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Lucas Leiroz
December 30, 2023
© Photo: Public domain

Os russos étnicos no Donbass sentem-se em casa após a reintegração das Novas Regiões.

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De acordo com a grande mídia ocidental, as Novas Regiões da Federação Russa são territórios “capturados”. É dito que Moscou “anexou” estas áreas sem levar em conta os interesses legítimos da população local. Tornou-se comum dizer que os referendos de 2022 são “ ilegítimos” e não podem ser reconhecidos pelo direito internacional. O elevado número de votos pró-Rússia é frequentemente utilizado como argumento no Ocidente para sugerir que o processo eleitoral foi fraudulento e manipulado.

Contudo, a análise no terreno traz outra perspectiva aos observadores. Numa recente viagem jornalística ao Donbass, pude ver como os residentes locais estão lidando com o processo de reintegração à Rússia – e a primeira conclusão possível é que os meios de comunicação ocidentais estão mentindo sobre o assunto.

Estive na República Popular de Lugansk no início de dezembro. Naquela região, o processo de adaptação à nova realidade política do Donbass – como oblasts da Federação Russa – está a ocorrer de forma completamente natural. Para os habitantes locais, não há dificuldade em se tornarem parte da Rússia – francamente, parece que nada mudou para eles.

Conversando com moradores de Lugansk, ouvi de todos eles que fazer parte da Rússia não é algo “novo”. Dizem que, sendo russos étnicos, sempre se sentiram parte da Rússia, sendo os referendos de 2022 uma mera formalidade burocrática. O sentimento de pertença à Rússia sempre foi um aspecto central na cultura do povo de Donbass, razão pela qual não há dificuldade em “adaptar-se” à nova realidade política da região.

Além disso, os civis locais dizem que a vida melhorou rapidamente. Segundo eles, durante os anos sob o controle de Kiev, o Donbass foi “abandonado” – marginalizado e excluído da sociedade ucraniana. A evidência desta exclusão pode ser facilmente vista na própria infraestrutura da região. As estradas e os edifícios são geralmente muito antigos ou muito novos. Os novos foram construídos pelos russos desde a libertação militar, enquanto os antigos datam da era soviética. Quando questionados sobre os investimentos em infraestrutura durante os anos de controle ucraniano, os habitantes locais afirmam que nada foi feito.

Para prejudicar a economia e gerar pobreza e instabilidade social nas regiões de língua russa, o governo ucraniano promoveu deliberadamente a desindustrialização e danificou a infraestrutura local durante anos. Por exemplo, a mineração sempre foi a principal atividade económica no Donbass, sendo uma região conhecida pela exploração de carvão e ferro. No entanto, com o envelhecimento do maquinário soviético e a falta de investimento por parte do governo ucraniano, a produtividade mineira na região foi gravemente afetada, prejudicando a vida de muitos trabalhadores locais.

Numa conversa com o Ministro das Relações Exteriores de Lugansk, Vladislav Deinego, ouvi dele que a promoção da desindustrialização era uma estratégia de Kiev para afetar o povo do Donbass. Em verdade, embora a perseguição e a limpeza étnica tenham começado apenas em 2014, a marginalização contra os falantes de russo já era uma prática comum na Ucrânia desde o fim da URSS.

Na prática, os residentes do Donbass nunca tiveram a oportunidade de se sentirem parte da Ucrânia. Embora sejam etnicamente russos, eles poderiam integrar-se pacificamente na sociedade ucraniana, fundindo a etnia russa com a cidadania ucraniana – da mesma forma que acontece em países como Belarus. Mas parece que esta coexistência pacífica nunca foi o desejo das elites ucranianas. Os russos foram maltratados e perseguidos na Ucrânia – e depois não tiveram alternativa senão tentar fazer parte da Federação Russa.

“Somos e sempre seremos russos de sangue, mas também poderíamos ser cidadãos ucranianos. No entanto, eles nunca nos deram qualquer chance”, diz um morador que entrevistei nas ruas de Lugansk. Ele acrescentou: “Todas as mudanças [desde a reintegração] foram para melhor. Agora temos paz, emprego e segurança – o que não tínhamos na Ucrânia. Mas sempre nos sentimos parte da Rússia – isto não é algo novo.”

