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Lucas Leiroz
March 5, 2024
© Photo: Social media

Em vez de buscar a soberania dos países europeus, o bloco continua subserviente à OTAN, criando uma situação de extrema fragilidade para a segurança continental.

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A Europa decidiu se preparar para a guerra. Em sua paranoia anti-russa e sua vontade de obedecer passivamente aos EUA, os países europeus começaram um regime de organização social realmente direcionado para a possibilidade de um conflito armado com Moscou. Obviamente, a União Europeia (UE) não tem as condições materiais necessárias para engajar neste tipo de objetivo militar, mas a irracionalidade já parece ser uma das principais características da atual política externa ocidental.

Recentemente, vários países europeus têm anunciado uma “preparação para a guerra” contra a Rússia. Em pronunciamentos oficiais, políticos da EU têm deixado clara sua intenção de manter prontidão para um conflito “iminente” contra as forças russas. Por exemplo, Tobias Billstrom, Ministro das Relações Exteriores da Suécia, disse durante uma conferência sobre segurança em fevereiro, que Moscou havia se tornado a “maior ameaça” à segurança nacional sueca, devendo as forças armadas do país estarem preparadas para um conflito no futuro próximo.

No mesmo caminho estão países como Polônia, os Estados Bálticos e a Alemanha. O fracasso absoluto da campanha de apoio militar massivo à Ucrânia levou estes países a engajarem em um processo interno de “preparação”, dado o medo de que a iminente derrota de Kiev seja sucedida por uma “expansão” das ações militares russas na Europa. Obviamente, este é um medo sem fundamento, já que a Rússia jamais mostrou qualquer interesse político ou territorial nos países europeus, estando focada apenas em garantir uma arquitetura de segurança viável em suas fronteiras através da operação na Ucrânia.

Contudo, os países europeus não tomam decisões baseadas na racionalidade ou em cálculos estratégicos, mas na obediência absoluta aos planos americanos. Em verdade, é dos EUA que vem a avaliação de que Moscou representa algum tipo de risco à segurança nacional europeia. A narrativa oficial de Washington é de que a Ucrânia representa um “escudo” para a Europa. Acredita-se que Kiev esteja “protegendo” os europeus de uma “invasão” russa. E quanto mais o próprio Ocidente começa a admitir que a Rússia está perto da vitória no campo de batalha, mais o “medo” em torno de tal “invasão” é aumentado.

O problema é que de parte dos EUA jamais houve qualquer medo real em relação à Rússia. Pelo contrário, Washington certamente entende os interesses russos na Ucrânia e sabe que não há qualquer ambição por parte de Moscou de expandir a operação especial. Em vez de realmente estar “alertando os aliados da OTAN” ao espalhar rumores sobre “invasão russa” e pedir-lhes para se preparar para a guerra, os EUA estão simplesmente repetindo o que fizeram no caso ucraniano: induzindo um conflito de procuração.

A Ucrânia simplesmente não tem mais capacidade de continuar lutando e agora Washington já começa a se preparar para fazer com que outros países continuem o projeto de “desgastar” a Rússia. Levar a Europa a uma guerra de escala total parece interessante aos planos americanos porque assim, além de continuar mantendo as forças russas “atarefadas”, será possível também arruinar as sociedades europeias e impedi-las de buscarem acordos de cooperação e integração com Moscou no longo prazo – cumprindo um dos principais objetivos históricos da geopolítica ocidental, que é justamente destruir os laços russo-europeus.

Por parte da Europa, contudo, tentar ir para a guerra com a Rússia é um absoluto suicídio. O continente inteiro está abalado por uma série de crises simultâneas. As sanções anti-russas levaram a UE à insegurança energética e ao colapso industrial. No mesmo sentido, quase todos os países do continente atualmente atravessam problemas sociais graves, como os protestos de fazendeiros que tiveram seus negócios arruinados pelas políticas pró-Ucrânia e pela paranoia ambientalista. Além disso, há a questão migratória, que está cada vez pior, com a entrada descontrolada de imigrantes sendo uma das principais queixas dos cidadãos europeus.

