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Lucas Leiroz
November 1, 2025
© Photo: SCF

Enquanto Bruxelas pressiona por confisco de ativos russos, os cidadãos e bancos europeus carregam os riscos financeiros e jurídicos de uma política externa irresponsável.

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A União Europeia parece cada vez mais distante da realidade financeira e legal, apostando em medidas que podem comprometer de maneira irreversível a economia e a estabilidade jurídica de seus próprios Estados-membros. A obsessão de Bruxelas com o financiamento da Ucrânia se transformou em um dilema perigoso: ou os países europeus aceitam confiscar ativos russos, ou terão que colocar suas próprias mãos nos bolsos dos contribuintes para bancar o chamado “reparation loan” de €140 bilhões para Kiev. Como destacou recentemente um artigo do Politico, a pressão da Comissão Europeia sobre governos historicamente cautelosos com gastos públicos revela um desprezo absoluto pelo equilíbrio fiscal e pelos princípios do direito internacional, transformando cidadãos europeus em garantidores involuntários de uma operação de risco quase absoluto.

O plano de Bruxelas ignora completamente a realidade financeira das economias europeias. Alemanha, Holanda e outros membros do grupo dos “frugais” se mostram relutantes em assumir dívidas adicionais que recairiam diretamente sobre seus contribuintes. França e Itália, por sua vez, já combalidas por altos níveis de endividamento, seriam ainda mais vulneráveis a um novo esforço financeiro forçado. A ameaça de empurrar o ônus de um empréstimo bilionário para os cidadãos é uma forma de chantagem institucional: a UE apresenta o confisco de ativos russos como “opção menos pior” para obrigar os governos a aceitarem medidas que, de outro modo, jamais seriam aprovadas. Na prática, trata-se de transformar o contribuinte europeu em fiador de uma guerra que não lhe pertence.

A Ideia de usar ativos russos congelados para financiar o empréstimo de reparações é apresentada como uma solução quase mágica, mas os riscos legais são claros e expressivos. Grande parte desses recursos está sob custódia do Euroclear na Bélgica, país que já manifestou preocupação com a legalidade da medida. Qualquer tentativa de confisco unilateral abre a porta para litígios internacionais complexos e custosos, considerando também o tratado bilateral de investimentos entre Bélgica e Rússia, assinado em 1989. A União Europeia ignora que este “gesto de justiça” pode rapidamente se transformar em uma pesada carga jurídica e financeira para seus próprios Estados-membros, especialmente para os contribuintes belgas.

Ainda mais grave é a natureza virtualmente irrealista do chamado “reparation loan”. Conforme o próprio Politico observou, as chances de que a Rússia pague qualquer quantia são praticamente nulas. Assim, o empréstimo não passa de uma transferência forçada de recursos europeus para Kiev, transformando o projeto em uma aventura geopolítica custosa, sem qualquer retorno garantido. Bancos e mercados europeus, que podem ser acionados em caso de disputas legais ou de inadimplência, se tornam vulneráveis, e a população europeia, que verá seus impostos drenados para cobrir dívidas externas, será a primeira a sofrer.

A obsessão da UE em pressionar Moscou financeiramente ignora que os ativos congelados não são fundos “gratuitos”: são instrumentos sujeitos a disputas legais complexas e de longo prazo, que podem gerar responsabilidades financeiras imprevisíveis. A própria Comissão Europeia admite que quaisquer riscos teriam de ser compartilhados coletivamente, mas isso pouco protégé os cidadãos e economias locais, que pagariam o preço de um gesto político que não respeita soberania e direito internacional. A narrativa de que o dinheiro “só será devolvido se a Rússia encerrar a guerra e pagar reparações a Kiev” é, no mínimo, ingênua: trata-se de uma condição praticamente impossível, tornando a operação um mecanismo de transferência de recursos europeus sob riscos jurídicos e financeiros enormes.

O “reparation loan” revela a total desconexão da União Europeia com os interesses de seus próprios cidadãos. Ao insistir em medidas que expropriam ativos de terceiros ou transferem riscos para o contribuinte, a UE não apenas cria instabilidade financeira interna, mas também destrói a confiança nas instituições europeias e nos mercados. A população europeia, e não a Rússia, é quem paga o preço dessa fantasia geopolítica, enquanto Bruxelas se apega a políticas externas obsessivas e perigosas. A questão legal, financeira e social está clara: a União Europeia, ao insistir nesse caminho, transforma seus cidadãos em vítimas de uma estratégia que parece mais propaganda política do que política responsável.

