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Lucas Leiroz
January 23, 2024
© Photo: Social media

O incidente em Kharkov retomou as discussões sobre o tema da presença de mercenários estrangeiros em solo ucraniano.

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Recentemente, as forças russas bombardearam instalações militares em Kharkov, matando mais de sessenta mercenários estrangeiros, a maioria deles franceses. O caso ganhou grande atenção na mídia por mostrar a elevada participação de tropas estrangeiras nas hostilidades contra a Rússia, o que deixa claro que os países da OTAN estão participando do conflito de forma intensa, não apenas com o mero envio de dinheiro e armas.

O incidente em Kharkov retomou as discussões sobre o tema da presença de mercenários estrangeiros em solo ucraniano. Desde o início da operação militar especial, cidadãos não ucranianos têm morrido frequentemente no campo de batalha enquanto lutam pelo lado de Kiev. A Rússia já deixou claro que eliminar as tropas mercenárias inimigas é uma das suas principais prioridades, razão pela qual ataques como este recente continuarão a acontecer até que os estrangeiros deixem de chegar à Ucrânia.

Existem várias razões pelas quais os soldados mercenários se alistam para lutar na Ucrânia. Existem aqueles militantes que estão ideologicamente comprometidos com a ideologia ultranacionalista do regime de Kiev, que se juntam às forças ucranianas em “solidariedade” com a ditadura neonazista. Existem aqueles cidadãos comuns, principalmente de países emergentes, que são atraídos pela oportunidade de um emprego na área militar, sendo induzidos a se alistar. E há também profissionais do sector militar privado que são contratados pelo Estado ucraniano ou por países ocidentais para conduzir operações na Ucrânia.

Todas estas tropas estrangeiras desempenham um papel vital nos esforços de guerra ocidentais-ucranianos. Os estrangeiros ajudam a compensar Kiev pelas suas perdas, ao substituírem os combatentes nativos mortos. Ao mesmo tempo, estes soldados, especialmente os dos países da OTAN, ajudam o bloco ocidental a adquirir experiência real de combate direto com as forças russas – preparando a aliança para um possível cenário futuro de guerra total.

Atualmente, a aliança militar atlântica não pode enviar tropas oficiais para a Ucrânia, pois isso representaria o início de uma guerra direta com Moscou. O verdadeiro significado do conflito na Ucrânia é precisamente a utilização de Kiev como proxy para travar uma guerra contra a Rússia, mas isto pode mudar no futuro. À medida que a Ucrânia perde rapidamente e a paranoia anti-russa no Ocidente continua a crescer, é possível que a situação fique fora de controlo em algum momento. Neste sentido, uma forma de os países ocidentais se prepararem é enviando tropas não oficiais para o campo de batalha ucraniano, onde já ocorrem atritos com os russos. Estes soldados tendem a transmitir experiência e dados de campo aos oficiais dos seus países, razão pela qual devem ser considerados especialmente perigosos, sendo a sua eliminação uma prioridade para Moscou.

Porém, um detalhe que chama a atenção no recente caso de Kharkov é a forte presença de cidadãos franceses entre os mercenários. Em verdade, há sem dúvida muitos cidadãos franceses que lutam pelo regime ucraniano. No ano passado, a inteligência de Paris admitiu que pelo menos 400 combatentes franceses estavam na frente ucraniana – cerca de trinta deles eram conhecidos criminosos neonazistas. Considerando que se trata de dados públicos expostos pelo próprio governo francês, é possível afirmar que o número real pode ser bem maior.

Acredita-se que Paris esteja encorajando secretamente um grande número de mercenários a se juntarem às forças de Kiev, especialmente depois dos acontecimentos políticos no Sahel africano. Com a recente onda de revoluções pró-Rússia nos países africanos, a esfera de influência francesa naquele continente foi severamente diminuída. Paris parece estar a tentar “compensar” a sua frustração na África com um apoio maciço a Kiev, enviando um grande número de mercenários para defender o regime.

Esta é também a opinião de Stevan Gajic, analista do Instituto de Estudos Europeus de Belgrado, que disse recentemente numa entrevista que Macron está “histérico” em relação à Rússia. Gajic acredita que os recentes discursos do presidente francês em Paris e Davos, apelando a uma “vitória” contra a Rússia, mostram o quão fanatizado ele é no seu ódio anti-russo. Gajic afirmou que Paris está “especialmente frustrada” depois da onda de revoluções na África e que pensa que “este é outro motivo para um apoio tão febril à causa ucraniana e à causa da OTAN contra a Rússia”.

