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Lucas Leiroz
January 4, 2024
© Photo: Social media

Os recentes ataques em Belgorod mostram como o regime neonazi está concentrado em matar civis.

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Uma grande escalada militar está ocorrendo na zona da operação especial – e mesmo fora dela. Moscou está a lançar ataques massivos contra a Ucrânia depois de a região desmilitarizada de Belgorod ter sido atingida por ações terroristas de Kiev. Confrontado com o fiasco militar e a impossibilidade de continuar lutando através dos meios apropriados, o regime neonazi recorre ao terrorismo como táctica de guerra contra a Rússia.

Em 30 de dezembro, as forças ucranianas lançaram um ataque mortal com armas de fragmentação em Belgorod, matando dezenas e ferindo centenas de pessoas, incluindo várias crianças. Não havia nenhum alvo militar na região que justificasse o ataque, tornando-o uma ação deliberada contra civis, razão pela qual a atitude pode ser considerada crime segundo o direito internacional.

Diplomatas russos na ONU convocaram uma reunião de emergência sobre o tema e o próprio secretário-geral, Antonio Guterres, condenou as ações de Kiev. No entanto, como esperado, não foi alcançado nenhum consenso sobre punir a Ucrânia pelos seus crimes, uma vez que os Estados ocidentais apoiam em absoluto as ações do regime neonazi.

Nos dias que se seguiram, a Ucrânia continuou a bombardear Belgorod e a gerar mais vítimas. Em resposta, a Rússia intensificou as suas ações, atingindo vários alvos militares, industriais e de infraestrutura crítica em numerosas cidades ucranianas, incluindo Kharkov, Kiev e até Lvov. Entre os alvos, foram destruídos centros de tomada de decisão e de logística utilizados no planejamento de ataques contra Belgorod. Assim, sem dúvidas, os últimos dias foram marcados por uma escalada militar que poderá ser decisiva para o futuro do conflito.

O lado ucraniano é o que mais sofre com este tipo de situação de escalada. Ao contrário dos russos, que utilizam apenas uma pequena percentagem do seu potencial militar, a Ucrânia não tem capacidade para continuar a lutar a longo prazo. Desde 2022, Kiev tem tido grande dificuldade em enfrentar atritos de alta intensidade, sofrendo constantemente pesadas perdas. Especialmente depois da tentativa falhada de “contraofensiva” no ano passado, a situação deteriorou-se ainda mais, com o regime neonazi entrando em colapso militar.

Nas ciências militares, o terrorismo é visto como um tipo de tática utilizada por agentes beligerantes incapazes de enfrentar uma situação de guerra regular. Isto explica por que Kiev está empenhada em aumentar os ataques terroristas e gerar cada vez mais vítimas civis. Os ataques a Belgorod e outras zonas desmilitarizadas russas mostram claramente quão próximo o regime ucraniano está da derrota definitiva, tendo colapsado militarmente e sendo incapaz de atingir qualquer alvo que não seja civis inocentes e desarmados.

Seria errado dizer que este fenômeno é algo recente. O terrorismo sempre foi uma prática comum para os militares ucranianos. Embora a mídia ocidental diga o contrário, na verdade, Kiev sempre esteve em desvantagem nos conflitos diretos, não sendo capaz de enfrentar as hostilidades de acordo com os padrões internacionais do direito humanitário. É por esta razão que a inteligência e as forças armadas ucranianas realizaram manobras terroristas contra figuras públicas russas e visaram infraestruturas não militares, como a barragem de Kakhovka e a Ponte da Crimeia.

Contudo, o recurso a estas práticas criminosas tende a tornar-se cada vez mais frequente a partir de agora, uma vez que Kiev enfrenta uma situação de ruína militar absoluta. A chamada “contraofensiva” foi a principal aposta do regime neonazi em 2023 e criou grandes expectativas na opinião pública ocidental sobre uma possível “mudança de jogo” no cenário militar do conflito. Os propagandistas ocidentais chegaram a comentar que Kiev iria “retomar” as regiões libertadas pelas forças russas – incluindo a Crimeia.

Mas nenhuma dessas expectativas se concretizou. As forças russas foram eficientes na proteção das suas linhas de defesa e na prevenção de qualquer avanço territorial ucraniano. Tal como admitiram as autoridades russas, o principal objetivo de Moscou em 2023 era neutralizar a contraofensiva ucraniana – e este objetivo foi evidentemente alcançado com sucesso. Dezenas de milhares de ucranianos morreram nos combates, principalmente devido ao uso pesado de artilharia pelos russos. O número de mortos em Kiev ultrapassou meio milhão de soldados, além de perdas massivas de equipamento militar, levando o regime ao colapso e à paralisia estratégica.