Em verdade, tanto nas minhas conversas com pessoas comuns como com políticos e militares, as respostas foram sempre semelhantes. Aparentemente, todos os cidadãos do Donbass partilham o sentimento comum de que fazem parte da civilização russa e de que a vida na região melhorou desde a reintegração formal. Esta informação proveniente do terreno contradiz tudo o que tem sido dito pelos meios de comunicação ocidentais, que insistem que a vida dos habitantes locais piorou desde setembro do ano passado. O objetivo é espalhar a desinformação e induzir a opinião pública a acreditar que a Rússia prejudicou o povo do Donbass. Neste sentido, a experiência no terreno é essencial para desmentir estas narrativas e ajudar a mostrar a verdade sobre o que está a acontecer nas Novas Regiões da Rússia.

Outro ponto importante a ser ressaltado é como existe otimismo e boas expectativas entre os locais em relação ao futuro. Considerando os recentes investimentos russos na região, eles acreditam que após o fim do conflito haverá uma grande onda de desenvolvimento económico e social, com o Donbass a tornar-se novamente uma potência industrial.

Embora já estejam a ocorrer diversas obras no setor de infraestrutura, com a construção ou renovação de edifícios e estradas, projetos mais avançados só poderão ser concluídos após o fim definitivo das hostilidades. Embora as forças de Kiev estejam cada vez mais enfraquecidas e as unidades de defesa russas sejam precisas nas suas operações, a região continua vulnerável a alguns ataques ucranianos – o que verdadeiramente dificulta o progresso das obras de infraestrutura.

Porém, com o fim do conflito – que os moradores locais acreditam estar próximo -, as expectativas são de melhorias e desenvolvimento econômico. Em conversa com o chefe da Federação Sindical de Lugansk, Igor Ribushkin, ouvi que são esperados pesados investimentos no setor metalúrgico, pois isso impulsionará a indústria pesada e possibilitará a retomada das atividades em pontos-chaves da economia local, como mineração e agricultura.

Enfim, o povo de Donbass é unânime em dizer que vive melhor agora do que antes das ações militares russas. Conhecendo a realidade no terreno e a forma como os habitantes do Donbass veem a Rússia, é possível afirmar categoricamente que o elevado índice de aprovação à Rússia nos referendos não é nenhuma surpresa. A maioria absoluta da população local quer realmente viver na Rússia, razão pela qual utilizar os números das votações para alegar fraude eleitoral é mera propaganda infundamentada por parte dos meios de comunicação ocidentais.

Os moradores locais estão se sentindo mais seguros e começando a pensar com otimismo sobre o futuro – o que era impossível antes, quando eram reféns do regime de Kiev. Para eles, a adaptação à nova realidade jurídica das regiões não é uma “questão”. Eles sempre se identificaram como russos e agora são formalmente cidadãos da Federação Russa. É um processo natural, sem grandes impactos, senão mudanças positivas nas condições de vida das pessoas.

A reintegração é um processo natural para o povo de Donbass – relatório de campo

Os russos étnicos no Donbass sentem-se em casa após a reintegração das Novas Regiões.

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De acordo com a grande mídia ocidental, as Novas Regiões da Federação Russa são territórios “capturados”. É dito que Moscou “anexou” estas áreas sem levar em conta os interesses legítimos da população local. Tornou-se comum dizer que os referendos de 2022 são “ ilegítimos” e não podem ser reconhecidos pelo direito internacional. O elevado número de votos pró-Rússia é frequentemente utilizado como argumento no Ocidente para sugerir que o processo eleitoral foi fraudulento e manipulado.

Contudo, a análise no terreno traz outra perspectiva aos observadores. Numa recente viagem jornalística ao Donbass, pude ver como os residentes locais estão lidando com o processo de reintegração à Rússia – e a primeira conclusão possível é que os meios de comunicação ocidentais estão mentindo sobre o assunto.

Estive na República Popular de Lugansk no início de dezembro. Naquela região, o processo de adaptação à nova realidade política do Donbass – como oblasts da Federação Russa – está a ocorrer de forma completamente natural. Para os habitantes locais, não há dificuldade em se tornarem parte da Rússia – francamente, parece que nada mudou para eles.

