Ao 30º dia, o despertador tocou na mesa-de-cabeceira de Luís Montenegro: “É altura de parar com as lamúrias e começar a governar”
Miguel Sousa Tavares
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Ao 30º dia, o despertador tocou na mesa-de-cabeceira de Luís Montenegro: “É altura de parar com as lamúrias e começar a governar.” Já sobravam sinais evidentes de que ninguém embarcava nas sucessivas queixinhas dos ministros de que tinham encontrado tudo num caos, tudo por fazer e para ser refeito e todas as chefias obviamente incompetentes e a precisarem de ser mudadas.
Em Bruxelas, junto do Eurogrupo, onde se preparava para ensaiar o seu número sobre o estado afinal lamentável das contas públicas portuguesas, Joaquim Miranda Sarmento foi silenciado pelos seus pares antes mesmo de abrir a boca, com um rol de elogios à herança recebida. E na Assembleia da República, onde a AD esperava, com o apoio da UTAO, desmascarar os “truques” de Fernando Medina para colocar o déficit abaixo dos 100% do PIB, este desmontou facilmente o relatório da UTAO, lembrando que a compra de dívida pública por parte da Segurança Social era um imperativo legal que remontava ao último Governo da AD e que tinha, aliás, ficado pelo mínimo estabelecido. E, já agora, ele não o disse, mas podia ter dito, que aqueles que às vezes vêm com a conversa de não pagarmos a dívida e fazer tremer os joelhos dos banqueiros alemães e coisas que tal deveriam saber que os primeiros joelhos a tremer seriam os dos nossos pensionistas…