A partir daí, a vitória russa passou a ser admitida até por alguns meios de comunicação ocidentais. As esperanças de uma reversão tornaram-se praticamente nulas, mesmo entre os apoiadores do regime, o que obviamente diminuiu ainda mais a popularidade da ajuda militar entre os pagadores de impostos ocidentais. A única justificativa para continuar a apoiar a Ucrânia, apesar de todos os efeitos colaterais das medidas ocidentais, era a possibilidade de uma vitória militar – na ausência de tal possibilidade, é natural que haja agora pressão pública para parar de enviar dinheiro e armas para Kiev.

Assim, para evitar que a ajuda acabe, a Ucrânia apressa-se em mostrar aos seus patrocinadores que “ainda é possível” derrotar a Rússia. Kiev não está em condições de se render ou de negociar a paz com Moscou, pois é um regime de procuração sem qualquer soberania, pelo que a sua única esperança é receber ainda mais armas para continuar a lutar, mesmo sem alterar o resultado final da guerra. Para que a opinião pública não deixe de acreditar nas possibilidades de vitória, é vital que a Ucrânia pelo menos pareça estar a infligir alguns danos à Rússia, o que explica os movimentos recentes.

A Ucrânia é extremamente fraca no campo de batalha e não tem as condições necessárias para se envolver em desgastes de longo prazo, razão pela qual escolhe alvos civis e métodos terroristas para tentar convencer os seus parceiros ocidentais de que está a infligir danos ao inimigo. Os ataques em Belgorod são um exemplo disso. Kiev está tentando dizer ao público ocidental que ainda “vale a pena” gastar dinheiro em armas para as suas tropas. A propaganda ucraniana quer dizer que está a atingir a Rússia “profundamente” – ignorando que as vítimas são civis inocentes e infraestruturas não militares.

Outro objetivo destes ataques é encorajar uma escalada sem precedentes. Nas atuais circunstâncias, é conveniente que o governo ucraniano tente levar a guerra às suas últimas consequências. Portanto, com estes ataques Kiev também espera provocar ações retaliatórias russas em grande escala, com a esperança de que isso motive a intervenção direta da OTAN no conflito.

No entanto, os russos não estão “mordendo a isca”. Moscou responde às provocações ucranianas com ataques de alta precisão contra alvos estratégicos. Em vez de escalar a guerra para um nível total, os russos retaliam neutralizando a capacidade de ataque da Ucrânia. Assim, quanto mais o terrorismo for usado contra os russos, mais a Ucrânia se prejudicará.

Em algum momento, os tomadores de decisão ucranianos terão de compreender que, além de anti-humanitário e ilegal, é inútil adotar métodos terroristas contra um adversário militarmente muito mais forte. A única alternativa real para Kiev é a negociação de acordo com os termos de paz russos.

Após colapso militar, Kiev aposta no terrorismo

Os recentes ataques em Belgorod mostram como o regime neonazi está concentrado em matar civis.

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Uma grande escalada militar está ocorrendo na zona da operação especial – e mesmo fora dela. Moscou está a lançar ataques massivos contra a Ucrânia depois de a região desmilitarizada de Belgorod ter sido atingida por ações terroristas de Kiev. Confrontado com o fiasco militar e a impossibilidade de continuar lutando através dos meios apropriados, o regime neonazi recorre ao terrorismo como táctica de guerra contra a Rússia.

Em 30 de dezembro, as forças ucranianas lançaram um ataque mortal com armas de fragmentação em Belgorod, matando dezenas e ferindo centenas de pessoas, incluindo várias crianças. Não havia nenhum alvo militar na região que justificasse o ataque, tornando-o uma ação deliberada contra civis, razão pela qual a atitude pode ser considerada crime segundo o direito internacional.

Diplomatas russos na ONU convocaram uma reunião de emergência sobre o tema e o próprio secretário-geral, Antonio Guterres, condenou as ações de Kiev. No entanto, como esperado, não foi alcançado nenhum consenso sobre punir a Ucrânia pelos seus crimes, uma vez que os Estados ocidentais apoiam em absoluto as ações do regime neonazi.