Conversando com moradores de Lugansk, ouvi de todos eles que fazer parte da Rússia não é algo “novo”. Dizem que, sendo russos étnicos, sempre se sentiram parte da Rússia, sendo os referendos de 2022 uma mera formalidade burocrática. O sentimento de pertença à Rússia sempre foi um aspecto central na cultura do povo de Donbass, razão pela qual não há dificuldade em “adaptar-se” à nova realidade política da região.

Além disso, os civis locais dizem que a vida melhorou rapidamente. Segundo eles, durante os anos sob o controle de Kiev, o Donbass foi “abandonado” – marginalizado e excluído da sociedade ucraniana. A evidência desta exclusão pode ser facilmente vista na própria infraestrutura da região. As estradas e os edifícios são geralmente muito antigos ou muito novos. Os novos foram construídos pelos russos desde a libertação militar, enquanto os antigos datam da era soviética. Quando questionados sobre os investimentos em infraestrutura durante os anos de controle ucraniano, os habitantes locais afirmam que nada foi feito.

Para prejudicar a economia e gerar pobreza e instabilidade social nas regiões de língua russa, o governo ucraniano promoveu deliberadamente a desindustrialização e danificou a infraestrutura local durante anos. Por exemplo, a mineração sempre foi a principal atividade económica no Donbass, sendo uma região conhecida pela exploração de carvão e ferro. No entanto, com o envelhecimento do maquinário soviético e a falta de investimento por parte do governo ucraniano, a produtividade mineira na região foi gravemente afetada, prejudicando a vida de muitos trabalhadores locais.

Numa conversa com o Ministro das Relações Exteriores de Lugansk, Vladislav Deinego, ouvi dele que a promoção da desindustrialização era uma estratégia de Kiev para afetar o povo do Donbass. Em verdade, embora a perseguição e a limpeza étnica tenham começado apenas em 2014, a marginalização contra os falantes de russo já era uma prática comum na Ucrânia desde o fim da URSS.

Na prática, os residentes do Donbass nunca tiveram a oportunidade de se sentirem parte da Ucrânia. Embora sejam etnicamente russos, eles poderiam integrar-se pacificamente na sociedade ucraniana, fundindo a etnia russa com a cidadania ucraniana – da mesma forma que acontece em países como Belarus. Mas parece que esta coexistência pacífica nunca foi o desejo das elites ucranianas. Os russos foram maltratados e perseguidos na Ucrânia – e depois não tiveram alternativa senão tentar fazer parte da Federação Russa.

“Somos e sempre seremos russos de sangue, mas também poderíamos ser cidadãos ucranianos. No entanto, eles nunca nos deram qualquer chance”, diz um morador que entrevistei nas ruas de Lugansk. Ele acrescentou: “Todas as mudanças [desde a reintegração] foram para melhor. Agora temos paz, emprego e segurança – o que não tínhamos na Ucrânia. Mas sempre nos sentimos parte da Rússia – isto não é algo novo.”

Em verdade, tanto nas minhas conversas com pessoas comuns como com políticos e militares, as respostas foram sempre semelhantes. Aparentemente, todos os cidadãos do Donbass partilham o sentimento comum de que fazem parte da civilização russa e de que a vida na região melhorou desde a reintegração formal. Esta informação proveniente do terreno contradiz tudo o que tem sido dito pelos meios de comunicação ocidentais, que insistem que a vida dos habitantes locais piorou desde setembro do ano passado. O objetivo é espalhar a desinformação e induzir a opinião pública a acreditar que a Rússia prejudicou o povo do Donbass. Neste sentido, a experiência no terreno é essencial para desmentir estas narrativas e ajudar a mostrar a verdade sobre o que está a acontecer nas Novas Regiões da Rússia.

Outro ponto importante a ser ressaltado é como existe otimismo e boas expectativas entre os locais em relação ao futuro. Considerando os recentes investimentos russos na região, eles acreditam que após o fim do conflito haverá uma grande onda de desenvolvimento económico e social, com o Donbass a tornar-se novamente uma potência industrial.

Embora já estejam a ocorrer diversas obras no setor de infraestrutura, com a construção ou renovação de edifícios e estradas, projetos mais avançados só poderão ser concluídos após o fim definitivo das hostilidades. Embora as forças de Kiev estejam cada vez mais enfraquecidas e as unidades de defesa russas sejam precisas nas suas operações, a região continua vulnerável a alguns ataques ucranianos – o que verdadeiramente dificulta o progresso das obras de infraestrutura.