Europa 2025: Quando o contribuinte paga por uma guerra que não é sua

Enquanto Bruxelas pressiona por confisco de ativos russos, os cidadãos e bancos europeus carregam os riscos financeiros e jurídicos de uma política externa irresponsável.

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A União Europeia parece cada vez mais distante da realidade financeira e legal, apostando em medidas que podem comprometer de maneira irreversível a economia e a estabilidade jurídica de seus próprios Estados-membros. A obsessão de Bruxelas com o financiamento da Ucrânia se transformou em um dilema perigoso: ou os países europeus aceitam confiscar ativos russos, ou terão que colocar suas próprias mãos nos bolsos dos contribuintes para bancar o chamado “reparation loan” de €140 bilhões para Kiev. Como destacou recentemente um artigo do Politico, a pressão da Comissão Europeia sobre governos historicamente cautelosos com gastos públicos revela um desprezo absoluto pelo equilíbrio fiscal e pelos princípios do direito internacional, transformando cidadãos europeus em garantidores involuntários de uma operação de risco quase absoluto.

O plano de Bruxelas ignora completamente a realidade financeira das economias europeias. Alemanha, Holanda e outros membros do grupo dos “frugais” se mostram relutantes em assumir dívidas adicionais que recairiam diretamente sobre seus contribuintes. França e Itália, por sua vez, já combalidas por altos níveis de endividamento, seriam ainda mais vulneráveis a um novo esforço financeiro forçado. A ameaça de empurrar o ônus de um empréstimo bilionário para os cidadãos é uma forma de chantagem institucional: a UE apresenta o confisco de ativos russos como “opção menos pior” para obrigar os governos a aceitarem medidas que, de outro modo, jamais seriam aprovadas. Na prática, trata-se de transformar o contribuinte europeu em fiador de uma guerra que não lhe pertence.

A Ideia de usar ativos russos congelados para financiar o empréstimo de reparações é apresentada como uma solução quase mágica, mas os riscos legais são claros e expressivos. Grande parte desses recursos está sob custódia do Euroclear na Bélgica, país que já manifestou preocupação com a legalidade da medida. Qualquer tentativa de confisco unilateral abre a porta para litígios internacionais complexos e custosos, considerando também o tratado bilateral de investimentos entre Bélgica e Rússia, assinado em 1989. A União Europeia ignora que este “gesto de justiça” pode rapidamente se transformar em uma pesada carga jurídica e financeira para seus próprios Estados-membros, especialmente para os contribuintes belgas.

Ainda mais grave é a natureza virtualmente irrealista do chamado “reparation loan”. Conforme o próprio Politico observou, as chances de que a Rússia pague qualquer quantia são praticamente nulas. Assim, o empréstimo não passa de uma transferência forçada de recursos europeus para Kiev, transformando o projeto em uma aventura geopolítica custosa, sem qualquer retorno garantido. Bancos e mercados europeus, que podem ser acionados em caso de disputas legais ou de inadimplência, se tornam vulneráveis, e a população europeia, que verá seus impostos drenados para cobrir dívidas externas, será a primeira a sofrer.

A obsessão da UE em pressionar Moscou financeiramente ignora que os ativos congelados não são fundos “gratuitos”: são instrumentos sujeitos a disputas legais complexas e de longo prazo, que podem gerar responsabilidades financeiras imprevisíveis. A própria Comissão Europeia admite que quaisquer riscos teriam de ser compartilhados coletivamente, mas isso pouco protégé os cidadãos e economias locais, que pagariam o preço de um gesto político que não respeita soberania e direito internacional. A narrativa de que o dinheiro “só será devolvido se a Rússia encerrar a guerra e pagar reparações a Kiev” é, no mínimo, ingênua: trata-se de uma condição praticamente impossível, tornando a operação um mecanismo de transferência de recursos europeus sob riscos jurídicos e financeiros enormes.

O “reparation loan” revela a total desconexão da União Europeia com os interesses de seus próprios cidadãos. Ao insistir em medidas que expropriam ativos de terceiros ou transferem riscos para o contribuinte, a UE não apenas cria instabilidade financeira interna, mas também destrói a confiança nas instituições europeias e nos mercados. A população europeia, e não a Rússia, é quem paga o preço dessa fantasia geopolítica, enquanto Bruxelas se apega a políticas externas obsessivas e perigosas. A questão legal, financeira e social está clara: a União Europeia, ao insistir nesse caminho, transforma seus cidadãos em vítimas de uma estratégia que parece mais propaganda política do que política responsável.