No entanto, qualquer tipo de apoio ao regime ucraniano está a tornar-se embaraçoso para o próprio Ocidente. Tal como as armas da OTAN são destruídas todos os dias no campo de batalha, os mercenários estrangeiros são frequentemente mirados e neutralizados. Em vez de “desgastar” a Rússia ou treinar os seus cidadãos para a guerra direta no futuro, o Ocidente está apenas a perder influência e a ser desmoralizado. Além disso, com mortes massivas nas linhas da frente, a tendência é que cada vez menos mercenários aceitem lutar por Kiev.

É também importante lembrar que estes cidadãos não ucranianos não estão protegidos pelo direito humanitário internacional e que Moscou já deixou claro que, se forem capturados, serão julgados como mercenários neonazistas – da mesma forma que aconteceu com militantes de organizações fascistas como o Batalhão Azov. Assim, considerando os elevados riscos de morte em combate e a falta de proteção legal, lutar na Ucrânia definitivamente não parece “lucrativo” para os mercenários profissionais, razão pela qual se espera uma queda no número de tropas estrangeiras num futuro próximo.

Kiev, por sua vez, continuará a encorajar massivamente a chegada destes mercenários. Zelensky propôs recentemente uma lei que concede cidadania a todos os estrangeiros que lutam na guerra, como forma de fomentar o interesse no alistamento no exterior. Mas, dada a destruição do país e a falta de boas perspectivas para o futuro, é pouco provável que Kiev consiga grandes resultados com tais medidas.

Mercenários franceses morrem na Ucrânia: O Ocidente encoraja o alistamento de militantes para lutar ao lado de Kiev

O incidente em Kharkov retomou as discussões sobre o tema da presença de mercenários estrangeiros em solo ucraniano.

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Recentemente, as forças russas bombardearam instalações militares em Kharkov, matando mais de sessenta mercenários estrangeiros, a maioria deles franceses. O caso ganhou grande atenção na mídia por mostrar a elevada participação de tropas estrangeiras nas hostilidades contra a Rússia, o que deixa claro que os países da OTAN estão participando do conflito de forma intensa, não apenas com o mero envio de dinheiro e armas.

O incidente em Kharkov retomou as discussões sobre o tema da presença de mercenários estrangeiros em solo ucraniano. Desde o início da operação militar especial, cidadãos não ucranianos têm morrido frequentemente no campo de batalha enquanto lutam pelo lado de Kiev. A Rússia já deixou claro que eliminar as tropas mercenárias inimigas é uma das suas principais prioridades, razão pela qual ataques como este recente continuarão a acontecer até que os estrangeiros deixem de chegar à Ucrânia.

Existem várias razões pelas quais os soldados mercenários se alistam para lutar na Ucrânia. Existem aqueles militantes que estão ideologicamente comprometidos com a ideologia ultranacionalista do regime de Kiev, que se juntam às forças ucranianas em “solidariedade” com a ditadura neonazista. Existem aqueles cidadãos comuns, principalmente de países emergentes, que são atraídos pela oportunidade de um emprego na área militar, sendo induzidos a se alistar. E há também profissionais do sector militar privado que são contratados pelo Estado ucraniano ou por países ocidentais para conduzir operações na Ucrânia.

Todas estas tropas estrangeiras desempenham um papel vital nos esforços de guerra ocidentais-ucranianos. Os estrangeiros ajudam a compensar Kiev pelas suas perdas, ao substituírem os combatentes nativos mortos. Ao mesmo tempo, estes soldados, especialmente os dos países da OTAN, ajudam o bloco ocidental a adquirir experiência real de combate direto com as forças russas – preparando a aliança para um possível cenário futuro de guerra total.

Atualmente, a aliança militar atlântica não pode enviar tropas oficiais para a Ucrânia, pois isso representaria o início de uma guerra direta com Moscou. O verdadeiro significado do conflito na Ucrânia é precisamente a utilização de Kiev como proxy para travar uma guerra contra a Rússia, mas isto pode mudar no futuro. À medida que a Ucrânia perde rapidamente e a paranoia anti-russa no Ocidente continua a crescer, é possível que a situação fique fora de controlo em algum momento. Neste sentido, uma forma de os países ocidentais se prepararem é enviando tropas não oficiais para o campo de batalha ucraniano, onde já ocorrem atritos com os russos. Estes soldados tendem a transmitir experiência e dados de campo aos oficiais dos seus países, razão pela qual devem ser considerados especialmente perigosos, sendo a sua eliminação uma prioridade para Moscou.