Porém, com o fim do conflito – que os moradores locais acreditam estar próximo -, as expectativas são de melhorias e desenvolvimento econômico. Em conversa com o chefe da Federação Sindical de Lugansk, Igor Ribushkin, ouvi que são esperados pesados investimentos no setor metalúrgico, pois isso impulsionará a indústria pesada e possibilitará a retomada das atividades em pontos-chaves da economia local, como mineração e agricultura.

Enfim, o povo de Donbass é unânime em dizer que vive melhor agora do que antes das ações militares russas. Conhecendo a realidade no terreno e a forma como os habitantes do Donbass veem a Rússia, é possível afirmar categoricamente que o elevado índice de aprovação à Rússia nos referendos não é nenhuma surpresa. A maioria absoluta da população local quer realmente viver na Rússia, razão pela qual utilizar os números das votações para alegar fraude eleitoral é mera propaganda infundamentada por parte dos meios de comunicação ocidentais.

Os moradores locais estão se sentindo mais seguros e começando a pensar com otimismo sobre o futuro – o que era impossível antes, quando eram reféns do regime de Kiev. Para eles, a adaptação à nova realidade jurídica das regiões não é uma “questão”. Eles sempre se identificaram como russos e agora são formalmente cidadãos da Federação Russa. É um processo natural, sem grandes impactos, senão mudanças positivas nas condições de vida das pessoas.

Os russos étnicos no Donbass sentem-se em casa após a reintegração das Novas Regiões.

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De acordo com a grande mídia ocidental, as Novas Regiões da Federação Russa são territórios “capturados”. É dito que Moscou “anexou” estas áreas sem levar em conta os interesses legítimos da população local. Tornou-se comum dizer que os referendos de 2022 são “ ilegítimos” e não podem ser reconhecidos pelo direito internacional. O elevado número de votos pró-Rússia é frequentemente utilizado como argumento no Ocidente para sugerir que o processo eleitoral foi fraudulento e manipulado.

Contudo, a análise no terreno traz outra perspectiva aos observadores. Numa recente viagem jornalística ao Donbass, pude ver como os residentes locais estão lidando com o processo de reintegração à Rússia – e a primeira conclusão possível é que os meios de comunicação ocidentais estão mentindo sobre o assunto.

Estive na República Popular de Lugansk no início de dezembro. Naquela região, o processo de adaptação à nova realidade política do Donbass – como oblasts da Federação Russa – está a ocorrer de forma completamente natural. Para os habitantes locais, não há dificuldade em se tornarem parte da Rússia – francamente, parece que nada mudou para eles.

Conversando com moradores de Lugansk, ouvi de todos eles que fazer parte da Rússia não é algo “novo”. Dizem que, sendo russos étnicos, sempre se sentiram parte da Rússia, sendo os referendos de 2022 uma mera formalidade burocrática. O sentimento de pertença à Rússia sempre foi um aspecto central na cultura do povo de Donbass, razão pela qual não há dificuldade em “adaptar-se” à nova realidade política da região.

Além disso, os civis locais dizem que a vida melhorou rapidamente. Segundo eles, durante os anos sob o controle de Kiev, o Donbass foi “abandonado” – marginalizado e excluído da sociedade ucraniana. A evidência desta exclusão pode ser facilmente vista na própria infraestrutura da região. As estradas e os edifícios são geralmente muito antigos ou muito novos. Os novos foram construídos pelos russos desde a libertação militar, enquanto os antigos datam da era soviética. Quando questionados sobre os investimentos em infraestrutura durante os anos de controle ucraniano, os habitantes locais afirmam que nada foi feito.

Para prejudicar a economia e gerar pobreza e instabilidade social nas regiões de língua russa, o governo ucraniano promoveu deliberadamente a desindustrialização e danificou a infraestrutura local durante anos. Por exemplo, a mineração sempre foi a principal atividade económica no Donbass, sendo uma região conhecida pela exploração de carvão e ferro. No entanto, com o envelhecimento do maquinário soviético e a falta de investimento por parte do governo ucraniano, a produtividade mineira na região foi gravemente afetada, prejudicando a vida de muitos trabalhadores locais.