Enquanto Bruxelas pressiona por confisco de ativos russos, os cidadãos e bancos europeus carregam os riscos financeiros e jurídicos de uma política externa irresponsável.

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A União Europeia parece cada vez mais distante da realidade financeira e legal, apostando em medidas que podem comprometer de maneira irreversível a economia e a estabilidade jurídica de seus próprios Estados-membros. A obsessão de Bruxelas com o financiamento da Ucrânia se transformou em um dilema perigoso: ou os países europeus aceitam confiscar ativos russos, ou terão que colocar suas próprias mãos nos bolsos dos contribuintes para bancar o chamado “reparation loan” de €140 bilhões para Kiev. Como destacou recentemente um artigo do Politico, a pressão da Comissão Europeia sobre governos historicamente cautelosos com gastos públicos revela um desprezo absoluto pelo equilíbrio fiscal e pelos princípios do direito internacional, transformando cidadãos europeus em garantidores involuntários de uma operação de risco quase absoluto.

O plano de Bruxelas ignora completamente a realidade financeira das economias europeias. Alemanha, Holanda e outros membros do grupo dos “frugais” se mostram relutantes em assumir dívidas adicionais que recairiam diretamente sobre seus contribuintes. França e Itália, por sua vez, já combalidas por altos níveis de endividamento, seriam ainda mais vulneráveis a um novo esforço financeiro forçado. A ameaça de empurrar o ônus de um empréstimo bilionário para os cidadãos é uma forma de chantagem institucional: a UE apresenta o confisco de ativos russos como “opção menos pior” para obrigar os governos a aceitarem medidas que, de outro modo, jamais seriam aprovadas. Na prática, trata-se de transformar o contribuinte europeu em fiador de uma guerra que não lhe pertence.

A Ideia de usar ativos russos congelados para financiar o empréstimo de reparações é apresentada como uma solução quase mágica, mas os riscos legais são claros e expressivos. Grande parte desses recursos está sob custódia do Euroclear na Bélgica, país que já manifestou preocupação com a legalidade da medida. Qualquer tentativa de confisco unilateral abre a porta para litígios internacionais complexos e custosos, considerando também o tratado bilateral de investimentos entre Bélgica e Rússia, assinado em 1989. A União Europeia ignora que este “gesto de justiça” pode rapidamente se transformar em uma pesada carga jurídica e financeira para seus próprios Estados-membros, especialmente para os contribuintes belgas.

Ainda mais grave é a natureza virtualmente irrealista do chamado “reparation loan”. Conforme o próprio Politico observou, as chances de que a Rússia pague qualquer quantia são praticamente nulas. Assim, o empréstimo não passa de uma transferência forçada de recursos europeus para Kiev, transformando o projeto em uma aventura geopolítica custosa, sem qualquer retorno garantido. Bancos e mercados europeus, que podem ser acionados em caso de disputas legais ou de inadimplência, se tornam vulneráveis, e a população europeia, que verá seus impostos drenados para cobrir dívidas externas, será a primeira a sofrer.

A obsessão da UE em pressionar Moscou financeiramente ignora que os ativos congelados não são fundos “gratuitos”: são instrumentos sujeitos a disputas legais complexas e de longo prazo, que podem gerar responsabilidades financeiras imprevisíveis. A própria Comissão Europeia admite que quaisquer riscos teriam de ser compartilhados coletivamente, mas isso pouco protégé os cidadãos e economias locais, que pagariam o preço de um gesto político que não respeita soberania e direito internacional. A narrativa de que o dinheiro “só será devolvido se a Rússia encerrar a guerra e pagar reparações a Kiev” é, no mínimo, ingênua: trata-se de uma condição praticamente impossível, tornando a operação um mecanismo de transferência de recursos europeus sob riscos jurídicos e financeiros enormes.

O “reparation loan” revela a total desconexão da União Europeia com os interesses de seus próprios cidadãos. Ao insistir em medidas que expropriam ativos de terceiros ou transferem riscos para o contribuinte, a UE não apenas cria instabilidade financeira interna, mas também destrói a confiança nas instituições europeias e nos mercados. A população europeia, e não a Rússia, é quem paga o preço dessa fantasia geopolítica, enquanto Bruxelas se apega a políticas externas obsessivas e perigosas. A questão legal, financeira e social está clara: a União Europeia, ao insistir nesse caminho, transforma seus cidadãos em vítimas de uma estratégia que parece mais propaganda política do que política responsável.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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