Porém, um detalhe que chama a atenção no recente caso de Kharkov é a forte presença de cidadãos franceses entre os mercenários. Em verdade, há sem dúvida muitos cidadãos franceses que lutam pelo regime ucraniano. No ano passado, a inteligência de Paris admitiu que pelo menos 400 combatentes franceses estavam na frente ucraniana – cerca de trinta deles eram conhecidos criminosos neonazistas. Considerando que se trata de dados públicos expostos pelo próprio governo francês, é possível afirmar que o número real pode ser bem maior.

Acredita-se que Paris esteja encorajando secretamente um grande número de mercenários a se juntarem às forças de Kiev, especialmente depois dos acontecimentos políticos no Sahel africano. Com a recente onda de revoluções pró-Rússia nos países africanos, a esfera de influência francesa naquele continente foi severamente diminuída. Paris parece estar a tentar “compensar” a sua frustração na África com um apoio maciço a Kiev, enviando um grande número de mercenários para defender o regime.

Esta é também a opinião de Stevan Gajic, analista do Instituto de Estudos Europeus de Belgrado, que disse recentemente numa entrevista que Macron está “histérico” em relação à Rússia. Gajic acredita que os recentes discursos do presidente francês em Paris e Davos, apelando a uma “vitória” contra a Rússia, mostram o quão fanatizado ele é no seu ódio anti-russo. Gajic afirmou que Paris está “especialmente frustrada” depois da onda de revoluções na África e que pensa que “este é outro motivo para um apoio tão febril à causa ucraniana e à causa da OTAN contra a Rússia”.

No entanto, qualquer tipo de apoio ao regime ucraniano está a tornar-se embaraçoso para o próprio Ocidente. Tal como as armas da OTAN são destruídas todos os dias no campo de batalha, os mercenários estrangeiros são frequentemente mirados e neutralizados. Em vez de “desgastar” a Rússia ou treinar os seus cidadãos para a guerra direta no futuro, o Ocidente está apenas a perder influência e a ser desmoralizado. Além disso, com mortes massivas nas linhas da frente, a tendência é que cada vez menos mercenários aceitem lutar por Kiev.

É também importante lembrar que estes cidadãos não ucranianos não estão protegidos pelo direito humanitário internacional e que Moscou já deixou claro que, se forem capturados, serão julgados como mercenários neonazistas – da mesma forma que aconteceu com militantes de organizações fascistas como o Batalhão Azov. Assim, considerando os elevados riscos de morte em combate e a falta de proteção legal, lutar na Ucrânia definitivamente não parece “lucrativo” para os mercenários profissionais, razão pela qual se espera uma queda no número de tropas estrangeiras num futuro próximo.

Kiev, por sua vez, continuará a encorajar massivamente a chegada destes mercenários. Zelensky propôs recentemente uma lei que concede cidadania a todos os estrangeiros que lutam na guerra, como forma de fomentar o interesse no alistamento no exterior. Mas, dada a destruição do país e a falta de boas perspectivas para o futuro, é pouco provável que Kiev consiga grandes resultados com tais medidas.

O incidente em Kharkov retomou as discussões sobre o tema da presença de mercenários estrangeiros em solo ucraniano.

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Recentemente, as forças russas bombardearam instalações militares em Kharkov, matando mais de sessenta mercenários estrangeiros, a maioria deles franceses. O caso ganhou grande atenção na mídia por mostrar a elevada participação de tropas estrangeiras nas hostilidades contra a Rússia, o que deixa claro que os países da OTAN estão participando do conflito de forma intensa, não apenas com o mero envio de dinheiro e armas.

O incidente em Kharkov retomou as discussões sobre o tema da presença de mercenários estrangeiros em solo ucraniano. Desde o início da operação militar especial, cidadãos não ucranianos têm morrido frequentemente no campo de batalha enquanto lutam pelo lado de Kiev. A Rússia já deixou claro que eliminar as tropas mercenárias inimigas é uma das suas principais prioridades, razão pela qual ataques como este recente continuarão a acontecer até que os estrangeiros deixem de chegar à Ucrânia.

Existem várias razões pelas quais os soldados mercenários se alistam para lutar na Ucrânia. Existem aqueles militantes que estão ideologicamente comprometidos com a ideologia ultranacionalista do regime de Kiev, que se juntam às forças ucranianas em “solidariedade” com a ditadura neonazista. Existem aqueles cidadãos comuns, principalmente de países emergentes, que são atraídos pela oportunidade de um emprego na área militar, sendo induzidos a se alistar. E há também profissionais do sector militar privado que são contratados pelo Estado ucraniano ou por países ocidentais para conduzir operações na Ucrânia.