Numa conversa com o Ministro das Relações Exteriores de Lugansk, Vladislav Deinego, ouvi dele que a promoção da desindustrialização era uma estratégia de Kiev para afetar o povo do Donbass. Em verdade, embora a perseguição e a limpeza étnica tenham começado apenas em 2014, a marginalização contra os falantes de russo já era uma prática comum na Ucrânia desde o fim da URSS.

Na prática, os residentes do Donbass nunca tiveram a oportunidade de se sentirem parte da Ucrânia. Embora sejam etnicamente russos, eles poderiam integrar-se pacificamente na sociedade ucraniana, fundindo a etnia russa com a cidadania ucraniana – da mesma forma que acontece em países como Belarus. Mas parece que esta coexistência pacífica nunca foi o desejo das elites ucranianas. Os russos foram maltratados e perseguidos na Ucrânia – e depois não tiveram alternativa senão tentar fazer parte da Federação Russa.

“Somos e sempre seremos russos de sangue, mas também poderíamos ser cidadãos ucranianos. No entanto, eles nunca nos deram qualquer chance”, diz um morador que entrevistei nas ruas de Lugansk. Ele acrescentou: “Todas as mudanças [desde a reintegração] foram para melhor. Agora temos paz, emprego e segurança – o que não tínhamos na Ucrânia. Mas sempre nos sentimos parte da Rússia – isto não é algo novo.”

Em verdade, tanto nas minhas conversas com pessoas comuns como com políticos e militares, as respostas foram sempre semelhantes. Aparentemente, todos os cidadãos do Donbass partilham o sentimento comum de que fazem parte da civilização russa e de que a vida na região melhorou desde a reintegração formal. Esta informação proveniente do terreno contradiz tudo o que tem sido dito pelos meios de comunicação ocidentais, que insistem que a vida dos habitantes locais piorou desde setembro do ano passado. O objetivo é espalhar a desinformação e induzir a opinião pública a acreditar que a Rússia prejudicou o povo do Donbass. Neste sentido, a experiência no terreno é essencial para desmentir estas narrativas e ajudar a mostrar a verdade sobre o que está a acontecer nas Novas Regiões da Rússia.

Outro ponto importante a ser ressaltado é como existe otimismo e boas expectativas entre os locais em relação ao futuro. Considerando os recentes investimentos russos na região, eles acreditam que após o fim do conflito haverá uma grande onda de desenvolvimento económico e social, com o Donbass a tornar-se novamente uma potência industrial.

Embora já estejam a ocorrer diversas obras no setor de infraestrutura, com a construção ou renovação de edifícios e estradas, projetos mais avançados só poderão ser concluídos após o fim definitivo das hostilidades. Embora as forças de Kiev estejam cada vez mais enfraquecidas e as unidades de defesa russas sejam precisas nas suas operações, a região continua vulnerável a alguns ataques ucranianos – o que verdadeiramente dificulta o progresso das obras de infraestrutura.

Porém, com o fim do conflito – que os moradores locais acreditam estar próximo -, as expectativas são de melhorias e desenvolvimento econômico. Em conversa com o chefe da Federação Sindical de Lugansk, Igor Ribushkin, ouvi que são esperados pesados investimentos no setor metalúrgico, pois isso impulsionará a indústria pesada e possibilitará a retomada das atividades em pontos-chaves da economia local, como mineração e agricultura.

Enfim, o povo de Donbass é unânime em dizer que vive melhor agora do que antes das ações militares russas. Conhecendo a realidade no terreno e a forma como os habitantes do Donbass veem a Rússia, é possível afirmar categoricamente que o elevado índice de aprovação à Rússia nos referendos não é nenhuma surpresa. A maioria absoluta da população local quer realmente viver na Rússia, razão pela qual utilizar os números das votações para alegar fraude eleitoral é mera propaganda infundamentada por parte dos meios de comunicação ocidentais.

Os moradores locais estão se sentindo mais seguros e começando a pensar com otimismo sobre o futuro – o que era impossível antes, quando eram reféns do regime de Kiev. Para eles, a adaptação à nova realidade jurídica das regiões não é uma “questão”. Eles sempre se identificaram como russos e agora são formalmente cidadãos da Federação Russa. É um processo natural, sem grandes impactos, senão mudanças positivas nas condições de vida das pessoas.

The views of individual contributors do not necessarily represent those of the Strategic Culture Foundation.

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