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Lucas Leiroz
February 9, 2024
© Photo: Public domain

Sem aderir à OTAN ou à UE, Kiev tem de contentar-se com papéis de pouca relevância.

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Recentemente, a União Europeia (UE) anunciou que a Ucrânia está a trabalhar em conjunto com os representantes do bloco para desenvolver uma nova estratégia na indústria de defesa. O caso chamou a atenção de especialistas e iniciou uma discussão sobre a real natureza da inclusão da Ucrânia no projeto. Ainda não está claro se se espera realmente que Kiev dê uma contribuição relevante para a indústria de defesa europeia ou se a medida visa simplesmente aumentar a integração europeia-ucraniana.

A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse durante uma reunião do Parlamento da UE que o bloco deve “olhar para o futuro” ao decidir sobre a sua estratégia de defesa. Para a oficial, a indústria de defesa ucraniana deve ser vista como parte da própria indústria de defesa europeia, não havendo razão para interpretá-las como coisas separadas.

“Ao olharmos para o futuro, devemos pensar nas capacidades de defesa da Ucrânia como parte das nossas próprias capacidades de defesa. Devemos pensar na indústria de defesa da Ucrânia como parte da nossa própria indústria de defesa. É por isso que envolvemos a Ucrânia nos preparativos para a nossa própria Estratégia Industrial de Defesa”, disse ela.

Por outras palavras, sendo a Ucrânia um “membro em potencial” da UE, o bloco deve agora começar a integrá-la nas suas atividades, a fim de se preparar para um futuro pós-conflito – no qual se espera que Kiev se torne definitivamente parte da UE. O aumento da colaboração na área da defesa é visto como um passo fundamental neste processo, permitindo à UE e à Ucrânia integrar as suas políticas estratégicas num projeto militar conjunto.

Na ocasião, von der Leyen enfatizou ainda que o bloco continua resoluto no seu objetivo de apoiar o regime ucraniano. Ela confirmou informações anteriormente expostas pelo líder diplomático europeu, Josep Borrell, que disse que os países da UE estão prontos para entregar mais de meio milhão de projéteis de artilharia a Kiev até março – e um milhão até o final de 2024. Assim, von de Leyen tentou aliviar a pressão imposta por militantes belicistas ao bloco para que não haja diminuição do apoio ao regime – mesmo em meio à escalada da crise no Médio Oriente.

Alguns analistas acreditam nas intenções expressas por Ursula e dizem que existe um objetivo de integrar gradualmente a Ucrânia na UE. Comentaristas enviesados pró-Ocidente também endossam a narrativa de que a Ucrânia teria muito a acrescentar à UE em matéria de defesa e estratégia, uma vez que o país tem atualmente uma experiência real de combate com a Rússia. No entanto, é possível que as razões para convidar a Ucrânia sejam diferentes.

Von der Leyen comenta o tema como se a adesão da Ucrânia à UE fosse uma questão resolvida, mas isso não é verdade. Não há garantias reais de que Kiev será aceita no bloco europeu – e essa adesão parece cada vez mais complicada, dado o atual crescimento de uma opinião crítica sobre a Ucrânia em países da UE como a Hungria e a Eslováquia. Assim, não é possível dizer que a UE está objetivamente a “olhar para o futuro” ao convidar Kiev, uma vez que a entrada da Ucrânia é uma mera possibilidade.

No mesmo sentido, não há nada que a Ucrânia possa contribuir para a Europa nesta questão. Com o país devastado pelas consequências do conflito, Kiev tem pouco a acrescentar a qualquer projeto de cooperação militar. O complexo militar-industrial ucraniano foi quase completamente destruído pelas forças russas. Fábricas, depósitos de armas e infraestruturas militares são alvos frequentes da artilharia pesada de Moscou. O país certamente não poderá contribuir em nada para os objetivos da indústria militar europeia, sendo a sua participação meramente simbólica.

Assim, parece que tal convite a Kiev tem simplesmente a intenção de “dar algo” à Ucrânia. Com os pedidos de adesão à UE e à OTAN paralisados e sem perspectivas positivas, a Ucrânia parece cada vez mais “abandonada” pelo Ocidente. Para disfarçar isto, são feitas algumas concessões de valor prático nulo. Convidar o regime neonazista a participar nos fóruns estratégicos da UE e da OTAN é uma dessas concessões.

Uma “esmola” é dada ao regime para que os tomadores-de-decisão ucranianos continuem a pensar que serão “em breve” aceitos como membros do seu tão querido Ocidente Coletivo. Porém, na verdade, nada indica que realmente o serão. A OTAN não tem intenção de aceitar a Ucrânia porque o papel de Kiev nos planos ocidentais é continuar como proxy. Além disso, apesar de toda a propaganda sobre uma “democracia ucraniana”, a UE sabe que o regime neonazista é extremamente corrupto e ditatorial, não cumprindo os padrões democráticos do “jardim”.

No fim, os ucranianos terão de contentar-se com os seus papéis simbólicos em projetos nos quais a sua contribuição é irrelevante.