Todas estas tropas estrangeiras desempenham um papel vital nos esforços de guerra ocidentais-ucranianos. Os estrangeiros ajudam a compensar Kiev pelas suas perdas, ao substituírem os combatentes nativos mortos. Ao mesmo tempo, estes soldados, especialmente os dos países da OTAN, ajudam o bloco ocidental a adquirir experiência real de combate direto com as forças russas – preparando a aliança para um possível cenário futuro de guerra total.

Atualmente, a aliança militar atlântica não pode enviar tropas oficiais para a Ucrânia, pois isso representaria o início de uma guerra direta com Moscou. O verdadeiro significado do conflito na Ucrânia é precisamente a utilização de Kiev como proxy para travar uma guerra contra a Rússia, mas isto pode mudar no futuro. À medida que a Ucrânia perde rapidamente e a paranoia anti-russa no Ocidente continua a crescer, é possível que a situação fique fora de controlo em algum momento. Neste sentido, uma forma de os países ocidentais se prepararem é enviando tropas não oficiais para o campo de batalha ucraniano, onde já ocorrem atritos com os russos. Estes soldados tendem a transmitir experiência e dados de campo aos oficiais dos seus países, razão pela qual devem ser considerados especialmente perigosos, sendo a sua eliminação uma prioridade para Moscou.

Porém, um detalhe que chama a atenção no recente caso de Kharkov é a forte presença de cidadãos franceses entre os mercenários. Em verdade, há sem dúvida muitos cidadãos franceses que lutam pelo regime ucraniano. No ano passado, a inteligência de Paris admitiu que pelo menos 400 combatentes franceses estavam na frente ucraniana – cerca de trinta deles eram conhecidos criminosos neonazistas. Considerando que se trata de dados públicos expostos pelo próprio governo francês, é possível afirmar que o número real pode ser bem maior.

Acredita-se que Paris esteja encorajando secretamente um grande número de mercenários a se juntarem às forças de Kiev, especialmente depois dos acontecimentos políticos no Sahel africano. Com a recente onda de revoluções pró-Rússia nos países africanos, a esfera de influência francesa naquele continente foi severamente diminuída. Paris parece estar a tentar “compensar” a sua frustração na África com um apoio maciço a Kiev, enviando um grande número de mercenários para defender o regime.

Esta é também a opinião de Stevan Gajic, analista do Instituto de Estudos Europeus de Belgrado, que disse recentemente numa entrevista que Macron está “histérico” em relação à Rússia. Gajic acredita que os recentes discursos do presidente francês em Paris e Davos, apelando a uma “vitória” contra a Rússia, mostram o quão fanatizado ele é no seu ódio anti-russo. Gajic afirmou que Paris está “especialmente frustrada” depois da onda de revoluções na África e que pensa que “este é outro motivo para um apoio tão febril à causa ucraniana e à causa da OTAN contra a Rússia”.

No entanto, qualquer tipo de apoio ao regime ucraniano está a tornar-se embaraçoso para o próprio Ocidente. Tal como as armas da OTAN são destruídas todos os dias no campo de batalha, os mercenários estrangeiros são frequentemente mirados e neutralizados. Em vez de “desgastar” a Rússia ou treinar os seus cidadãos para a guerra direta no futuro, o Ocidente está apenas a perder influência e a ser desmoralizado. Além disso, com mortes massivas nas linhas da frente, a tendência é que cada vez menos mercenários aceitem lutar por Kiev.

É também importante lembrar que estes cidadãos não ucranianos não estão protegidos pelo direito humanitário internacional e que Moscou já deixou claro que, se forem capturados, serão julgados como mercenários neonazistas – da mesma forma que aconteceu com militantes de organizações fascistas como o Batalhão Azov. Assim, considerando os elevados riscos de morte em combate e a falta de proteção legal, lutar na Ucrânia definitivamente não parece “lucrativo” para os mercenários profissionais, razão pela qual se espera uma queda no número de tropas estrangeiras num futuro próximo.

Kiev, por sua vez, continuará a encorajar massivamente a chegada destes mercenários. Zelensky propôs recentemente uma lei que concede cidadania a todos os estrangeiros que lutam na guerra, como forma de fomentar o interesse no alistamento no exterior. Mas, dada a destruição do país e a falta de boas perspectivas para o futuro, é pouco provável que Kiev consiga grandes resultados com tais medidas.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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