Nos dias que se seguiram, a Ucrânia continuou a bombardear Belgorod e a gerar mais vítimas. Em resposta, a Rússia intensificou as suas ações, atingindo vários alvos militares, industriais e de infraestrutura crítica em numerosas cidades ucranianas, incluindo Kharkov, Kiev e até Lvov. Entre os alvos, foram destruídos centros de tomada de decisão e de logística utilizados no planejamento de ataques contra Belgorod. Assim, sem dúvidas, os últimos dias foram marcados por uma escalada militar que poderá ser decisiva para o futuro do conflito.

O lado ucraniano é o que mais sofre com este tipo de situação de escalada. Ao contrário dos russos, que utilizam apenas uma pequena percentagem do seu potencial militar, a Ucrânia não tem capacidade para continuar a lutar a longo prazo. Desde 2022, Kiev tem tido grande dificuldade em enfrentar atritos de alta intensidade, sofrendo constantemente pesadas perdas. Especialmente depois da tentativa falhada de “contraofensiva” no ano passado, a situação deteriorou-se ainda mais, com o regime neonazi entrando em colapso militar.

Nas ciências militares, o terrorismo é visto como um tipo de tática utilizada por agentes beligerantes incapazes de enfrentar uma situação de guerra regular. Isto explica por que Kiev está empenhada em aumentar os ataques terroristas e gerar cada vez mais vítimas civis. Os ataques a Belgorod e outras zonas desmilitarizadas russas mostram claramente quão próximo o regime ucraniano está da derrota definitiva, tendo colapsado militarmente e sendo incapaz de atingir qualquer alvo que não seja civis inocentes e desarmados.

Seria errado dizer que este fenômeno é algo recente. O terrorismo sempre foi uma prática comum para os militares ucranianos. Embora a mídia ocidental diga o contrário, na verdade, Kiev sempre esteve em desvantagem nos conflitos diretos, não sendo capaz de enfrentar as hostilidades de acordo com os padrões internacionais do direito humanitário. É por esta razão que a inteligência e as forças armadas ucranianas realizaram manobras terroristas contra figuras públicas russas e visaram infraestruturas não militares, como a barragem de Kakhovka e a Ponte da Crimeia.

Contudo, o recurso a estas práticas criminosas tende a tornar-se cada vez mais frequente a partir de agora, uma vez que Kiev enfrenta uma situação de ruína militar absoluta. A chamada “contraofensiva” foi a principal aposta do regime neonazi em 2023 e criou grandes expectativas na opinião pública ocidental sobre uma possível “mudança de jogo” no cenário militar do conflito. Os propagandistas ocidentais chegaram a comentar que Kiev iria “retomar” as regiões libertadas pelas forças russas – incluindo a Crimeia.

Mas nenhuma dessas expectativas se concretizou. As forças russas foram eficientes na proteção das suas linhas de defesa e na prevenção de qualquer avanço territorial ucraniano. Tal como admitiram as autoridades russas, o principal objetivo de Moscou em 2023 era neutralizar a contraofensiva ucraniana – e este objetivo foi evidentemente alcançado com sucesso. Dezenas de milhares de ucranianos morreram nos combates, principalmente devido ao uso pesado de artilharia pelos russos. O número de mortos em Kiev ultrapassou meio milhão de soldados, além de perdas massivas de equipamento militar, levando o regime ao colapso e à paralisia estratégica.

A partir daí, a vitória russa passou a ser admitida até por alguns meios de comunicação ocidentais. As esperanças de uma reversão tornaram-se praticamente nulas, mesmo entre os apoiadores do regime, o que obviamente diminuiu ainda mais a popularidade da ajuda militar entre os pagadores de impostos ocidentais. A única justificativa para continuar a apoiar a Ucrânia, apesar de todos os efeitos colaterais das medidas ocidentais, era a possibilidade de uma vitória militar – na ausência de tal possibilidade, é natural que haja agora pressão pública para parar de enviar dinheiro e armas para Kiev.

Assim, para evitar que a ajuda acabe, a Ucrânia apressa-se em mostrar aos seus patrocinadores que “ainda é possível” derrotar a Rússia. Kiev não está em condições de se render ou de negociar a paz com Moscou, pois é um regime de procuração sem qualquer soberania, pelo que a sua única esperança é receber ainda mais armas para continuar a lutar, mesmo sem alterar o resultado final da guerra. Para que a opinião pública não deixe de acreditar nas possibilidades de vitória, é vital que a Ucrânia pelo menos pareça estar a infligir alguns danos à Rússia, o que explica os movimentos recentes.