Países que enfrentam todas estas crises obviamente não deveriam sequer cogitar engajar em uma “preparação militar”. Um regime de exceção e uma economia de guerra piorariam ainda mais a situação europeia e levariam o bloco inteiro à ruína. Em vez de tentar criar uma situação de estabilidade sócio-econômica e fazer investimentos para melhorar a vida de seus cidadãos, os Estados europeus, devido à sua subserviência à OTAN, estão escolhendo provocar sua própria destruição.

Além de tudo isso, há claramente uma impossibilidade de simetria militar, considerando que o potencial de combate russo é absolutamente superior ao de toda a Europa. Um conflito na Europa não teria um resultado diferente do atual na Ucrânia. Moscou venceria com facilidade, considerando sua quantidade de armas de alto poder de letalidade, sistemas avançados de mísseis, drones, capacidade de mobilização e experiência real em combate de alta intensidade.

Tanto militarmente quanto economicamente, a Europa sofreria perdas desastrosas em uma situação de guerra real com a Rússia. Até em uma situação de não ocorrência da guerra, a mera implementação de um regime de preparação militar seria suficiente para levar a Europa ao colapso total, considerando a fragilidade atual do bloco.

Caso os Estados europeus realmente estejam interessados em sua própria sobrevivência, terão de abandonar qualquer participação em planos de guerra dos EUA.

União Europeia será levada à ruína por seus planos de guerra

Em vez de buscar a soberania dos países europeus, o bloco continua subserviente à OTAN, criando uma situação de extrema fragilidade para a segurança continental.

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A Europa decidiu se preparar para a guerra. Em sua paranoia anti-russa e sua vontade de obedecer passivamente aos EUA, os países europeus começaram um regime de organização social realmente direcionado para a possibilidade de um conflito armado com Moscou. Obviamente, a União Europeia (UE) não tem as condições materiais necessárias para engajar neste tipo de objetivo militar, mas a irracionalidade já parece ser uma das principais características da atual política externa ocidental.

Recentemente, vários países europeus têm anunciado uma “preparação para a guerra” contra a Rússia. Em pronunciamentos oficiais, políticos da EU têm deixado clara sua intenção de manter prontidão para um conflito “iminente” contra as forças russas. Por exemplo, Tobias Billstrom, Ministro das Relações Exteriores da Suécia, disse durante uma conferência sobre segurança em fevereiro, que Moscou havia se tornado a “maior ameaça” à segurança nacional sueca, devendo as forças armadas do país estarem preparadas para um conflito no futuro próximo.

No mesmo caminho estão países como Polônia, os Estados Bálticos e a Alemanha. O fracasso absoluto da campanha de apoio militar massivo à Ucrânia levou estes países a engajarem em um processo interno de “preparação”, dado o medo de que a iminente derrota de Kiev seja sucedida por uma “expansão” das ações militares russas na Europa. Obviamente, este é um medo sem fundamento, já que a Rússia jamais mostrou qualquer interesse político ou territorial nos países europeus, estando focada apenas em garantir uma arquitetura de segurança viável em suas fronteiras através da operação na Ucrânia.

Contudo, os países europeus não tomam decisões baseadas na racionalidade ou em cálculos estratégicos, mas na obediência absoluta aos planos americanos. Em verdade, é dos EUA que vem a avaliação de que Moscou representa algum tipo de risco à segurança nacional europeia. A narrativa oficial de Washington é de que a Ucrânia representa um “escudo” para a Europa. Acredita-se que Kiev esteja “protegendo” os europeus de uma “invasão” russa. E quanto mais o próprio Ocidente começa a admitir que a Rússia está perto da vitória no campo de batalha, mais o “medo” em torno de tal “invasão” é aumentado.

