grupo, tampouco do ISIS. Eram mercenários pagos para matar pessoas, sem nenhuma ideologia declarada.

A imprensa controlada pelo imperialismo ocidental dissemina a crença cega na atribuição do ISIS como responsável pelo atentado. Tudo começou, como sempre, com notícias a partir dos EUA.

Parece uma tentativa de estabelecer como certa uma verdade a fim de impedir qualquer contestação, qualquer afirmação diferente, que seria então considerada uma teoria da conspiração ou então uma perseguição do governo russo contra a Ucrânia.

O governo dos EUA correu para dizer que a Ucrânia não tem nada a ver com o atentado, muito antes de qualquer acusação contra os ucranianos. Todos conhecem a história do culpado que, logo após fazer algo errado, é o primeiro a dizer que não foi ele. Essa declaração de Washington cheira muito mal.

Maria Zakharova foi certeira: como os EUA podem assegurar tão veementemente que não foi a Ucrânia, se ninguém ainda tem qualquer informação sobre o ocorrido? Se eles sabem que supostamente não foi a Ucrânia, então eles têm indícios sobre quem tenha sido!

Os EUA também se contradizem ao declarar, através de John Kirby, que não tinham nenhum conhecimento de uma trama em Moscou, e logo em seguida dizer que avisaram os russos no início do mês. Ainda que tenham avisado, considerando que não se pode acreditar nos EUA, a informação pode ter sido uma bandeira falsa para despistar os russos e abaixar sua guarda para o ataque que viria somente duas semanas depois.

A banda que estava se apresentando no teatro, Picnic, é uma apoiadora da operação militar especial na Ucrânia. Segundo as investigações das autoridades russas, os responsáveis pelo atentado planejavam fugir para a Ucrânia, onde já tinham contatos para os ajudarem a escapar.

Tudo bem, a Ucrânia é a fronteira mais próxima e segura para um terrorista que acaba de realizar um atentado em Moscou. Mas convenhamos que, no meio de uma guerra entre Ucrânia e Rússia, isso também cheira muito mal para o lado ucraniano.

Até porque o secretário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia, Alexei Danilov, disse à TV ucraniana que “nós vamos dar a eles esse tipo de diversão mais frequentemente”. Os ucranianos, assim como os israelenses, não são muito discretos…

Os meios de propaganda ocidentais haviam feito um estardalhaço mais cedo devido às palavras de Dmitri Peskov, que afirmou que a Rússia está, na prática, em estado de guerra. Seria a prova que faltava da ameaça, do perigo, da agressão e da megalomania assassina de Vladimir Putin para se apoderar da Ucrânia e do mundo.

No mesmo dia, respondendo a uma pergunta sobre a OTAN estar pronta para um conflito com a Rússia, Robert Bauer, membro do comitê militar da OTAN, afirmou: “a resposta é sim! Essa é a nossa principal tarefa a ser feita.” Sobre isso, a imprensa se calou.

A situação atual mostra uma perigosa tendência à escalada da guerra. Emmanuel Macron cogitou o envio de tropas francesas, enquanto oficiais alemães foram pegos discutindo um ataque à ponte da Crimeia.

Também na véspera do atentado, a Ucrânia aumentou os bombardeios contra as regiões fronteiriças. Tudo isso são sinais de uma escalada no conflito. Desde quando a Rússia começou a colocar seu moedor de carne em funcionamento, ainda em 2022, já era noticiado que os desesperados ucranianos partiriam para ações terroristas em território russo, uma vez que não teriam nenhuma chance de vitória no campo de batalha.

As embaixadas da Ucrânia são notórias recrutadoras de terroristas. No dia 10 de março, a embaixada ucraniana no Tajiquistão publicou um anúncio de recrutamento de mercenários tajiques. Pelas informações preliminares, ao menos um dos capturados após o atentado em Moscou é tajique.

Os atentados que mataram Darya Dugina em agosto de 2022 e Vladlen Tatarsky em abril de 2023 se inserem nessa nova estratégia ucraniana. A morte de Evgeny Prigozhin, em agosto de 2023, agora fica mais perto de ter sido obra dos ucranianos do que dos próprios russos.

O jornalista russo Andrey Medvedev cita alguns pontos: 1) a Amaq News não vinha sendo utilizada há tempos para informar ações do ISIS; 2) os membros desse grupo fugiram após o atentado e não fizeram nenhum refém, o que difere a ação das anteriores.

A Rússia acabava de viver um momento de êxtase com a reeleição avassaladora de Vladimir Putin. Um momento de extrema felicidade e comemoração para o Kremlin e a esmagadora maioria da população russa. Essa eleição foi boicotada, sabotada e caluniada por todo o imperialismo ocidental, patrocinador da Ucrânia, e logicamente foi vista por ele como um sinal claro de fortalecimento do governo russo.

Ao mesmo tempo, seria um bom momento – justamente pela abaixada de guarda devido ao clima de festa – para um ataque surpresa como esse.

A Ucrânia e seus patrocinadores da OTAN têm todos os motivos – sabendo-se como eles pensam e agem há décadas – para realizar esse tipo de covardia contra a Rússia. O ISIS não tem motivo nenhum.

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The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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