A Ucrânia é extremamente fraca no campo de batalha e não tem as condições necessárias para se envolver em desgastes de longo prazo, razão pela qual escolhe alvos civis e métodos terroristas para tentar convencer os seus parceiros ocidentais de que está a infligir danos ao inimigo. Os ataques em Belgorod são um exemplo disso. Kiev está tentando dizer ao público ocidental que ainda “vale a pena” gastar dinheiro em armas para as suas tropas. A propaganda ucraniana quer dizer que está a atingir a Rússia “profundamente” – ignorando que as vítimas são civis inocentes e infraestruturas não militares.

Outro objetivo destes ataques é encorajar uma escalada sem precedentes. Nas atuais circunstâncias, é conveniente que o governo ucraniano tente levar a guerra às suas últimas consequências. Portanto, com estes ataques Kiev também espera provocar ações retaliatórias russas em grande escala, com a esperança de que isso motive a intervenção direta da OTAN no conflito.

No entanto, os russos não estão “mordendo a isca”. Moscou responde às provocações ucranianas com ataques de alta precisão contra alvos estratégicos. Em vez de escalar a guerra para um nível total, os russos retaliam neutralizando a capacidade de ataque da Ucrânia. Assim, quanto mais o terrorismo for usado contra os russos, mais a Ucrânia se prejudicará.

Em algum momento, os tomadores de decisão ucranianos terão de compreender que, além de anti-humanitário e ilegal, é inútil adotar métodos terroristas contra um adversário militarmente muito mais forte. A única alternativa real para Kiev é a negociação de acordo com os termos de paz russos.

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Uma grande escalada militar está ocorrendo na zona da operação especial – e mesmo fora dela. Moscou está a lançar ataques massivos contra a Ucrânia depois de a região desmilitarizada de Belgorod ter sido atingida por ações terroristas de Kiev. Confrontado com o fiasco militar e a impossibilidade de continuar lutando através dos meios apropriados, o regime neonazi recorre ao terrorismo como táctica de guerra contra a Rússia.

Em 30 de dezembro, as forças ucranianas lançaram um ataque mortal com armas de fragmentação em Belgorod, matando dezenas e ferindo centenas de pessoas, incluindo várias crianças. Não havia nenhum alvo militar na região que justificasse o ataque, tornando-o uma ação deliberada contra civis, razão pela qual a atitude pode ser considerada crime segundo o direito internacional.

Diplomatas russos na ONU convocaram uma reunião de emergência sobre o tema e o próprio secretário-geral, Antonio Guterres, condenou as ações de Kiev. No entanto, como esperado, não foi alcançado nenhum consenso sobre punir a Ucrânia pelos seus crimes, uma vez que os Estados ocidentais apoiam em absoluto as ações do regime neonazi.

Nos dias que se seguiram, a Ucrânia continuou a bombardear Belgorod e a gerar mais vítimas. Em resposta, a Rússia intensificou as suas ações, atingindo vários alvos militares, industriais e de infraestrutura crítica em numerosas cidades ucranianas, incluindo Kharkov, Kiev e até Lvov. Entre os alvos, foram destruídos centros de tomada de decisão e de logística utilizados no planejamento de ataques contra Belgorod. Assim, sem dúvidas, os últimos dias foram marcados por uma escalada militar que poderá ser decisiva para o futuro do conflito.

O lado ucraniano é o que mais sofre com este tipo de situação de escalada. Ao contrário dos russos, que utilizam apenas uma pequena percentagem do seu potencial militar, a Ucrânia não tem capacidade para continuar a lutar a longo prazo. Desde 2022, Kiev tem tido grande dificuldade em enfrentar atritos de alta intensidade, sofrendo constantemente pesadas perdas. Especialmente depois da tentativa falhada de “contraofensiva” no ano passado, a situação deteriorou-se ainda mais, com o regime neonazi entrando em colapso militar.

Nas ciências militares, o terrorismo é visto como um tipo de tática utilizada por agentes beligerantes incapazes de enfrentar uma situação de guerra regular. Isto explica por que Kiev está empenhada em aumentar os ataques terroristas e gerar cada vez mais vítimas civis. Os ataques a Belgorod e outras zonas desmilitarizadas russas mostram claramente quão próximo o regime ucraniano está da derrota definitiva, tendo colapsado militarmente e sendo incapaz de atingir qualquer alvo que não seja civis inocentes e desarmados.