O problema é que de parte dos EUA jamais houve qualquer medo real em relação à Rússia. Pelo contrário, Washington certamente entende os interesses russos na Ucrânia e sabe que não há qualquer ambição por parte de Moscou de expandir a operação especial. Em vez de realmente estar “alertando os aliados da OTAN” ao espalhar rumores sobre “invasão russa” e pedir-lhes para se preparar para a guerra, os EUA estão simplesmente repetindo o que fizeram no caso ucraniano: induzindo um conflito de procuração.

A Ucrânia simplesmente não tem mais capacidade de continuar lutando e agora Washington já começa a se preparar para fazer com que outros países continuem o projeto de “desgastar” a Rússia. Levar a Europa a uma guerra de escala total parece interessante aos planos americanos porque assim, além de continuar mantendo as forças russas “atarefadas”, será possível também arruinar as sociedades europeias e impedi-las de buscarem acordos de cooperação e integração com Moscou no longo prazo – cumprindo um dos principais objetivos históricos da geopolítica ocidental, que é justamente destruir os laços russo-europeus.

Por parte da Europa, contudo, tentar ir para a guerra com a Rússia é um absoluto suicídio. O continente inteiro está abalado por uma série de crises simultâneas. As sanções anti-russas levaram a UE à insegurança energética e ao colapso industrial. No mesmo sentido, quase todos os países do continente atualmente atravessam problemas sociais graves, como os protestos de fazendeiros que tiveram seus negócios arruinados pelas políticas pró-Ucrânia e pela paranoia ambientalista. Além disso, há a questão migratória, que está cada vez pior, com a entrada descontrolada de imigrantes sendo uma das principais queixas dos cidadãos europeus.

Países que enfrentam todas estas crises obviamente não deveriam sequer cogitar engajar em uma “preparação militar”. Um regime de exceção e uma economia de guerra piorariam ainda mais a situação europeia e levariam o bloco inteiro à ruína. Em vez de tentar criar uma situação de estabilidade sócio-econômica e fazer investimentos para melhorar a vida de seus cidadãos, os Estados europeus, devido à sua subserviência à OTAN, estão escolhendo provocar sua própria destruição.

Além de tudo isso, há claramente uma impossibilidade de simetria militar, considerando que o potencial de combate russo é absolutamente superior ao de toda a Europa. Um conflito na Europa não teria um resultado diferente do atual na Ucrânia. Moscou venceria com facilidade, considerando sua quantidade de armas de alto poder de letalidade, sistemas avançados de mísseis, drones, capacidade de mobilização e experiência real em combate de alta intensidade.

Tanto militarmente quanto economicamente, a Europa sofreria perdas desastrosas em uma situação de guerra real com a Rússia. Até em uma situação de não ocorrência da guerra, a mera implementação de um regime de preparação militar seria suficiente para levar a Europa ao colapso total, considerando a fragilidade atual do bloco.

Caso os Estados europeus realmente estejam interessados em sua própria sobrevivência, terão de abandonar qualquer participação em planos de guerra dos EUA.

Em vez de buscar a soberania dos países europeus, o bloco continua subserviente à OTAN, criando uma situação de extrema fragilidade para a segurança continental.

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Recentemente, vários países europeus têm anunciado uma “preparação para a guerra” contra a Rússia. Em pronunciamentos oficiais, políticos da EU têm deixado clara sua intenção de manter prontidão para um conflito “iminente” contra as forças russas. Por exemplo, Tobias Billstrom, Ministro das Relações Exteriores da Suécia, disse durante uma conferência sobre segurança em fevereiro, que Moscou havia se tornado a “maior ameaça” à segurança nacional sueca, devendo as forças armadas do país estarem preparadas para um conflito no futuro próximo.