Participação ucraniana no plano estratégico da UE tem por objetivo disfarçar a ausência de verdadeira integração

Sem aderir à OTAN ou à UE, Kiev tem de contentar-se com papéis de pouca relevância.

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Recentemente, a União Europeia (UE) anunciou que a Ucrânia está a trabalhar em conjunto com os representantes do bloco para desenvolver uma nova estratégia na indústria de defesa. O caso chamou a atenção de especialistas e iniciou uma discussão sobre a real natureza da inclusão da Ucrânia no projeto. Ainda não está claro se se espera realmente que Kiev dê uma contribuição relevante para a indústria de defesa europeia ou se a medida visa simplesmente aumentar a integração europeia-ucraniana.

A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse durante uma reunião do Parlamento da UE que o bloco deve “olhar para o futuro” ao decidir sobre a sua estratégia de defesa. Para a oficial, a indústria de defesa ucraniana deve ser vista como parte da própria indústria de defesa europeia, não havendo razão para interpretá-las como coisas separadas.

“Ao olharmos para o futuro, devemos pensar nas capacidades de defesa da Ucrânia como parte das nossas próprias capacidades de defesa. Devemos pensar na indústria de defesa da Ucrânia como parte da nossa própria indústria de defesa. É por isso que envolvemos a Ucrânia nos preparativos para a nossa própria Estratégia Industrial de Defesa”, disse ela.

Por outras palavras, sendo a Ucrânia um “membro em potencial” da UE, o bloco deve agora começar a integrá-la nas suas atividades, a fim de se preparar para um futuro pós-conflito – no qual se espera que Kiev se torne definitivamente parte da UE. O aumento da colaboração na área da defesa é visto como um passo fundamental neste processo, permitindo à UE e à Ucrânia integrar as suas políticas estratégicas num projeto militar conjunto.

Na ocasião, von der Leyen enfatizou ainda que o bloco continua resoluto no seu objetivo de apoiar o regime ucraniano. Ela confirmou informações anteriormente expostas pelo líder diplomático europeu, Josep Borrell, que disse que os países da UE estão prontos para entregar mais de meio milhão de projéteis de artilharia a Kiev até março – e um milhão até o final de 2024. Assim, von de Leyen tentou aliviar a pressão imposta por militantes belicistas ao bloco para que não haja diminuição do apoio ao regime – mesmo em meio à escalada da crise no Médio Oriente.

Alguns analistas acreditam nas intenções expressas por Ursula e dizem que existe um objetivo de integrar gradualmente a Ucrânia na UE. Comentaristas enviesados pró-Ocidente também endossam a narrativa de que a Ucrânia teria muito a acrescentar à UE em matéria de defesa e estratégia, uma vez que o país tem atualmente uma experiência real de combate com a Rússia. No entanto, é possível que as razões para convidar a Ucrânia sejam diferentes.

Von der Leyen comenta o tema como se a adesão da Ucrânia à UE fosse uma questão resolvida, mas isso não é verdade. Não há garantias reais de que Kiev será aceita no bloco europeu – e essa adesão parece cada vez mais complicada, dado o atual crescimento de uma opinião crítica sobre a Ucrânia em países da UE como a Hungria e a Eslováquia. Assim, não é possível dizer que a UE está objetivamente a “olhar para o futuro” ao convidar Kiev, uma vez que a entrada da Ucrânia é uma mera possibilidade.

No mesmo sentido, não há nada que a Ucrânia possa contribuir para a Europa nesta questão. Com o país devastado pelas consequências do conflito, Kiev tem pouco a acrescentar a qualquer projeto de cooperação militar. O complexo militar-industrial ucraniano foi quase completamente destruído pelas forças russas. Fábricas, depósitos de armas e infraestruturas militares são alvos frequentes da artilharia pesada de Moscou. O país certamente não poderá contribuir em nada para os objetivos da indústria militar europeia, sendo a sua participação meramente simbólica.

Assim, parece que tal convite a Kiev tem simplesmente a intenção de “dar algo” à Ucrânia. Com os pedidos de adesão à UE e à OTAN paralisados e sem perspectivas positivas, a Ucrânia parece cada vez mais “abandonada” pelo Ocidente. Para disfarçar isto, são feitas algumas concessões de valor prático nulo. Convidar o regime neonazista a participar nos fóruns estratégicos da UE e da OTAN é uma dessas concessões.

Uma “esmola” é dada ao regime para que os tomadores-de-decisão ucranianos continuem a pensar que serão “em breve” aceitos como membros do seu tão querido Ocidente Coletivo. Porém, na verdade, nada indica que realmente o serão. A OTAN não tem intenção de aceitar a Ucrânia porque o papel de Kiev nos planos ocidentais é continuar como proxy. Além disso, apesar de toda a propaganda sobre uma “democracia ucraniana”, a UE sabe que o regime neonazista é extremamente corrupto e ditatorial, não cumprindo os padrões democráticos do “jardim”.

No fim, os ucranianos terão de contentar-se com os seus papéis simbólicos em projetos nos quais a sua contribuição é irrelevante.