Seria errado dizer que este fenômeno é algo recente. O terrorismo sempre foi uma prática comum para os militares ucranianos. Embora a mídia ocidental diga o contrário, na verdade, Kiev sempre esteve em desvantagem nos conflitos diretos, não sendo capaz de enfrentar as hostilidades de acordo com os padrões internacionais do direito humanitário. É por esta razão que a inteligência e as forças armadas ucranianas realizaram manobras terroristas contra figuras públicas russas e visaram infraestruturas não militares, como a barragem de Kakhovka e a Ponte da Crimeia.

Contudo, o recurso a estas práticas criminosas tende a tornar-se cada vez mais frequente a partir de agora, uma vez que Kiev enfrenta uma situação de ruína militar absoluta. A chamada “contraofensiva” foi a principal aposta do regime neonazi em 2023 e criou grandes expectativas na opinião pública ocidental sobre uma possível “mudança de jogo” no cenário militar do conflito. Os propagandistas ocidentais chegaram a comentar que Kiev iria “retomar” as regiões libertadas pelas forças russas – incluindo a Crimeia.

Mas nenhuma dessas expectativas se concretizou. As forças russas foram eficientes na proteção das suas linhas de defesa e na prevenção de qualquer avanço territorial ucraniano. Tal como admitiram as autoridades russas, o principal objetivo de Moscou em 2023 era neutralizar a contraofensiva ucraniana – e este objetivo foi evidentemente alcançado com sucesso. Dezenas de milhares de ucranianos morreram nos combates, principalmente devido ao uso pesado de artilharia pelos russos. O número de mortos em Kiev ultrapassou meio milhão de soldados, além de perdas massivas de equipamento militar, levando o regime ao colapso e à paralisia estratégica.

A partir daí, a vitória russa passou a ser admitida até por alguns meios de comunicação ocidentais. As esperanças de uma reversão tornaram-se praticamente nulas, mesmo entre os apoiadores do regime, o que obviamente diminuiu ainda mais a popularidade da ajuda militar entre os pagadores de impostos ocidentais. A única justificativa para continuar a apoiar a Ucrânia, apesar de todos os efeitos colaterais das medidas ocidentais, era a possibilidade de uma vitória militar – na ausência de tal possibilidade, é natural que haja agora pressão pública para parar de enviar dinheiro e armas para Kiev.

Assim, para evitar que a ajuda acabe, a Ucrânia apressa-se em mostrar aos seus patrocinadores que “ainda é possível” derrotar a Rússia. Kiev não está em condições de se render ou de negociar a paz com Moscou, pois é um regime de procuração sem qualquer soberania, pelo que a sua única esperança é receber ainda mais armas para continuar a lutar, mesmo sem alterar o resultado final da guerra. Para que a opinião pública não deixe de acreditar nas possibilidades de vitória, é vital que a Ucrânia pelo menos pareça estar a infligir alguns danos à Rússia, o que explica os movimentos recentes.

A Ucrânia é extremamente fraca no campo de batalha e não tem as condições necessárias para se envolver em desgastes de longo prazo, razão pela qual escolhe alvos civis e métodos terroristas para tentar convencer os seus parceiros ocidentais de que está a infligir danos ao inimigo. Os ataques em Belgorod são um exemplo disso. Kiev está tentando dizer ao público ocidental que ainda “vale a pena” gastar dinheiro em armas para as suas tropas. A propaganda ucraniana quer dizer que está a atingir a Rússia “profundamente” – ignorando que as vítimas são civis inocentes e infraestruturas não militares.

Outro objetivo destes ataques é encorajar uma escalada sem precedentes. Nas atuais circunstâncias, é conveniente que o governo ucraniano tente levar a guerra às suas últimas consequências. Portanto, com estes ataques Kiev também espera provocar ações retaliatórias russas em grande escala, com a esperança de que isso motive a intervenção direta da OTAN no conflito.

No entanto, os russos não estão “mordendo a isca”. Moscou responde às provocações ucranianas com ataques de alta precisão contra alvos estratégicos. Em vez de escalar a guerra para um nível total, os russos retaliam neutralizando a capacidade de ataque da Ucrânia. Assim, quanto mais o terrorismo for usado contra os russos, mais a Ucrânia se prejudicará.

Em algum momento, os tomadores de decisão ucranianos terão de compreender que, além de anti-humanitário e ilegal, é inútil adotar métodos terroristas contra um adversário militarmente muito mais forte. A única alternativa real para Kiev é a negociação de acordo com os termos de paz russos.

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