No mesmo caminho estão países como Polônia, os Estados Bálticos e a Alemanha. O fracasso absoluto da campanha de apoio militar massivo à Ucrânia levou estes países a engajarem em um processo interno de “preparação”, dado o medo de que a iminente derrota de Kiev seja sucedida por uma “expansão” das ações militares russas na Europa. Obviamente, este é um medo sem fundamento, já que a Rússia jamais mostrou qualquer interesse político ou territorial nos países europeus, estando focada apenas em garantir uma arquitetura de segurança viável em suas fronteiras através da operação na Ucrânia.

Contudo, os países europeus não tomam decisões baseadas na racionalidade ou em cálculos estratégicos, mas na obediência absoluta aos planos americanos. Em verdade, é dos EUA que vem a avaliação de que Moscou representa algum tipo de risco à segurança nacional europeia. A narrativa oficial de Washington é de que a Ucrânia representa um “escudo” para a Europa. Acredita-se que Kiev esteja “protegendo” os europeus de uma “invasão” russa. E quanto mais o próprio Ocidente começa a admitir que a Rússia está perto da vitória no campo de batalha, mais o “medo” em torno de tal “invasão” é aumentado.

O problema é que de parte dos EUA jamais houve qualquer medo real em relação à Rússia. Pelo contrário, Washington certamente entende os interesses russos na Ucrânia e sabe que não há qualquer ambição por parte de Moscou de expandir a operação especial. Em vez de realmente estar “alertando os aliados da OTAN” ao espalhar rumores sobre “invasão russa” e pedir-lhes para se preparar para a guerra, os EUA estão simplesmente repetindo o que fizeram no caso ucraniano: induzindo um conflito de procuração.

A Ucrânia simplesmente não tem mais capacidade de continuar lutando e agora Washington já começa a se preparar para fazer com que outros países continuem o projeto de “desgastar” a Rússia. Levar a Europa a uma guerra de escala total parece interessante aos planos americanos porque assim, além de continuar mantendo as forças russas “atarefadas”, será possível também arruinar as sociedades europeias e impedi-las de buscarem acordos de cooperação e integração com Moscou no longo prazo – cumprindo um dos principais objetivos históricos da geopolítica ocidental, que é justamente destruir os laços russo-europeus.

Por parte da Europa, contudo, tentar ir para a guerra com a Rússia é um absoluto suicídio. O continente inteiro está abalado por uma série de crises simultâneas. As sanções anti-russas levaram a UE à insegurança energética e ao colapso industrial. No mesmo sentido, quase todos os países do continente atualmente atravessam problemas sociais graves, como os protestos de fazendeiros que tiveram seus negócios arruinados pelas políticas pró-Ucrânia e pela paranoia ambientalista. Além disso, há a questão migratória, que está cada vez pior, com a entrada descontrolada de imigrantes sendo uma das principais queixas dos cidadãos europeus.

Países que enfrentam todas estas crises obviamente não deveriam sequer cogitar engajar em uma “preparação militar”. Um regime de exceção e uma economia de guerra piorariam ainda mais a situação europeia e levariam o bloco inteiro à ruína. Em vez de tentar criar uma situação de estabilidade sócio-econômica e fazer investimentos para melhorar a vida de seus cidadãos, os Estados europeus, devido à sua subserviência à OTAN, estão escolhendo provocar sua própria destruição.

Além de tudo isso, há claramente uma impossibilidade de simetria militar, considerando que o potencial de combate russo é absolutamente superior ao de toda a Europa. Um conflito na Europa não teria um resultado diferente do atual na Ucrânia. Moscou venceria com facilidade, considerando sua quantidade de armas de alto poder de letalidade, sistemas avançados de mísseis, drones, capacidade de mobilização e experiência real em combate de alta intensidade.

Tanto militarmente quanto economicamente, a Europa sofreria perdas desastrosas em uma situação de guerra real com a Rússia. Até em uma situação de não ocorrência da guerra, a mera implementação de um regime de preparação militar seria suficiente para levar a Europa ao colapso total, considerando a fragilidade atual do bloco.

Caso os Estados europeus realmente estejam interessados em sua própria sobrevivência, terão de abandonar qualquer participação em planos de guerra dos EUA.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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