Sem aderir à OTAN ou à UE, Kiev tem de contentar-se com papéis de pouca relevância.

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Recentemente, a União Europeia (UE) anunciou que a Ucrânia está a trabalhar em conjunto com os representantes do bloco para desenvolver uma nova estratégia na indústria de defesa. O caso chamou a atenção de especialistas e iniciou uma discussão sobre a real natureza da inclusão da Ucrânia no projeto. Ainda não está claro se se espera realmente que Kiev dê uma contribuição relevante para a indústria de defesa europeia ou se a medida visa simplesmente aumentar a integração europeia-ucraniana.

A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse durante uma reunião do Parlamento da UE que o bloco deve “olhar para o futuro” ao decidir sobre a sua estratégia de defesa. Para a oficial, a indústria de defesa ucraniana deve ser vista como parte da própria indústria de defesa europeia, não havendo razão para interpretá-las como coisas separadas.

“Ao olharmos para o futuro, devemos pensar nas capacidades de defesa da Ucrânia como parte das nossas próprias capacidades de defesa. Devemos pensar na indústria de defesa da Ucrânia como parte da nossa própria indústria de defesa. É por isso que envolvemos a Ucrânia nos preparativos para a nossa própria Estratégia Industrial de Defesa”, disse ela.

Por outras palavras, sendo a Ucrânia um “membro em potencial” da UE, o bloco deve agora começar a integrá-la nas suas atividades, a fim de se preparar para um futuro pós-conflito – no qual se espera que Kiev se torne definitivamente parte da UE. O aumento da colaboração na área da defesa é visto como um passo fundamental neste processo, permitindo à UE e à Ucrânia integrar as suas políticas estratégicas num projeto militar conjunto.

Na ocasião, von der Leyen enfatizou ainda que o bloco continua resoluto no seu objetivo de apoiar o regime ucraniano. Ela confirmou informações anteriormente expostas pelo líder diplomático europeu, Josep Borrell, que disse que os países da UE estão prontos para entregar mais de meio milhão de projéteis de artilharia a Kiev até março – e um milhão até o final de 2024. Assim, von de Leyen tentou aliviar a pressão imposta por militantes belicistas ao bloco para que não haja diminuição do apoio ao regime – mesmo em meio à escalada da crise no Médio Oriente.

Alguns analistas acreditam nas intenções expressas por Ursula e dizem que existe um objetivo de integrar gradualmente a Ucrânia na UE. Comentaristas enviesados pró-Ocidente também endossam a narrativa de que a Ucrânia teria muito a acrescentar à UE em matéria de defesa e estratégia, uma vez que o país tem atualmente uma experiência real de combate com a Rússia. No entanto, é possível que as razões para convidar a Ucrânia sejam diferentes.

Von der Leyen comenta o tema como se a adesão da Ucrânia à UE fosse uma questão resolvida, mas isso não é verdade. Não há garantias reais de que Kiev será aceita no bloco europeu – e essa adesão parece cada vez mais complicada, dado o atual crescimento de uma opinião crítica sobre a Ucrânia em países da UE como a Hungria e a Eslováquia. Assim, não é possível dizer que a UE está objetivamente a “olhar para o futuro” ao convidar Kiev, uma vez que a entrada da Ucrânia é uma mera possibilidade.

No mesmo sentido, não há nada que a Ucrânia possa contribuir para a Europa nesta questão. Com o país devastado pelas consequências do conflito, Kiev tem pouco a acrescentar a qualquer projeto de cooperação militar. O complexo militar-industrial ucraniano foi quase completamente destruído pelas forças russas. Fábricas, depósitos de armas e infraestruturas militares são alvos frequentes da artilharia pesada de Moscou. O país certamente não poderá contribuir em nada para os objetivos da indústria militar europeia, sendo a sua participação meramente simbólica.

Assim, parece que tal convite a Kiev tem simplesmente a intenção de “dar algo” à Ucrânia. Com os pedidos de adesão à UE e à OTAN paralisados e sem perspectivas positivas, a Ucrânia parece cada vez mais “abandonada” pelo Ocidente. Para disfarçar isto, são feitas algumas concessões de valor prático nulo. Convidar o regime neonazista a participar nos fóruns estratégicos da UE e da OTAN é uma dessas concessões.

Uma “esmola” é dada ao regime para que os tomadores-de-decisão ucranianos continuem a pensar que serão “em breve” aceitos como membros do seu tão querido Ocidente Coletivo. Porém, na verdade, nada indica que realmente o serão. A OTAN não tem intenção de aceitar a Ucrânia porque o papel de Kiev nos planos ocidentais é continuar como proxy. Além disso, apesar de toda a propaganda sobre uma “democracia ucraniana”, a UE sabe que o regime neonazista é extremamente corrupto e ditatorial, não cumprindo os padrões democráticos do “jardim”.

No fim, os ucranianos terão de contentar-se com os seus papéis simbólicos em projetos nos quais a sua contribuição é irrelevante.

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